Fragmentos de vários vídeos publicados no youtube com a música cantada por Taiguara. Não escolheria estas imagens, mas ficou mais fácil editar assim.
A verdade é que o pragmatismo burguês não comporta os
sonhadores. Olhados à distância com um riso de desprezo no canto da boca, os
senhores das posses e do dinheiro não acreditam que o mundo seja a eternidade
agora. Aliás eles acreditam na perenidade de seu capital sempre com ratoeiras
dentro dos bolsos com medo que os ladrões levem sua eterna vigilância.
Os sonhadores que questionam esta divisão de ambições. Esta
particularidade que levanta muros, a fé inabalável na ordem vigente. Os
sonhadores que, por momentos, sabem os empecilhos do amor entre as pessoas, mas
entendem que o ódio também é passageiro.
Os sonhadores perseguidos, censurados, torturados, mortos, desaparecidos.
Os sonhadores banhados, a cada dia, pelos ácidos que corroem todos os seus
sonhos de felicidade e paz. Os sonhos que se acabam porque outros sonhos
precisam começar.
E por isso esse momento do canto mais censurado da história
do Brasil. Foram 68 canções engavetadas pela intolerância de uma ordem que uma
canalha enraivecida deseja renascer. Nem um disco gravado em inglês pôde ser
lançado no Brasil. Nem seu disco gravado no Brasil em 1975, Imyra, Tayra, Ipi
com a fina flor da música instrumental brasileira (Hermeto Paschoal, Wagner
Tiso, Toninho Horta, Nivaldo Ornelas, Jacques Morelenbaum, Noveli, Zé Eduado
Nazário) pode ser lançado. A censura não deixou.
Na semana que passou na Globo News, com Chico Pinheiro este
pessoal relembrou Taiguara. Que me lembre foi uma das únicas vezes nos últimos
anos que vi tão gente de primeira tocando junto.
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