sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

O PODER E A FORÇA DA TV - José Nilton Mariano Saraiva

Basta um rápido click no controle e lá estão elas: simpáticas, normalmente bem afeiçoadas, impecavelmente “produzidas”, sorriso no rosto e dicção perfeita. São as apresentadoras dos telejornais de certa emissora de TV, aqui de Fortaleza.

De princípio, um tanto quanto tímidas, aos poucos vão pegando os “macetes” da profissão e começam a se soltar, findando, em pouco tempo, por nos apresentar não só a beleza física, mas também um trabalho de boa qualidade, competência e, às vezes,  corajoso (uma delas, recentemente, numa reportagem sobre o circo, se meteu dentro de um daqueles “globo da morte” e ficou ali, estática, enquanto duas possantes motos zanzavam a toda velocidade em torno dela).

Um detalhe, no entanto, as caracteriza (pelo menos parte delas) e não é preciso ser tão observador pra constatar: apesar de todo o treinamento e técnica que adquiriram a fim de se habilitarem a se postar diante das câmaras (que inclui até a forma como se deve empunhar um microfone), com a diária exposição midiática não mais que de repente, elas não se seguram ou “esquecem” momentaneamente tudo que aprenderam e fazem questão de orgulhosamente nos mostrar a consequência e produto do trabalho: uma “argola” no dedo.

De ouro puro, normalmente grossa e polida o suficiente pra ser visualizada a quilômetros de distância, enfiada no dedo anular da mão direita (a que segura o microfone), como a nos anunciar: “AQUI, BICHO, TÔ NOIVA”, VIU ???

A coisa é tão séria que, recentemente, uma delas chegou a convencer o próprio “chefe” a comparecer ao programa esportivo que apresenta, a fim que anunciasse ao vivo e a cores que ela estava noiva.

O que impressiona, entretanto, é a velocidade com que a tal “argola” transmuta-se da mão direita pra a mão esquerda e a “necessidade imperiosa” que elas sentem de – mesmo  destras – empunharem o tal do microfone agora com a mão esquerda, como a nos anunciar (num silêncio ensurdecedor): “OLHA AÍ, CARA, CASEI, SACOU, ???”.

Mas, como o número de fãs é expressivo e o assédio certamente que idem, de repente lá estão elas no vídeo trocando INCESSANTEMENTE, até de forma acintosa, o microfone de mãos, como se fizessem questão de mostrá-las agora sem nenhuma “argola”, só nos faltando gritar: “E AÍ, BONITÃO, TÔ LIVRE, PODE CHEGAR JUNTO”. 

E como a vida continua, dentro de pouco tempo a história recomeça numa velocidade impressionante: a “argola” na mão direita, transferência para a mão esquerda e, de repente... tomou doril, a “argola” sumiu.


quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

ANTECIPANDO-SE AO FILME "DOIS PAPAS" - José Nilton Mariano Saraiva


Hoje, o sucesso do momento é o filme “DOIS PAPAS”, que retrata tudo o que expomos no artigo abaixo, anos atrás, nos diversos blogs para os quais colaboramos.

Premonição ???
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Quem conhece um pouco da história da Igreja Católica Apostólica Romana sabe perfeitamente que, por trás dos herméticos, vigiados e protegidos muros do Vaticano, em seus corredores e porões, entre abraços de tamanduá, tapinhas nas costas e falsos sorrisos, vige uma espécie de briga de foice em quarto escuro, na oportunidade em que se tem de escolher um novo Papa; conchavos, corrupção, falsidade, traição, oferecimento de vantagens, tráfico de influência e o escambau são a essência dos encontros cardinalícios quando da escolha do sucessor de Pedro.

O jogo é bruto e pesado (fala-se, inclusive, que João Paulo I – o italiano Luciane – após pouco mais de um mês no trono, teria sido envenenado por discordar do modus operandi vigente).

Assim, no Vaticano nada difere das diversas arenas políticas espalhadas pelo mundo, quando da eleição de mandatários nos mais diversos países. É o tal “componente político” a que tanto aludimos e que na cúpula da Igreja Católica também se faz presente, sim.

Por essa razão (o penoso e desonesto trabalho de chegar lá e as concessões que se tem que ofertar), normalmente quem consegue trata de segurar o bastão até o instante em que “bate as botas”, nem que para tanto tenha que enfrentar constrangimentos mil (conforme nos mostrou o carismático polonês João Paulo II, que, acometido de todo tipo de doença - Parkinson, demência, dificuldade motora, etc), não largou o osso de forma alguma.  

Assim, de certa forma foi surpreendente quando, quase chegando aos 80 anos, o ultraconservador ex-integrante da juventude nazista, o alemão Josepf Ratzinger, conseguiu sucedê-lo.

Só não surpreendeu foi sua postura de alheamento ao que acontecia ao seu entorno, já que os ultrapassados e envelhecidos dogmas da Igreja Católica jamais foram ameaçados: celibato, divórcio, aborto, contrareceptivos, punição de padres pedófilos, alinhamento político do clero com causas sociais e políticas do terceiro mundo, enfim, desafios típicos do contemporâneo foram deixados de lado.

Mais surpreendente, então, foi ele anunciar que iria “se mandar” (renunciar), deixando seu rebanho na orfandade (e de um pai vivo), já que com apenas 08 anos sentado no trono.

E aí, a grande surpresa, a denúncia/revelação “bombástica”, porquanto proferida por alguém que comandava a Igreja Católica até então e, pois, conhecedor profundo das suas entranhas e labirintos: na cúpula da Igreja Católica vige, sim, a "hipocrisia religiosa, o comportamento dos que querem aparentar, as atitudes que buscam os aplausos e a aprovação" (ipsis litteris).

Portanto, se nada fez de produtivo durante sua gestão de 08 anos à frente da Igreja Católica Apostólica Romana, o alemão de certa forma se redimiu, ao anunciar aos seus pares, de viva voz, aquilo que todo mundo já desconfiava: no Vaticano, cerne do cristianismo, impera a discórdia, o jogo sujo, a luta (fratricida e desonesta) pelo poder. Enfim, o “componente político”.  






domingo, 22 de dezembro de 2019

"DOIS PAPAS" o filme - José Nilton Mariano Saraiva

Pode o “fim”, resultar em um “começo” ??? Baseado em fatos reais, o excelente filme “DOIS PAPAS” nos mostra exatamente isso.


Após a morte do carismático Papa polonês João Paulo II, nos requintados e luxuosos salões do Vaticano começa uma luta ferrenha à sua sucessão: de um lado, o cardeal alemão Joseph Ratzinger, 78 anos (que na juventude militara na tropa nazista de Hitler), e agora tido e havido como um ultraconservador, de posições jurássicas inabaláveis e assumidamente candidato, capaz até de cabalar votos sem nenhum escrúpulo; na oposição, usando de toda a hipocrisia que se possa imaginar, o polêmico cardeal argentino Jorge Bergoglio, 69 anos, (que no passado se aliara à Ditadura dos militares argentinos) que embora declare não pretender concorrer, intimamente batalha para se viabilizar.


Fato é que, só após o quarto escrutínio, emergiu a fumaça branca oriunda da cafona e ultrapassada chaminé do Vaticano, anunciando que um novo Papa fora sagrado. Joseph Ratzinger, o alemão ambicioso, chegara lá.


Desgostoso por entender que a Igreja necessitava de uma outra política, um outro olhar, uma outra atuação, que só ele poderia implementar, Bergoglio resolve voltar à sua Argentina e se dedicar à sua paróquia.


Eis que, durante o papado de Ratzinger (agora rebatizado como Papa Bento XVI), eclodem os cabeludos e incontentáveis escândalos na cúpula do catolicismo: o roubo no Banco do Vaticano, os padres pedófilos, as traições, o abuso sexual na Igreja entre padres e freiras, bem como a homossexualidade até então reprimida (talvez em razão do ultrapassado celibato), assim como a persistente condenação ao divórcio, e por aí vai.


Contrário a tudo isso, o populista Bergoglio toma a iniciativa de aposentar-se precocemente (mesmo sem contar com o apoio dos argentinos) e, para tanto, necessário solicitar a autorização do Papa Bento XVI-Ratzinger; endereça-lhe, então, o competente pedido, e é chamado a Roma para uma conversa pessoal com o próprio.


Em lá chegando, durante dois dias, respeitosamente Bergoglio e Ratzinger se reúnem várias vezes e põem a nu suas abissais diferenças, olho no olho, a ponto do Papa lhe confidenciar que não concordava com sua aposentadoria, por uma razão simplória: confidencia-lhe, em primeira mão, que iria renunciar ao papado por não aguentar tanta pressão e pela saúde debilitada (estaria, até, cego do olho esquerdo). E então, incisivamente declara sua intenção de fazê-lo seu sucessor, ao afirmar: Não concordo com nada do que você diz, mas você é aquilo de que a Igreja precisa agora”.


Eleito Papa (com o apoio do Papa, lembremo-nos), Bergoglio virou o Papa Francisco e até hoje mantém uma respeitosa amizade com Ratzinger, que, por uma deferência sua (Bergoglio), mora no próprio Vaticano.


Baseado em fatos reais, o excelente filme “DOIS PAPAS” nos mostra exatamente isso: que, mesmo no crepúsculo da vida (Ratzinger), há que se ter espaço para o começo de uma amizade respeitosa, apesar de divergências profundas.


O final do filme é fabuloso: “tarado” por futebol (que Ratzinger abominara por toda a vida), Francisco convida-o para assistirem juntos a final da Copa do Mundo (realizada no Maracanã, Rio de Janeiro, Brasil), entre Alemanha e Argentina. E então, frente a TV, entre goles generosos de cerveja estupidamente gelada, opiniões sobre determinados lances do jogo (cada um defendendo a sua seleção), Ratzinger descobre, enfim, que o futebol é realmente “fabuloso”.


Para quem não lembra, a Alemanha ganhou de 1 x 0 (e como o neófito no mister, Ratzinger, vibrou com o gol da sua Alemanha).













domingo, 8 de dezembro de 2019

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

MANIPULAÇÃO "GROTESCA" - José Nilton Mariano Saraiva


Lá atrás, no governo Itamar Franco, foi o então supostamente íntegro e sério Ministro da Fazenda, senhor Rubens Ricupero que, flagrado em conversa informal com um dos repórteres globais (Carlos Monfort, seu cunhado) não percebendo que o microfone estava ligado, soltou esta pérola:
"Eu não tenho escrúpulos. Eu acho que é isso mesmo: o que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde".
Claro que teve que “se mandar”, tal o escândalo advindo.
Num segundo momento, no governo do fajuta “príncipe dos sociólogos” (Fernando Henrique Cardoso), quando se pensava que a “arte” de fraudar números na gestão pública houvesse sido obstada, estupefatos tomamos conhecimento que a presidência do Banco do Nordeste fora entregue a um exímio e descarado fraudador de balanços, senhor Byron Queiroz, “expert” em transformar prejuízos em lucros com o simples uso de uma caneta. Descoberta a fraude grotesca, ainda assim foi absolvido por unanimidade pelos desembargadores de um desses tribunais regionais corruptos existentes no país, por interferência do padrinho famoso (Tasso Jereissati).
Agora, na gestão do comprovadamente despreparado Jair Bolsonaro, só através do rigoroso e ultraconservador jornal britânico, Financial Times (já que a mídia tupiniquim foi cooptada), tomamos conhecimento que o todo poderoso Ministro da Economia, Paulo Guedes (aquele, cujo única referência maior é a sua atuação deletéria no governo chileno do ditador Augusto Pinochet) apresentou números flagrantemente manipulados no tocante à situação econômica atual do Brasil, daí a humilhante manchete:
“Falha nos dados econômicos brasileiros desperta preocupações entre analistas”.
Pego no flagra e sem ter justificativa alguma a apresentar, de pronto o Ministério da Economia tratou de apressadamente “revisar” os números fraudulentos das exportações brasileiras, pela segunda vez em menos de uma semana, deixando no ar, dentre outras, as seguintes dúvidas: 1) desde quando, sob Bolsonaro, os balanços brasileiros são “martelados” irresponsavelmente, a fim de escamotear a realidade do país; 2) até quando a mídia e especialistas brasileiros hão de aceitar passivamente os arroubos do charlatão Paulo Guedes e sua equipe, sem qualquer questionamento; 3) como fica a confiança e credibilidade do país ante a comunidade financeira internacional, já que o “engano” verificado em um só mês (novembro/2019) foi de “irrisórios” US$ 3,8 bilhões (de dólares, é bom não esquecer, e em um só mês).
Instado a explicar-se, o Ministério da Economia disse que tal erro foi causado por uma “falha” em registrar um grande número de declarações de exportadores nos últimos três meses, e que as exportações em setembro e outubro também foram sub-notificadas em US $ 1,37 bilhão e US $ 1,35 bilhão respectivamente.
Fato é que, ao receber do ignorante e abobalhado chefe “carta branca” para atuar livremente em todos os setores da administração pública (apesar do seu histórico medíocre como economista) Paulo Guedes é aquele tipo que não tem nenhum escrúpulo ou mesmo respeito por quem quer que seja, porquanto convicto servo do “deus-mercado”. E como sabemos, o “deus-mercado” tem ojeriza a pretos, pobres e putas, priorizando, sim, os rentistas de plantão (o próprio Paulo Guedes atua com desembaraço no segmento).







sexta-feira, 29 de novembro de 2019

A "SUPREMA" DESMORALIZAÇÃO DO "SUPREMO" - José Nilton Mariano Saraiva


Em “N” oportunidades destacamos, aqui mesmo neste espaço (e nos demais blogs para os quais colaboramos), que ao chancelar todas as absurdas e cabeludas irregularidades perpetradas pelo juiz de primeira instância Sérgio Moro, insertas nos processos abrigados na tal Operação Lava Jato, os integrantes do Supremo Tribunal Federal fatalmente “se cobrariam” mais à frente, porquanto a tendência natural seria o surgimento de uma espécie de “ciumeira” entre seus integrantes e os “lavajateiros”, no tocante ao “poder de mando” (ou no “quem manda aqui nessa porra”), em questões essenciais do mundo jurídico.

E a razão era simplória: malandramente desfraldando uma falsa bandeira de combate sem tréguas à corrupção (quando esta se abrigava no seio da própria Lava Jato), Sérgio Moro (e quadrilha) logo ganharam o apoio de boa parte da população e, sem nenhum constrangimento, avançaram feito um trator desgovernado sobre o ordenamento jurídico nacional, pouco se importando com a constitucionalidade ou não dos seus atos. Tanto é, que um desses iluminados togados chegou ao cúmulo de afirmar que a tal Lava Jato era uma operação “excepcional” e que, por isso, mereceria um tratamento “excepcional” (mesmo que estuprando diuturnamente nossa Carta Maior, reconheceu na oportunidade).

Tanto fizeram, tanto transgrediram, tanto desrespeitaram, tanto abusaram da leniência do Supremo Tribunal Federal (à época não houve qualquer reação daquela Corte Maior), que, agora, os integrantes do Tribunal Regional Federal 4 (TRF4), de Porto Alegre, uma espécie de “puxadinho” (revisor) dos processos oriundos da gangue de Curitiba, resolveu simplesmente desconsiderar uma “ainda quente” decisão do STF, no tocante ao necessário respeito à PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA (até o trânsito em julgado), e voltaram a condenar o ex-presidente Lula da Silva sem que o processo haja chegado aos “finalmentes” (se não for obstada tal decisão, definitivamente ficará caracterizada a “suprema desmoralização do supremo”).

Para tanto, o relator do TRF4, João Gebran Neto (amigo íntimo de Sérgio Moro), chegou ao absurdo de afirmar em sua sentença sobre o sítio de Atibaia, frequentado pelo ex-presidente, que... “não é de fundamental importância a propriedade formal do ex-presidente Lula e material do Fernando Bittar, ou material de Lula e formal de Bittar. O que me parece relevante é que o presidente Lula usou o imóvel”.

A propósito, no longínquo 28.08.2016 (3 anos e 3 meses atrás, portanto), ante as “convicções” e “ilações” (sem provas) de Sérgio Moro e sua gangue, já questionávamos em nossas postagens sobre a (des)necessidade da existência de “cartórios de imóveis”, porquanto os “registros” por eles emitidos nada valiam, de acordo com os mafiosos de Curitiba/Rio Grande do Sul.

Se alguém tem alguma dúvida sobre o que àquela época antecipávamos, confira abaixo:

domingo, 28 de agosto de 2016
"CARTÓRIOS", PARA QUÊ ??? - José Nílton Mariano Saraiva

Na antiguidade, “cartórios de registro de imóveis” eram responsáveis por emitir documentos de fé pública, atestatórios da legalidade e da certeza de que qualquer mortal comum era, sim, proprietário legítimo de um dado imóvel, sobre o qual exerceria plenos e totais poderes.

Assim, o ato de compra, venda ou simples aquiescência em ser fiador de alguém numa transação imobiliária de aluguel, só se realizaria ou validaria se o “cartório de registro de imóveis” emitisse o competente “registro” comprobatório da “propriedade” do referido bem.

Como, entretanto, vivemos outros tempos, onde um juizeco de primeira instância (Sérgio Moro) estupra diuturnamente a Constituição Federal, contando com a omissão e passividade criminosa do próprio Supremo Tribunal Federal, isso já não é possível (na verdade, o “ex-guardião” da nossa Carta Maior acoelhou-se, vergonhosamente abriu as pernas e se deixou usar; tanto que a “agenda” do STF quem determina é o Moro, o ritmo da dança é o Moro que impõe).

Assim, se você aí do outro lado da telinha acha é o “proprietário” do apartamento, casa ou sítio que adquiriu depois de “ralar” muito, de economizar trocados anos e anos até, finalmente, poder adquirir e quitar seu imóvel, é bom tirar o cavalinho da chuva; o juizeco Sérgio Moro e seus raivosos procuradorezinhos de Curitiba, pode muito bem decidir que não, que na realidade o “proprietário” é uma outra pessoa, que você talvez nem conheça (estamos TEMERosos, a respeito).

Em São Paulo, por exemplo, os senhores Fernando Bittar e Jonas Suassuna estão na iminência de perder um sítio adquirido anos atrás e devidamente registrado no cartório de registro de imóveis competente (e o “registro” de propriedade foi exibido publicamente), simplesmente porque o juiz Sérgio Moro “cismou” que o real dono é o ex-presidente Lula da Silva e sua mulher Marisa, que o frequentam com assiduidade, a convite dos donos. Ou seja, o documento emitido pelo cartório competente não tem nenhuma validade, é falso, irrelevante, não condiz com a realidade. O que vale é o que “pensa” Sérgio Moro, mesmo que não tenha nenhum documento sobre, a fim de comprovar suas ilações (bom lembrar, que o mesmo modus operandi foi usado para atribuir a propriedade de um apartamento na praia de Guarujá ao ex-presidente, embora não haja nenhum registro, a respeito e, agora, tenha surgido a proprietária do próprio).

Fato é que o golpe perpetrado por políticos corruptos e comprovadamente ladrões, visando destituir uma presidenta democraticamente eleita com quase 55 milhões de votos, contou com a inestimável e decisiva colaboração dos “togados” do Supremo Tribunal Federal, que desde o começo chancelaram as arbitrariedades patrocinadas por uma juizeco-partidário e que tem como objetivo maior inviabilizar a candidatura invencível de Lula da Silva, em 2018.

Agora, “dose” é você ter que aguentar um Aécio Neves (atolado até o pescoço nas falcatruas de Furnas e Petrobras), o Cássio “procrastinação” Cunha Lima (que foi cassado quando governador da Paraíba, por roubo), um Agripino Maia (também comprovadamente ladrão do erário), um Aloisio “300 mil” Nunes (que recebeu dinheiro do assalto à Petrobras), um Michel Temer (que atuou com desembaraço - $$$ - nas “docas” de Santos), um Ronaldo Caiado (acusado de manter empregados em regime de escravidão) e por aí afora, virem a público para atacar uma pessoa honrada como a presidenta Dilma Roussef.

Alfim, a constatação horripilante: “cartórios de registro de imóveis” hoje são desnecessários, já eram, não têm mais qualquer validade e não mais merecem fé pública. O que vale agora é o que o juiz Sérgio Moro pensa e determina (e tudo por culpa do Supremo Tribunal Federal).

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Voltando aos dias atuais, um questionamento pra lá de pertinente: você tem certeza que o apartamento, casa, sítio, fazenda ou uma birosca qualquer que você haja adquirido com tanto esforço, é realmente de sua propriedade ??? O Sérgio Moro sabe que você pensa assim ???




domingo, 3 de novembro de 2019

“EU VOU TIRAR VOCÊ DESSE LUGAR” – José Nilton Mariano Saraiva

Se, realmente, "recordar é viver", aqui (em repeteco) a nossa homenagem a uma mulher que conhecemos numa das "zonas/puteiros/cabarés" da vida, e pela qual "arriamos" os quatro pneus, literalmente.
A lamentar, não termos tido a oportunidade de cumprir o que a ela prometemos, solenemente: "eu vou tirar você desse lugar" (hoje magistralmente relatada pelo cantor brega Odair José - vide link abaixo).
Ficou a saudade imorredoura (ou seria a famosa e sofrida "dor de corno" ???)


Eu Vou Tirar Você Desse Lugar (Odair José)

Olha, a primeira vez que eu estive aqui
Foi só pra me distrair
Eu vim em busca do amor

Olha, foi então que eu lhe conheci
Naquela noite fria, em seus braços
Meus problemas esqueci

Olha, a segunda vez que eu estive aqui
Já não foi pra distrair
Eu senti saudades de você

Olha, eu precisei do seu carinho
Pois eu me sentia tão sozinho
E já não podia mais lhe esquecer

Eu vou tirar você desse lugar
Eu vou levar você pra ficar comigo
E não me interessa o que os outros vão pensar

Eu sei que você tem medo de não dar certo
Pensa que o passado vai estar sempre perto
E que um dia eu posso me arrepender

Eu quero que você não pense em nada triste
Pois quando o amor existe
Não existe tempo pra sofrer

Eu vou tirar você desse lugar
Eu vou levar você pra ficar comigo
E não me interessa o que os outros vão pensar

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"ONDE ANDA VOCÊ, MARIA DE FÁTIMA ??? – José Nilton Mariano Saraiva

Em Fortaleza, num desses ambientes onde se reúnem mulheres a serem cortejadas, ela era unanimidade e compreensivelmente para ela convergiam os olhares, as fantasias e os corações daqueles alegres e falantes marmanjos, todos já “encharcados” de álcool até o gogó.

Assim, presumindo que com o nosso estilo discreto e reflexivo dificilmente conseguiríamos algo ante tantas feras de porte atlético privilegiado e verborragia (teoricamente) envolvente, preferimos ficar na nossa, observando o ambiente, curtindo o som e “deglutindo” uma geladinha.

De repente, às nossas costas, aquele toque suave no ombro; e, ao virarmos pra conferir, deparamo-nos com o mais belo (embora discreto) sorriso que alguém possa imaginar, seguido da sussurrada e inolvidável indagação: “E você, não quer ficar comigo ???”.

Foi assim que conhecemos a meiga Maria de Fátima.

Altura mediana, clara, cabelos castanhos, olhos discretamente ao estilo japonês, nariz perfeito, dentes impecavelmente alvos, lábios carnudos e... “cheinha”. Já no quarto, ao desnudar-se, uma arrebatadora e deslumbrante visão, digna de ser retratada por um desses pintores clássicos e posta num pedestal pra ser admirada por gregos e troianos: seios medianos e rijos, cintura fina, bunda belíssima, coxas firmes e pra lá de torneadas. Enfim, tudo no lugar. Uma deusa da perfeição.

Carinhosa, fala mansa, conversa aprumada, de pronto bateu aquela sinergia entre nós. A ponto de, ainda na cama, lhe indagarmos (com sinceridade d’alma) a “razão” ou o “por que” de uma mulher tão bela e educada frequentar um local daqueles; de onde ela era; de qual família e por aí vai. 

Surpresa, ela afirmou que era a primeira vez que alguém fazia tais tipos de perguntas pra ela, que nunca alguém procurara saber da sua intimidade, que, enfim, encontrara alguém “diferente” (e a prova disso é que não aceitou receber nada, ao final, como era praxe naqueles idos tempos).

Pra encurtar a conversa: na segunda vez que a procuramos ela simplesmente largou tudo, sob protestos da cafetina, e fomos curtir a vida em pleno dia, terminando por encontrar abrigo em nosso apartamento de solteiro (onde ela aprendeu, a partir de então e durante meses, a dormir “empacotada” em nossas camisas de seda, de mangas longas, que achava... ”gostosas”).

Em represália, fomos proibidos pela "alcoviteira" de adentrar o tal ambiente, já que os “seguranças” tinham ordem expressa de “baixar a cacete”, se se tornasse necessário; então, conjuntamente, arquitetamos que bastariam dois toques na buzina pra que ela “se mandasse” dali. E assim foi feito, a partir de então.

Foram meses de felicidade plena, durante os quais frequentávamos, de mãos dadas e sorriso no rosto, qualquer lugar que “desse na telha”, sem nenhum constrangimento de encontrar algum desses barões que com ela houvesse se relacionado naquele ambiente ("seleto" e frequentado por homens de realce da sociedade).

Mas...

De repente, a meiga Maria de Fátima sumiu, evaporou-se, tomou Doril, escafedeu-se, literalmente deixando-nos na mais completa orfandade (deve ter havido algo de sério e grave, que jamais saberemos).

Hoje, apesar de casado (em processo de separação) e com dois belos filhos já adultos, tal qual os William Bonner da vida não cansamos de (mentalmente) perguntar: onde anda você, Maria de Fátima ???

Quantas saudades…




terça-feira, 24 de setembro de 2019

https://estoriasehistoria-heitor.blogspot.com/2019/09/os-sonhos-da-nova-provincia-do-crato-da.html?m=1

terça-feira, 3 de setembro de 2019

O RESSURGIMENTO DO "NAZISMO" - José Nilton Mariano Saraiva


Uma das mais horrendas e perversas passagens da história da humanidade é aquela em que um alienígena maluco (Adolf Hitler, nascido na Áustria) consegue levar uma poderosa nação e todo o seu povo (a vizinha Alemanha) a embarcar na aventura insana de declarar guerra ao mundo todo, findando por provocar a carnificina que ficou conhecida como o “holocausto”.

Tribuno por excelência (capaz de persuadir gregos e troianos com extrema facilidade) e movido pelo ódio visceral e sem tréguas aos judeus, Hitler literalmente “evangelizou” os alemães no sentido de que se constituíam uma “raça superior” (raça ariana) em contraponto aos judeus, no seu entender os responsáveis por tudo de ruim na face da terra e que, portanto, deveriam ser dizimados, sem dó nem piedade. O resultado todos conhecemos: milhões e milhões de pessoas (inclusive crianças e idosos) foram trucidadas pelo simples fato de... serem judeus.

A reflexão acima é para lembrar que, por incrível que pareça, nos dias que correm o “nazismo” parece ressurgir em toda a sua plenitude e crueldade em um país muito distante da Alemanha: o nosso Brasil. E o cenário não poderia ser mais inapropriado: a belíssima capital do estado do Paraná, Curitiba.

Tão assombrosa constatação pode ser conhecida nos diálogos dos integrantes da operação Lava Jato sobre as mortes da esposa, irmão e neto do ex-presidente Lula da Silva, onde pontuam e se sobressaem o sadismo, a desumanidade e a banalização do mal, características típicas do nazismo hitleriano.

Comandados pela dupla caipira Sérgio Moro/Deltan Dallagnol, os neonazistas de Curitiba, com requintes de crueldade e pitadas de sarcasmo, literalmente celebram a morte, ao tempo em que gozam e caçoam com o sofrimento do ex-presidente Lula da Silva. Assim, a morte da sua esposa seria apenas e tão somente uma espécie de “eliminação de testemunha”, enquanto o legal, sagrado e manifesto desejo de comparecer ao enterro da companheira de toda uma vida seria tão somente vontade de sair da cadeia pra “passear”.

Fato é que, alcunhados pelo ministro Gilmar Mendes como uma perigosa “organização criminosa”, os integrantes da tal operação Lava Jato (Sérgio Moro e seu fiel escudeiro Deltan Dallagnol, à frente) deveriam ter seus processos/sentenças condenatórios revistos sem mais delongas, porquanto eivados de abusos e irregularidades e, em seguida, se realmente comprovado terem fugido ao ordenamento jurídico-legal, recolhidos a uma prisão de segurança máxima a fim de pagarem pelos recorrentes crimes cometidos em desfavor da nossa Carta Maior.

A César o que é de César.

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

OBRIGADO, GILMAR MENDES - José Nilton Mariano Saraiva

Nos últimos meses, neste espaço, usando da contundência que nos é peculiar, peremptoriamente afirmamos que a “esculhambação jurídica” vigente no país nos dias atuais deveria ser creditada aos integrantes do tal Supremo Tribunal Federal (teoricamente “guardiões” da Constituição Federal) , em razão de fazerem vista grossa e  chancelarem todas as grotescas arbitrariedades perpetradas pelo juiz de primeiro instância, Sérgio Moro, um costumaz estuprador da nossa Carta Maior,  principalmente no tocante ao tratamento dado ao ex-presidente Lula da Silva (vide abaixo, um dos inúmeros textos postados, dois/três anos atrás, ipsis litteris):

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A “SUCUMBÊNCIA” DO GUARDIÃO  – José Nilton Mariano Saraiva

Mais que inabalável esperança, alimentávamos, os brasileiros, a convicção plena de que quaisquer excessos, mudanças de rota e/ou desvirtuamento no tocante a aplicação do devido processo legal, nas diversas instâncias, de pronto seria obstado pelo “guardião da sociedade” -  o Supremo Tribunal Federal.

Afinal, embora a nossa Carta Maior reze que os poderes constituídos da república – Executivo, Legislativo e Judiciário - são “harmônicos e independentes”, não há como se negar que ao Poder Judiciário foi delegada a nobre, ingrata e difícil tarefa de, atuando dentro das normas e do ordenamento jurídico vigente, dirimir questionamentos e dúvidas sobre a correta aplicação do direito não só por parte dos demais poderes, como da sociedade em geral; ou seja, na perspectiva do surgimento (inevitável) do controverso, e quando todas as instâncias tenham sido acionadas sem que resultados surjam, a cidadela em que a sociedade poderá abrigar-se, o estuário onde desaguará as suas demandas, a última palavra a ser proferida caberá, então, ao Supremo Tribunal Federal. Daí, a expressão: “decisão judicial não se discute, cumpre-se”.

Mas, eis que, estranha e inadvertidamente, porquanto trafegando na contramão da “normalidade” e do bom senso, em momentos distintos o próprio Supremo Tribunal Federal se encarrega de “chafurdar” o ambiente jurídico: primeiro, ao aceitar passivamente que em nossos tribunais passe a viger a literatura jurídica alemã conhecida como “Teoria do Domínio do Fato”, cuja peculiaridade (na visão apressada e deturpada do STF) é a dispensa de provas para se condenar alguém (só que o próprio causídico alemão que a idealizou já afirmou que a coisa não é nem assim); ou seja, para os graduados nas “salamancas” tupiniquins com assento no STF, basta que haja indícios, suspeitas, ilações, desconfiança, boatos e por aí vai, para que o julgador considere o réu culpado ou inocente, se vai pra cadeia ou não; e isso a Ministra Rosa Weber nos mostrou no julgamento do tal “mensalão”, ao afirmar peremptoriamente que... “não tenho prova cabal contra Dirceu, mas vou condená-lo porque a literatura jurídica me permite”. E assim foi feito.

Já hoje, com a coqueluche da vez, a Operação Lava Jato, a  “cagada” do Supremo Tribunal Federal foi superlativa, porquanto literalmente parou o país. É que, comandada por um deslumbrado (e, sabe-se agora, desonesto) juiz de primeira instância, Sérgio Moro (aquele que tem como “musa inspiradora” da sua Lava Jato a Operação Mani Pulite, que quase acabou com a Itália), o que se observa é a Constituição Federal ser não só ignorada, mas estuprada diuturnamente, porquanto transgrediu-se o Estado Democrático de Direito,  sem que em nenhum momento o Supremo Tribunal Federal haja se manifestado a respeito.

E como não o fizeram na época apropriada, como se omitiram no  momento decisivo, os componentes daquela egrégia corte findaram por estimular bandidos a afrontá-la publicamente, como nos mostra agora o marginal (e réu) que preside a Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, que, acionado pelo Ministro Marco Aurélio Mello a tomar providências protocolares no referido processo, negou-se a cumprir a decisão judicial e, muito pior, acrescentando acintosamente que caso não fosse revertida a decisão de Sua Excelência, retaliaria de pronto (ou seja, ou faz como quero ou jogo merda no ventilador).

O impasse está posto e tudo indica que a decisão terá que ser tomada pelo pleno do STF (antes disso, e por incrível que pareça, o “bandido” Eduardo Cunha presidirá a sessão que poderá decretar o impedimento de uma Presidenta da República eleita democraticamente por quase cinquenta e cinco milhões de pessoas e sobre a qual não existe nada que a desqualifique).

Alfim, a pergunta que não quer calar: teremos a “sucumbência” (o dobrar-se, vergar-se, abater-se) do guardião da sociedade (STF) ante um desqualificado moral e ético da estirpe de Eduardo Cunha, ou seus insignes membros deixarão a covardia de lado, exorcizando tão maléfica figura, através do seu afastamento ou a cassação do seu mandato ??? Afinal, não custa lembrar que tão nefasta figura, se não for obstada legalmente agora, poderá assumir a própria Presidência da República, num futuro próximo. E se o fizer, coitado do Brasil.

Portanto, é agora ou nunca; ou o Poder Judiciário, através do Supremo Tribunal Federal, na condição de guardião da legalidade, se impõe ante um marginal momentaneamente incrustado na presidência do Poder Legislativo (sem que isso caracterize interferência de um poder sobre o outro) ou nos restará esperar a chegada definitiva do caos.

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Pois bem, hoje – aleluia, aleluia – após o Intercept Brasil disponibilizar mais um derrame de conversas constrangedoras, escabrosas e imorais entre os integrantes da “quadrilha de Curitiba”, à frente o juizeco de primeira instância Sérgio Moro e seu parceiro preferencial Deltan Dallagnol, é o polêmico ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes que, cortando na própria carne, vem a público para admitir que aquela Corte foi cúmplice, sim, dos desvios da operação Lava Jato comandada a partir de Curitiba, ao afirmar:
“É UM GRANDE VEXAME E PARTICIPAMOS DISSO. SOMOS CÚMPLICES DESSA GENTE. HOMOLOGAMOS DELAÇÃO. É ALTAMENTE CONSTRANGEDOR. TODOS NÓS QUE PARTICIPAMOS DISSO TEMOS QUE DIZER: NÓS FALHAMOS”.
O “despertar” (antes tarde do que nunca) de Gilmar Mendes teria se dado após reportagem veiculada da Vaza-Jato onde os procuradores de Curitiba (Deltan e companhia) debocham, ironizam e fazem ilações sobre as circunstâncias da morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia, denotando ódio em relação ao ex-presidente Lula da Silva.
Segundo Gilmar Mendes, “a República de Curitiba nada tem de republicana, era uma ditadura completa. Assumiram papel de imperadores absolutos. Gente com uma mente muito obscura, Gente ordinária. Se achavam soberanos. Gente sem nenhuma maturidade, Corrupta na expressão do termo. Violaram o Código de Processo Penal”.

Particularmente, só temos que manifestar nossa satisfação por receber a “solidariedade” do Ministro Gilmar Mendes (mesmo que indiretamente), porquanto corrobora tudo aquilo que denunciamos em nossas diversas postagens ao longo dos últimos dois/três anos (ou seja, que o Supremo Tribunal Federal tem responsabilidade direta por tudo isso que está aí).

Portanto, obrigado, Gilmar Mendes.






domingo, 25 de agosto de 2019

UM BOM TEXTO "INTERNETIANO"


O capitão está louco para fugir de um navio afundando (Por Sebastião Nunes)
Depois de verificar que estavam bem acomodados no avião presidencial os filhotes 01, 02 e 03, os ministros mais chegados e o maior rato que já existiu na face da Terra, o capitão Jair Messias ordenou que levantassem voo.– Pra onde? – perguntou solícito o piloto, sem tirar os olhos do ratão. – Pra onde houver um navio afundando.
O piloto, sem entender a ordem, olhou para o copiloto que, imediatamente, ligou para o serviço de informações da marinha. – Quem é responsável pelos navios em afundamento? – Não seja idiota, cara! – respondeu de lá um mequetrefe descontente. – Navio em afundamento não tem responsável, só tem irresponsável. – Então me passa o irresponsável de plantão.
Esperou alguns minutos, olhando de banda o ratão. – Alô? – disse uma voz irritada. – Você é o irresponsável pelos navios em afundamento? – Eu mesmo. – Sabe me dizer onde tem algum navio afundando neste momento? – Estamos em falta. Todos os que estavam afundando já afundaram. – Obrigado, cara – agradeceu o copiloto e, virando-se para o piloto, confirmou a informação: – Por ora estão em falta, comandante. O piloto se voltou para o capitão: – Sinto muito, capitão, mas afundando não tem nenhum.
O piloto verificou os comandos e viu que estava tudo ok. Olhou para o capitão e percebeu que nem tudo estava ok. – Desculpe, capitão. Mas por que procura um navio afundando? – Você quer saber do navio ou prefere saber o que esse ratão tá fazendo aqui? – As duas coisas, acho – confessou o piloto. – Explica pra ele, meu chapa – disse o capitão ao escudeiro-Moro –, você que é ministro da injustiça e anda devendo explicações. – Mas explicar o quê, capitão, se a ideia foi sua? – Minha, não, a ideia foi do Guedes. Ou do Salles. Alguém sugeriu e eu topei. – A ideia foi minha, capitão – disse o ministro que tem nome de pedra. – Ah, eu sabia que tinha sido um de vocês! – vociferou o capitão. – Uma ideia tão idiota só podia ser de um ministro. Explica aí, ó nome-de-pedra.
Mais que depressa, o ministro nome-de-pedra começou a explicar: – Estava eu no gabinete jogando porrinha com minha secretária, quando lembrei de um ditado muito popular: “Quando um navio afunda, os ratos são os primeiros a cair fora”. Me pareceu perfeito pra situação atual do Brasil. – Não entendi – confessou o piloto. – Vê se eu explicando você entende, porra! – explodiu o capitão. – O Brasil tá uma merda só, não tá? Hein? Tá ou não tá? – Se o senhor tá dizendo… – anuiu o piloto. – Pois então? – continuou o capitão. – Faça de conta que o Brasil é um navio e o navio tá afundando. Ficou claro? – Se o senhor tá dizendo… repetiu o piloto.
– Se o navio, quer dizer, se o Brasil tá afundando como um navio, os primeiros a cair fora são os ratos. Como pensamos em cair fora antes do navio, quer dizer, do Brasil afundar, montamos nesse ratão e agora precisamos de um navio afundando. – Até aí tudo bem. Mas eu nunca tinha visto um ratão desse tamanhão. – Isso foi ideia do Guedes – explicou o capitão. – Como o bosta não consegue sair do atoleiro econômico, encomendou esse ratão aí pra gente montar nele e fugir do navio afundando, quer dizer, do Brasil afundando. – Encomendou de quem? – insistiu o piloto. – Encomendou da CIA, cara. Ligou pro Trump e na CIA fabricaram esse ratão e mandaram pra nós. A CIA é capaz de tudo, cara! É ou não é?
– Mas mandaram numa boa? – duvidou o piloto. – Sem pedir nada em troca? – Claro que pediram, meu chapa – riu-se o capitão. – O sacana do Trump pediu a Amazônia em troca. Mas, esperto como sou, ele só vai levar a metade, depois que nossa gente incendiar ela tudinho. Ele leva metade e o resto fica pra gente criar boi. O nome-de-pedra tá preparando a minuta da escritura pro congresso aprovar. – Isso aí, papai! – aplaudiram a uma voz os filhotes 01, 02 e 03, felizes por terem um pai tão esperto e tão bom negociador.