Como todos tiveram
oportunidade de observar, as manifestações que irromperam por esse Brasilzão
afora, objetivando “acordar” o Governo para demandas reprimidas, calaram fundo
não só no seio da população, mas, principalmente, na seara política. Assim, não
mais que de repente, os “mafiosos” com assento no Congresso Nacional (há
exceções, evidente) trataram não só de por as barbas de molho, mas, também, de elaborarem
às pressas uma providencial e oportunista “agenda positiva”, que consistiria em
desenterrar e por em votação velhos projetos de há muito apresentados.
Entretanto, após
os ânimos serenados e a poeira assentada, aqueles que vulgarizaram a nobre atividade
política, transformando-a numa bem remunerada profissão, parecem ter “voltado à
normalidade” e esquecido as tais “vozes roucas das ruas”. Assim, de novo
legislando em causa própria, decidiram implodir a proposta do Executivo (presidenta
Dilma Rousseff) de realização de um plebiscito visando processar uma reforma
política de peso, que, certamente, cortaria privilégios do Legislativo, destacando-se:
fim do financiamento de campanhas por parte de grandes conglomerados (que a
posteriori sempre são ressarcidos através de licitações fraudulentas e outros
mimos); recaal político, uma espécie de “cassação do mandado” por parte do próprio
eleitor, ao constatar a mudança de rota do parlamentar, e por aí vai.
Agora, passado
tão breve interregno, pra provar que aquele primeiro ato não passou de grotesca
dissimulação e que não estão nem aí para o que pensa o povão, suas “excelências”
se negaram, terminantemente, a acabar de vez com essa verdadeira excrescência
que é a figura do “suplente de senador” (dois para cada parlamentar, normalmente
parentes ou financiadores de campanha) que, sem receber um único voto, assumem
a vaga e as mordomias respectivas (hoje, 17 suplentes estão lá, usufruindo o
bem bom).
E o mais
incrível é que, tentando sair bem na foto, sem nenhuma desfaçatez ou respeito
para com o eleitor, deram “repeteco” à dissimulação ao, sarcasticamente, sacarem
da cartola sem fundo, como se fora algo imbuído de seriedade e um grande
sacrifício, a possibilidade de reduzir o
número de suplentes de 2 para 1 e... fim de papo; acabar coam o penduricalho,
jamais.
Trata-se,
como se vê, de um verdadeiro deboche para com as “vozes roucas das ruas”, passível
de retaliações futuras.
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