Segundo o Dicionário Houaiss
(página 2648), SUSPEIÇÃO é o “receio fundamentado, suscetível de se opor a
imparcialidade de juiz, representante do ministério público, testemunha,
perito, etc, em razão de certas circunstâncias ou interesses intercorrentes que
possam impedir ou privar qualquer deles da exação no exercício das suas funções”;
ou ainda “condição de suspeito, de algo que não se pode confiar até segunda
ordem” (ipsis litteris).
Explicitado o conceito,
examinemos, agora, duas aparentemente simplórias frases proferidas em tom de deslumbramento
pelas “excelências” togadas da Operação Lava Jato, mas que poderão lhes sair bem
salgadas:
01) depois de uma conversa
particular com o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux,
e ante a receptividade deste para com a atuação da Operação Lava Jato,
quando ouviu a promessa de que ele estaria disposto a ajudar sempre que se tornasse
necessário, o procurador Deltan Dallagnol correu para o colo do então chefe daquela
operação, Sérgio Moro, para cientificar-lhe da inusitada oferta. Ao que Moro
assentiu com inusitada satisfação, ao assegurar no seu inglês macarrônico, que:
“In Fux We Trust” (em Fux nós confiamos);
02) num segundo momento, depois
de 45 minutos de conversa com o também ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson
Fachin, o mesmo procurador, Deltan Dallagnol, literalmente chegou ao orgasmo-duplo
ao entoar para os colegas procuradores o refrão “A Ha, U Hu, o Fachin é nosso”/
“A Ha, U Hu, o Fachin é nosso”.
Pois bem, tendo em vista que
Edson Fachin é o relator da Lava Jato junto ao Supremo Tribunal Federal e,
comprovadamente, um mero “despachante” de todas as atrocidades sugeridas pelos
seus procuradores em desfavor do ex-presidente Lula da Silva, ao passo que Luiz
Fux se notabilizou por ser “do contra” em toda matéria que envolva o
ex-presidente e o PT, já não teria chegado a hora de se entrar com uma ação de “SUSPEIÇÃO”,
contra os dois, no próprio Supremo Tribunal Federal, tendo em vista as manifestações
de júbilo intramuros de Deltan Dallagnol e Sérgio Moro, saudando-os
efusivamente e de forma tão descarada e contundente ???
Afinal, se em Fux “nós
confiamos”, ao tempo que Fachin “é nosso”, como esperar que os dois votem com
imparcialidade e isenção quando chamados a se posicionarem sobre uma possível
anulação da pena arbitrariamente atribuída a Lula da Silva por um juiz comprovadamente
desonesto e mafioso, conforme demonstram agora as matérias divulgadas pelo site
The Intercept Brasil ???
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