Mulher ao Espelho-Picasso
Algumas vezes sinto saudades do que não vivi. O relato de Luiz Carlos Salatiel sobre sua trajetória de vida artística me fez viajar como se estivesse assistindo a um filme. Muitas vezes queria ter vivido em outra geração e com certeza seria na que ele viveu. Não que eu seja tão mais nova, mas na década de 80, quando morava aí no Crato, eu estava entrando na adolescência. Em 88 eu tinha 14 anos. Para ser mais precisa, 15, completados em outubro. Nesse período eu já somava aos estudos um emprego de estagiária no Banco do Brasil e a minha relação com a arte era de quem apreciava uma boa MPB de Caetano Veloso e Djavan. Algo de evolução já se esboçava em mim. Afinal, pra quem aos 12 curtiu a febre dos Menudos, curtir Caetano e Djavan, no mínimo se configurava como um amadurecimento musical.
Ainda quando criança fui aluna do Teatro Raquel de Queiroz, sem nunca ter conseguido estrear uma peça. Quando elenquei “A Bruxinha que era boa” tive que me ausentar para operar as
Ainda quando criança fui aluna do Teatro Raquel de Queiroz, sem nunca ter conseguido estrear uma peça. Quando elenquei “A Bruxinha que era boa” tive que me ausentar para operar as
amídalas. Um pouco mais tarde, no 2º grau, fiz parte do Coral do Colégio Geo (Antigo Diocesano, que hoje voltou a ser, pelo que consta). Com a turma do coral, que era regido por Ricardo Correia, tive a oportunidade de ouvir e ecoar músicas de grandes compositores. Lembro bem de Ponteio de Edu Lobo. O arranjo era muito bonito. Ah! Na 4ª série, na Escolinha do Pequeno Príncipe, participei de um festival Bíblico e fiquei em primeiro lugar com uma paródia. Tratava-se da parábola Bíblica do Filho Pródigo e meu texto foi escrito sobre a música Roque Santeiro de Sá e Guarabira.
São pontuais as lembranças de minhas experiências artísticas vividas no Crato.
Lembro de eventos que ficaram marcados em mim como apreciadora da arte. Elencando alguns deles posso falar de um Festival de Música que assisti na Quadra Bicentenário. Lembro bem de alguém, acho que uma voz feminina, cantando a música Kukukaia. Hoje sei que Xangai é o autor de tal música, mas naquele tempo nem fazia idéia de quem era Xangai e nunca tinha ouvido aquela canção, que me marcou tanto aquele dia.
Lembro de um outro Fetival de Música acontecido lá em cima da serra. Era o CHAMA. Eu já estudava em Fortaleza, (na verdade já fazia faculdade) quando assisti a um desses festivais, que teve como grande finalista, arrebatando o 1º lugar, Ângela Linhares. Tive oportunidade de conhecê-la na volta para Fortaleza. Viajamos no mesmo ônibus e trocamos algumas idéias sobre pesquisa científica. Eu estava escrevendo um projeto de pesquisa para tentar uma bolsa do CNPQ e ela como professora da UFC me deu algumas orientações. Em outra edição do CHAMA lembro de ter assistido a um show de Chico Science na companhia de minha irmã. Esse foi memorável.
Infelizmente não cheguei a conhecer pessoalmente ( e se conheci foi algo muito de passagem) grandes artistas de minha terra, como os que contribuem nesse espaço. Luiz Carlos Salatiel e Abdoral Jamacaru conhecia de ouvir falar. Este último eu sabia que era tio de um garoto, que salvo engano, chama-se Roberto e estudou no Pequeno Príncipe na época em que estudei lá também. Sobre Luiz Carlos Salatiel, lembro de uma áura de excentricidade, alguém a frente de seu tempo. Um vanguardista.
Tive oportunidade de me aproximar de alguns deles recentemente, graças a revolução tecnológica, que felizmente ainda alcançou as nossas gerações. Tenho me comunicado com José Flávio, que me convidou para contribuir com o Blog do Crato e de quem ganhei um livro, que ainda estou esperando ansiosa pra ler, já que encarei a Pedra do Reino de Suassuna, que é quase uma Bíblia e ainda não consegui dar vencimento ao mesmo. Fui convidada por Luiz Carlos Salatiel para colaborar com o Blog CaririCult , no qual inauguro com esse texto minha participação. E lembro também de ter conhecido o Dielson em uma viagem de ônibus para o Crato, saindo aqui de Fortaleza a tarde. Faz tempo!
Bom! Mesmo que virtualmente, hoje me sinto mais perto de minha terra através do contato com aqueles que lhe dão significado e beleza.
Por aqui, já depois dos 25, descobri a música como matéria a ser trabalhada, construída, moldada. Passei de somente apreciadora à também cantora e compositora e tenho experimentado a tensão e o êxtase do palco. Em 2005 participei da Mostra Cariri das Artes, o que me proporcionou um belíssimo reencontro com minha terra e minha gente. Aguardo notícias sobre a Mostra desse ano. Espero sinceramente poder voltar a bárbara terra de Bárbara de Alencar e cantar com emoção “Passeio Público” de Ednardo”, uma das canções do repertório de Canto Siar@, show recentemente montado por meu grupo, ARACÊ.
Este espaço me faz sentir o cheiro e o calor de minha terra. Conviver virtualmente com vocês me faz matar um pouco as saudades daquilo que não vivi.
São pontuais as lembranças de minhas experiências artísticas vividas no Crato.
Lembro de eventos que ficaram marcados em mim como apreciadora da arte. Elencando alguns deles posso falar de um Festival de Música que assisti na Quadra Bicentenário. Lembro bem de alguém, acho que uma voz feminina, cantando a música Kukukaia. Hoje sei que Xangai é o autor de tal música, mas naquele tempo nem fazia idéia de quem era Xangai e nunca tinha ouvido aquela canção, que me marcou tanto aquele dia.
Lembro de um outro Fetival de Música acontecido lá em cima da serra. Era o CHAMA. Eu já estudava em Fortaleza, (na verdade já fazia faculdade) quando assisti a um desses festivais, que teve como grande finalista, arrebatando o 1º lugar, Ângela Linhares. Tive oportunidade de conhecê-la na volta para Fortaleza. Viajamos no mesmo ônibus e trocamos algumas idéias sobre pesquisa científica. Eu estava escrevendo um projeto de pesquisa para tentar uma bolsa do CNPQ e ela como professora da UFC me deu algumas orientações. Em outra edição do CHAMA lembro de ter assistido a um show de Chico Science na companhia de minha irmã. Esse foi memorável.
Infelizmente não cheguei a conhecer pessoalmente ( e se conheci foi algo muito de passagem) grandes artistas de minha terra, como os que contribuem nesse espaço. Luiz Carlos Salatiel e Abdoral Jamacaru conhecia de ouvir falar. Este último eu sabia que era tio de um garoto, que salvo engano, chama-se Roberto e estudou no Pequeno Príncipe na época em que estudei lá também. Sobre Luiz Carlos Salatiel, lembro de uma áura de excentricidade, alguém a frente de seu tempo. Um vanguardista.
Tive oportunidade de me aproximar de alguns deles recentemente, graças a revolução tecnológica, que felizmente ainda alcançou as nossas gerações. Tenho me comunicado com José Flávio, que me convidou para contribuir com o Blog do Crato e de quem ganhei um livro, que ainda estou esperando ansiosa pra ler, já que encarei a Pedra do Reino de Suassuna, que é quase uma Bíblia e ainda não consegui dar vencimento ao mesmo. Fui convidada por Luiz Carlos Salatiel para colaborar com o Blog CaririCult , no qual inauguro com esse texto minha participação. E lembro também de ter conhecido o Dielson em uma viagem de ônibus para o Crato, saindo aqui de Fortaleza a tarde. Faz tempo!
Bom! Mesmo que virtualmente, hoje me sinto mais perto de minha terra através do contato com aqueles que lhe dão significado e beleza.
Por aqui, já depois dos 25, descobri a música como matéria a ser trabalhada, construída, moldada. Passei de somente apreciadora à também cantora e compositora e tenho experimentado a tensão e o êxtase do palco. Em 2005 participei da Mostra Cariri das Artes, o que me proporcionou um belíssimo reencontro com minha terra e minha gente. Aguardo notícias sobre a Mostra desse ano. Espero sinceramente poder voltar a bárbara terra de Bárbara de Alencar e cantar com emoção “Passeio Público” de Ednardo”, uma das canções do repertório de Canto Siar@, show recentemente montado por meu grupo, ARACÊ.
Este espaço me faz sentir o cheiro e o calor de minha terra. Conviver virtualmente com vocês me faz matar um pouco as saudades daquilo que não vivi.
Cara Jord,
ResponderExcluirEste ar de reminiscências é muito próprio dos blogs. Cada um quer contar um pouco sua história como no I-Juca Pirama de Gonçalves Dias : "Meninos eu Vi !" O livro da história tem muitas e muitas páginas ainda em branco, sei que vc com sua arte e inteligência preencherá importantes capítulos. Todos temos lá nossas saudades retroativas: gostaria de ter vivido o movimento Beat e o hippy com mais intensidade. Não deu ! a estrada porém continua à frente como uma tela esperando pelo pincel... Nevegar e viver são igualmente necessários.
Abraço,
Bem- Vinda ao covil !
jflávio
Jord, legal seu texto. Queremos agora apreciar seu canto.
ResponderExcluirAbraços!
Menina,
ResponderExcluirA gente só tem que viver intensamente sem se perder uns dos outros. Quando acontece, a gente reinventa o mundo pra poder se encontrar. Mesmo virtualmente, estamos juntos agora.
Um beijo,
Salatiel