segunda-feira, 19 de outubro de 2015

A MENSAGEM FANTASIADA

O meio é a mensagem. Famosa frase do pensador McLuhan, que demonstrou ser a informação era “processada” pelos meios de comunicação, para então ser entregue. Em outras palavras a informação já não era mais a originária.

Quem entrega a mensagem acrescenta, subtrai, inverte, transforma a informação. E inclusive autocensura, esconde a informação do grande público. Hoje a crítica feita aos meios de comunicação, especialmente os hegemônicos é que fazem tudo isso pelo que se chama editar a informação.

Alberto Dines em entrevista com o pensador Zygmunt Bauman levanta a solução da pluralidade de fontes de informação, para que a população pudesse ter melhor consciência de sua realidade. Ao mesmo tempo que concorda com Dines, Bauman aponta um revés grave neste caminho.

As pessoas estariam tão desejosas de conforto que teriam criado verdadeiras zonas de proteção para não se exporem a outros, a ideias e circunstâncias que se tirem pasmaceira confortável. Enfim a imagem clássica da redução do burguês de revolucionário a uma enfadonha vida de negócios e convenções mudas e surda.

O pensador inclusive aponta as redes sociais e a internet em geral como um exemplo desta criação de “zonas de conforto” (acrescente a dezenas de opções de canais de televisão com o controle remoto para correr rápido do desgosto). Ali apenas dialogamos e procuramos o que não nos incomoda, aquilo do qual não divergimos, “desligamos” tudo que é incômodo.

Ou seja, as pessoas podem até ter fontes plurais de informação, mas tenderiam a se manter inertes a elas para não ter que articular suas próprias contradições. Esse é certamente o lado da cultura de consumo, da mercadoria enfeitiçada, dos símbolos irreais de uma digestão rápida de processos, performances e objetos.

Mas a crítica não se perde, apesar das zonas de conforto.  E mais ainda, logo a contradição é tão marcante que a inquietação se sobreleva ao conforto que, em última análise, depende das circunstâncias afinal mutáveis. E temos fôlego e indignação para apontar a censura das grandes corporações de Meios de Comunicação e de suas Agências de Notícias, todas sediadas nos países centrais (especialmente EUA) e sujeitas a todo tipo de pressão ideológica das Agências Governamentais de natureza imperial.

Ernesto Carmona, jornalista, escritor chileno e jurado internacional do Project Censored, publicado em Proyecto Censurado e traduzido por Carlos Santos para o site esquerda.net e reproduzido pelo site Carta Maior, aponta as 10 notícias mais censuradas pela grande mídia em 2014 e 2015 foram as que seguem abaixo.

O 1% mais rico possui metade da riqueza mundial, de modo que em 2016 apenas um 1% da população possuirá mais riqueza que os 99% restantes.  A segunda é que o fracking (processo de fratura hidráulica do subsolo para extrair petróleo e gás) envenena as águas subterrâneas. Esse envenenamento contaminou os aquíferos da Califórnia.

A terceira notícia mais censurada foi que 89% das vítimas paquistanesas de drones americanos nem seque são apontados como militantes islâmicos (ou seja, o famoso efeito colateral). A quarta é que a luta da Bolívia pelo direito à água deu certo e muitos países seguem o exemplo. A quinta:   o desastre nuclear de Fukushima se espalha pelo Oceano Pacífico e já ameaça chegar à costa ocidental da América do Norte.

A sexta notícia é que os níveis de metano na atmosfera atingiram o máximo histórico nos últimos anos e o Oceano Ártico tem perigo crescente e com alterações de modo abrupto, inclusive com a liberação de grandes quantidades de metano que é contido pelo gelo. A sétima notícia é que o medo da espionagem dos governos condiciona a liberdade de expressão dos escritores, incluindo jornalistas e advogados. Em comparação com outras nações, a polícia dos EUA mata muito mais: 100 vezes mais que as polícias inglesas, 40 vezes mais letal que as alemãs e 20 vezes mais que as canadenses.

As grandes corporações de mídia vivem de afagar os egos dos multimilionários esquecendo-se dos pobres. E a décima é que a Costa Rica já tem predomínio em sua matriz a energia renovável. Assim diminuindo a geração por combustíveis.  

Isso apenas significa que a grande mídia é apenas um projeto geopolítico. E todos os impactos citados, positivos e ou negativos, devemos avaliar com critério inclusão e exclusão. Não repetir os erros já verificados.  


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