sábado, 4 de janeiro de 2020

A INDESEJÁVEL VOLTA DOS "XERIFES" DO MUNDO - José Nilton Mariano Saraiva


Não se constitui nenhum segredo que os Estados Unidos da América já há um certo tempo passam por sérias dificuldades no tocante a fontes energéticas, principalmente à utilização do petróleo.


Mas que, mesmo e apesar de enfrentar um corrosivo, desgastante e avassalador processo de decadência econômico-produtiva, se nos apresenta (ainda) como a maior potência do mundo em termos técnico-científico e bélico, embora a China e Rússia já “funguem” em seu cangote de forma ostensiva e ameaçadora.

Mas, como a “fonte” que sustenta tudo isso - suas reservas petrolíferas - rapidamente se exaurem em função da “farra” e mau uso durante décadas (seu consumo interno sempre se manteve nas alturas), sem que se lhes apresentem condições de diminuí-lo ou haja qualquer outra fonte alternativa no médio prazo, há, sim, a possibilidade iminente de um “stop” da atividade produtiva do próprio país, dentro de certa brevidade.

Portanto, pra que se mantenha a máquina em funcionamento há uma imperiosa necessidade e um premente desafio de buscar, encontrar, extrair e até “roubar” petróleo, onde houver petróleo abundante e em excesso (leia-se Oriente Médio, preferencialmente, e Brasil, Venezuela dentre outros), senão o país mais poderoso do mundo inexoravelmente irá à lona, restará nocauteado.

Para consecução de tal mister, uma das mais eficientes armas utilizadas até aqui tem sido a distorção de informações (tal qual a utilizada pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial), propagadas por uma mídia corrupta, amestrada e dócil, que tem papel preponderante na fixação do uso de certos métodos heterodoxos de “convencimento”, objetivando sejam atropelados ou aniquilados aqueles que se lhes postarem à frente, ou, até, os que ousem contestá-los ou confrontá-los (desde quando, por exemplo, os americanos respeitam fóruns coletivos internacionais tipo a OTAN, ONU, G-8, G-20 e tal, quando resolvem que têm de intervir mundo afora ???).

Assim, nada mais conveniente e apropriado (pra eles, americanos) que se autoproclamarem e tentarem difundir e manter o galhardão de “XERIFES” do mundo, defensores da raça humana e dos bons costumes, protetores dos desvalidos, última reserva moral do planeta, solução para todos os males dos terráqueos, e por aí vai, mesmo que a sua belicista prática diária se contraponha à teoria.

Necessário, para tanto, a provocação e manutenção infindável de um “conflitozinho” básico com um país periférico qualquer (contanto que abarrotado de petróleo) a fim de que, quando a coisa apertar e se tornar necessário, possam descredenciá-lo, jogá-lo às feras, pô-lo contra o resto do mundo, invadi-lo e, assim, tomar de conta das suas portentosas reservas minerais.

Afinal, quem não lembra do recentemente ocorrido no Iraque, quando os "gringos", sob o fajuto e inconsistente argumento da existência de letais armas químicas com potencial de destruir a própria humanidade, acionaram sua mortífera e poderosa força bélica com o objetivo único e exclusivo de apoderar-se do petróleo iraquiano, como realmente aconteceu (desde o começo desconfiava-se, e posteriormente se comprovou tratar-se de uma deslavada mentira o argumento das armas químicas).

Para tanto e sem nenhum escrúpulo, anunciaram e difundiram além mares a intenção de “caçar”, “julgar” e “assassinar” em tempo recorde o ditador-presidente Saddam Hussein. O que foi feito de pronto e sem maiores tergiversações (na forca e com transmissão ao vivo e a cores para todo o planeta). .

Agora, aqui pra nós, alguém tem dúvida que aquilo ali foi um verdadeiro assassinato, mesmo se sabendo tratar-se de um ditadorzinho de quinta categoria ??? Que aquilo foi uma descarada “interferência indevida” em assuntos internos de uma nação independente ???

Fato é que, como não houve maiores protestos ou reações (à época), hoje os “xerifes” do mundo se preparam para tomar de conta das infindáveis jazidas petrolíferas do vizinho Irã, mesmo que para tanto tenham que provocar mais uma carnificina num país distante; para tanto, e provocativamente, nada como assassinar covardemente (via aérea) uma das figuras mais queridas dos iranianos, o general Qasem Soleimani, segundo nome na hierarquia daquele país, sob o argumento de que ele estaria a se preparar para assassinar americanos por todo o mundo (embora nenhuma evidência haja, sobre).

Resta-nos a pergunta que não quer calar: se são tão valentes e protetores da humanidade, por qual razão não se metem com a Rússia, que se acha assentada e também “lambuzada” num mar de petróleo ??? Será que o arsenal nuclear russo os assusta tanto ???

Teremos um outro 11 de setembro ???

******************************

Post Scrioptum:

Quanto ao Brasil, especificamente, não foi preciso qualquer conflito, nenhuma arenga, sequer um buchicho, já que o tosco e desequilibrado que está presidente da república (aquele que bate continência para a bandeira americana e é capaz de declarar publicamente, num inglês macarrônico “I love you, Trump”) entregou o nosso pre-sal, de mão beijada, aos gringos.


Nenhum comentário:

Postar um comentário