quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Olho de Mulher

Os joelhos sobre a areia,
Palmas das mãos, hora juntas, hora na face a aparar as lágrimas.
A fé trincada entre os dentes, no brilho perolado do negro olhar.
Olhar que mira o céu, catando migalhas de nuvens
Que os dilaceram em sua branquidão.

Os joelhos sobre a areia,
Agora dourada pelo tingir de lágrimas.
Um sofrimento eterno.
Assim como a eterna luta em manter-se vivo.

De pé, cabo da enxada sobre o ombro.
E o homem que a pouco era escombro
Ergue-se e fere a terra agora pelos passos.

Passo a passo com a solidão,
Ombro a ombro com Deus,
Dores aos montes, e ele some num horizonte,
Fonte de um homem de coragem e orgulho sem fim.

Saudades dos homens de verdade e medo aos de festim.

Um comentário: