quarta-feira, 11 de junho de 2014

Passaporte pra "bagunçar" e, até... "matar" - José Nilton Mariano Saraiva

Os que têm um mínimo de consciência e discernimento de que a “cabeça humana” não é apenas e tão somente um órgão para separar as duas orelhas, sabem (ou deveriam sabê-lo) porque os viram atuar com desassombro ao vivo e a cores, na telinha, que os tais “black-blocs” são bandidos de alta periculosidade, vermes capazes de contaminar legiões de desavisados, elementos sectários e radicais, mas essencialmente covardes na acepção plena do termo, porquanto providencialmente usuários de um adorno que impossibilita serem reconhecidos: a máscara (se fossem bravos, corajosos, destemidos e responsáveis pelos seus atos, como se julgam, não se esconderiam atrás de). 

Assim, protegidos por tão infame instrumento, exacerbam em suas manifestações e, tal qual uma epidemia incontrolável, um rolo compressor humano ensandecido, se danam a quebrar, depredar, agredir, desrespeitar e, até... matar (lembram do repórter cinematográfico, Santiago Andrade, da Rede Bandeirantes, covardemente morto por um rojão disparado por um desses marginais ???).

Só que, na hora do “pega pra capar”, da repressão à altura (incrivelmente condenada por alguns), sempre encontram uma maneira de evadir-se, de se mandar, deixando para trás um rastro de estrago e destruição, facilmente detectável.

Pois, agora, surgiu uma novidade, a respeito, só que um tanto quanto inverossímil: é que o Ministério Público do Ceará, ignorando tão mafioso modus operandi sancionou, publicizou na mídia em geral e instruiu a polícia militar, a permitir que esses marginais usem e abusem do uso das tais máscaras, nas citadas manifestações, sem que haja necessidade de importuná-los. A ordem é: só agir e eventualmente reagir se notar que os “coitadinhos” demonstram alguma atitude hostil (ou seja, eles seriam antecipadamente consultados do porquê de estarem usando a máscara, bem como se pretendem fazer algum tipo de baderna).

A justificativa, hilária se não fosse potencialmente trágica, é de que, como no nosso “carnaval” os brincantes podem usar a máscara livremente, sem serem importunados, por qual razão nessas manifestações seus integrantes não o podem fazê-lo, igualmente ??? Como se vê, numa aberração sem tamanho e estapafúrdia, em todos os sentidos, os ilustres e letrados componentes do Ministério Público do Ceará igualam uma festa tradicional, um momento do mais puro lazer e diversão de famílias inteiras (como o é o nosso carnaval), com um aglomerado hostil e disposto a tudo que não seja legal (black-blocs).

A conclusão, minimamente racional, só pode ser uma: a bandidagem acaba de receber, das ditas autoridades constituídas, um autentico “passaporte para bagunçar e, até... matar”.  Impunemente (sem ser molestada).


Preparemo-nos, mas torcendo para que tal não aconteça.

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