sábado, 8 de março de 2014

"777" - José Nilton Mariano Saraiva

O “777-200” não é um aviãozinho qualquer. Com capacidade para 400 passageiros e pesando milhares de toneladas, atinge a estupenda velocidade de 950 km horários e é dotado do que há de mais moderno e revolucionário em termos tecnológicos. Difícil imaginar, pois, que uma máquina tão portentosa desapareça assim, sem mais nem menos, no trajeto “Malásia-China”, com 239 pessoas a bordo

E, no entanto, a infausta notícia oriunda da Ásia é de que essa maravilha tecnológica, depois de apenas duas horas de voo e, evidentemente, já em velocidade de cruzeiro, simplesmente haja desaparecido dos radares e, provavelmente, despencado lá de cima e mergulhado nas profundezas do Oceano

O que teria acontecido: falha humana, defeito técnico ou atentado terrorista ??? Afinal, essas são as únicas opções de um acidente aéreo e, somente se encontrarem a “caixa-preta” da aeronave no fundo do Oceano se terá ciência do ocorrido (lembremo-nos do acidente do vôo Rio-Paris, meses atrás, quando conseguiram resgatar a “caixa-preta” do fundo do mar, possibilitando a constatação de que, além da falha técnica, houve erro grotesco do piloto e co-piloto ao levarem o avião para o centro de uma tormenta meteorológica de proporções alarmantes).
    
Fato é que, embora o transporte aéreo ainda se nos apresente como o que oferece mais segurança, comodidade e rapidez, quando uma tragédia de tamanha proporção acontece, ceifando a vida de tanta gente, é que entendemos da nossa insignificância.

Pessoalmente, já passamos por uma experiência um tanto quanto desagradável e traumática, no tocante a viagens aéreas, quando o avião que faz a rota Fortaleza-Juazeiro, depois de tocar o solo, “arremeteu” de forma abrupta e violenta. E, durante aproximadamente cinco minutos, depois de um silêncio sepulcral, onde só se ouvia o chororô de alguns e as preces de outros, finalmente o pouso se fez. Na saída, como ninguém se manifestou, indagamos dos “simpáticos” componentes da tripulação, postados à porta, o que houvera ocorrido. A resposta: “uma lufada de vento muito forte, daí o comandante preferir arremeter”. Como não “deglutimos” aquele argumento, dia seguinte ligamos para o “0800” da empresa Avianca e, para nossa surpresa, a desculpa foi a mesma.


Agora, aqui pra nós: vento no interior do Ceará, em dia de sol brabo, sem nuvens,  capaz de desestabilizar uma aeronave pesando toneladas ??? Claro que o comandante jamais colocaria em seu relatório que falhou feio, colocando a vida de dezenas de pessoas em perigo. Mas foi isso o que aconteceu. 

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