quinta-feira, 11 de junho de 2009

Feriado

Quero meter meus pés
no terreiro sujo bostinha de galinha.

Subir no alto da mangueira
e alcançar aquela nuvem brincalhona.

Meditar sobre os vizinhos
diante dos túmulos da província.

Quero ainda experimentar o último cigarro
feito da palha de bananeira.

São tantas saudades
para um miserável.

Tanta mendicância
para um fidalgo.

Uma alma que vive escondida
debaixo da cama dos avós portugueses.

Uma mente demoníaca
com ares infantis.

Posso mesmo criar lombrigas
ou quebrar a cervical.

O terreiro é úmido de vermes.
A mangueira balança e assusta com o vento.

São tantas saudades
para um Bufão.

Um comentário:

  1. Poeta, camarada e irmão
    Sempre atento para o dia que surge
    Se é dia branco, encaremo-o
    Se é feriado, comemoremos
    Amanhã é sexta e recitarei
    O seu poema na Rádio Educadora
    Com a voz grave e elegante
    para honrar o seu poema

    ResponderExcluir