quarta-feira, 3 de junho de 2009

Três e trinta e três p.m.

Isso não é um cachimbo
Mas há sem dúvidas
Um vendaval sob
A chuva ácida que cai
Sobre Bombaim

É ela mesma que
À distância sabota os
Seus órgãos internos
Para alimentar o ansioso
Mercado negro

É preferível que nesse
Carrinho de compras virtual
Você não coloque
A orelha de Van Gogh
Como absorvente

E nem bote
Feito serpente
O fêmur de James Ensor
Como um impávido
Estimulador clitorial

É preponderante
Que depois de gozar
Com um vibrador
Desenhado em Paris
E fabricado em Pequim

Que você mije com o
Frescor da menstruação
Sobre a última grade
Abstraída da última
Úlcera de Mondrian

Deixe secar ao sol
Com o passar do tempo
Você sentirá o prazer
Do ócio orientado ocidental
De entrega em domicílio

2 comentários:

  1. Se fosse apenas para comemorar a presença do Leonel nesta tela, já justificaria o comentário. Mas ele vem com este 333 das tardes, numa mistura de cultor da arte moderna em face da crítica globalizada da produção.Isso sem contar dos inúmeros e vastos novos hábitos aparelhados. Evoé Leonel.

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  2. Valeu José do Vale, como sempre muito gentil e generoso.

    Um grande abraço, são leitores atentos como você que ainda me fazem escrever nesse blog.

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