terça-feira, 22 de novembro de 2016

BANCOS DE "SEGUNDA LINHA" - José Nílton Mariano Saraiva

BANCOS DE “SEGUNDA LINHA” - José Nílton Mariano Saraiva

Não é possível que, principalmente os militantes do serviço público federal (aprovados em rigorosos concursos) e que ainda não foram vitimados pelo Mal de Alzheimer, hajam se surpreendido com o “anúncio fúnebre” do sem povo, sem voto e sem moral (Michel Temer), no tocante ao progressivo esvaziamento do Banco do Brasil (e demais bancos públicos), visando sua posterior extinção/privatização.

Afinal, na fase crepuscular da década de 90, o Governo Tucano (Fernando Henrique Cardoso), via Ministério da Fazenda (Pedro Sampaio Malan), firmou um Acordo Stand-By com o Fundo Monetário Internacional, onde, em troca de migalhas que teoricamente livraria o Brasil da falência absoluta, se comprometeu a entregar à iniciativa privada tudo que contribuísse para que o patrimônio nacional fosse pulverizado vapt-vupt (não houve jeito, perdemos parte expressiva do patrimônio e tivemos que se ajoelhar mais duas vezes, posteriormente).

Abaixo, só pra refrescar a memória, a prova do crime:

MEMORANDO DE POLÍTICA ECONÔMICA (de 08.03.1999), ENCAMINHADO AO FMI PELO MINISTÉRIO DA FAZENDA DO GOVERNO FHC (ACORDO STAND-BY)

Com determinação o governo dará continuidade à sua política de modernização e redução do papel dos bancos públicos na economia. O Banco Meridional uma instituição federal foi privatizado 1998 e em 1999 o sexto maior banco brasileiro, o BANESPA, agora sob nova administração federal será privatizado. Ademais, o governo solicitou à comissão de alto nível encarregada do exame dos demais bancos estatais (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, BNDES, BNB e BASA) a apresentação até o final de outubro de 1999 de recomendações sobre o papel futuro dessas instituições, tratando de questões como possíveis alienações de participações nessas instituições, fusões, vendas de componentes estratégicos ou transformações em agências de desenvolvimento ou bancos de segunda linha. Essas recomendações serão analisadas e decisões serão tomadas pelo Governo antes do final do ano sendo que as determinações serão implementadas no decorrer do ano 2000. O Governo já se decidiu sobre a privatização da administradora de ativos afiliadas ao Banco do Brasil (BB) e do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB)” (ipsis litteris).
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Apesar da pressa, não deu tempo de “doar” tudo, face à defesa da sociedade e, posteriormente, com a assunção de Lula da Silva, quando o estado brasileiro foi retomado, tanto que de devedor do FMI passamos a credor daquele famigerado Fundo, de par com a adoção de uma política exterior independente, onde novas e poderosas parcerias foram estabelecidas (China, Mercosul, África e por aí vai). E a partir daí o Brasil ganhou o respeito internacional.

Vida que segue (e suas surpresas), fato é que hoje, após o “golpe” midiático, parlamentar, jurídico perpetrado, voltamos a uma fase de incertezas e pessimismo, principalmente ante a tenebrosa constatação que, embora fora do poder formalmente, a “tucanalhada” mais do que nunca se acha presente, porquanto o “gagá” enrolador que se acha Ministro da Fazenda (Henrique Meirelles) incapaz de uma ideia original, adotou definitivamente o modo/pauta tucano de ser e agir.

Assistir a tudo isso nos traz uma pesarosa e triste sensação de “DÉJÀ VU" (o equivalente popular a "eu já vi esse filme"), cuja medicação exige luta e enfrentamento, até porque ante um governo ilegítimo.


Mas, será que os famosos “coxinhas” que integram o serviço público federal (principalmente funcionários do BB, CAIXA, BNDES, BNB e BASA) que se esgoelaram, escreveram artigos e bateram panelas exigindo o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, estão satisfeitos com o papelão que fizeram e com o “presente” lhes está oferecendo o governo em termos de futuro ??? Teriam hombridade de ir às ruas defender seu emprego, o sustento da sua família ???

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