domingo, 23 de novembro de 2014

Você é Linda! - José do Vale Pinheiro Feitosa



Em qual hélice do meu cromossoma, teu hálito se alojou feito um vírus? Que se reproduz a cada vez que os dias nascem como o novo.

Pergunto por que o dourado nascente é a cor que diz eternidade até sangrar de saudade de ti, no entardecer deste eterno renovar-se. E, serenamente, sentindo a brisa de Paracuru, com as notas das marés, chamando pelo brilho das primeiras estrelas.

Você é linda. Não por apenas ser este raio do amanhecer. É por todas as constelações desta infinidade que supera o design do meu consumo conspícuo. É linda além de muito bela. Além dos limites. Amada.

E se os olhos não constam, teus odores amanhecem o prazer. Os ouvidos despertam com os sentidos de te escutar. As pontas dos dedos incendeiam tramas infinitas ao toque de tua pele.  

E nas praias desertas. Plenas de toda a universalidade, a paralaxe zero entre o sol e o teu corpo. Tudo é equilíbrio, harmonia, unidade na identidade inseparável deste momento em que sou, apenas, a parte observadora.

Tudo é tão claro. Tão limpo. Tão dourado infiltrado de azul. De nuvens garças, que flutuam como acréscimos de uma inspiração agradável, de todo o conteúdo das estrelas, dos céus, do mar e da terra.


Suavemente. Lentamente. Como se nunca houvesse termo. Fim. Saudade. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário