segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

O CAOS DA MÍDIA - José do Vale Pinheiro Feitosa

Em 29 de setembro de 2006 um Boeing 737-800 SFP da Gol Transportes Aéreos, num voo entre Brasília e Manaus, foi praticamente jugulado caindo feito uma pedra após receber o choque de uma aeronave bem menor. Era o voo 1907 e nele morreram 154 pessoas.

O acidente gerou uma insegurança geral a respeito da qualidade do controle aéreo brasileiro. A grande mídia partiu para cima e fez o diagnóstico de um caos aéreo no país, com má fé, misturando então os frequentes atrasos decorrentes do boom de passageiros que antes não haviam subido numa avião e agora embarcavam em passagens mais baratas e financiadas.

A mídia criou um clima de desestabilização política quando em 17 de julho de 2007 um Airbus A320-233 da TAM, pousando em Guarulhos, que não conseguiu parar e foi terminar em tragédia matando todos a bordo. Na época o repórter da Globo Rodrigo Bocardi (atualmente na bancada do Bom Dia Brasil) foi até a pista de Guarulhos para mostras que não existiriam nela as tais ranhuras que serviriam para frenar o avião.

Era uma tese descida como um julgamento político. O Movimento Cansei pegou carona carregando na passeata senhorzinhos e madames globais na ação política. Mas aí a avaliação técnica mostrou outra coisa e quando houve o desmentido, a Televisão Globo manipulou uma imagem de uma janela do Palácio do Planalto quando um Assessor do Governo fez um gesto de alívio com o problema, então, politizado pela própria Globo.

Não se tratava de notícia. Tudo era a velha técnica do marketing político, era a velha forma de atacar os inimigos com as técnicas inovadoras da mídia. Ai nós que não somos idiotas, mas que fomos soterrados por uma avalanche que mostrava o caos no controle aéreo brasileiros estamos defronte de uma nova notícia negando todo o clima.

A Civil Air Navigation Service Organization (CANSO), sediada na Holanda publicou em sua revista Airspace Magazine uma matéria de capa sobre o bem sucedido controle do espaço aéreo do Brasil durante a RIO +20, a Copa das Federações e a Jornada da Juventude. Todas são ocasiões em que o controle brasileiro estava preparado para uma elevação no tráfego aéreo em até 30%. No entanto o crescimento foi de 18%.


Importante, a Rio +20 aconteceu em Junho de 2012, portanto entre cinco e seis anos após os referidos acidentes. Se houvesse um caos no controle aéreo esse necessariamente seria de infraestrutura e de recursos humanos e nesse intervalo não haveria mudanças entre o caos e um controle sobre stress de aumento de voos.    

Nenhum comentário:

Postar um comentário