quinta-feira, 11 de junho de 2009

"beijo"

dos lábios um sopro de bálsamos
o dia amanhece, os olhos margeiam
um instante de felicidade
escutam o mar com sua língua na areia
e o sabor de pequenas pedras na sola dos pés

5 comentários:

  1. Momentos de felicidade
    Plenos, puros
    E aí vem o verso
    E a arte imita a vida

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  2. Mas a vida engana a arte
    no sonho com quem converso
    eu louco por toda parte
    cercado pelos mil muros
    que compõem esta cidade

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  3. Não Chagas é que, apesar das muralhas, somo como as línguas de mar na areia. E com o sabor do pedregulho na planta do pé.

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  4. Escuta, caro José.
    Até hoje não aprendi
    como esta cidade é.

    Se é dura, com seus muros
    me colocando em apuros
    ou se sou eu que sou mole
    achando que ela me engole
    Não sei dizer com certeza.
    Será isso uma fraqueza?

    Como as línguas do mar
    e o sabor do pedregulho...
    Quem me dera ter o orgulho
    de viver sem reclamar.

    Mas sendo eu lá do Crato,
    Não que eu seja um ingrato,
    Como poderia ser
    ver São Paulo escurecer

    Um sujeito que sorria,
    que sem carta de alforria
    permanece agrilhoado,
    um louco por todo lado.

    Um coração de revolta,
    sem ter caminho de volta
    Bem no centro da cidade
    não suporta a falsidade,

    a essência dessas ruas
    bem muito longe das suas,
    como a rua André Cartaxo
    onde sempre eu me acho

    em plena imaginação.

    Um abraço.

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  5. Mas a cidade tem seus muros
    E também tem um rio
    Que já foi cristalino e hoje é sujo
    Porque falta políticas públicas
    Ou por que faltam homens puros?

    A cidade tem um parque
    E tem um pouco de arte
    Mas falta quem faça a parte
    necessária para que não seja tarde

    E é tarde e não tem mais tempo
    Nem pra mais um sorvete na Cinelândia
    Nem pra mais um momento que seja
    Pra no Bar de Alagoano
    Tomar uma cerveja

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