De repente o centro de uma era de ouro do capitalismo entrou em crise. Era o ano de 2008 e um castelo de cartas ruía. Dizem que pela casa própria. Os empréstimos da casa própria. E diziam que o capitalismo era a cigarra da fábula, mas quem arriou foi a panela do formigueiro. Tudo como um filme de Hollywood. Assim meio mágico, um tanto ficção, um enredo de gananciosos executivos de Wall Street. Quando a Europa se deu conta, a conta recaíra sobre seu lombo. Isso mesmo, a velha e escolada Europa, aquela mesma que acabara de realizar o maior projeto político do pós guerra que foi a sua unificação. O Euro. Finalmente o Euro em face do dólar. Aquele mesmo do assalto de Bretton Woods, escancarado à luz do dia por Richard Nixon com a queda do padrão ouro nos anos 70.
E o mundo, no mesmo enredo ficcional que se prepare. Tudo de surpresa, com uma abertura em grande estilo, holofotes, um artista do Oscar contando piadas. Pois saibam todos que o mundo em 2009 vai diminuir sua atividade humana pela primeira vez em sessenta anos (conte isso: 1949). O produto dos países irá se reduzir: nos EUA estima-se 2,6%, no euro 3,2% e do Japão 5,8%. O crescimento do mundo periférico ao capitalismo avançado será refreado, inclusive havendo recessão no México (economia siamesa da americana). A Europa se prepare para suas fronteiras a leste: haverá uma queda geral.
E você aí sentando, lendo a Veja, pinçando a Veja com uma matéria muito simpática e completamente isenta sobre um filme do Che e da revolução cubana. E o Iraque meu irmão? E Israel com os palestinos? E o Paquistão com a bomba atômica? E o Afeganistão. Sem contar Irã, Coréia do Norte e uma parte substancial da África. Avalie a América Latina com redução de produtos, logo sobre nós os necessitados. Agora imagine um big stick à la Mister Theodore Roosevelt no lombo desta “porcaria” latina de bananeiros.
Enquanto alguns ainda comem é preciso recordar do Torresmo à Milanesa do Adoniran Barbosa: “É dureza João! É dureza João! É dureza João! O mestre falou/ que hoje não tem vale não/Ele se esqueceu/Que lá em casa não sou só eu”. Ou chegamos do outro lado da noite com uma nova política, uma nova economia e uma nova moral ou viveremos um grande eclipse civilizatório. E agora é preciso dar conta do diversionismo. Chega de a esquerda mundial permanecer numa mea culpa sobre si mesma, desviando-se do foco real que é a realidade do capitalismo tal qual como se desenvolve. A realidade não parou, se encontra em movimento, e todos foram desatentos com os sinais dos tempos. Sofreram a ilusão das cores no grande palco do neoliberalismo, daquela imensa abertura operística da globalização incontrolável, do encanto acrobático dos gênios das finanças.
É claro que sabíamos das intenções. Quem não via uma hegemonia ideológica em letras garrafais. Quem não sabia que aquela era uma visão de mundo, apenas uma e se pretendia científica e definitiva. Mas sempre foi assim: alguém ou algo sempre se imagina definitivo, até por autopreservação. E os gênios da física das partículas aplicando seus modelos infinitesimais para entender os derivativos financeiros? E todos acharam que aquilo era a realidade, uma supra-estrutura por sobre a economia real. A vida material das pessoas passava para o campo da ficção. E foi assim que eles anteciparam a crise.
Agora entendemos a crise do aquecimento global? Como ela foi tratada pelas vozes anglo-saxônicas? Quem viu o alerta inglês, assistiu ao filme de Al Gore, deve entender que eles já sabiam da crise. Que a atividade econômica iria diminuir que todos apertassem o cinto que em nome de uma realidade física do mundo, todos teriam que sofre o aperto da crise do capitalismo que se avizinhava. Ou será que na massa de dados existentes hoje no mundo, na capacidade enorme de processar informações, não se sabia que uma bolha geral ocorria? Isso é tão velho quanto, por exemplo, centenas de revistas sobre economia, desde a década de 80, alertando para os problemas americanos. Os problemas do derivativo são criticados há mais de década. Ainda mais depois de uma série de bolhas estouradas ao longo da mesma década.
As guerras americanas da era Bush, o retorno da dureza política, a tortura como instrumento, o controle social como ameaça, tudo isso eram sinais desta crise. Repito, engana-se quem pense que é apenas da economia. Ela é mais profundamente um grave problema político. Estamos na encruzilhada de um novo tempo, com uma humanidade mais entrecruzada, uma convivência plural mais acentuada, um mundo que sabemos finito e um progresso que ocorra com temperança. Necessitamos de novas relações humanas, com maior inclusão sobre o presente e as escolhas do futuro, com maior senso de solidariedade e de uma sistemática mais cooperativa.
É preciso se voltar rapidamente para a análise do cotidiano, para análise do mundo tal qual ocorre agora. Os efeitos de mídia e ficcional continuam sobre intensa atividade. Há uma grande vaga em busca da conquista de corações e mentes. Pelo menos uma é visível: os EUA não apenas tentam se salvar, mas de novo dar uma pernada, à la Nixon. Deixar a dívida com os outros e se tornar a grande “Meca” da absorção dos excedentes da produção mundial. Claro como o banco central da humanidade.
E o mundo, no mesmo enredo ficcional que se prepare. Tudo de surpresa, com uma abertura em grande estilo, holofotes, um artista do Oscar contando piadas. Pois saibam todos que o mundo em 2009 vai diminuir sua atividade humana pela primeira vez em sessenta anos (conte isso: 1949). O produto dos países irá se reduzir: nos EUA estima-se 2,6%, no euro 3,2% e do Japão 5,8%. O crescimento do mundo periférico ao capitalismo avançado será refreado, inclusive havendo recessão no México (economia siamesa da americana). A Europa se prepare para suas fronteiras a leste: haverá uma queda geral.
E você aí sentando, lendo a Veja, pinçando a Veja com uma matéria muito simpática e completamente isenta sobre um filme do Che e da revolução cubana. E o Iraque meu irmão? E Israel com os palestinos? E o Paquistão com a bomba atômica? E o Afeganistão. Sem contar Irã, Coréia do Norte e uma parte substancial da África. Avalie a América Latina com redução de produtos, logo sobre nós os necessitados. Agora imagine um big stick à la Mister Theodore Roosevelt no lombo desta “porcaria” latina de bananeiros.
Enquanto alguns ainda comem é preciso recordar do Torresmo à Milanesa do Adoniran Barbosa: “É dureza João! É dureza João! É dureza João! O mestre falou/ que hoje não tem vale não/Ele se esqueceu/Que lá em casa não sou só eu”. Ou chegamos do outro lado da noite com uma nova política, uma nova economia e uma nova moral ou viveremos um grande eclipse civilizatório. E agora é preciso dar conta do diversionismo. Chega de a esquerda mundial permanecer numa mea culpa sobre si mesma, desviando-se do foco real que é a realidade do capitalismo tal qual como se desenvolve. A realidade não parou, se encontra em movimento, e todos foram desatentos com os sinais dos tempos. Sofreram a ilusão das cores no grande palco do neoliberalismo, daquela imensa abertura operística da globalização incontrolável, do encanto acrobático dos gênios das finanças.
É claro que sabíamos das intenções. Quem não via uma hegemonia ideológica em letras garrafais. Quem não sabia que aquela era uma visão de mundo, apenas uma e se pretendia científica e definitiva. Mas sempre foi assim: alguém ou algo sempre se imagina definitivo, até por autopreservação. E os gênios da física das partículas aplicando seus modelos infinitesimais para entender os derivativos financeiros? E todos acharam que aquilo era a realidade, uma supra-estrutura por sobre a economia real. A vida material das pessoas passava para o campo da ficção. E foi assim que eles anteciparam a crise.
Agora entendemos a crise do aquecimento global? Como ela foi tratada pelas vozes anglo-saxônicas? Quem viu o alerta inglês, assistiu ao filme de Al Gore, deve entender que eles já sabiam da crise. Que a atividade econômica iria diminuir que todos apertassem o cinto que em nome de uma realidade física do mundo, todos teriam que sofre o aperto da crise do capitalismo que se avizinhava. Ou será que na massa de dados existentes hoje no mundo, na capacidade enorme de processar informações, não se sabia que uma bolha geral ocorria? Isso é tão velho quanto, por exemplo, centenas de revistas sobre economia, desde a década de 80, alertando para os problemas americanos. Os problemas do derivativo são criticados há mais de década. Ainda mais depois de uma série de bolhas estouradas ao longo da mesma década.
As guerras americanas da era Bush, o retorno da dureza política, a tortura como instrumento, o controle social como ameaça, tudo isso eram sinais desta crise. Repito, engana-se quem pense que é apenas da economia. Ela é mais profundamente um grave problema político. Estamos na encruzilhada de um novo tempo, com uma humanidade mais entrecruzada, uma convivência plural mais acentuada, um mundo que sabemos finito e um progresso que ocorra com temperança. Necessitamos de novas relações humanas, com maior inclusão sobre o presente e as escolhas do futuro, com maior senso de solidariedade e de uma sistemática mais cooperativa.
É preciso se voltar rapidamente para a análise do cotidiano, para análise do mundo tal qual ocorre agora. Os efeitos de mídia e ficcional continuam sobre intensa atividade. Há uma grande vaga em busca da conquista de corações e mentes. Pelo menos uma é visível: os EUA não apenas tentam se salvar, mas de novo dar uma pernada, à la Nixon. Deixar a dívida com os outros e se tornar a grande “Meca” da absorção dos excedentes da produção mundial. Claro como o banco central da humanidade.
O que mais revolta Zé do Vale, é como os livros didáticos trarão este acontecimento para as futuras gerações, como exemplo basta consultar alguns livros de geografia ou de história, que eles trazem a crise do capitalismo liberal de 1929 como a Quebra da Bolsa de NY, ou simplesmente crise de 1929. Veremos num futuro próximo livros mascarando o que de fato vêm acontecendo, poderemos encontrar, como já anunciaram ou batizaram como CRISE IMOBILIÁRIA AMERICANA, ou CRISE DAS HIPOTECAS.
ResponderExcluirSaudações Geográficas!
João Ludgero