sábado, 17 de outubro de 2015

SEXO SEM NATALIDADE

Como dantes, nunca se ouviu tantas vezes que antes se viu algo igual, os indivíduos mudam como se transforma a demografia. Redução vertiginosa da fertilidade, envelhecimento da população, urbanização universal e articulação global.

O eixo da fertilidade é o sexo, que é o eixo do amor, mesmo aquele dito de todos a favor de todos. E agora o que teremos? Grandes implicações em tudo que é indivíduo e coletivo: gênero, personalidade, moral, família, sociedade e conteúdo do projeto de futuro (filosofia).

O sexo que sempre esteve associado ao desejo, já se encontra codificado como mercadoria e consumo. Todos os símbolos se tornaram meios de venda. E mais do que nunca o sexo, sem natalidade, se encontra robustecido pelas marcas do lazer (prazer).

Como produto pós-biológico, o sexo é conduzido socialmente como conquista sem barreiras de gênero, de raça, de idade, posição econômica (ou para alcança-la) e sobretudo como estética aquisitiva para exposição pública (especialmente de belas espécimes do sexo feminino).

Por isso se ultrapassaram, por meios químicos, os limites de idade e se fabricam parafernália de brinquedos, cremes, vestimentas, luzes e assim continua para puro sexo como diversão. Sem natalidade. Ou seja, sexo sem história a ser feita.

Assim como se tornaram toscos os efeitos especiais dos filmes dos anos 80 diante da computação gráfica, os brinquedos e bonecos de sexo estão se aperfeiçoando. Já há quem diga, como o futurólogo Ian Pearson (blog Opera Mundi) que “o sexo virtual e o sexo com robôs superarão as relações íntimas entre humanos.

No fundo o que temos é construção filosófica da sociedade de consumo, especialmente aquela de base tecnológica, retirando a relação corpo a corpo entre as pessoas. O que falta esclarecer é o quanto a exclusão do corpo pode nos fazer mais humanos, espiritualizados e mentalmente aceitáveis.
A rigor a filosofia destas fontes tem o forte desejo de, com um aperto de botão, sumir com o corpo para uma ambiência que chamam de virtual, mas que não passa de meras gravações e interações sobre estas gravações.


E retornemos a outras fontes filosóficas: a memória (gravação) não explica toda a nossa humanidade. Ela é parte não o todo. 

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