sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

200.000 MORTOS - José Nilton Mariano Saraiva

Pronto. O lúgubre e acalentado sonho fúnebre do senhor Jair Bolsonaro se fez realidade. E com sobras. Afinal, em apenas 10 meses 200.000 (duzentos mil) irmãos foram abatidos pelo Covid 19 até aqui, com tendência de crescimento, já que nem vacina temos ainda, em razão do descaso para com a pandemia, desde o começo. 

Quem duvidar da reflexão é só atentar para o que disse o então inexpressivo deputado federal Jair Bolsonaro durante entrevista ao programa Câmara Aberta, da Tv Bandeirantes, em 1999 (ipsis litteris): 


“O voto não vai mudar nada no Brasil. Só vai mudar infelizmente quando partirmos para uma guerra civil, fazendo um trabalho que o regime militar não fez, MATANDO UNS 30 MIL”. 


Em razão disso (o atingimento de uma meta muito superior de mortos da que ele preconizava), Bolsonaro deve ter chegado ao orgasmo. Não um orgasminho qualquer, mas um orgasmo duplo, triplo, quádruplo. Um orgasmo extensivo à família (afinal, e é bom que não olvidemos jamais, no entender do clã Bolsonaro tudo isso é resultado de  uma “gripezinha”, um “resfriadinho”, conforme afirmou e reafirmou mais de uma vez, lá no princípio).

Na entrevista, sem nenhuma clemência Bolsonaro insistiu que o assassinato em massa é que iria resolver o problema do Brasil, ao afirmar: “Vão morrer alguns inocentes. Tudo bem. Em toda guerra morrem inocentes. Eu até fico feliz se morrer, mas desde que vão 30 mil junto comigo”.

Alfim, indagado se, caso fosse eleito presidente, fecharia o Congresso Nacional, foi taxativo e contundente: “Não há a menor dúvida. Daria golpe no mesmo dia. Não funciona e tenho certeza que pelo menos 90% da população ia bater palma. O congresso hoje em dia não vale para nada”.

As reminiscências acima deveriam servir como colorido, piscante e luminoso sinal de alerta para os brasileiros, neste momento em que esse idiota que infelizmente nos preside aplaude a insurreição provocada pelo seu ídolo e também psicopata Donald Trump, nos Estados Unidos, que incitou seus seguidores a impedir a confirmação da vitória do oponente, invadindo o Capitólio, resultando em algumas mortes.

E o mais grave é que arrogantemente Bolsonaro já pregou “aviso-mala-direta” a quem de direito: se em 2022 (ano da eleição presidencial) o sistema de apuração (urnas eletrônicas) por aqui não mudar, a coisa será “muito pior” do que atualmente ocorre lá.

Ou seja, teremos morte e anarquia generalizada. E tudo antecipadamente anunciado por um débil mental, sem que haja nenhuma reação.  

Quem deterá a besta ???

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