terça-feira, 29 de setembro de 2020

EDUCAR ??? PRA QUÊ ??? - José Nilton Mariano Saraiva

Tempos atrás, na cidade do Crato-CE, o então gestor do município recebeu uma delegação de importantes empresários do setor educacional, proprietários de uma grande e conceituada Universidade no estado do Rio de Janeiro, interessados em implantar na cidade uma determinada faculdade (espécie de extensão da matriz carioca).

Para viabilizar tal mister, o único (e factível) pedido que fizeram foi que o município cedesse o terreno onde seriam edificadas as instalações físicas da dita cuja, que passaria a funcionar tão logo as obras fossem concluídas.

E então, sob o argumento (imbecil) de que a educação não era algo importante (ou não era algo prioritário), Sua Excelência municipal recusou de pronto a oferta e, assim, impediu que o município contasse com aquele importante alavancador desenvolvimentista.

A reflexão é só pra lembrar que no Brasil atual, sob o comando da dupla Bolsonaro/Paulo Guedes, a educação parece também não ter importância ou prioridade nenhuma, tanto que retirarão do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação-FNDE (cujos recursos se destinam à educação básica), uma montanha de dinheiro, para alocarem na formação de um fundo destinado à implantação de um programa eleitoreiro.

Além do que, para complementar tal fundo, verbas destinadas ao pagamento dos “precatórios”, que o governo tem que saldar junto a quem tem direito, serão também desviadas, num atestado eloquente de que os menos desvalidos, que teriam direito de recebê-los, também não são prioridade.

Enquanto isso, na contramão do bom senso e razoabilidade, o banqueiro Paulo Guedes (que é quem manda mesmo no governo do Bozo) resolveu que o Banco do Brasil (sob o seu comando, como Ministro da Economia), cederá por 10,0% (DEZ POR CENTO) do valor de face, toda uma carteira de créditos “teoricamente” podres (ou de difícil recuperação) ao Banco BGT Pactual, de propriedade dos seus antigos sócios (dos 03 BILHÕES de reais do valor de face, os novos proprietários pagarão 300 MILHOES de reais).

E aqui não há como olvidar que foi no governo do “analfabeto” Lula da Silva que foram implantadas dezenas e dezenas de Universidades por esse Brasil afora, numa prova inconteste de que “estadistas” não aparecem todos os dias (há que se ter índole, coisa impossível em um miliciano desqualificado e num economistazinho de quinta categoria).

domingo, 27 de setembro de 2020

SUSPEIÇÃO SOB SUSPEITA - José Nilton Mariano Saraiva

 “SUSPEIÇÃO” SOB “SUSPEITA” - José Nilton Mariano Saraiva

O processo sobre a “suspeição” do ex-juiz Sérgio Moro no tocante às acusações que findaram por enclausurar (sem nenhuma prova) o ex-presidente Lula da Silva (impedindo-o de participar da eleição presidencial, onde despontava como favorito absoluto), teve início já há alguns meses, na segunda turma do Supremo Tribunal Federal (composta por cinco membros) e. até ser interrompido o placar apontava 2 x 0 em favor daquele juiz de piso, votos proferidos por Edson Fachin e Carmen Lúcia (em bom português, para os dois ministros o ex-juiz foi considerado imparcial em seu julgamento).
Faltando três votos para ser concluído, encontra-se atualmente nas mãos de um dos seus componentes, ministro Gilmar Mendes (que pediu vistas), no aguardo que seja retomado o julgamento.
Faltam votar os ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, todos teoricamente favoráveis à tese da suspeição e, por extensão, capazes de reverter o quadro atual, o que implicaria na anulação das condenações (sem prova, repita-se), impostas por aquele ex-juiz ao ex-presidente.
É a ímpar oportunidade para que aquela corte superior se redima dos grosseiros erros que proferiu ao longo dos processos eivados de parcialidade comandados pelo ex-juiz, porquanto comprovado restou (com provas robustas) que o próprio agiu de forma tendenciosa e desonesta em relação ao ex-presidente (conforme admitiu, a posteriori, o próprio Gilmar Mendes, em entrevista à mídia).
No entanto, estranhamente até agora não há nenhuma sinalização que tal julgamento seja retomado, daí se suspeitar se a suspeição do ex-juiz algum dia será votada, ou se, maquiavelicamente, os integrantes do STF estão no aguardo que assumam novos ministros indicados pela atual Presidente da República, visando beneficiar o ex-juiz e em desfavor do ex-presidente.
Fato é que, se quisesse readquirir para o STF um mínimo de credibilidade perante a sociedade (perdida faz tempo devido a decisões esdrúxulas), a segunda turma do STF teria que dar seguimento ao julgamento, antes que o ministro Celso de Mello se aposente, no próximo mês de outubro.
Se não o fizer, restará uma forte suspeição, sim, de que o STF terá sido “parcial” na tentativa de beneficiar o famigerado ex-juiz que, comprovadamente, nunca agiu com “imparcialidade” quando do outro lado estava o ex-presidente Lula da Silva.

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

 “SUSPEIÇÃO”, JÁ - José Nilton Mariano Saraiva


Uma análise retrospectiva de um passado recente nos revela que, ante um Supremo Tribunal Federal leniente, frouxo e passivo, o então juiz de primeira instância, Sérgio Moro, de par com a turma do Ministério Público Federal do Paraná, usaram e abusaram de transgredir nossa Carta Maior (Constituição Federal) estuprando-a diuturnamente, sem que fossem obstados por aquela Corte Superior.

A esfarrapada desculpa apresentada na oportunidade foi a de que, dada a “excepcionalidade” de que se revestia a tal Operação Lava Jato, o repentino (e equivocado) interesse da população sobre o modus operandi da quadrilha de Curitiba, centrado num suposto combate à corrupção (que mais adiante ficou constatado ser uma balela), se sobreporia às leis e à própria Carta Maior do país (pelo menos foi isso que declarou um dos ilustres Desembargadores que trataram da causa).

Eis que, com a entrada em cena do site The Intercept , comandado pelo laureado jornalista Glenn Greenwold, a “trama mafiosa” arquitetada pela quadrilha do Sérgio Moro para condenar Lula da Silva e impedi-lo de concorrer à eleição presidencial revelou-se escancarada em toda a sua plenitude e desfaçatez.

Tivemos, então, a dolorosa constatação de algo realmente vexatório, profundamente aético e de uma imoralidade a toda prova: membros do Ministério Público do Paraná (Dallagnol e outros) sendo devidamente instruídos e orientados pelo juiz da causa (Sérgio Moro) de como proceder e que caminhos seguir, a fim de que a peça acusatória (a ser dirigida a ele, juiz) tivesse a consistência desejada por ele, juiz.

A irrefutabilidade da denúncia do The Intercept foi constatada a partir do instante em que nenhum dos citados contestou o que foi denunciado, já que centraram seu descontentamento no “COMO” tais informações foram obtidas (ou seja, admitiram serem verdadeiras).

Assim, bradando sobre a “ilegalidade” (mas não sobre o substantivo ou essencial) das escutas veiculadas por The Intercept, Sérgio Moro e parceiros “esqueceram momentaneamente” que foram eles os “pioneiros” em tal tipo de procedimento, quando por quase cinco anos grampearam gregos e troianos, chegando ao cúmulo de gravar a própria Presidenta da República e findando por influir decisivamente no resultado de uma eleição presidencial.

O resultado é essa tragédia que experimentamos até hoje, com um grupo de milicianos à frente do país (com o apoio de generais senis e mercenários), “desconstruindo” tudo o que foi feito até aqui (conforme promessa de campanha).

Portanto, em pleno crepúsculo do ano 2020, nessa hora gravíssima que atravessamos, tem o Supremo Tribunal Federal a oportunidade ímpar e única de se redimir perante a nação, ao reconhecer as arbitrariedades e abusos perpetrados pelo então juiz Sérgio Moro, anulando “in totum” todas as suas decisões tomadas ao arrepio da lei.

E o caminho mais adequado a tal mister tem tudo a ver com o julgamento, já, da “SUSPEIÇÃO” do ex-juiz Sérgio Moro.

sábado, 19 de setembro de 2020

"MATCH POINT" - José Nilton Mariano Saraiva

 “MATCH POINT” - José Nilton Mariano Saraiva 

24 x 16, terceiro set, placar de 2 x 0, Brasil, “match point”. 

Um único, mísero e solitário pontinho separava a nossa seleção feminina de vôlei da sonhada final, em mais um desses concorridos torneios oficiais internacionais, realizado em plena Europa. Foi quando, de repente... “ÊLE” entrou em quadra e a “lambança” se estabeleceu. 

Adstrito e privilégio até então do “futebol masculino” (e tão bem retratado por Nelson Rodrigues em suas épicas crônicas, já que o “futebol feminino” ainda não começara sua escalada vitoriosa), o “COMPLEXO DE VIRA-LATA”” pintou no pedaço, materializou-se ali, naquele momento, tomou de conta das nossas “meninas do vôlei” e propiciou uma das mais lamentáveis, tristes e incompreensíveis derrotas já ocorrida em um jogo da modalidade. 

É que, por mais paradoxal, contrariando a lógica e o bom senso, “nossas meninas”, visivelmente apavoradas “ante a perspectiva iminente da vitória” (estranho, não ?) e a conseqüente passagem para a final da competição, desequilibraram-se emocionalmente, tremeram nas bases (e expressavam isso através do choro incontido, em pleno jogo) e aí, saque a saque, ponto a ponto, minuto a minuto, segundo a segundo, foram cedendo, caindo, desmoronando sofregamente e em câmara lenta, ao desperdiçarem continuamente cada recepção ao saque adversário; até que o que parecia impossível se concretizou e literalmente emudeceu o mundo esportivo: Cuba 26, Brasil 24 (ou seja, foram jogados fora, sequencialmente e de forma esdrúxula, nada menos que oito oportunidades de se atingir o 25º ponto, fechando o set e determinando o “MATCH POINT”). 

Uma tragédia sem tamanho, algo inédito, um desfecho constrangedor e inaceitável. Pois, a partir daí, nos sets seguintes, “nossas meninas” como que se eclipsaram, não mais viram a “cor da bola”, entregaram-se de vez e Cuba estabeleceu-se, tomou de conta do jogo, a partida foi ao “tie brack” e... pegamos o avião de volta pra casa. O desastre consumara-se. Irremediavelmente. 

Pelo inusitado, pela circunstância atípica de como aconteceu, pela proximidade que tivemos de “detonar” as cubanas, nunca uma derrota doeu tanto, marcou com tanta profundidade (se bem que, à época, não era nenhuma “novidade”, já que os nossos “meninos(as) do vôlei” tremiam de véspera quando tinham que bater de frente com russos, americanos e cubanos). 

Mas, como após o vendaval sempre vem um período de calmaria (assim como não há mal que dure para sempre), lambidas as feridas e cauterizadas as cicatrizes, o impacto do sofrido e humilhante baque acabou por funcionar como uma espécie de divisor d’aguas. 

Assim, após uma necessária pausa pra absorção e reflexão do acontecido, cartas na mesa e mudança de postura através da alocação de novas verbas e maior apoio ao esporte, da preparação meticulosamente revista e ajustada, da entrega do comando técnico a reconhecidos estudiosos do assunto (inclusive psicólogos), do estímulo às jogadoras(es) a atuarem no exterior (onde adquiririam a necessária experiência), além do fundamental incremento do intercâmbio com os então melhores do mundo; foi dessa forma paulatina (por cerca de 10 a 15 anos, ou mais), que as coisas foram mudando, acontecendo, transfigurando-se, num aprendizado duro, penoso e paciente. E assim, atravessamos gerações. 

Mas mudou tanto (da água pro vinho) e a lição foi tão competentemente digerida, que, hoje, num esporte por demais competitivo e praticado por atletas do mais alto nível técnico, as “meninas e meninos” do vôlei brasileiro são vistos “de baixo pra cima”, com reverência, com extremado respeito, com uma espécie de louvação a “deuses” dignos de admiração e reconhecimento (e até com inveja, por alguns) em razão da excelência do jogo praticado em quadras de todo o mundo. 

Se antes tremíamos quando nos defrontávamos com os grandalhões da Rússia, Cuba e Estados Unidos (e não há porque humildemente reconhecer isso), hoje são eles que nos estudam, que procuram novas estratégias na tentativa de nos barrar, que enveredam por novos caminhos que possam obstar nossa sede insaciável de títulos (como se quiséssemos “compensar” o longo interregno perdido lá atrás): assim, somos repetidamente, ano a ano e já há um certo tempo, campeões olímpicos, campeões da liga, campeões do mundo, campeões de tudo que é competição internacional. Definitivamente, o Brasil chegou lá. E em dose dupla: nas versões masculina e feminina. 

Certamente que para que tal “revolução” acontecesse, uma das pilastras indutoras fundamentais foi a transmissão dos jogos ao vivo, pela televisão, devido ao seu “efeito pedagógico” multiplicador e imediato: o vôlei passou a ser praticado ou revigorado nas escolas e universidades, nas ruas e praças, nas cidades e no meio rural, na periferia e em lugares seletos; enfim, onde houvesse um espaço disponível para se instalar uma quadra de vôlei, esses espaços eram ocupados e frequentados por uma multidão de jovens sonhadores, visionários, sedentos e ávidos em se tornarem igualmente um ídolo esportivo. 

Os jogadores-heróis (detentores daquela condição que, lá atrás, Nelson Rodrigues cognominara com propriedade de “saúde de vaca premiada”, em razão da incrível força física demonstrada) foram devidamente orientados (e não se furtaram, engajando-se com satisfação) a participar dessa nova realidade, através de visitas às comunidades carentes, de pacientes incursões a hospitais onde jovens padeciam de alguma enfermidade grave e, principalmente, da transmissão de mensagens de estímulo aos mais jovens e carentes, orientando-os, incitando-os e estimulando-os a frequentar a escola e à prática do esporte (qualquer esporte) e, consequentemente, abandonando as ruas e fugindo do perigo cada vez maior do contato com as drogas. Fato é que as bases foram lançadas e suas ancoras firmemente fincadas. 

Isto posto, animadoras e viáveis são as perspectivas de que surjam novos Gibas, Leilas, Murilos, Natálias, Vissotos e Sheilas, nos mais diversos rincões do país, e o Brasil continue nesse estágio fulgurante (afinal, nunca é demais aprimorar) de potência mundial. 

Em todos os esportes e tendo plena consciência de que se foi difícil chegar lá, e o caminho para alcançá-lo por demais extenuante e sofrido... muito mais difícil será manter-se no topo.

 

terça-feira, 15 de setembro de 2020

A "DETURPAÇÃO" DA POLÍTICA - José Nilton Mariano Saraiva

 No Brasil, independentemente da formalização oficial e solene de qualquer ato de vinculação partidária, lamentavelmente o adentrar na arena política olvida e deturpa a nobreza do conceito grego sobre (“algo relacionado com grupos sociais que integram a Pólis”), porquanto prevalece a “individualidade”, que objetiva, dentre outros: a) a almejada “ascensão social”; b) o “adquirir status”; c) a materialização de um “bom emprego”; d) a obtenção de um “rentável meio de vida”: e) uma maneira de “se fazer” na vida dentro de um tempo relativamente curto: f) o “beneficiar-se” de informações privilegiadas: g) o descobrir o “caminho das pedras”; h) o aposentar-se prematuramente, faturando o que o “mortal comum” jamais conseguirá (e o povo que se “phoda”).

Nos dias atuais, o exemplo emblemático e pulsante de tal “modus operandi” pode ser vislumbrado em duas figuras que, aparentemente distantes uma da outra, sem qualquer escrúpulo adotaram-no e estenderam-no à família: Jair Bolsonaro (o 00) e seus “filhos-numerais” (01, 02 e 03) estão aí mesmo pra comprovar, porquanto já há décadas mamando nas tetas do governo e sem nada produzirem para o país: na outra ponta, o falastrão papo-furado Ciro Gomes, que conseguiu “empregar” na política todos os irmãos, além da ex-mulher (hoje com “emprego vitalício” de Conselheira do Tribunal de Contas do Estado).

Assim, as vagas postas à disposição pelos partidos políticos a cada pleito são disputadas praticamente “no grito”, ou mesmo via acordos não tão edificantes ou dignos de respeito, firmados entre quatro paredes.

Sob essa ótica, não deveria constituir-se nenhuma surpresa a divulgação da notícia de que muitas prefeituras do Ceará estejam na mira do Ministério Público, porquanto os respectivos gestores sob suspeição de envolvimento em portentosas falcatruas em processos licitatórios diversos.

E, no entanto, uma visão retrospectiva da história nos mostra que essa condenável e nefasta prática não é nenhuma novidade no Brasil, vez que alguns cidadãos tidos e havidos como respeitáveis, íntegros e austeros, não se negaram, quando tiveram oportunidade de exercer um cargo público, de se locupletar, furtiva ou descaradamente.

Quem não lembra, por exemplo, do herói da infância de todos nós, do intelectual brasileiro respeitado em todo o mundo, do brilhante e inconteste tribuno capaz de nos deixar boquiabertos e de queixo caído, do autor de edificantes e memoráveis peças e discursos versando sobre a ética, a moralidade, o apego à nacionalidade, o bem-querer, o respeito, a honestidade, o ser digno e outros predicados – o nosso RUI BARBOSA, o “Águia de Haia” ???

Pois bem, a “FACE OCULTA” do Rui Barbosa, o lado obscuro de sua personalidade, a nódoa que manchou definitivamente o seu currículo deu-se exatamente quando adentrou a arena política. É que, convidado por Deodoro da Fonseca pra ser seu “homem de confiança”, o guardião da chave do cofre, o responsável operacional do governo, a figura que moralizaria sua administração (espécie de primeiro-ministro e ministro da fazenda a um só tempo), Rui Barbosa simplesmente meteu os pés pelas mãos, apropriou-se do dinheiro público, traficou influência até não mais poder, roubou descaradamente o erário, beneficiou amigos com os quais mantinha negócios particulares, corrompeu tantos outros e, enfim, saiu do governo “podre de rico” (e nada disso consta dos livros de história, obviamente)

Em suma, se no setor privado reconhecidamente tivemo-lo como um dos nossos grandes intelectuais, uma figura da qual só tínhamos que nos orgulhar, na vida pública Rui Barbosa revelou-se um “pilantra” de marca maior, um “desonesto até a medula”, um “surripiador” em potencial do que não era seu (enfim, um Aécio Neves da vida).

Tivéssemos àquela época uma mídia “fuçadora” e expedita como o é a de hoje, bem como uma Polícia Federal diligente e objetiva, certamente a história seria contada de uma outra forma, em uma outra versão.



sábado, 12 de setembro de 2020

"PALADINOS DA JUSTIÇA" (AQUI SE FAZ AQUI SE PAGA) - José Nilton Mariano Saraiva

Desde tempos imemoriais, no privilegiado espaço dos blogs para os quais colaboramos, através de postagens diversas temos afirmado com contundência e convicção que a “esculhambação” jurídica hoje vigente no país se deve exclusivamente àquele que deveria ser o guardião da Constituição Federal – o STF (Supremo Tribunal Federal).


Afinal, ao fechar os olhos para as diuturnas arbitrariedades perpetradas pelo então juiz de piso Sérgio Moro e seus procuradores (integrantes da Operação Lava Jato), aquela Corte Superior literalmente estimulou os novos (falsos) “paladinos da justiça” a estuprarem nossa até então respeitável Carta Maior, sem a menor cerimônia, através da criação de um “direito” próprio, intocável e oriundo de Curitiba, remetendo as “calendas gregas” todo o receituário jurídico então vigente.


É que, picados pela “mosca azul” e marombados pela soberba, em razão do apoio popular embutido no “canto de sereia” de um presumível combate sistemático à corrupção (uma farsa descomunal, como ficou provado a posteriori), os lavajateiros se consideraram como que semideuses, donos de uma verdade primeira e única.


E tanto fizeram, e tanto provocaram, e tanto exageraram, que findaram por despertar ciúmes explícitos nos membros do tal Supremo Tribunal Federal, que, parece, agora (após a perpetração do golpe contra o ex-presidente Lula da Silva) acordaram de vez e decidiram bater de frente com a “criatura”, na perspectiva de mostrar-lhe “quem manda mesmo no pedaço” (aplicação do constitucionalmente estabelecido).


Assim, num primeiro momento a decisão de remeter à Justiça Eleitoral os processos relativos à corrupção/via caixa 2, feriu de morte a Operação Lava Jato, porquanto esvaziando-a em sua essência.


Tanto é, que a Internet está sendo usada e abusada “full-time” e de modo depreciativo pelos “lavajateiros”, numa clara demonstração de confrontação ao STF, principalmente porque muito em breve (não já passou o tempo ???) teremos esse mesmo STF julgando definitivamente sobre a legalidade ou não da prisão em segunda instância, defendida arraigadamente pela República de Curitiba, mas, para muitos juristas de escol, absolutamente ilegal.


Na perspectiva de desaprovação de tal tese (perfeitamente possível, já que flagrantemente inconstitucional, porquanto não contempla a “presunção de inocência” e obsta o prosseguimento do devido processo legal, como determina a Constituição Federal) o STF finalmente se credenciará ao respeito daqueles que primam pela legalidade.

Até lá, entretanto, prisões e mais prisões serão efetuadas a mando da Operação Lava Jato, numa tentativa de manter um protagonismo que definha dia-a-dia (é só ver o que acontece hoje no Rio de Janeiro).



Enquanto isso, restou comprovado que o ex-juiz Sérgio Moro “quebrou a cara” ao ingressar na política sem qualquer vivência e apenas com o aval de um maluco incompetente. É que imaginou que em lá chegando e já na condição de Ministro da Justiça poderia casar e batizar, fazer e desfazer, mandar e desmandar e, enfim, exercitar sua porção perversa em maior amplitude.


Com apenas três meses de governo foi “enquadrado” pelos mafiosos políticos do Congresso Nacional e, ao bater de frente com a padrinho político (o “traste”) findou sendo enxotado sem dó nem piedade do governo ao qual houvera prometido fidelidade eterna.


Aqui se faz... aqui se paga.


OLHA ELA AÍ... DE NOVO - José Nilton Mariano Saraiva

propósito da prisão da filha do mafioso Roberto Jefferson, Cristiane Brasil, por suspeita de roubalheira, permitimo-nos repetir postagem de nossa autoria, mais de dois anos atrás, envolvendo a mesma personagem e pelos mesmos motivos. A pergunta é: e por qual razão estava em liberdade ???


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“COERÊNCIA” NA “EXCRESCÊNCIA” – José Nílton Mariano Saraiva

Por paradoxal que pareça, existe certa coerência na excrescência que foi a nomeação da senhora Cristiane Brasil para Ministra da Educação.

“Excrescência” porque vamos ter no comando do Ministério do Trabalho, pela primeira vez na história, uma figura que está sendo processada pela própria Justiça do Trabalho por não cumprir o que reza a lei trabalhista, já que, lá atrás, não pagou o devido a dois funcionários que lhe prestaram serviço durante certo tempo (hoje, num reconhecimento explícito de culpa, já está pagando, parceladamente, a dívida).

“Coerência” porque, num governo repleto de bandidos e gatunos (a partir do próprio Presidente da República golpista, Michel Temer) nada mais natural que convocar uma outra figura marginal para juntar-se ao bando; assim, a quadrilha estará reforçada para avançar em seus propósitos mafiosos.

Na oportunidade, não custa lembrar que a nova ministra foi indicação do próprio pai, o notório mafioso Roberto Jefferson, delator do tal “mensalão” e que, lá atrás, sem nenhum escrúpulo, admitiu ter agregado ao próprio patrimônio a verba de R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de reais) que houvera sido destinada para uso do partido do qual ainda hoje é presidente (e nada aconteceu com o distinto).

Alfim, nada mais emblemático pra coroar toda essa imoralidade que a passividade e alheamento dos preguiçosos, prolixos e desonestos integrantes do tal Supremo Tribunal Federal, que se portam como se todo isso fosse normal, legal e absolutamente permissível.

São uns merdas.

GLORINHA - DR. DEMÓSTENES RIBEIRO (*)

 Glorinha – Dr. Demóstenes Ribeiro (*)

Sim, eu também tive um tempo feliz. Foi quando era menina sapeca na fazenda são Francisco, querida pela madrinha Sinhá e pelo coronel Assis de Almeida, mas o tempo destruiu tudo.

Pouco a pouco Seu Assisinho esquecia do mundo, e a família se mudou para a cidade. Já mocinha, eu fui junto. Estudaria para professora e cuidaria do coronel. Ele, cada vez pior. Vivia nos médicos, muitos remédios, e não tinha melhora. A noite era um inferno: não dormia e ficava cada vez mais agitado.

Havia um sofá ao lado da sua cama e decidiram que eu dormiria lá. Seu Assisinho se acalmava um pouco quando eu fechava a porta, sentava ao seu lado e alisava os seus cabelos brancos. Tempos depois, era a sua mão passando pelo meu rosto, descendo pelos meus seios, e a casa adormecia.

A todos surpreendia essa melhora. Agora, os remédios estavam certos, as noites eram de paz, e o velho cada vez mais assanhado comigo. Abria a minha blusa, soltava o meu sutiã, sugava o meu seio e caia em sono profundo como um neném amamentado. Prá mim pouco importava aquela boca desdentada, se isso era o preço por uma noite de paz.

Mas, num Natal, Josefina, a filha solteirona e histérica, de repente abriu a porta do quarto, acendeu as luzes e nos surpreendeu no ritual. Foi um escândalo: Glorinha, sua vagabunda, puta de idosos, vai ver onde você vai morar!

O jipe parou no cabaré de “Peituda”, eu chorava, eu a minha mala jogadas na calçada. “Peituda” abriu a porta e acostumada com aquela situação, tentava me consolar: “minha filha, vá dormir, não fique assim, “Peludinha” vai lhe trazer um chá...” No dia seguinte, Seu Assisinho morreu – como é triste esse tempo de Natal.

Quando o dia nasceu e lhe contei a minha história, “Peituda” prometeu me ajudar. Logo eu acharia um marido, seria professora e, se ficasse loura, tudo seria mais fácil. Ela oxigenou os meus cabelos e mudou o penteado.

Dias depois, um viúvo veio me conhecer. Um homem gordo e suado, de chinela japonesa e pedalando uma bicicleta apareceu por lá. “Coquinha” era barbeiro, se apaixonou mim e me levou prá sua casa. Ele queria exclusividade, mas pelo meu sonho de professora, não se importava que eu desse aula pra alguns meninos interessados enquanto ele trabalhava.

Pois bem, durante muitos anos, no final da tarde, cinco ou seis mocinhos esperavam pacientemente em frente à casa a aula individual. Ao escurecer, já com a turma debandada, “Coquinha” chegava bem cansado. “Loura” – ele falava – com as suas aulas e a barbearia, qualquer dia a gente tem geladeira e fogão a gás.

De saia justa e batom vermelho, loura e de salto alto, quando eu saía pela cidade os homens enlouqueciam e me comiam com o olhar. Até que um dia, o meu barbeiro não acordou e o mundo acabou prá mim. De novo, estava sozinha, não era mais a “loura do Coquinha”, chorei muito, não tinha amigas e fiquei desesperada. “Peituda” tinha se amigado com um sargento em Pernambuco e “Peludinha”, com um fazendeiro em Goiás.

Aos poucos refiz as forças, dei aula extra e juntei uns trocados. Fiz empréstimo e mudei de cidade. Voltei a ser Glorinha. Hoje sou uma empresária da alegria nessa terra de beatos. Várias meninas moram comigo, elas se dão bem e pela minha boate já passaram todos os figurões da sociedade.

Às vezes, eu fico triste e lembro “Cinzas de Amor”, cantada por “Chico de Zé Namorado”, e ontem Seu Assisinho me apareceu em sonho. O sem-vergonha andava doido por uma mamada.

Mas, hoje é a festa do município e não há lugar para saudade. Vou receber gatinhas de Recife, Salgueiro, Campina Grande e de outras cidades mais. Vai ter “baile de debutantes” e um vereador fará um discurso como no tempo chique do soçaite.

Apostei num futuro de sucesso, sou influente, todos gostam de mim e tenho certeza que quando o “Coquinha” voltar prá me levar, Glorinha ainda vai ser nome de rua nessa cidade.

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(*) Dr. Demóstenes Ribeiro é médico-cardiologista, natural de Missão Velha, residente e atuante profissionalmente em Fortaleza-CE 



quinta-feira, 10 de setembro de 2020

UM "NEGÓCIO DA CHINA" - José Nilton Mariano Saraiva

Entorpecida por alguma promessa ou vantagem não detectável pelos mortais comuns (ou até mesmo por visceral desonestidade), a mídia tupiniquim deu quase nenhum espaço para um dos grandes escândalos da atualidade.

Referimo-nos à operação pactuada entre o Banco do Brasil e o Banco BTG PACTUAL, onde aquela estatal governamental cedeu por R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de reais) àquele representante privado, sem nenhuma transparência, toda uma carteira de créditos de (teoricamente) difícil recuperação, orçados em R$ 3.000.000.000.,00 (três bilhões de reais). Em português claro e cristalino: para se apropriar de vez daqueles títulos o BTG PACTUAL pagou ao Banco do Brasil o correspondente a dez por cento (10,0%) do seu valor de face.

Para os que desconhecem, o BTG Pactual foi fundado por Paulo Guedes e corriola e, muito provavelmente, nos dias atuais um seu “laranja” deve fazer parte do controle acionário do mesmo.

Aliás, o que não falta do BCG PACTUAL são “cobras criadas” que não dão murro em ponta de faca, já que verdadeiros "abutres" do sistema financeiro, porquanto acostumados a extorquir e se aproveitar de situação análogas e, claro, não meteriam a mão em cumbuca suspeita.

Como a “folha-corrida” do senhor Paulo Guedes não é das mais recomendáveis no mercado financeiro (há fortes suspeitas de ter metido a mão em alguns fundos de pensão das estatais, quando prestou assessoria a alguns deles, anos atrás), não seria de se estranhar que, na condição de Ministro da Fazenda, (ao qual o Banco do Brasil é subordinado) tenha oportunisticamente “vazado” para os sócios do PTG PONTUAL o “negócio da China” que seria a aquisição dos referidos títulos, a preço de banana (evidentemente que deve ter recebido uma boa comissão por isso).

Estranhável é que os “experts” em finanças, que pululam nos periódicos tupiniquins, não hajam se dado ao trabalho de uma simples análise do “porquê” de tal transação, já que de valor superlativo e claramente danosa aos cofres públicos. 

 


segunda-feira, 7 de setembro de 2020

O "MENSAGEIRO DO CAOS" - José Nilton Mariano Saraiva

Se no começo dessa “longa noite de terror” que a humanidade atravessa por conta da tal “pandemia” tivéssemos, aqui no Brasil, alguém com responsabilidade, competência, respeitabilidade e discernimento no comando da nação, certamente que medidas sanitárias preventivas e urgentes teriam sido adotadas visando pelo menos minimizar o caos que se prenunciava e que atualmente experimentamos.

Afinal, em pleno mundo globalizado, impossível que num átimo de segundo não se saiba o que acontece do outro lado do planeta e, consequentemente, se possa prevenir da sua iminente chegada por essas bandas.

E, no entanto, nos seus primórdios, o “traste” que está presidente da nação, ao se referir ao coronavírus (que àquela altura já migrara da China em voos de primeira classe e invadira toda a Europa, provocando um estrago monumental e letal face à agressividade), irresponsavelmente rotulou-o de “resfriadinho” e “gripezinha”, ao tempo que estimulava a população a não obedecer às determinações da Organização Mundial de Saúde e cientistas de todo o mundo, no sentido de adotarem o isolamento social, permanecerem em casa, evitarem aglomerações, objetivando pelo menos amenizar seus efeitos.

E então, para mostrar não temer o que já estava às portas, para dar a impressão de coragem e destemor, para parecer ser o dono da verdade, o irresponsável convocava e reunia-se com simpatizantes, participava de reuniões, abraçava e beijava pessoas (inclusive crianças) para, ao final, na condição de “mensageiro do caos”, apelar para a população sair às ruas, gozar a vida normalmente, não ligar para os pseudos exageros insistentemente veiculados pela mídia, porquanto mais importante que a própria vida era a economia do país (já em braba recessão) não estagnar de vez (afinal, afirmava a plenos pulmões, todos nós, inevitavelmente algum dia pereceremos).

E como os milhares de “bovinos” que a ele obedecem cegamente fizerem exatamente o que lhes foi pedido (saíram às ruas, confraternizaram, farrearam e, enfim, atenderam de bom grado à criminosa convocação do “traste”) temos aí 126.000 mortos e 4.100.000 casos registrados até aqui, com tendência de se chegar a cerca de 250.000 óbitos até o final do ano e o dobro dos casos registrados (otimisticamente).

E, no entanto, em recente pesquisa de um desses institutos que pesquisam de tudo, ao responderem se o presidente tinha algum culpa pelo atual quadro, irresponsavelmente a maioria o eximiu, numa prova inconteste de “memória curta”, descompromisso com a nação ou mesmo alheamento ante a morte sofrida de tantos irmãos.

Assim, como pessoas de bem e preocupadas com o destino dessa nação, não podemos olvidar que a absorção pela massa ignara das recomendações do MENSAGEIRO DO CAOS foram determinantes, sim (e como), para que chegássemos a uma situação tão dolorosa e sofrida. 

sábado, 5 de setembro de 2020

DESIDERATA (Max Ehrmann)

Siga tranquilamente o seu caminho, entre a inquietude e a pressa, lembrando-se que HÁ SEMPRE PAZ NO SILÊNCIO.

Tanto quanto possível, sem se humilhar, mantenha-se em bons termos com todas as pessoas que o cercam. 

Fale a sua verdade, mansa e claramente, e ouça a dos outros, mesmo a dos insensatos e ignorantes, pois eles também têm a sua história para contar. 

EVITE AS PESSOAS AGRESSIVAS, AGITADAS E QUE FALAM ALTO; ELAS AFLIGEM O ESPÍRITO. 

Se você se comparar com os outros, acabará se tornando presunçoso ou magoado, pois sempre encontrará alguém superior ou inferior a você. 

Desfrute as suas realizações, bem como os seus sonhos e mantenha-se interessado em sua carreira, por mais humilde que seja, pois ela é um ganho real, na sorte mutante dos tempos. 

Tenha cautela nos negócios, porque o mundo está cheio de astúcia, mas não se torne cético, porque a virtude existirá sempre. Muita gente luta por altos ideais e por toda parte a vida está cheia de heroísmos. 

Seja você mesmo, sobretudo não simule afeição nem seja descrente no amor, porque, mesmo diante de tanta aridez e desencanto, ele é tão eterno quanto a relva. 

ACEITE SERENAMENTE OS ENSINAMENTOS DO PASSAR DOS ANOS, RENUNCIANDO AOS HÁBITOS PRÓPRIOS DA JUVENTUDE.

Alimente a força do espírito, que o protegerá no infortúnio inesperado, mas não se desespere com perigos imaginários: O MEDO NASCE DO CANSAÇO E DA SOLIDÃO. 

A despeito de sua disciplina rigorosa, seja gentil consigo mesmo; afinal, você é filho do universo, irmão das estrelas e das árvores e tem o direito de estar aqui. E, quer se aperceba disso ou não, não tenha dúvida que o Universo segue na direção certa. 

Portanto, ESTEJA EM PAZ COM DEUS, COMO VOCÊ O CONCEBA e, quaisquer que sejam seus trabalhos e aspirações na fatigante jornada da vida, mantenha-se em paz com sua própria consciência. Pois, apesar de todas as falsidades e sonhos desfeitos, este ainda é um mundo lindo e maravilhoso. 

Seja cauteloso. Lute para ser feliz.