terça-feira, 12 de novembro de 2013

O "laboratório' - José Nilton Mariano Saraiva

Meses atrás, numa das grandes lojas de departamento de Nova Iorque, localizada em plena 5ª Avenida, uma determinada e emergente atriz global foi presa em flagrante (já na boca do caixa), ao ter a bolsa que carregava devassada pelos fiscais (que haviam sido alertados pelos seguranças), onde foram encontrados alguns itens não apresentados para pagamento. Levada à delegacia, a inusitada e surreal desculpa: na verdade, estava apenas e tão somente praticando “laboratório”, por determinação da emissora global.

Destrinchando: é que fora escalada para a próxima novela do horário nobre, onde deveria fazer o papel de uma audaciosa ladra, daí a necessidade de exercitar antecipadamente as ações pertinentes (ou seja, o “modus operandi” de como roubar) a fim de bem cumprir o papel para o qual fora escolhida; e, numa prova do quão respeitava a fama de Nova Iorque, de como aquela fervilhante metrópole mundial lhe era cara e lhe causava admiração, a tinha escolhido para “laboratório”.

Mais realista foi a então jovem e esfuziante Vera Fischer que, após ser eleita missa Brasil, fora contratada pela emissora global e inserida no seu restrito ”cast” de celebridades, embora sem nenhuma experiência na arte de repreentar: e então, em pleno auge da fama, no apogeu da carreira, quando esbanjava sexualidade por todos os poros e era desejada por meio mundo e mais uma banda de homens, ao ser entrevista por uma emissora concorrente foi incisiva e contundente: pra chegar até ali (na Globo) ainda tão jovem, tivera que “freqüentar a cama” de diversos graúdos da emissora (na verdade, perdera até a virgindade). Não citou nomes, mas forneceu a senha.

A reflexão acima nos remete ao atual folhetim global do horário nobre, onde a mulher do melhor amigo do marido vive enfurnada num motel com o próprio, enquanto o marido não faz nenhuma cerimônia em freqüentar o mesmo ambiente com a esposa do melhor amigo; ou seja, a troca de parceiros se dá com a mesma naturalidade de como se troca uma camisa, numa degradação e promiscuidade de costumes que assusta. Na seqüência, quando um chega em casa, o outro já lá está e, após as desculpas esfarrapadas e tradicionais, ambos, alegando cansaço, se deitam de costas um para o outro.

Vida que segue, mais tarde, após o final da novela, normalmente acontecem as separações e ajuntamentos, tal qual o encenado no folhetim global. E então, consultados, sobre a influência da televisão, autores e diretores alegam que nada mais fazem que levar a “vida real” pra dentro de casa (se alguma adolescente resolver “adotar” tal postura, problema dos pais).

Como se vê, não é de hoje que o eficiente “laboratório” global funciona a todo vapor, daí a impressionante “rotatividade” de parceiros no meio artístico. Comenta-se, até, que entre eles vige o conceito de que ser “chifrudo” é questão de “status”. 


Você, aí do outro lado da telinha, gostaria de ser assim catalogado ???

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