sábado, 31 de janeiro de 2009

Frases ditas por Papas... acreditem !


Nos últimos dias têm circulado no Blog do Crato algumas matérias sobre a igreja católica. Como este é um tema que mexe muito com o imaginário das pessoas e que é muito pouco debatido em público, por conveniência de muitos e por medo de tantos outros, acho muito importante que esse tema não fuja da tela, e que, sem açodamentos, a gente possa fazer um debate de alto nível. Já me manifestei, anteriormente de que lado estou nessa história toda. Abaixo, algumas frases ditas por papas.

Papa Honório III (1220): "O amor ao ouro foi sempre o escândalo e o opróbrio da Santa Sé. Quem não oferece dinheiro ou presentes nada obtém de Roma."

Papa Pio II (1460): "A Corte de Roma recolhe todo o dinheiro; ela vende o Espírito Santo, as ordens sacras e os sacramentos; ela perdoa todos os delitos a quem tiver para pagar a absolvição."
Papa Honório III (1220): "O amor ao ouro foi sempre o escândalo e o opróbrio da Santa Fé. Quem não oferece dinheiro ou presentes nada obtém de Roma.” “ Papa Adriano VI (1522): "Sabemos que há muito tempo existem excessos abomináveis na Santa Sé. A corrupção se estendeu da cabeça aos membros, do papa aos prelados; temos todos descarrilado; não há um só que tenha praticado o bem, nem um só!" Clemente VII escreveu:

"Que nos importam, em suma, os dogmas? O que nos convém é uma obediência passiva; o que devemos desejar é que os povos estejam eternamente submetidos ao jugo dos padres e dos reis; e, para conseguir este fim, para prevenir as revoltas, para fazer cessar esses ímpetos de liberdade, que abalam nossos tronos, é preciso empregar a força bruta, transformando em algozes os vossos soldados — os de Carlos V —; é necessário acender fogueiras, matar, incendiar; convém exterminar os sábios, aniquilar a imprensa! Então, tende a certeza de que nossos súditos entrarão na ortodoxia e adorarão de joelhos vossa majestade imperial".

Essas são algumas pérolas proferidas pela autoridade máxima da igreja católica, ou seja o “santo padre”da vez. Pode um negócio desse?

Carnaval

O quarto mais quente
depois que colaram com cimento
a telha de amianto
na janela.

Escrevo suando.
Suor frio, salivas, pruridos.

Tento amigar-me com meus pulmões.
Sem eles penso em bobagens.
Sem meus queridos pulmões não sonho.

As paredes não mais confessam seus pecados.
Os antigos objetos cúmplices da minha insônia emudeceram.

A minha sorte é que sinto aflorando uma suntuosa virose.
As juntas e os tendões delicados
ressentem-se a cada minúsculo passo.

Meus ovozinhos mais murchos -
e bem mais friorentos.
Os olhos é que são danados.
Nao se cansam.
Veem até sombras no olhar das formigas.

O quarto muito quente
depois que fecharam o céu
com uma telha de amianto.

Quando chovia
respingava no computador.
Fiquei com medo,
talvez um curto-circuito.

Ainda se fossem lágrimas.
As mais salgadas.
Aquelas da infância.

Bateu-me uma saudade
da minha Olivetti 45
e das minhas folhas sem pauta.

Corto o tomate para meu filho.
O pequeno adora tomate com sal.
Se tiver molho de soja -
uma delícia.

Caramba como ficou quente o quarto
depois que taparam um pedacinho do céu
com uma telha de amianto.

BABYSSAUROS!!!!



EM postagens anteriores acompanhei discussões sobre o pouco espaço dado aqui nesta revista eletrônica CaririCult - que tem a literatura como essência - aos novos escritores, poetas e afins. Não sei quem ou por quais razões, de forma pejorativa, os cinquentões foram tratados como "velhinhos caquéticos que não querem largar o osso!" (risos). Então num gesto magnânimo de generosidade estão abertas as inscrições para o CaririCult teen. Mas vejam bem:os "candidatos" devem encaminhar para meu e-mail (lcsalatiel@hotmail.com) ou do Rafael (rafacrato@gmail.com) um texto literário (poema, crônica, etc) ou, noutro caso, se artista plástico ou fotógrafo encaminhar arte ou fotografia e, mais, em outras palavras nos convencer o motivo E/OU desejo de ser um dos escritores do CaririCult. Daí, você aguarda o nosso convite.

Noutro caso, os que já postam podem também indicar nomes de conhecidos.

Outra questão importante: onde estão as mulheres poetisas, escritoras, cronistas dessa nossa terra?

Desde já, com alegria, aguardamos os BABYSSAUROS!



Eu sempre bebo a dose de veneno que mata.
E não morro.
Eu sempre conto o fatal antes da notícia.
E ela sempre me desmente.
Quando chove derrubo prédios.
Quando seca mato vacas e gente.
Se acender um fósforo conto de bombas.
Mas solto os cadarços.
Mas sei dos sinais do semáforo.
E não adivinho.
Hesito olhando a faca da manteiga.
Hesito olhando a manteiga.
Hesito.
Depois decido beber de novo o veneno.
Dose letal.
E continuo vivo.

Tatobluesalves

O salto do artista é mágico, transformador. Rompendo barreiras, cria novas concepções do real. Dança na arena da impossibilidade, fazendo da vida um reflexo de sua destreza, manipulando, feito um artífice iconoclasta, os valores do existente, imprimindo-lhes variadas leituras, anárquicas e delirantes. Corre riscos, como todos nós, mas arrisca. Não teme o desconhecido por ser desconhecido, teme, por seus limites fronteiriços, o que aí se encontra como verdade única e imutável. Sabe que a mente flui entre espectros. Que por trás do estabelecido há um segredo perturbador de coloridas formas. Nada é único, nada é imutável, a não ser, talvez, o silêncio obtuso de alguns seres cuja existência se pauta na conformidade das regras. Quebrar essas regras seria tirar-lhes o sentido de estarem vivos, desestruturaria o círculo vicioso em que se meteram, relegando-os ao caos do novo que sempre foi repudiado.
Não obstante, somos nós, enquanto seres pensantes e, não raro, participantes de uma realidade cultural, que detemos o dever de interferir, positivamente, no processo de desenvolvimento de uma dinâmica social que, sabemos bem, segue por vias pouco afeitas à racionalidade.
É hora do salto mortal, quando, num arroubo de perícia e loucura consciente, largamos mão de um apoio milenar, lançando corpo no vazio à procura da nossa própria sensatez. Os espectadores terão que se movimentar, é um ato irreversível.
Vamos canalizar a energia para que da observação acrítica do espetáculo, todos partam para a ribalta, a atuar construtivamente na realização da performance maior da vida. Que cada um incite a novas perspectivas de ação, que cada um se conscientize da importância de agir transformadoramente.
Ainda há tempo.
E se na precipitação da busca perdermos contato com a lucidez redentora, haverá apoio seguro, antes da queda fatal, por parte daqueles que responderam nosso apelo a razão.

“o anarquismo é o anjo da guarda de todo prazer” (hanói hanói)

Para: gustavo rios, salatiel, help, rafa, domingos e zé do vale.
A Romaria das Candeias é a terceira maior realizada em Juazeiro do Norte. Em 2009, a expectativa é reunir 250 mil pessoas até esta segunda-feira (Foto: Dário Gabriel)

Juazeiro do Norte
Romaria das Candeias termina amanhã

Segue, em Juazeiro, a terceira maior romaria da região. É a festa de Nossa Senhora das Candeias, que deve reunir cerca de 250 mil fiéis na cidade. A lei que proíbe som de carro e barraca no entorno das igrejas está sendo mantida
Daniela Nogueira
da Redação
Milhares de romeiros estão, no Cariri, participando da festa de Nossa Senhora das Candeias, que segue até amanhã, dia 2. A expectativa da organização é de que cerca de 250 mil fiéis participem da festa durante os cinco dias em que ela ocorre. Todos os dias, há missas em, pelo menos, sete horários. Uma delas, às 19 horas, é celebrada pelo bispo diocesano do Crato, dom Fernando Panico. Mas a maior parte dos fiéis deve mesmo chegar neste domingo para participar do momento maior da festa, que ocorre, nesta segunda-feira. Neste ano, um decreto municipal determinou a proibição do uso de carros de som e do som de barracas, próximo à Paróquia São Francisco, à Igreja de Nossa Senhora das Dores e à Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. O som não pode ser executado nos horários em que, normalmente, são celebradas as missas - das 18 às 21 horas. O mesmo decreto estabelece que os bares próximo às igrejas funcionem só até meia-noite.

De acordo com José Carlos dos Santos, secretário do Turismo e Romaria de Juazeiro do Norte, a lei está sendo respeitada na cidade. “A Igreja já estava reivindicando isso. É para dar uma maior organização à romaria”, explica. O secretário diz que sacolas plásticas estão sendo distribuídas para ambulantes e outros comerciantes, para fazer com que a cidade fique mais limpa. Segurança Até sexta-feira, nenhuma ocorrência grave havia sido registrada pelos órgãos de segurança em Juazeiro do Norte.
Para a festa religiosa, foi montada a Operação Romaria das Candeias, que integra ações da Polícia Militar, da Guarda Municipal, do Departamento Municipal de Trânsito (Demutran), da Companhia de Polícia Militar Ambiental (CPMA), da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) e do Juizado da Infância e da Juventude. A festa de Nossa Senhora das Candeias, apesar de ser a primeira romaria do ano, encerra o ciclo das grandes romarias, que se inicia em setembro com a homenagem a Nossa Senhora das Dores. A Romaria das Candeias é a terceira maior realizada em Juazeiro do Norte. Fica atrás apenas da Romaria de Finados, em novembro, em memória a padre Cícero, e da celebração no dia 20 de julho, que relembra a morte do santo popular. “Celebramos a romaria todo dia 20. Em janeiro, coincidiu com o dia de São Sebastião e ficamos superlotados”, citou padre Paulo Lemos, administrador paroquial da Basílica.
SERVIÇO
Mais informações sobre a Romaria das Candeias na Basílica de Juazeiro do Norte podem ser obtidas pelo telefone (88) 3511 2202.
EMAIS
- A festa das Candeias é a festa das luzes. Nela, celebra-se a apresentação do Menino Jesus, quando Maria e José, depois de 40 dias após o nascimento de Jesus, vão ao templo cumprir a lei hebraica. Maria apresenta a Deus o filho Jesus e o oferece a Deus. - Nossa Senhora das Candeias é aquela que oferece Jesus como a luz do mundo, para iluminar as trevas dos fiéis. - O tema da festa este ano é “Na Basílica de Juazeiro, com a mãe das Candeias, apresentamos Jesus como Luz da Vida”.
PROGRAMAÇÃO DA ROMARIA
1º de fevereiro, domingo - 5h - Ofício da Imaculada - 6h, 9h e 17h - Missa na Matriz - 7h, 10h e 17h - Missa na Capela do Socorro - 19h - Celebração presidida por dom Fernando Panico - 20h30min - Show do Chapéu
2 de fevereiro, segunda-feira - 5h - Ofício da Imaculada - 6h e 9h - Missa na Matriz - 7h, 10h e 15h30min - Missa na Capela do Socorro - 12h - Bênçãos e despedida - 17h - Bênção e procissão - 18h - Encerramento (Praça do Romeiro).

Gripe

Não leve sobre os ombros
o passado já tão corroído
pelas traças do quarto.

A grandiosidade da mulher
é ser mais no que o homem não foi.
Completá-lo e dar-lhe na bunda
um belíssimo pontapé.

Não se sujeite aos remorsos
nem às fadigas do desapontamento.
A generosidade é uma virtude
não pense como obrigação.

A santidade da mulher vem da fertilidade.
Do sangramento.
Dos abraços mornos e dos beijos demorados.

Cabe ao homem depor as armas.
Alugar dvds.
Fazer pipocar.
Ajoelhar-se.

Mas não o deixe chorar.
Isso não é bom.
Não agrada.

Carta aberta do Prof. Carlos Alberto Tolovi

“O filósofo só consegue atingir o outro, com sua palavra, expondo-se como sujeito falante, como sujeito público. Precisa correr o risco de expor-se, de intervir no mundo como sujeito pensante e, quando necessário, de tomar partido, sobretudo quando a justiça, a liberdade e a verdade estiverem ameaçadas ou desrespeitadas”. (Hilton Japiassu)



Não gosto do profissional da educação que assume serenamente uma postura de incoerência e de contradição entre a sua teoria e a sua prática. Também não gosto da indiferença e da imparcialidade dos profissionais que só se preocupam com o seu salário ou com sua vaidade pessoal, e que mesmo diante de graves situações preferem evitar o conflito para não perderem os privilégios do poder em seu universo de trabalho. Por fim, gosto menos ainda dos que já possuem definidos os seus posicionamentos, como dogmas, com conceitos pré-estabelecidos (pré-conceitos) em função da luta pela manutenção ou pela perspectiva de tomada do poder. Portanto, se estou indignado diante de um “crime pedagógico” que está ocorrendo na universidade onde estou inserido, e se não tenho “rabo preso” com o poder atualmente estabelecido e não sou dependente de nenhuma facção com posicionamentos pré-determinados na disputa pelo poder institucional, o meu papel deve ser o de reagir, produzindo uma nova reflexão, gerando debates, buscando evidenciar as causas e as conseqüências das escolhas ideológicas que estão sendo feitas nos bastidores desta importante instituição educativa.
Atualmente é muito triste lembrar que a Universidade Regional do Cariri nasceu da Faculdade de Filosofia. Pior ainda é perceber que, nas mãos dos que fizeram parte desta história, a filosofia está sendo desprezada e banida dos nossos cursos, de uma forma completamente irresponsável e provinciana.
É triste também saber que a maioria dos cursos de nossa universidade não possuem em sua grade curricular a disciplina de introdução à filosofia. E que diversos cursos que possuíam esta disciplina estão retirando de seu projeto pedagógico. O Curso de Matemática e de Pedagogia tomaram a iniciativa. Pior ainda: o Curso de História da nossa universidade, tão destacado e elogiado nas avaliações nacionais, na última reformulação curricular, retirou a disciplina de Filosofia II. E como se não bastasse, na primeira reunião de 2009 do Departamento de História colocou-se em votação a retirada da disciplina de Introdução à Filosofia. E o que mais nos assustou foi o fato de que, colocando-se em votação, a maioria dos professores presente na reunião acatou a proposta colocada em pauta.
No tempo da ditadura os militares perceberam que para manter a “ordem” estabelecida e imposta não bastava apenas a violência física que produzia o medo. Eles logo perceberam que seria preciso atingir o coração da resistência que advinha do universo acadêmico. Pois no ensino médio e nas universidades havia um espaço de reflexão e debate que produzia consciência critica e que se traduzia em resistência à todas as formas de dominação insensata. Sendo assim, muito inteligentemente resolveram mexer na grade curricular e reordenar as disciplinas. E o resultado disso foi a retirada das disciplinas de Filosofia e Sociologia do ensino oficial assumido pelo Estado.
Mas, por que hoje, em pleno século XXI, em que o universo acadêmico, no Brasil e no mundo, reconhece a importância da Filosofia e da Sociologia para uma educação de qualidade, o curso de história desta universidade está retirando estas disciplinas de seu projeto pedagógico? E o pior: não foi uma atitude isolada. O que está ocorrendo hoje na URCA, não teria como pano de fundo a mesma preocupação dos militares na época da ditadura: manutenção das instâncias do poder estabelecido?
Atualmente, em nossa universidade, o poder militar foi substituído pelo poder político, que, como na idade média, depende dos pequenos feudos para sobreviver.
Estou cada vez mais convencido de que a Universidade Regional do Cariri assume um papel social e político muito importante: o de manutenção do sistema vigente, contribuindo para uma educação bancária, sem despertar a consciência crítica, sem desencadear conflitos com o sistema sócio-político-econômico instaurado na região.
Realmente, neste contexto a filosofia pode incomodar. Começando pela nossa própria instituição. Talvez não seja bom para muitos dos profissionais desta nossa universidade sentirem-se inseguros pela possibilidade do posicionamento crítico e autônomo do aluno. Talvez eles não queiram conflitos de idéias em sala de aula.
Diante deste contexto, qual é o risco que nós corremos?
Atualmente, muitos dos que estão no poder (em todos os setores da nossa universidade), estão atrelados à uma missão bem específica: manter os privilégios que este poder pode oferecer (mesmo que estes privilégios estejam apenas no nível da vaidade). Sendo assim, como a filosofia propõe uma relação dialógica e dialética na perspectiva de se produzir reflexões que despertem a consciência crítica, tendo em vista o protagonismo dos sujeitos históricos, ela pode representar um grande incômodo.
Me parece que a maioria dos nossos gestores e profissionais da educação em nossa universidade está satisfeita com uma educação neocientificista, tecnicista e fragmentada, incapaz de pensar o ser humano numa perspectiva mais ampla e complexa, em sua autonomia, alteridade e historicidade.
Diante dessa realidade podemos nos perguntar: até onde vai a autonomia dos “pequenos feudos” quando decidem, de forma irresponsável e corporativista, alterar um projeto pedagógico, retirando e incluindo disciplinas de acordo com a vontade ou necessidade dos “amigos”? E qual seria o papel da Pró-reitoria de Graduação diante de tal situação?
Atualmente a Universidade Regional do Cariri vive um momento muito sério: de um lado uma reitoria que não se importa com as contradições, desde que possa agradar determinados grupos que fazem parte do projeto de manutenção do poder. De outro lado, Reitorias, Centros e Departamentos totalmente fragmentados, como diversos membros de um “corpo sem cabeça”. Neste contexto, fica muito fácil um grupo de professores resolverem fazer alterações estruturais no projeto pedagógico de seu Departamento tendo em vista necessidades banais, mas com prejuízos pedagógicos e sociais profundos.
Vejo que em nossa universidade nós perdemos muito tempo produzindo textos e debates estéreis e rancorosos, a partir de teses dogmáticas, sem nenhum propósito de produzir reflexão e interação dialógica. Entendo que esteja mais que na hora de outras formas de debate, fora do campo minado da rivalidade pré-estabelecida. E, neste espaço, eu pretendo continuar colaborando e provocando outros educadores a participarem.


Prof. Carlos Alberto Tolovi

__________________

Observação: ainda sou aluna do curso de História, mas não sei bem o motivo da resolução citada pelo Prof. Tolovi. Na época em que iniciei a faculdade tive duas cadeiras de Filosofia. Apesar de não estar a par dos motivos que levaram à retirada da disciplina de Filosofia da grade curricular de diversos cursos, me solidarizo com a causa e deixo aqui o post (um pouco longo, mas importante).

Entre Elos

A forma mais sincera de pedir perdão
é contradizer-se na mais elevada retórica e certeza.
Contradigo-me então todas as manhãs antes de ir ao banheiro.

A Poesia não me acorrenta com supremas leis.
Penso, reflito, arrebatado.

No dia seguinte outras brumas dissipadas
revelam um caroço viçoso e cheio de carne.

Tudo que foi pensado e refletido -
e todo aquele arrebatamento
meras matizes do cotidiano.

A Poesia me surpreende por sua falta de memória -
já não sei em qual margem meus passos afundados
são do meu corpo ou da brisa matinal.

Do seriado "Coisas da República"


Brasil
ESTRATÉGIA INFALÍVEL
Prometendo tudo a todos, o senador José Sarney consegue a proeza de unir até o governo contra a candidatura do petista Tião Viana e se transforma emfavorito na disputa pela presidência do Congresso
Otávio Cabral


Fotos Sergio Dutti/AE e Ricardo Marques/Folha Imagem
PELO COMANDO

O peemedebista José Sarney e o petista Tião Viana têm plataformas de campanha diferentes. Viana (no alto) prega a moralização do Parlamento, enquanto Sarney prioriza a distribuição de cargos e vantagens aos parlamentares. Na Câmara, a eleição do deputado Michel Temer (à esq.),tida como certa, pode ser afetada pela disputa no Senado

O senador Tião Viana, do PT do Acre, acreditava que o apoio do presidente da República, sua biografia e as elogiáveis propostas de moralização do Parlamento seriam suficientes para convencer os colegas de que seu nome era o que havia de melhor para presidir o Congresso. A política, porém, não se move apenas por virtudes. Há interesses gigantescos, alguns inconfessáveis, a maioria infelizmente direcionada ao fisiologismo. Na semana passada, o senador José Sarney apresentou-se como candidato do PMDB e, mantida a lógica, assumirá nesta segunda-feira o comando do Senado. Sarney fez uma campanha de bastidores usando a mesma fórmula que marcou sua trajetória ao longo de mais de meio século de política. Prometeu cargos aos que não têm, assumiu o compromisso de manter os cargos dos que já têm, garantiu um ambiente de tranquilidade ao governo e, ao mesmo tempo, assegurou à oposição que será um presidente independente, como se isso tudo fosse possível.
Em novembro do ano passado, Tião Viana procurou Sarney e pediu apoio. "Conte comigo", respondeu o senador, que já estava costurando sua candidatura com a ajuda de Renan Calheiros, um de seus principais discípulos na política e que dispensa maiores apresentações. E tome promessas. O DEM, que flertava com Tião Viana, foi o primeiro a fechar com Sarney, após a garantia de que continuará comandando a primeira-secretaria, responsável pela administração de um orçamento anual de 2 bilhões de reais e epicentro de uma série de escândalos de corrupção. O PSDB chegou a piscar diante da proposta de assumir a primeira-vice-presidência, a quarta-secretaria e a presidência da Comissão de Assuntos Econômicos. Adversário histórico de Sarney, até o senador Fernando Collor prometeu entregar seu voto e o de mais seis petebistas em troca do comando da Comissão de Relações Exteriores. O PR, partido com quatro senadores, obteve o compromisso mais prosaico: a troca da frota de carros oficiais, hoje composta de Fiat Marea da década de 90.
No atacado, Sarney garantiu ainda que não mexerá na estrutura do Conselho de Ética – uma promessa que agrada em cheio a um colégio eleitoral no qual um quarto de seus membros responde a processos. O senador também avisou a Dilma Rousseff que a apoiará na sucessão de Lula, ao mesmo tempo em que falou a José Serra, o provável candidato tucano, que não tem nada contra ele e que ainda está indeciso sobre os rumos que tomará em 2010. Foram tantas promessas que elas acabaram se sobrepondo e criando um incidente. Na quinta-feira passada, depois de anunciarem o apoio a Sarney, os tucanos voltaram atrás e se alinharam ao petista Tião Viana. Descobriram que os cargos prometidos ao partido entraram em negociações com outras bancadas. A confusão, que pode acabar criando dificuldades para o PMDB na Câmara, onde o deputado Michel Temer tinha uma eleição tranquila, expõe o nível de preocupação institucional que orienta as decisões de uma boa parte dos nossos políticos. Caso Sarney confirme seu favoritismo, os petistas ameaçam trair Temer em benefício de Ciro Nogueira, do PP. Ciro é afilhado político de Severino Cavalcanti, que renunciou ao ser apanhado em negociações nada institucionais. Solução no Senado, problema na Câmara.
(Fonte: "VEJA"Edição 2098, de 4 de fevereiro de 2009)

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Crato surgiu do carisma franciscano - por Armando Lopes Rafael



Os historiadores são unânimes em reconhecer que, antes de 1740, já possuía o Vale do Cariri certa densidade demográfica, embora não existisse ainda nenhum aldeamento ou povoado considerável. Por volta de 1741, surgem os primeiros registros de um aldeamento dos índios Cariús, pertencentes ao grupo silvícola Cariri.
Era a Missão do Miranda, fundada por Frei Carlos Maria de Ferrara, religioso franciscano, nascido na Itália. Este frade ergueu, no centro da Missão, uma humilde capelinha de taipa (paredes feitas de barro) coberta com folhas de palmeiras, árvores abundantes na região. O santuário foi dedicado, de maneira especial, a Nossa Senhora da Penha, a São Fidelis de Sigmaringa e à Santíssima Trindade.
Em volta da capelinha, ficavam as palhoças dos índios. Estes, além de cuidarem das plantações
rudimentares, recebiam os incipientes ensinamentos da fé católica, ministrados por Frei Carlos. Aos poucos, nas imediações da Missão, elementos brancos foram construindo suas casas. Era o início da atual cidade do Crato.
Quanto à duração da presença dos capuchinhos no Vale do Cariri transcrevemos abaixo trecho de um artigo escrito pelo historiador J.de Figueiredo Filho:

“Não era só jesuíta que tinha o sangue de evangelizador das selvas. Os frades barbadinhos de São Francisco tiveram na colonização, grande papel e foram suas missões que civilizaram “o mais brasileiro dos rios”. Vejamos o que diz o historiador cratense, Padre Antônio Gomes de Araújo no trabalho publicado na revista “A Província” sob o título: “A Cidade de Frei Carlos” (nº. 2, 1954): “A missão, sob administração temporal dos Capuchinhos, durou (no Cariri) apenas 17 anos, se nos ativermos ao critério dos documentos, um dos quais, aponta uma das datas extremas, 1741 – segundo ficou escrito linhas atrás, (começo de seu artigo na revista “A Província”) – 1758, a outra data extrema, pois naquele ano, o governo português retirou às ordens religiosas no Brasil, a todas sem exceção, e ao clero secular, autorização para administrarem aldeias de índios sob regime civil, criando para dirigi-las, o Diretório dos Índios, governo civil em que aos sacerdotes foi reservada a única função de párocos ou curas.
Os capuchinhos continuaram à frente da Missão do Miranda, agora como cura de almas, apenas até a primeira quinzena do mês de janeiro de 1763, tendo Frei Carlos Maria de Ferrara funcionado até 1749, e deste ano a 1760, Frei Gil Francisco de Palermo, que foi sucedido por Frei Joaquim de Veneza, cuja administração alcançou a primeira quinzena de janeiro de 1763, data da última cerimônia religiosa por ele celebrada na igreja de Nossa Senhora da Penha da Missão do Miranda”. (J.de Figueiredo Filho em artigo publicado, em 1956, na revista “A Voz de S.Francisco”).
(Ao lado a pequena imagem da Mãe do Belo Amor, a primeira devoção mariana do Sul do Ceará, venerada na capelinha construída por Frei Carlos Maria de Ferrara que deu origem à cidade de Crato)
Depois da partida de Frei Joaquim de Veneza, que deixou o Crato em 1763, os filhos de São Francisco passaram quase trezentos anos ausentes do Cariri, salvo visitas apostólicas esporádicas, mais conhecidas como as Santas Missões. Nelas, os capuchinhos ministravam os sacramentos, celebravam missas, faziam sermões (onde pacificavam inimigos, combatiam a imoralidade e pregavam os bons costumes). Alguns missionários capuchinhos deixaram seus nomes, indelevelmente marcados, juntos às populações do Cariri, ao participarem das Santas Missões. É ocaso de Frei Serafim de Catânia, Frei Caetano de Catânia, Frei Damião de Bozzano, dentre outros.

Finalmente, graças às gestões feitas pelo segundo bispo de Crato, Dom Francisco de Assis Pires, em julho de 1949, os capuchinhos retornaram ao Cariri, desta vez para ficar definitivamente. Um grupo de frades, tendo à frente Frei Teobaldo de Monticelli – depois substituído por Frei Mirocles de Solzano – e mais os capuchinhos: Jesualdo de Cologno, Virgílio de Messejana, Conrado de Palmácia, Leônidas de Torre e Bernardo de Viçosa fixaram residência em Juazeiro do Norte com a missão de erguer o Santuário de São Francisco de Chagas. O engenheiro e construtor da obra foi Frei Francisco de Milão (Chiaravalle).
A pedra fundamental desse santuário foi benta em 6 de janeiro de 1950 por Dom Francisco de Assis Pires e ungida pelo sangue derramado, na ocasião, devido ao assassinato – por um fanático – do Monsenhor Juviniano Barreto, Vigário de Juazeiro do Norte, verdadeiro “Mártir do Dever”, o qual no Céu, certamente, intercedeu junto ao Trono de Deus para o êxito da nova epopéia dos missionários capuchinhos em terras do Cariri.

Referências bibliográficas
ARAÚJO, Padre Antônio Gomes. A Cidade de Frei Carlos. Crato (CE): Faculdade de Filosofia do Crato, 1971.
LÓSSIO, Rubens Gondim. Artigo “Nossa Senhora da Penha de França, Padroeira do Crato” in revista “Itaytera”, ano VI, nº. VI, órgão do Instituto Cultural do Cariri. Tipografia A Ação, Crato (CE) 1961, páginas 49 a 51.

Coroa de Zinco

Meu peito arde,
não confio em bruxas
não confio em sacerdotisas
não confio em deusas.

Sou um selvagem ateu
que só pensa no seu umbigo.
Que só cheira seu excremento.

Que queria de mim?
Não assisto a novelas.

Não confio na mente
não confio no coração
não confio na alma.

Sou um niilista egoísta
que só olha pros seus olhos.
O espelho embaça.
Não creio em espelhos embaçados.

Que queria de mim?
Não gosto de lavar pratos.
Meu peito pensa muito e arquiteta
planos suicidas com a outra.

Não confio em esposas.
Não confio em irmãs.
Não confio nas mulheres.

Não me envergonho
dos meus pensamentos tortos
nem dos meus omissos atos.

Sou um duende manco
um franco atirador
um porco diante da faca
um peixe com o semblante assustado.

Exaustão

Coisa boa a gente voar
sem asas coladas nos tornozelos -
E sem vontade de fazer xixi.

Por sobre os jazigos
e os edifícios mais altos.

O corpo trêmulo,
a alma pedindo aos céus
que não sejam sonhos.

raios

outro dia em que o ar
é evaporação
sorve até poça escura,
água de sabão, cuspe no chão
viu ali, já secou, foi virar chuva
na terra e no céu
os poetas e Deus
não tem resposta
se isso os assemelha
vantagem dos poetas
nunca respondem
não pergunte
se o meu coração é de papel
molhado de sol
...e era apenas mais um dia claro
banhado de luz

Eles não amam a Vida


Hoje assistimos algo absolutamente inédito e de extrema irracionalidade: a guerra contra a Terra. Sempre se faziam guerras entre exércitos, povos e nações. Agora, todos unidos, fazemos guerra contra Gaia: não deixamos um momento sem agredi-la, explorá-la até entregar todo seu sangue.
Leonardo Boff


A busca de uma saída para a crise econômico-financeira mundial está cercada de riscos. O primeiro é que os países ricos busquem soluções que resolvam seus problemas, esquecendo do caráter interdependente de todas as economias. A inclusão dos países emergentes pouco significou, pois suas propostas mal foram consideradas. Prevaleceu ainda a lógica neoliberal que garante a parte leonina aos ricos. O segundo é perder de vista as demais crises, a ecológica, a climática, a energética e a alimentar. Concentrar-se apenas na questão econômica, sem considerar as outras, é jogar com a insustentabilidade a médio prazo. Cabe recordar o que diz a Carta da Terra: "nossos desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados e juntos podemos forjar soluções includentes" (Preâmbulo). O terceiro risco, mais grave, consiste em apenas melhorar as regulações existentes em vez de buscar alternativas, com a ilusão de que o velho paradigma neoliberal teria ainda a capacidade de tornar criativo o caos atual. O problema não é a Terra. Ela pode continuar sem nós e continuará. A magna quaesto, a questão maior, é o ser humano voraz e irresponsável que ama mais a morte que a vida, mais o lucro que a cooperação, mais seu bem estar individual que o bem geral de toda a comunidade de vida. Se os responsáveis pelas decisões globais não considerarem a inter-retro-dependência de todas estas questões e não forjarem uma coalizão de forças capaz de equacioná-las aí sim estaremos literalmente perdidos.Na verdade, se houvesse um mínimo de bom senso, a solução do cataclismo econômico e dos principais problemas infra-estruturais da humanidade seria encontrada. Basta proceder a um amplo e geral desarmamento já que não há confrontos entre potências militares. A construção de armas, propiciada pelo complexo industrial-militar, é a segunda maior fonte de lucro do capital. O orçamento militar mundial é da ordem de um trilhão e cem bilhões de dólares/ano. Já se gastaram somente no Iraque dois trilhões de dólares. Para este ano, o governo norte-americano encomendou armas no valor de um trilhão e meio de dólares.Estudos de organismos de paz revelaram que com 24 bilhões de dólares/ano - apenas 2,6% do orçamento militar total - poder-se-ia reduzir pela metade a fome do mundo. Com 12 bilhões - 1,3% do referido orçamento - poder-se-ia garantir a saúde reprodutiva de todas as mulheres da Terra.Com grande coragem, o atual Presidente da Assembléia da ONU, o padre nicaragüense Miguel d’Escoto, denunciava em seu discurso inaugural em meados de outubro: existem aproximadamente 31.000 ogivas nucleares em depósitos, 13.000 distribuidas em vários lugares no mundo e 4.600 em estado de alerta máximo, quer dizer, prontas para serem lançadas em poucos minutos.A força destrutiva destas armas é aproximadamente de 5.000 megatons, força que é 200.000 vezes mais avassaladora que a bomba lançada sobre Hiroshima. Somadas com as armas químicas e biológicas, pode-se destruir por 25 formas diferentes toda a espécie humana. Postular o desarmamento não é ingenuidade, é ser racional e garantir a vida que ama a vida e que foge da morte. Aqui se ama a morte.Só este fato mostra que a atual humanidade é feita, em grande parte, por gente irracional, violenta, obtusa, inimiga da vida e de si mesma. A natureza da guerra moderna mudou substancialmente. Outrora "morria quem ia para a guerra". Agora não, as principais vítimas são civis. De cada 100 mortos em guerra, 7 são soldados, 93 são civis, dos quais 34, crianças. Na guerra do Iraque já morreram 650.00 civis e apenas cerca de 3.000 soldados aliados. Hoje assistimos algo absolutamente inédito e de extrema irracionalidade: a guerra contra a Terra. Sempre se faziam guerras entre exércitos, povos e nações. Agora, todos unidos, fazemos guerra contra Gaia: não deixamos um momento sem agredi-la, explorá-la até entregar todo seu sangue. E ainda invocamos a legitimação divina para o nosso crime, pois cumprimos o mandato: "multiplicai-vos, enchei e subjugai a Terra"(Gen 1,28).Se assim é, para onde vamos? Não para o reino da vida.

Leonardo Boff é teólogo e escritor.

O Buraco da Fechadura

Todo o Cariri tem se espantado, nos últimos tempos, com um espectro que parece perseguir mentes e sensibilidades mais delicadas. Espatifaram-se por aqui quase todos os liames da nossa pudica intimidade. A individualidade que sempre foi uma dádiva pequeno-burguesa, guardada a sete chaves, de repente vê suas entranhas e vísceras expostas em praça pública. Primeiro foram vários alunos de escolas mais tradicionais da região que, sem nenhum pejo, fizeram verdadeiras auto-produções cinematográficas, eles mesmo atuando como protagonistas, e disseminaram verdadeiros filmes pornôs por todos veículos possíveis de comunicação : celulares, internet, DVD´s. Logo depois universitários caririenses seguiram a mesma idéia , filmando cenas cabeludíssimas que terminaram sendo vendidas no meio da rua, junto com outros filmes piratas de conteúdo menos picante. Recentemente já outra produção de conteúdo igualmente erótico tem circulado por todas as rodinhas mais inflamadas do Cariri, com cenas que antigamente não eram veiculadas nem em bordéis e lupanares. A pergunta de todos caririenses parece ser a mesma : Que doideira é esta? O que anda acontecendo com nossa juventude ? Em que baú escondeu-se, de vez, a pudícia, o respeito, a vergonha ?
Vamos tentar refletir um pouco sobre estas perguntas tão aterradoras que assaltam a consciência de pais e educadores nos dias atuais. É preciso lembrar que o que acontece por aqui é apenas um reflexo tardio do que vem ocorrendo na aldeia global. Uma das principais características da pós-modernidade é a total perda da nossa individualidade e todas as amarras do íntimo têm ido literalmente para cucuia. A amplitude e disseminação dos meios de comunicação contribuíram fortemente para isso. Basta lembrar um pouco o noticiário para constatar esta verdade insofismável. A Daniella Cicarelli foi flagrada num namoro escandaloso numa praia na Côte D´Azur com o namorado. Bill Clinton quase que termina demitido por seu namoro tornado público com a Cláudia Lewinsky. Um DVD da noite de núpcias da Paris Hilton, sabe-se bem como, terminou bombando no mundo todo. O Itamar Franco teve a namorada fotografada estrategicamente , sem calcinha. A Adriana Galisteu viu a mama exposta numa festa e a Juliana Paes foi fotografada, numa lufada de vento, com o piu-piu totalmente à mostra. Sem falar nas baixarias públicas da separação do Pitta e do Renan Calheiros. E o Ronaldinho Fenômeno exposto jogando bolas totalmente impensáveis. O Congresso Nacional, ano passado, até instalou uma CPI para investigar um mar de arapongagem que havia grampeado até o presidente do Supremo Tribunal Federal. Todo o dia as estações de televisão invadem casas e alcovas de celebridades -- com a permissão delas—revelando para um público sôfrego segredos incontáveis. O planeta, queiramos ou não, tem se transformado num imenso Big-Brother. O que , aliás, já havia sido previsto por George Orwell no seu “1984” e Hannah Arendt , ainda nos anos 50, firmara a principal característica dos regimes totalitários na quebra total da individualidade, uniformizando a tudo e a todos. Os dois pensadores visionários imprimiram uma importantíssima visão política do pós-guerra, jamais imaginaram, no entanto, que seriam as próprias pessoas que abririam mão da sua intimidade, expondo em praça pública seus segredos e anatomias mais íntimas. Na maior parte dos casos, elas próprias filmaram e divulgaram suas cenas mais picantes , com o intuito básico de virarem notícia e , depois, com uma revolta mal camuflada, virem a público reclamar da intimidade violada. Quais as profundas razões desta inacreditável exposição pública?
Vamos juntos trilhar as veredas percorridas já por alguns filósofos contemporâneos como Foucauld, Bauman, Gabler, Campbell e Morin. Vivemos numa era de Big-Bang dos meios de comunicação. A TV aberta e de assinatura, a Internet, o Celular, o I-POD, a câmara digital, as filmadoras nos conectam, em tempo real, às mais longínquas áreas da terra. Conhecemos melhor a Austrália do que nossa pequena vila, nos comunicamos mais facilmente com o amigo do MSN que mora na China do que com nosso vizinho que reside ao lado. Estas estrovengas, por sua vez, nos fixaram muito mais em casa, em frente ao computador e nos Cybers da vida. Falta a todos o sorriso, o toque, o olhar. E esta geração, por incrível que pareça, tornou-se extremamente solitária , são todos contaminados por uma espécie de solidão.com . Vivemos, hoje, em dois planetas que são bem diferentes. De um lado temos um mundo real onde circulamos, trabalhamos, nos deslocamos. Este mundo tem se tornado cada vez menos glamouroso, repleto de violência, de problemas mil, de corrupção, de trânsito caótico. Do outro lado, vivemos imersos num mundo virtual que se mostra o oposto do real. Na virtualidade temos a mágica possibilidade de ciclar, como um Mandrake, por muitos espaços, num abrir-fechar de olhos. Convivemos intimamente com os deuses do Olimpo dos tempos atuais que são as celebridades. Basta um toque e elas estão ali, à nossa frente, ao nosso dispor. Invadimos suas casas, seus quartos, suas festas mais íntimas. Conhecemos seus segredos mais recônditos e podemos vê-las sem roupa, nas mais impensáveis intimidades. Elas fazem parte da nossa família. As celebridades são hoje pessoas da nossa convivência diária. A briga da Flora com a Donatella interessa muito mais do que qualquer arranca-rabo de parentes na nossa casa. A doença do pai não choca tanto quanto a eliminação do Noberto no BBB-9. Este é o mundo chamado de Pós-Realidade e que traz consigo algumas peculiaridades. Primeiro, neste espaço glamouroso, todos se sentem de alguma maneira anônimos e intocáveis: como se irmãos do Homem-Invisível pudéssemos cometer as mais variadas ações sem que ninguém pudesse encontrar o nosso ID. Esta característica nos torna poderosos, ousados e com uma imunidade garantida. Em segundo lugar, o espaço virtual é extremamente mutável e para permanecer na vitrine é imprescindível se tornar notícia a todo momento, a todo instante. As celebridades, então, alimentam um monstro que as digere a cada dia. Ser célebre é estar na mídia e isto leva a uma super-exposição, a uma espetacularização da vida cotidiana. Quando a celebridade é assaltada, antes de chamar a polícia ela avisa à Revista “Caras”. Neste jogo, vale tudo e o escândalo se mostra sempre como o prato mais apetitoso para ser degustado pelos meios de comunicação. Fazemnos todos parte de um mesmo Reality Show. E o mundo virtual tem outra característica importante, a celebridade que conhecemos e que faz parte da nossa família é apenas um mero personagem, criado pelos veículos de informação e são estes personagens que hoje substituem, para todos nós, os antigos heróis dos romances, dos filmes, das histórias em quadrinhos.
Amigos íntimos de tantas celebridades do mundo virtual, nos sentimos também importantes e célebres e por que não imitá-los ? Por que não utilizar os mesmos remédios para pousarmos de heróis, também, nos palcos da vida ? E, já que além disso tudo, somos imunes e anônimos , por que não tirar a roupa e divulgar? Por que não fazer um filmezinho erótico com as colegas de trabalho e de classe e lascar no You-Tube ? Por que não dar um tirozinho no John Lennon ou na Madonna? O importante é estar na crista da onda: o nível de exposição na mídia faz-se a régua atual para se mensurar a importância e celebridade de uma pessoa de qualquer nível social. Nos critérios da pós-realidade não existem mais santos-demônios, burros-inteligentes, heróis-bandidos, ricos-pobres, o universo se divide apenas nos que têm visibilidade e nos que são invisíveis.
O grande problema é como alimentar a fugacidade deste mundo virtual. Como alimentar esta besta insaciável a todo instante? Por outro lado, o que fazer do mundo real e como resolver seus problemas cada dia mais prementes e urgentes? Bons tempos aqueles em que a “brecha” da mocinha era a glória máxima da rapaziada e a maior devassidão do mundo tinha que ser assistida, sorrateiramente, através do buraco da fechadura !



J. Flávio Vieira

Breve nota sobre o Diácono Policarpo Rodrigues Filho – por Armando Lopes Rafael

Ao longo da minha vida tenho conhecido pessoas que se tornaram alvos de minha estima e admiração. São tantas! Uma delas é Policarpo Rodrigues Filho, advogado, Diácono Permanente e Chanceler da Diocese de Crato.
A primeira vez que ouvi falar em Policarpo foi através de uma nota da coluna “Cariri”, publicada aos domingos no jornal “O Povo”, de Fortaleza, de responsabilidade do jornalista Tarso Araújo. O ano era 2005 e a nota dizia:

“GENTLEMAN
O professor Policarpo Rodrigues Filho, um dos assessores do reitor da Urca André Herzog, vem recebendo elogios pela educação e lhaneza no trato com as pessoas. Um gentleman, sem nenhuma dúvida. A propósito, o professor Policarpo é sobrinho-neto do primeiro bispo do Crato, dom Quintino Rodrigues, e é, também, diácono permanente da Igreja Católica.”

Naquele mesmo ano comecei a prestar serviços na URCA, na área de comunicação. E pude comprovar o quão acertadamente o colunista do jornal “O Povo” classificara Policarpo Rodrigues Filho. Nascido em Pacatuba, próximo a Fortaleza, filho do ex-prefeito daquela cidade, Poly (assim o tratamos na intimidade) é uma pessoa simples. Nunca o vi perder a calma nem a serenidade mesmo em momentos difíceis.
Na minha curta passagem pela URCA, ficou a certeza de ter convivido com um homem bom, digno, extremamente honesto, leal, intelectualmente bem preparado (Policarpo ocupa a cadeira do seu tio-avô, Dom Quintino Rodrigues de Oliveira e Silva, no Instituto Cultural do Cariri), mas, sobretudo uma pessoa de atitudes equilibradas e um cristão autêntico.
Seminarista por longos anos – sua formação veio do carisma de Dom Bosco, ou seja, dos Salesianos – Poly deixou o seminário antes da ordenação, optando por constituir uma família. Morando em Teresina, o então arcebispo – hoje Cardeal–emérito de Brasília, Dom José Freire Falcão – enxergando em Policarpo qualidades de bom cristão ordenou-o como Diácono Permanente.
(Para quem não sabe: diáconos permanentes são homens casados ou celibatários que, chamados para seguir Jesus Cristo Servidor, recebem o Sacramento da Ordem do Diaconato através da imposição das mãos do Bispo para exercer o tríplice ministério: da Caridade, da Palavra, da Liturgia).
Dias atrás, minha filha caçula casou na Igreja Católica. Para presidir a cerimônia religiosa convidei o Diácono Policarpo. Poucas vezes, na minha vida, ouvi uma prédica tão bem feita, elegante e concatenada. Sai com a sensação de que não poderia ter escolhido melhor celebrante...

E já que iniciei citando uma nota da coluna “Cariri”, de Tarso Araújo, termino citando outra, esta mais recente, publicada também no jornal “O Povo”:

“CORAÇÃO NOVO
O coração andou fazendo susto a duas personalidades da sociedade cratense. O professor da Urca, Jurandy Temóteo, e o chanceler da diocese de Crato, Policarpo Rodrigues Filho, estão se restabelecendo do pós-operatório para implantação de pontes de safena.”

Poly:
Que o Cristo Jesus – a quem você serve com tanta dedicação – permita que seu coração bata por muitos e muitos anos, para você dar continuidade ao bom trabalho prestado à comunidade cratense, especialmente aos pobres e necessitados.
Um abraço,
Armando

Igreja Católica cria Dízimo com Débito Automático em Conta Bancária


Pague a sua salvação com VISA e MASTERCARD !


Se os irmãos já estavam estarrecidos com alguns fatos ocorridos no seio da Santa Madre Igreja Católica que foram comentados aqui neste Blog recentemente, como os terríveis males provocados na idade média com o assassinato de milhões de vidas em nome de Deus com as cruzadas, o atraso da ciência em mais de 500 anos, o completo silêncio da Igreja Católica ante o massacre de 10 milhões de Judeus durante a II Guerra Mundial, a deserção de mais de 7 mil padres que assumiram publicamente o relacionamento sexual, a pedofilia no seio da igreja atual...bem, a lista de VERDADES, de FATOS CONCRETOS vai longe, mas não é para isto que vim escrever esse artigo. Quem quiser pesquisar, a História está aí para todos.

Sou batizado na Igreja católica, fiz primeira comunhão, crisma, etc, mas nem por isso sou fanático, nem cego e nem surdo! O fato que me causou profunda revolta recentemente, foi uma propaganda que ouvi na Rádio Padre Cícero FM de Juazeiro do Norte, emissora católica, vinda de uma das grandes Redes de Rádios católicas do sul do país, e que dizia assim: "Agora você conta com o sistema automático de débito do dízimo em Conta Corrente. Não precisa mais se preocupar em ir a um banco fazer o pagamento de seu dízimo. Basta autorizar o débito automático em sua conta"
...

Veja matéria:

"A TV Vanguarda ( São José dos Campos ) apresentou uma matéria sobre a tecnologia empregada nas Igrejas Católicas em São José dos Campos para ajudar os fiéis. Dentre as tecnologias apresentadas foi mostrado o "Data Show" que ajuda a interação dos fiéis nas missas, uma outra inovação é o "Debito automático do Dízimo" que facilita ao fiel e a igreja e a outra é a "Transmissão de Missas via internet" com o objetivo de levar a Evangelização dentro das casas por meio deste meio de comunicação. Este trabalho de Evangelização iniciou-se em Julho deste ano e tem alcançado centenas de pessoas dentro do país e fora."

Olha, isso não foi de nenhuma Igreja Universal, nenhuma igreja pentecostal que tanto malham. Foi em Rede Nacional, da parte da Igreja que se diz a Igreja deixada por Pedro, discípulo de Jesus Cristo. É sério ? E será que Jesus aprovaria tal coisa ? Será que jesus apoiaria o comércio da Fé desta forma, a exemplo do comportamento idêntico de algumas igrejas protestantes que aceitam cartão de crédito para pagamento do dízimo ? Será mesmo que vale o ditado "Um Domingo sem Missa é uma semana sem Deus ?" Será que Deus está mesmo presente nessas falcatruas meramente humanas ?

Isso é um dado Concreto! Não é invenção.
Isso para mim é Ultrajante.
Isso é uma abominação !
Isso é uma vergonha!

Já dizia Jesus:

"Todo aquele que amar mais ao dinheiro do que a mim, não é digno de entrar no reino dos céus..."

"Que CASA pretendeis construir para mim ? Por acaso não foi minha mão que fez tudo isso ?... Deus não habita em construções humanas."

"Este povo me honra apenas com os lábios. Vão é o culto que pregam. Suas doutrinas, não passam de preceitos humanos..."

Jesus Cristo.

O maior inimigo da Igreja é a Verdade!

Por: Dihelson Mendonça
Fonte:
http://www.radioasfa.org/videos.asp

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

ESCREVER? Nunca!

Sentimentos...
Traduzir esse sentir em palavras...ESCREVER...não dá.
Você com os olhos em mim, impossível! Direi o quê? Vou dizer só de mim, só de mim pra você, não é justo. Não somos dois neste momento? Não vou fazer isso sozinha. Sinto-me apavorada com este exclusivismo sem precedentes, discordo, por favor, compreenda. É um egoísmo ignorar o seu sentir, não acha? Será um monólogo se só eu disser. Pense aí como NÓS podemos fazer esse livro que já começou. Você está lendo. Lê para pensar no que lê, e o que lê? O que lê? Depara-se com o acovardar-se de um escritor, certamente um lunático ou preguiçoso, um medroso. Autores escrevem sozinhos mesmo, não é anormal. Ele traz a folha em branco e preto assim, mas você é informado que não se trata de uma proposta pronta (mas um LIVRO tem que ser!), e não é um jogo, nem uma escolha, sequer foi consultado, está preso em meio às letrinhas como quem foi seqüestrado, deduz talvez tratar-se de uma extravagância, uma nova experiência literária, os leitores-cobaias, não gostou, ali sentiu-se refém do escritor que lhe parece indiferente.
Você meio que traído, confuso, irritado e num instante é salvo pelo tato que o faz lembrar aquilo que segura nas mãos. Olha o calhamaço de folhas numeradas, folheia bem devagar, poderiam estar em branco, confere se estão realmente escritas, sente um alívio instantâneo. Sim, o livro já está escrito, do que se trata então esse escrever junto com o autor, uma piada? E ao pensar isso, com o escritor certamente embaraçado, cria-se um incômodo momentâneo pacífico, ali capta-se numa fração de segundos uma condescendência do leitor atiçada para além dos humores levianos e das conclusões rápidas. Um lampejo de intuição. Resiste e lê. Procura sabedoria e ainda não há o menor vestígio da sombra do seu manto sagrado. Apenas uma palavra soprando outra que sopra outra e parece vento, ventania. Aposta às cegas, o autor covarde quer lhe dizer algo, as letras vão se reproduzindo, os olhos seguem, praticamente sem pensar – nem há em que pensar ainda - continua. Descobre nenhum enredo, sequer uma situação iminente, qualquer imagem mental que sugira uma linha de raciocínio razoável. Uma paisagem, uma referência. Onde começa mesmo a história? Precisa saber. Parece ironicamente que o livro não está mesmo escrito. Detesta sarcasmo.
Apela para a ironia de um pensamento altivo que lhe permite sentir-se superior e recua o corpo para trás distanciando-se, como para dar mais espaço entre si e o livro nas mãos, e assim ampliar o pensamento que lhe ocorreu, um pouco sarcástico. Normalmente repele tais pensamentos. Desta vez concordou com a voz interna de um ego vindo das trevas de si que lhe sussurrava - é um mero recurso dos mais simplórios para tentar prender a atenção de leitores ingênuos, não você, feche-o, recuse a farsa, isto não é um livro, autor abusado... blá, blá. Muitas vezes concordamos com a opinião de um ego ou outro, muito embora esses egos não resistam a um grito bem dado. E deu enfim. Não, este ego não era um pensamento seu. Não costumava ser tão implacável. Flagrou-se neste instante pensando o que parecia ser seu próprio falatório íntimo, achou mesmo que poderia ter escrito aquilo. Distraiu-se, relaxou de sentir-se prisioneiro do autor naquela cumplicidade que lhe fora imposta ou, pra pegar leve, sugerida, mas compara a idéia a um convite para uma festa que já terminou e sente-se mal. Lembra-se que há um livro para ler, não para escrever. Isto é fato. E novamente questiona-se sobre o quê. Seremos eu e o autor os personagens? De nenhuma história. Duvido. Nunca fomos apresentados. Se for assim, posso fechar este livro, não aceitar. E daí? Se já está escrito, não precisa de mim, conte outra. Ele sugere que eu também escreva este livro. Bem, deve haver uma página mágica com a qual se possa abrir uma janela na sua lógica, um buraco, um furinho, um rombo daqueles. Tem a impressão de estar falando sozinho, ou pior, escrevendo. Era apenas um leitor, e por enquanto apenas a primeira frase sugeria um livro que se poderia levar a sério: “traduzir este sentir em palavras”, até poético, despir-se do que sente. Imaginei um livro muito franco, sincero, pessoal. Uma fraude? Ah, o que eu sinto, sinto muito em dizer... esse autor brinca, ou sei lá, se fala sério deixa pouco à vontade leitores desavisados. Percebi, e considerando aparentemente interessante, mais ou menos emblemático, “eu” trouxe o “seu” livro. Não me senti uma cobaia naquela hora. O título não dava pistas seguras, é verdade. Um tanto subjetivo. A primeira idéia era sobre escrever juntos um livro, o leitor e o autor no momento da criação, já criada. Como poderia? Não sei. Meio louco. Pareceu-me pretensiosamente duvidoso. (Acho que gostei justamente por isso)
E ei-lo aqui, apesar de tudo ou de nada eu estou lendo. Não me pergunte sobre o quê, leia comigo. Aliás, com quem falo? Muito prazer. Ainda bem que não estou só.
Um livro acompanha os acontecimentos dos dias em que se passa com ele - se eu quiser! – se encaixa na sequência dos episódios da vida de quem está lendo. Esse livro sem sentido, ridículo. Tantos são os meus fatos, meus problemas, minha vitórias... eu sei, mas este autor? Nem imagina. E me intriga a sua audácia. Até agora não descobri absolutamente nada sobre o objeto que estou segurando entre as mãos e que ousa me desafiar. Parar por vingança, deixar pra lá...no entanto há um livro, um livro TODO ESCRITO, um louco a escrever dizendo que escreve comigo, e eu, que não sou louco. Ah, e você que está lendo. Sim, (???) então o louco deve ser você, lógico!

Abraços

O Coração

Então receba de volta
a unha cortada que seria sua.
Então guarde a lágrima retida
que brilha debaixo da lâmpada do poste.

Luz fraca,
as mariposas não sabem:
continuam debatendo-se
contra a vida -
nunca contra os sonhos.

Então não esqueça do frio
antes do cafezinho.
A alma só precisa
da preciosidade do silêncio.

Enigma de ficção política - Por Emerson Monteiro


Obama se encontra
com Osama,
na Faixa de Gaza,
para discutir
a crise econômica mundial.

Ressonância Schuman

ACHEI INTERESSANTE E REPASSO AOS COLEGAS DO DCS,UM ABRAÇO, GISLENE.
Ressonância Schuman(Leonardo Boff)
Não apenas as pessoas mais idosas mas também jovens fazem a experiência de que tudo está se acelerando excessivamente. Ontem foi Natal, dentro de pouco será Carnaval, Páscoa... mais um pouco, Natal de novo. Esse sentimento é ilusório ou possui base real? Pela "ressonância Schuman" se procura dar uma explicação. O físico alemão W.O. Schuman constatou em 1952 que a Terra é cercada por uma campo eletromagnético poderoso que se forma entre o solo e a parte inferior da ionosfera que fica cerca de 100 km acima de nós. Esse campo possui uma ressonância (dai chamar-se ressonância Schuman) mais ou menos constante da ordem de 7,83 pulsações por segundo. Funciona como uma espécie de marca-passo, responsável pelo equilíbrio da biosfera, condição comum de todas as formas de vida. Verificou-se também que todos os vertebrados e o nosso cérebro são dotados da mesma frequência de 7,83 hertz. Empiricamente fêz-se a constatação que não podemos ser saudáveis fora desta frequência biológica natural. Sempre que os astronautas, em razão das viagens espaciais, ficavam fora da ressonância Schuman, adoeciam. Mas submetidos à ação de um "simulador Schuman" recuperavam o equilíbrio e a saúde.Por milhares de anos as batidas do coração da Terra tinham essa frequência de pulsações e a vida se desenrolava em relativo equilíbrio ecológico. Ocorre que a partir dos anos 80 e de forma mais acentuada a partir dos anos 90 a frequência passou de 7,83 para 11 e para 13 hertz. Imaginem agora! O coração da Terra disparou. Coincidentemente desequilíbrios ecológicos se fizeram sentir: perturbações climáticas, maior atividade dos vulcões, crescimento de tensões e conflitos no mundo e aumento geral de comportamentos desviantes nas pessoas, entre outros. Devido a aceleração geral, a jornada de 24 horas, na verdade, é somente de 16 horas. Portanto, a percepção de que tudo está passando rápido demais não é ilusória, mas teria base real neste transtorno da ressonância Schuman.Gaia, esse superorganismo vivo que é a Mãe Terra, deverá estar buscando formas de retornar a seu equilíbrio natural. E vai consegui-lo, mas não sabemos a que preço, a ser pago pela biosfera e pelos seres humanos. Aqui abre-se o espaço para grupos esotéricos e outros futuristas projetarem cenários, ora dramáticos, com catástrofes terríveis, ora esperançosos como a irrupção da quarta dimensão pela qual todos seremos mais intuitivos, mais espirituais e mais sintonizados com o bioritmo da Terra.Não pretendo reforçar este tipo de leitura. Apenas enfatizo a tese recorrente entre grandes cosmólogos e biólogos de que a Terra é, efetivamente, um superorganismo vivo, de que Terra e humanidade formamos uma única entidade, como os astronautas testemunham de suas naves espaciais.Nós, seres humanos, somos Terra que sente, pensa, ama e venera. Porque somos isso, possuimos a mesma natureza bioelétrica e estamos envoltos pelas mesmas ondas ressonantes Schuman. Se queremos que a Terra reencontre seu equilíbrio devemos começar por nós mesmos: fazer tudo sem estresse, com mais serenidade.Com mais amor, que é uma energia essencialmente harmonizadora. Para isso importa termos coragem de ser anti-cultura dominante que nos obriga a ser cada vez mais competitivos e efetivos. Precisamos respirar juntos com a Terra, para conspirar com ela pela paz.Leonardo Boff - Teólogo."

Gislene Farias de Oliveirahttp://gislenefarias.no.comunidades.net

CONTRIBUINTES 2008
Empresários do Cariri recebem premiação

Afora o comércio e a indústria de calçados, outros setores começam dinamizar a economia da Região Sul/ Cariri

O Cariri, localizado ao Sul do Estado, é uma das regiões mais prósperas do Ceará. Em termos de arrecadação, só perde para as regiões Metropolitana de Fortaleza (RMF) e Norte, segundo dados da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz). Ali, a principal fonte de recolhimento de tributos ainda é o comércio, mas possui uma forte indústria calçadista, além da conhecida ourivesaria, o agronegócio e o turismo religioso. “Hoje se agregam a essas atividades a construção civil, cada vez mais dinâmica, e o setor de educação, com várias instituições de ensino superior privadas, além das públicas”, avalia a professora Suely Salgueiro Chacon, coordenadora do Centro de Pesquisa e Pós-graduação do Semi-Árido (CPPS).

A economista lembra que a política de incentivos fiscais do Estado, iniciada na década de 1990, beneficiou a região caririense. “Incentivou a vinda de novas empresas, especialmente indústrias que reforçaram o setor calçadista, que hoje gera quase nove mil empregos diretos, e garante que o Ceará seja o terceiro maior produtor de calçados no Brasil”, comenta Suely Chacon. Como principal tributo estadual, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) foi decisivo para a região. Por seu desempenho no recolhimento do ICMS, empresas e empresários cidadãos da Região Sul/Cariri serão agraciados hoje com o Prêmio Contribuintes Ceará 2008. A solenidade de entrega dos troféus acontece a partir das 20h, no Crato Tênis Clube (foto acima), na cidade do Crato.

A premiação é uma iniciativa do Governo do Estado, por meio da Sefaz, em parceria com o Sistema Verdes Mares de Comunicação.Em sua segunda edição, o Prêmio Contribuintes será entregue a 18 empresas da região Sul/Cariri, além de cinco micro e pequenas empresas e três entidades filantrópicas. O projeto — que ampliou o número de premiados — conta com patrocínio da Coelce, Bradesco, M.Dias Branco, Banco do Nordeste, Petrobras e OI.Desenvolvimento

Apenas o atual perfil industrial do Cariri não seria suficiente para afirmar que aquela é uma região em desenvolvimento. Suely Chacon lembra que outros fatores são essenciais para se garantir que o crescimento econômico gere desenvolvimento e que este seja sustentável. “Hoje a região se apresenta como um pólo gerador de conhecimento em franca expansão”, argumenta. Para a economista, “a instalação de várias instituições de ensino superior vem transformando a região de forma radical”, o que acaba gerando expectativas de melhoria da qualidade de vida.“O simples fato de criar o acesso ao ensino superior no local de origem das pessoas já é garantia de transformação”, ressalta Suely.

(Fonte:DIÁRIO DO NORDESTE, edição de 29.01.2009)

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Peripécias Verminosas

Filho, mesmo que brilhe um diamante
dentro da lixeira do banheiro
afaste-se.

Papel cagado simula candura.
Mas as bactérias festejam.
Não meta as mãos.
Nem com luvas de plástico.

Quão sujismundo é seu diabinho.
Filho, não acredito.
De castigo, agora.
E não ouse chupar o dedo.

Acorda Crato - Por Pedro Esmeraldo

Durante muitas décadas, Crato vem sofrendo um abalo sísmico causado pela fraqueza de nossos administradores. Esses homens não souberam se elevar diante das vicissitudes fragilizadas por homens incapacitados para dirigir o destino da cidade.
Abrimos espaços para acordar o povo desta cidade que ora dorme, sem reagir, esperando que tudo melhore com o tempo. Avisamos que diante dos acontecimentos tenebrosos não se deve esmorecer, mas partir para a luta. Agora mesmo, lembramos que uma sucessão de homens fracos foi contemplada para dirigir esta cidade com pouca determinação; até agora os ditos homens só teem mostrado fraqueza no comando de desta terra. Não avançam o sinal de desenvolvimento. E o pior é que todos titubeiam nos mesmos erros, sem saber qual direção devem seguir.
Ontem mesmo, estávamos discutindo com pessoas amigas, observando os erros desses homens que se dizem administradores e seguram o barco, sem nenhuma perspectiva para que empurrar na direção certa, trazendo grandes investimentos que poderão mudar a face da cidade. Por isso, devemos lembrar que os atuais cidadãos do Crato não lutam com amor à terra e beneficiam com projetos industriais, educativos, turísticos e agrícolas ultrapassados. Devemos lembrar a todos os cidadãos comuns que invistam em nossa terra não deem valor a outras localidades, como é de costume, pois lembramos o pensamento histórico: Deem ao Crato o que é do Crato.
Hoje em dia, assim pensamos: Acreditamos no Crato, já que temos como lema: O arrojo, a luta árdua, o amor à terra e ainda dizemos, quem foi rei sempre será majestade. Contudo, confirmamos, temos que mudar o sistema de trabalho; trazer grandes investimentos; brigar pelas causas justas; abrir caminhos; e acelerar a boa vontade da população.
Com esses métodos, Crato será contemplado com riquezas sólidas. Devemos aproveitar o comprometimento turístico, além de equilibrar o progresso da terra, aproveitando as riquezas do solo do Vale dos Carás, com grandes incentivos agrícolas e pecuários. Só terminamos dizendo: Crato é luta, é trabalho, é desenvolvimento. Basta querer, e querer é poder. Acorda Crato!
Crato apenas dorme, e quando acordar o Cariri se estremecerá.

OBS.: Postagem solicitada pelo autor e autorizada pelo blog.

No centro, o presidente Lula e o ex-presidenteFernando Henrique Cardoso, ladeados pela ministra Dilma Rousseff e pelo governador paulista José Serra– potenciais candidatos à Presidência da República


“Dia Internacional em Memória do Holocausto”

O dia 27 de janeiro, quando em 1945 foi libertado o campo de concentração Auschwitz/Birkenau, foi declarado pela Assembléia Geral das Nações Unidas (ONU) como o “Dia Internacional em Memória do Holocausto”. De acordo com a entidade, a data - uma iniciativa de Israel, dos EUA, da Austrália, do Canadá e da Rússia, tendo sido apoiada por outros 104 países - deverá servir para relembrar o sofrimento dos seis milhões de judeus mortos durante a II Guerra Mundial.

Igreja e Poder: a Ditadura do Papa


Leonardo Boff ingressou na Ordem dos Frades Menores em 1959 e ordenou-se sacerdote em 1964. Em 1970, doutorou-se em Filosofia e Teologia na Universidade de Munique/Alemanha. Seus questionamentos a respeito da hierarquia da Igreja, expressos no livro "Igreja, Carisma e Poder", renderam-lhe um processo junto à Congregação para a Doutrina da Fé, então sob a direção de Joseph Ratzinger, hoje Papa Bento XVI. Em 1985, foi condenado a um ano de “silêncio obsequioso”, perdendo sua cátedra e funções editoriais na Igreja Católica. Em 1992, ante nova ameaça de punição, desligou-se da Ordem Franciscana e pediu dispensa do sacerdócio. Em 1993, foi aprovado em concurso público como professor de Ética, Filosofia da Religião e Ecologia na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, onde é atualmente professor emérito. Como professor visitante, lecionou nas seguintes Universidades: de Lisboa (Portugal), Salamanca (Espanha), Harvard (EUA), Basel (Suiça) e Heidelberg (Alemanha). É doutor “honoris causa” em Política (Universidade de Turim/Itália), e Teologia (Universidade de Lund/Suécia). Sua produção literária e teológica é superior a 60 livros, entre eles o best-seller "A Águia e a Galinha". Suas obras foram publicadas no exterior (a maioria). Atualmente vive em Petrópolis/RJ, com a educadora popular Márcia Miranda. (Fonte: Enciclopédia Wikipédia).
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"Todo poder é autoritário, seja nazista ou fascista, porquanto altamente negador da ternura, da sexualidade, da intimidade. E na Igreja há isso; então é um poder altamente autoritário. No “cânon” que fala dos poderes do papa ele é absoluto, ilimitado, universal, sobre cada cristão, sobre toda a Igreja, e... infalível. Se você risca papa e bota Deus, vale. Ele atribui a si características divinas. Então, é um poder que em teologia se chama totatus dictatus papa, expressão latina que se criou no século XIV: literalmente traduzido, "a ditadura do papa". Então, é essa a perspectiva de um poder altamente centralizado, piramidal e totalitário, que engloba tudo, não convive com a fragilidade do amor, da sexualidade. A essa estrutura pertence o celibato e também o poder mais imediato: você não tem partilha, não tem herança, não tem de se preocupar com a educação dos filhos ou onde a mulher vai ficar, nada. Você se torna um soldado totalmente disponível à instituição.Quanto à figura de Ratzinger, seja como mestre, como prefeito da congregação ou como Papa, eu diria que não há mudança substancial. Ele sempre manteve uma linha teológica de fundo inalterável, isto é, o projeto de construir a Igreja para dentro, reforçar as instituições eclesiásticas e a autoridade do Papa, revalidar o direito canônico, sublinhar uma leitura dogmática da fé cristã. Eu diria que em alguns destes aspectos ele, inclusive, radicalizou no sentido de que a fala de um Papa é muito mais poderosa do que a fala de um prefeito de uma congregação, porque este tem como objeto as doutrinas, enquanto o Papa tem como destinatário toda a Igreja. Na medida em que esse Papa insiste enormemente que igreja mesmo é só a Católica e continua repetindo que as demais igrejas não são igrejas e que as demais religiões necessitam de salvação, ele toma para si um fundamentalismo light. Por que fundamentalismo? Porque acentua de tal maneira a própria doutrina que exclui as demais e isso não parece ser a perspectiva do cristianismo originário, nem a perspectiva bíblica."


Autor: Frei Leonardo Boff -

Postado por: José Nilton Mariano Saraiva no Blog do Crato

A realidade como ela é...


As agências de notícias divulgaram estas duas imagens feitas ontem, terça-feira,dia 27. Na primeira, Dilma Roussef, Lula, FHC e José Serra, unidos - os três últimos com "Kipás" (solidéus) na cabeça - participaram - na sinagoga Beit Yaakov, no bairro de Higienópolis, região central de São Paulo - de solenidade do dia internacional das vítimas do holocausto. É a quarta vez que o presidente Lula participa de cerimônias nesta data. Segundo as Agências de notícias o quarteto manteve cordial conversa , em meio a risadas e abraços.

O presidente Lula acende o Menorá. Em seguida fez discurso onde afirmou que " o reconhecimento de um Estado Palestino e da existência tranqüila do Estado de Israel, são condições para uma paz consistente na região". Enquanto isso, petistas-xiitas ficam postando nos blogs notas ingênuas contra FHC e tecendo loas esabujices a Lula...

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Limpo

A sobriedade tem uma alma diferente.
Os dentes perderam a tez encardida.

O crânio bate tambor -
Sem dor de cabeça.

Resquícios somente
do cafezinho quente.

(P)ARTES - (Ensaios) - Por: Claude Bloc & Socorro Moreira

(1)

A (P)ARTE

Aparte a parte, em partes
E terás ARTE

(2)

Cênicas artes
(entre)telas
(entre)linhas
Espaço
Aberto
(entre)tecendo
o
(vo)lume


Vozes
Interlúdios
Interlóquios
Pranteando
a
solutide


Cênicas luzes
Cores da íris
Aura vital
(i)material.

(3)

São sintomas ou sintagmas...
Os sentimentos e as palavras?
Só no vulcão eclode o magma
Em fogo, em brasa pela alma?

(4)

(P) ARTE (DE SOCORRO MOREIRA)

Arte , enc(arte)
Arte , S(ART)r(E)
Existencial !
Parte em parte
é fração total
Parte em arte
é original
Ensaiar a festa
é primordial
ensaiar a vida
é coloquial
No vulcão extinto
minha lava está
no fogo do amor
quero é me queimar

Trecho 4 - por Socorro Moreira
Demais textos - por: Claude Bloc

UNI VERSOS EM MINHA MÃO

Sim, eu vi cometas na palma de minha mão
As esferas...fera em fera farejando a mim
Não, sim, são passos vindos do porão
São passos para o abismo. Estou chegando ao fim?

Cometa crimes, mas não por minhas mãos
São tragédias que ainda estão por vir
Ciganas, enganas que inda sou malsão
Vão, mil chagas se alojando em mim

Saturno entre os dedos, Netuno em segredo
Urano paira no dedo mindinho
Vênus que é de morte, Júpiter com muita sorte
Ora pela Terra, que rola nas linhas da minha mão
Nas linhas da minha mão, é meu começo, meio e fim

AVESSO - Por Claude Bloc



Sinto teus movimentos
Em pleno silêncio
Sinto sons inaudíveis
No avesso da noite

E se me rendo à palavra
E se me vem a esperança
Sou o todo ou a parte
Que a saudade inventou

Sou o brilho opaco
De uma alma tão simples
Sou quieta, sou branda
Fugidia, fugaz...

Eu sou flor, sou espinho
Nesse retocado espelho
O avesso, o direito
A vertigem do amor

Os meus poros, meu tato
Mapeiam-me a vida
Nesse espaço do sonho
Que a verdade deixou

E assim eu te sinto
Numa cena complexa
Para quebrar o silêncio
Neste verso final.
.
Texto: por Claude Bloc

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Maniqueísmo

Nós seguimos em caminhos contrários.
O que nos aproxima apenas o perfume
do primeiro dia.

O encanto quebrou-se.
Os cacos do jarro de porcelana
revelam toda a nossa imaturidade.

A Poesia é por demais grandiosa
aos nossos míopes olhos.

As palavras no ato da escrita
se trôpegas não se sustentam -
tosca então a formulação do desconhecido.

Nunca o verdadeiro poeta
será caolho e terá ego -
mas se comentarem que meus filhos
são feios e tortos morro de desgosto e de ódio.

Quanta tolice,
somos mães do vento
e soberbos não sabemos.

Na verdade
nossos discípulos
desejam nossa morte.

Rangem os dentes.
Esfregam as mãos.
Espreitam nosso voo
com o ventre em brasa.

Escreva seu poema -
e tranque a gavetinha da cômoda.

Sabores

Da peleja entre o poeta e os dedos
os únicos vencedores são os versos.

Mas se o poeta morre cedo
os vermes quem se glorifica.

Não é todo dia
debaixo da terra úmida
carne fresca e corajosa.

Mastiguem bem, meus amores
degustem das aurículas e dos tendões -
último lombo do frigorífico da esquina.

Triste Inseto

Mosquinha de banheiro
tão plácida e cínica
no cano da descarga
comove minha alma.

Em eterno exílio nos ralos
a compadecer dos seus infortúnios.

Raramente aventura-se
pelos sujos trilhos do box
até o ladrilho.

Que pecado mortal cometido.
Que praga de mãe furiosa.
Que solidão infernal.

Mosquinha de banheiro
sei que sua única maledicência
é evoluir-se constantemente
a um piscar de olho.

Talvez o poeta enganado esteja -
e não tenha observado sua imortalidade.

Necessidade da Encarnação



É um castigo a encarnação e somente os
Espíritos culpados estão sujeitos a sofrê-la?
A passagem dos Espíritos pela vida corporal
é necessária para que eles possam cumprir,
por meio de uma ação material, os desígnios
cuja execução Deus lhes confia.
É-lhes necessária, a bem deles, visto que a
atividade que são obrigados a exercer lhes
auxilia o desenvolvimento da inteligência.
Sendo soberanamente justo, Deus tem de
distribuir tudo igualmente por todos os seus
filhos; assim é que estabeleceu o mesmo ponto
de partida, a mesma aptidão, as mesmas
obrigações a cumprir e a liberdade de proceder.
Qualquer privilégio seria uma preferência
uma injustiça. Mas, a encarnação, para
os Espíritos, é um estado transitório.
É uma tarefa que Deus lhes impõem,
quando iniciam a vida, como primeira
experiência do uso que farão do livre arbítrio.
Os que desempenham com zelo essa tarefa
transpõem rapidamente e menos penosamente
os primeiros graus da iniciação e mais cedo
gozam do fruto de seus labores.
Os que, ao contrário, usam mal da liberdade
que Deus lhes concede retardam a sua marcha
e, tal seja a obstinação que demonstrem, podem
prolongar indefinidamente a necessidade
da encarnação e é quando se torna um castigo.


Chico Xavier S. Luis ( Paris, 1859 )

Romaria das Candeias começa quinta


(Fonte: jornal O POVO, 26.jan.2009)
Cerca de 250 mil fiéis estão sendo esperados na terceira maior romaria de Juazeiro do Norte, que começa nesta quinta-feira, dia 29. Neste ano, a Prefeitura vai proibir som no entorno das igrejas e os bares só poderão funcionar até a meia-noite
Daniela Nogueira
da Redação
Começaram os preparativos para receber os milhares de romeiros que chegam a Juazeiro do Norte para a Romaria de Nossa Senhora das Candeias. A festa começa nesta quinta-feira, 29, e segue até dia 2 de fevereiro, quando ocorre o ápice da programação, com a procissão de encerramento. A Igreja espera receber uma média de 250 mil fiéis. Representantes da Prefeitura de Juazeiro do Norte, da Polícia Militar e da Igreja já se reuniram para apresentar o Plano Integrado de Segurança Pública, que atuará durante os dias da romaria.
Uma das novidades deste ano é a proibição do uso de carros de som e do som de barracas, próximo à Paróquia São Francisco, à Igreja de Nossa Senhora das Dores e à Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. O som não pode ser executado das 18 às 21 horas, quando, normalmente, ocorrem as missas. A ação está prevista em um decreto municipal, que também determina que os bares localizados próximo às igrejas funcionem só até meia-noite. É a primeira vez que a medida será aplicada em romaria na cidade, afirma José Carlos dos Santos, secretário do Turismo e Romaria de Juazeiro do Norte.
A chamada Operação Romaria das Candeias será lançada quarta-feira, 28, às 16 horas, em frente à Igreja de Nossa Senhora das Dores. A operação integra ações da Polícia Militar, da Guarda Municipal, do Departamento Municipal de Trânsito (Demutran), da Companhia de Polícia Militar Ambiental (CPMA), da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) e do Juizado da Infância e da Juventude. Será coordenada pelo comandante do 2º Batalhão, tenente-coronel Erik Onofre. Haverá também policiamento aéreo e montado, com um helicóptero da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) e homens da cavalaria do Esquadrão de Polícia Montada (Epmont). O secretário do Turismo e Romaria diz que deve funcionar, já nesta romaria, um estacionamento amplo e provisório para ônibus e caminhões na cidade. Segundo ele, equipes do Programa Saúde da Família (PSF) estarão disponíveis em pontos estratégicos da cidade para prestar atendimento aos romeiros.
SERVIÇO
Mais informações sobre a Romaria das Candeias na Basílica de Juazeiro do Norte, pelo telefone (88) 3511 2202.
PROGRAMAÇÃO
> 29 de janeiro, quinta-feira 19h: Missa de abertura e acolhida oficial aos romeiros 20h: Show do Chapéu
> 30 de janeiro, sexta-feira 5h: Ofício da Imaculada (Matriz) 6h, 9h e 17h: Missa na Matriz 7h, 10h, 15h30min e 16h30min: Missa na Capela do Socorro 18h: Recitação do terço (Matriz) 19h: Celebração presidida por dom Fernando Panico 20h30min: Show do Chapéu
> 31 de janeiro, sábado 5h: Ofício da Imaculada (Matriz) 6h, 9h e 17h: Missa na Matriz 7h, 10h e 15h30min: Missa na Capela do Socorro 18h: Recitação do terço (Matriz) 19h: Celebração presidida por dom Fernando Panico, bispo diocesano do Crato 20h30min: Lançamento do DVD “Nos Caminhos de Juazeiro”, um documentário sobre as romarias de Juazeiro do Norte
> 1º de fevereiro, domingo 5h: Ofício da Imaculada (Matriz) 6h, 9h e 17h: Missa na Matriz 7h, 10h e 17h: Missa na Capela do Socorro 19h: Celebração presidida por dom Fernando Panico 20h30min: Show do Chapéu
> 2 de fevereiro, segunda 5h: Ofício da Imaculada (Matriz) 6h e 9h: Missa na Matriz 7h, 10h e 15h30min: Missa na Capela do Socorro 12h: Bênçãos e despedida 17h: Bênção das velas e procissão 18h: Encerramento na Praça do Romeiro).