sexta-feira, 3 de abril de 2009

Cinco e vinte

Os ônibus cobram
O ônus do ar com seus
Ânus de metal mundano
Recobrem com
Camadas sombrias
O ferro oxidado
Por asilos azedados
Onde as lágrimas
De Matilde respingam
Em esgrimas furtivas

A rua é imberbe
Nela nada cresce
Em forma de perdão
O trânsito trafica
Em segredo o sol
Apagado da solidão
Em um silêncio postergado
O velho portão perdeu
O domínio total
Das suas fronteiras

Matilde apenas olha
Fabrica soluços
E embala em lenços
Que transportam
Para sua alma o lixo
Cuidadosamente estocado
Em seus aposentos
Ela chora a ausência
Da sodomia do seu cão
Atropelado recentemente

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