Todos os dias, na mídia, surge uma nova designação para
representar pessoas em ação coletiva. Só para lembrar os mais recentes: flash-mob,
arrastão, rolezinho, happening, occupy (Wall Street), indignados (Madri), Primavera
Árabe, black block.
Isso é a representação da inquietude dos povos em face de
grandes transformações. As instituições, as organizações, a vias de interação
não mostram caminhos para resolver problemas e nem conseguem dirigir as
expectativas das pessoas.
De qualquer modo temos três coisas que estão na raiz: o
problema ambiental global, a globalização do capitalismo e o envelhecimento da
população. Estas três coisas não podem ser equacionadas pelo capitalismo e por
isso o sistema financeiro se tornou o núcleo central e quase único do sistema.
As três coisas confrontam as dinâmicas que dão razão e
historicidade ao capitalismo: acumulação, exploração e crescimento. A dinâmica
corrompeu o metabolismo entre os seres humanos (que são parte, mas sua
racionalidade o fez compreender esse metabolismo) e a natureza, esgotando o
processo de materiais e energia. Além do mais com a globalização não existem
mais fronteiras para acumular o que leva a uma sobre-exploração dos povos. E
terceiro parte desse dinamismo dependeu muito do enorme crescimento de jovens
vivos e com aumento de esperança de vida ao nascer.
As dores e sofrimentos podem ser intensas. Por isso
mensagens como a do Papa Francisco sobre piedade, respeito e amor podem ajudar
a este momento de intenso fervor da história. Não podem interromper a busca de
mudança, mas devem refrear a violência irracional que apenas perpetua o sistema
capitalista.
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