terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Je ne suis pas le bourgeois - José do Vale Pinheiro Feitosa

Je ne suis pas Lula, Dilma, Cardoso, Serra, Bolsonaro, le Pape, le Clergé, le Patriarcha, Le Imam, Le Dalai-Lama.

Como não sou a comissão de frente da multidão que marchou em Paris contra o fuzilamento dos cartunistas e jornalistas do Charlie Hebdo.

Como não sou os apressados que retiraram as charges do Charlie do contexto para tentar provar que eles eram ao contrário do que se diziam.

Como, também, não fui leitor do Charlie, mas sei da linhagem crítica que sua editoria representou para a denunciar a ordem burguesa no mundo todo. Assim como sei que o Charlie tinha lado e o lado numa escrita crítica é sempre polêmico.

Como sei que a crítica ao capitalismo e à ordem burguesa teve, durante os séculos XIX e XX três linhas de ação diferentes. Uma reformista e duas revolucionárias. A social democracia é a que mais adiante foi por ser reformista e aceitável pelo sistema até que o neoliberalismo deu um chega para lá nela. As outras duas são revolucionárias com críticas entre ambas: a anarquista e a comunista.

Como sei que que as palavras anarquismo e comunismo estão inteiramente contaminadas de conteúdo ideológico e de acepções que nada representam de sua matriz. É assim que a luta ideológica se faz, tentando estigmatizar o adversário.

No dicionário que a nossa mente carrega, anarquismo, por exemplo, é quase apenas sinônimo de caos e agora são aqueles jovens vestidos de preto, os black blocs atirando pedras. Ou são aqueles assassinos, sabotadores e terroristas entre o final do século XIX e XX.

Come je ne suis pas les drones et les assassinats sélectif. Estes que são praticados pelas estratégias e táticas do imperialismo e do neo-colonialismo.

Come je ne suis pas le lois de la charia et les martyrs musulmam, esta prática de questionar a ordem por formas isoladas em que se mata mas não se muda nada.

Como denuncio a ação imperialista americana e francesa sobre a Líbia, o Iraque, a Síria, o Afeganistão, o Paquistão, descarregando uma chaga de destruição em que todos se matam sem evoluir em sentido algum, a não ser encharcar o terreno de sangue.

Je suis la liberté, la igualité et les droit humain et la protection sociale.


Como sou a crítica permanente da civilização e seu desenvolvimento além do estágio atual.      

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