Socorro, saudações
TEXTO 6
sangue nos dedos
os poetas sempre se auxiliam
quando um sangra,
o outro traz álcool
dói, mas imuniza
o furor da natureza não é agressivo,
só na manchete.
emotivos demais, pouco siso
o furor é verdadeiro
se Deus é justo,
morreu quem devia
ou sendo moedas
quanto valemos?
valeria a pena ser um poeta
e comprar o amor definitivo
os médiuns estão muito avançados
se concentrassem antes na telepatia humana
olheiros de dentro, eu quero ser um
retrucar, fazer este exercício
devolver à vida as provocações
que a nossa era produz
o produto do amor em verso
o inverso das maçãs
Marta
Dois textos, não mordem.
O amor é abstrato. Não, é fictício.- Esta é uma mensagem gravada: este telefone não está programado para encontros.- 9:10? Estou atrasada.- Tudo bem, ele nem chegou ainda.Não veio, não vem, não foi, não era...não foi a única, nem seria a próxima a marcar, quisera ser a última...e foi a última novidade que animou uma tchurma num blog maneiro.
Assopro e cuspo, né não querido.São as impressões, concessões feitas, negações, condições...respondidas. São os olhos da situação que olha para nós e interroga. - Você quer um homem acompanhado de um pênis ou o contrário? Perguntou a amiga sem supor uma resposta além dos limites do óbvio. Queria o homem...não o poeta. E não importava que quilate tivesse o poeta, ele revelaria em versos o que há na sua alma, sim, e não por isso valeria a pena se não fosse o homem manso aquele que nunca, sequer, lhe responderia mal. Além de poetas, somos gestos. O jeito de me segurar nos braços disse mais do que deve ter sido. Intuição. Paixões são coisas inventadas das compatibilidades enxergadas entre dois. Homem e mulher. E fui pensar na mulher, que a poeta apanha mais que a outra da vida.
Aquela Marta
Socorro, acho que isto é uma carta, assusta?
A predileção por este blog tem alguma razão desconhecida. Sejamos pacientes. Acredito nos pensamentos que nunca foram escritos, e aparecem revelados do interior de um leigo para os ouvidos atentos,de passagem. Fui andar entre os simples para encarar os sábios com propriedade de espírito. Alegro-me por existirem dentro dessa tela que olho. Que olham agora. Saudade. Vamos encher essa saudade de textos que é o que conta mesmo. Cansei de mentir que prezo a liberdade de ser só. Quanto a ela, nem com mil homens acorrentados a mim seria menos livre. No pensamento somos todos livres. O pensamento treina saltos ornamentais quando lê o que o surpreende. Se captas o presente imediato só produzirás cenas, e enquanto vês a tragédia do homem, o homem nem se importa ao voltar pra casa, pois o bar pode ser seu melhor pensamento ou a lembrança da calcinha da esposa também sem perfume o aguardando, quem sabe? Ele mesmo. Desculpa para se sentir melhor é ser herói dos outros. Confesso que já escrevi mais piedosamente. Herói, fada, anjo ou borboleta, só se a festa for à fantasia. Os mansos são o alvo dos sábios, não exatamente os sofridos pela vida dura. Dentre esses há mansos e monstros. Quem defendemos, todos? Que a nossa infelicidade pessoal não seja nunca o melhor mote. Eu, por exemplo, estou aproveitando esse love story, assim como os envolvidos, como numa roda de sansara. No íntimo, revoluções próximas não parecem sentimentalismos somente. As emoções advindas do contentamento em sendo descritas, ou exageram ou soam piegas. Policiar excessos, "bondade ilimitada nega a si mesma". Acontece que, ainda bem, a tristeza é só um vácuo, para ser preenchido, e não existe, quando ela aponta a gente dança, anda de bicicleta, eu corro no carro felicíssima, ando com o cachorro, estou amando sempre, colhendo pensamentos me distraio. Vocês que me atam a esse blog, não sou mais livre, sou de vossas palavras. OK! O diabo são as perguntas, causa das dores, como disse sabiamente o Mestre José do Vale Também Feitosa. Bem, sobre o que não conheço... desconhecido pra mim, simples assim. NÃO assusta, e não viria a mim se eu não estivesse preparada, gosto de deparar-me com situações inusitadas, lúdicas,... Vim pedir uma coisa, para manter as cortinas semi-abertas, enquanto traduzo o que seja essa expressão no meu rosto. Se receber pouco sol, posso não me queimar tanto. Mas se me chamam luz... A luz clareia mais bonito sob um abajur...lilás ou de formato esdrúxulo... Todavia, se infelizes, também não poderão me dizer como olhar pelos nossos olhos. Nossos olhos se conhecem menos do que as nossas palavras escritas. Se a impressão é um véu, a nossa usa burka. Na maturidade, entre os maduros,me pareceu que estive brincando sozinha no quintal da casa dos outros. Me foram cortezes, disseram fique à vontade...quando subiu no palco não foi provocar ciúmes, seu pretendente na platéia não se escandalizou, continuou no seu uísque, taciturno. No dia em que me der vontade de acabar com o dia de alguém e o fizer...estarei acabando com o meu próximo dia seguinte, certamente. Não importa que se perca o tempo..., o treinamento está me parecendo cada vez mais atraente que a própria vitória antes tão ardorosamente desejada. Vamos continuar a viver/escrever intensamente.
Carinho a todos. Marta
Decifrando a parábola.
Os personagens:
- os dois - os mais novos no blog
- o mestre - os mais velhos no blog (incluindo os músicos)
- a feiticeira - eu, né?
- a moita - Lupeu
O enredo:
Os mestres pararam na moita pra variar pensamento, aliviaram a alma de alívios(as emoções desse romance compartilhado) e seguiram entre discípulos que acreditavam numas histórias de feiticeira que eles não sabem se é má ou boa. Mistério a ser desvendado...cenas do próximo capítulo.
Moral: a moita é plantada no chão, não sai do lugar.
Beijos, Marta.
Gente , essa menina escreve pra caramba !
ResponderExcluirNão é a toa , que se diz feiticeira !
Fui muito desastrada em expor o nome de Lupeu, podia ter usado "o próprio" ou "o cara", seria menos desastroso. Desculpe, Lupeu.
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