Na próxima quinta-feira, dia 05, a partir das 19 horas será lançado o Projeto Fazendo Arte, na comunidade do Gesso. A intenção é levar arte e tecnologia para jovens da cidade do Crato. O projeto contemplará cursos de Introdução a Linguagem Audiovisual, iniciação ao Teatro, Fotografia, Arte Digital, Grafitte e Stencil, Introdução a Arte Contemporânea, Serigrafia, Produção de Instrumentos, Introdução a História da Música, Escultura, Pintura em tela, além de visitas aos espaços de circulação e produção de arte e palestras com artistas locais e de outros estados brasileiros.
sábado, 31 de outubro de 2009
Projeto na Periferia do Crato leva arte e tecnologia para jovens
Na próxima quinta-feira, dia 05, a partir das 19 horas será lançado o Projeto Fazendo Arte, na comunidade do Gesso. A intenção é levar arte e tecnologia para jovens da cidade do Crato. O projeto contemplará cursos de Introdução a Linguagem Audiovisual, iniciação ao Teatro, Fotografia, Arte Digital, Grafitte e Stencil, Introdução a Arte Contemporânea, Serigrafia, Produção de Instrumentos, Introdução a História da Música, Escultura, Pintura em tela, além de visitas aos espaços de circulação e produção de arte e palestras com artistas locais e de outros estados brasileiros.
O sofista.
Sandra, sua filha, descia a escada arrumada para sair com as amigas. Esse era o pretexto. Sempre o mesmo. Cínico e vulgar até na idéia do engano. Não havia uma variação em suas mentiras, era sempre a mesma: - Vou sair com as meninas. Neste sair, ninguém sabia para onde. Se era para tomar um sorvete ou se iria a Plutão, tanto faz. Sandra ia sair e não era para ser questionada. Pelo menos era assim que ela sonhava, mas daí para realidade era um tanto diferente. Era mastigada diariamente pelo intelecto frio de seu pai, que extraia da menininha tola a verdade como que toma o doce de uma criança. Ele mesmo dizia para si em silêncio: - Minha tolinha é uma sofista! Quem diria? Assim ele mesmo ria das mentiras de Sandra, divertia-se um tanto, era verdade, mas jamais ninguém saberia desses segredos brincando nas câmaras mais abissais do seu íntimo.
Ao ouvir as sandálias estalarem piso de taco da escada e o perfume incomum o velho Bartolomeu fala como se recitasse um poema em voz alta:
- Você é a primeira pessoa que vejo que gosta de arrumar-se tanto para assistir TV com o pai!
Ela, estática, sente vibrar cada palavra como uma flecha. Não sabia o que dizer ao seu pai e já tinha de imediato, a idéia de sair de casa, aniquilada. Mesmo que tentasse retrucar a oratória seria um tropeço de contradições que nunca escapavam a mente atenta de seu pai. Percebendo o velho o efeito que tinha causado, emendou:
-Ou arruma-se para estudar...que confesso que é um tanto nobre!
Cada palavra do velho era um tanto profética, pesava no ar, infestava o ambiente de tal forma que até as paredes se constrangiam. Sandra após suspirar, desde as escadas e agindo pelo orgulho, que é bem provável que tivera herdado do pai cospe:
- Vê-se que o senhor não abre mão do direito do erro. O faz quase por profissão. Desci apenas para ajudar a mamãe na cozinha.
Sandra tinha um veneno na língua que era divertido. Podia atingir realmente outro tolo como ela, mas não seu pai:
- Muito adiantada para o jantar de amanhã minha filha. Fico orgulhoso de você. Mas é melhor você jantar logo, e por aqui mesmo. Caso contrário ficará com fome, e, como já sabe, não vai sair.
Acabava de confirmar o que já sabia. As amigas a esperavam na porta, mas, desta vez não teria descanso. A mãe observava um tanto submissa a situação. Como era comum, não gostava de conflitos dentro de casa e sempre era ela que harmonizava o clima denso que se disseminava na maior facilidade.
- Sandra, senta e vai comer um pouco. Deixa de conversar demais para evitar confusão. Se você estudasse direito não teríamos essas confusões aqui em casa.
Na ponta da língua escorre o veneno:
-É, seu meu nome fosse Kant ou Gasparov talvez o “povo” aqui dessa casa ficasse satisfeito.
No desespero da argumentação ela falava asneiras. Associava coisas sem nexo, mas que de certo modo, seu pai a admirava pelo modo como seu raciocínio se desenhava, mais movido pela fúria do que pela razão. Era como um quadro abstrato. Muitas vezes é até bonito pela violência das cores, mas muitas vezes incompreensível. A desgraça que ela achava terrível era aquele modo cândido que o pai falava. Parecia ter dois ou três cérebros: um para a TV que assistia, um para o jornal que lia e outro para respondê-la, que por sinal fazia com a maior facilidade. Ela que era um tanto “lógica”, sentia-se humilhada por isso. Justamente pelo fato de ser rebatida em suas palavras sem nem sequer merecer uma atenção maior.
Ao jantar, passa um bom tempo mirando aquilo que dizem ser tão importante para nossa vida que era sua família. Não se fala em família apenas pelos membros, mas sobretudo o lar. Essa palavra que contém tudo, desde os personagens, até as tralhas que os rodeiam e os compõem. Via em cada imagem da casa um rosto associado para ela. Aquela cozinha, com tolhas de plástico com estampas de peras, uvas e figos que nunca tinha comido, o fogão com os pés em ferrugem, a luz caravagesca entrando pela porta da cozinha vinda do quintal, as venezianas entreabertas. Tudo isso era sua mãe. Era meigo, romântico e ao mesmo tempo trágico, pois de imediato esse romantismo se defrontava:
- E a vida é só isso. Minha mãe nasceu para ficar fuçando aqui, numa cozinha, enquanto outros estudam, compram seus carros, viajam?
Essas reflexões provocavam certas violências internas. Algumas revoltas silenciadas, guardadas onde se pode guardar algum rancor do próximo, da vida, e até de Deus, como era o caso dela. No meio do jantar passa pela sala de repente em direção a porta. De imediato ouve a voz metálica do pai estalando pelas paredes até seus ouvidos. Quase um grito:
- Já falei que não vai! Volte e vá estudar.
Ela sorria como se desta vez tivesse uma adaga nas mãos:
- E qual o motivo digamos...filosófico, para que eu fosse estudar agora?
O velho prevendo algo que nunca tivesse ouvido, responde o de sempre, porém, desta vez com um certo temor:
- Para evitar ser essa mocinha fútil e contraditória como vem se mostrando. Como suas amigas que foram educadas como gado! Para evitar que me faça a mesma pergunta mil vezes...
Ela o sangra no pulso:
- Para evitar que seja uma qualquer numa cozinha, feito a mamãe?
A peçonha das palavras foi imediata. Ambos olhavam para a cozinha e lá estava a figura submissa da mãe a retirar do forno alguma coisa. O pai compreendera de imediato que fora atingido. O Cérebro trabalhava, mas as emoções confundiam-lhe. Antes que pudesse responder ela dá o último golpe:
- Boa noite sofista! Volto mais tarde. Não se preocupe.
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Um Cavaquinho, um coração e uma viola!
Quando cheguei em casa a agenda do telefone celular dava conta de "chamadas perdidas". Retornei para o número lá registrado e me atendeu o Jefferson Jr. que queria me dizer do show no SESC do Didi Moraes, às 20 horas, e que a Izaira (esposa do Didi) pediu que me telefonasse. Já estava preparado para curtir a ressaca do "racha" no Sport que me deixa bem quebrado mas não me fiz de rogado. Às 8 da noite estava lá para presentear-me com o reencontro de amigos comuns que gostam de boa música e aplaudir um espetacular show que recebeu o título carinhoso de " Um cavaquinho, um coração e uma viola", com Didi Moraes que se acompanha de um grupo de jovens mas experientes músicos, que inclui o seu filho (dele e da Izaira), o Davi.
A produção ficou por conta da Sertão Pop (Kaika Luiz), a direção da Izaira Silvino e os cuidados de luz, som e palco, da rapaziada do Sesc (Dudu e Samuel). O Edio, do Sebrae, estava lá com uma contida euforia porque o projeto da turnê (Fortaleza, Sobral, Iguatu, Juazeiro do Norte, Crato e Nova Olinda) foi montado pela turma do Sebrae e aprovado no Edital da Secult-CE.
Na programação constam chorinhos, baiões, valsas e xotes, muitas dessas músicas compostas pelo DiDi Moraes, Davi, Pardal e clássicos compositores como Waldir Azevedo, Capiba, Pixinguinha, dentre outros.
O grupo é formado por:
Didi Moraes (cavaquinho), Eduardo Holanda e Davi Silvino (violões e violas), Igor Caracas (percussão).
Um shom imperdível!
Hoje acontece em Nova Olinda. Vale conferir!
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Cantor e compositor Eduardo Júnior no programa Cariri Encantando
Pra que tanta festa?
Até agora não entendi o porque da festança em torno da chegada da "repetidora da programação da Rede Globo" no Cariri. Afinal, os quinze minutos do noticioso que teremos ao meio dia justificam tanta celebração? O Vicelmo (Educadora) e o João Hilário (Rádio Tempo) ou Lucion (Rádio Princesa), dentre outros, já fazem um noticiário com muita competência e com uma abrangência de notícias e entrevistas que a TV nunca vai chegar a cobrir. Será que a "TV Verdes Mares - Cariri" veio pra deixar mais clara a incapacidade da TV Verde Vale - uma estação geradora de programação - de produzir uma grade de programas com mais qualidade e que representem os valores da região caririense? Gostaria de que alguém desvendasse o mistério!
Programa Compositores do Brasil de hoje traz a obra de Luiz Melodia
Luiz Carlos dos Santos, carioca, nascido no morro, viveu nas quebradas de São Carlos, por onde só anda quem conhece. Do pai herdou o apelido e um destino: ser compositor, cantor e malandro que no lugar da teoria tem cicatrizes profundas, feitas de vida. Que não admite o samba domado, nem escola estilizada.
Cresceu bebendo a pura música jorrada das fontes perenes que nascem das entranhas do Morro de São Carlos e do bairro do Estácio. Não quis saber de leituras formais nem do trabalho alienante. Preferiu ser desde cedo o que ele alcunhou de “musiquim”, talvez uma mistura de música com botequim. Aproveitou bem o tempo da felicidade musical em que todos os ritmos e todas as tendências eram postas à disposição para o deleite de todos. Ouviu The Beatles, The Sheik, The Foudation, Renato e seus Bleu Caps, Roberto Carlos, Jorge Bem, Noel Rosa, Ismael Silva e a nata dos chorões da época.
Com sua voz profunda, por vezes estrangulada, dizendo frases cortantes, Luiz Melodia é dono de uma música cuja densidade recobre a influência natural, saída do rádio e das quebradas. Um compositor que desconhece teorias – chegou a ser reprovado num primeiro exame da Ordem dos Músicos e considerado por ela sem condições de tocar e cantar . Um trovador da boêmia carioca.
Descobertro pelo poeta Walli Sailormoon, que logo se encantou com sua música My Black, que de imediato sugeriu a mudança do título para “Pérola Negra”, nome de um homossexual do morro, Melodia só fez crescer no cenário da Música Popular Brasileira.
Compositor intuitivo, sua obra inicialmente causou polêmica entre a crítica especializada. Mas para ele nunca houve meias medidas. Nunca deu bolas ou fez questão de ser amado ou odiado. Seu jeito é único, seu estilo é único e sua música reflete todas as influências. Vem da longa tradição dos violões de morro e explode no som eletrizado.
Luiz Melodia será o nosso homenageado no COMPOSITORES DO BRASIL de hoje. Um programa cultural que procura dignificar os grandes mestres da MPB de todos os tempos, sem apologia ao que seria as músicas do passado, mas ao que representam para o fortalecimento de nossa identidade hoje.
Vamos falar e tocar algumas de suas composições, como:
Passarinho viu, de LM, com Luiz Melodia
Pra quê, de LM, com Luiz Melodia
Jeito danado, de LM, com Luiz Melodia
Vale quanto pesa, de LM, com Luiz Melodia
Farrapo Humano, de LM, com Jads Macalé
Ébano, de LM, com Luiz Melodia
Estácio - Holy - Estácio, de LM, com Maria Betânia
Magrelinha, de LM, com Luiz Melodia
Congênito, de LM, com Luiz Melodia
Pérola negra, de LM, com Gal Costa
Presente cotidiano, de LM, com Luiz Melodia
Dores de Amores, de LM, com Luiz Melodia e Zezé Motta
Juventude Transviada, de LM, com Luiz Melodia
Quem ouvir, verá !
Informações:
Programa Compositores do Brasil
Sempre às quintas-feiras, às 14 horas
Rádio Educadora do Cariri – 1020 kz.
Apoio: CCBN.
Teias
Naquele dia, já de tardizinha, procurou o consultório um mecânico especialista na manutenção de máquinas de costura. Alto, meio desengonçado, desconfiado como cachorro em noite junina. Chamava-se Elesbão. Contou então o motivo da sua visita . Estava casado há 15 quinze anos com uma mulher muito legal, mas valente e ciumenta como galinha de pinto novo. Não tinham filhos. O problema é que há uns três anos mantinha um colete com uma outra moça bem mais nova e que conhecera ali mesmo na fábrica. Vivia , agora, assaltado pelo terrível fantasma da culpa e do medo. A cada dia o cerco parecia ir se fechando e temia o desfecho que poderia resultar em morte ou capação. Ludmilla tentou orientá-lo pelos dois caminhos possíveis: antecipar-se e contar tudo à patroa, assumindo as conseqüências ou encerrar o namoro com a amante. Elesbão prometeu pensar e decidir. Desapareceu, como por encanto.
Uns três meses depois ele retorna ao consultório ainda mais sobressaltado. Contou à doutora que ainda não tinha tomado uma decisão, mas que mesmo assim a coisa havia piorado muito. Ludmilla perguntou se a esposa havia descoberto a tramóia. Elesbão respondeu que era bem pior : a amante estava grávida. A psicóloga então se sobressaltou: agora a porca havia torcido o rabo e apartado. Juntava-se à traição, a terrível frustração da esposa estéril ter sido substituído por outra fecunda e , pior, bem mais nova. Ela, então, informou que agora só existia uma vereda a ser trilhada: contar à esposa. Elesbão ainda resmungou , contrargumentou, mas terminou se convencendo da terrível sinuca de bico. Deixou o consultório como quem caminha para o cadafalso.
Dias depois, no natal da fábrica, a nossa psicóloga topou com o nosso mecânico e a esposa na solenidade. Ele já havia espantado o anjo da guarda e sua corte. Melado, apresentou a patroa à doutora e explicou, com voz meio pastosa:
– Doutora, seguí suas orientações, contei tudo a ela e fui perdoado. A senhora salvou nosso casamento!
Ludmilla pareceu feliz e os cumprimentou , mas sua sensibilidade feminina leu nos olhos da esposa, ainda um certo travo, uma raiva contida com dificuldade. Percebeu que a bomba ainda não tinha sido desarmada: apenas tinham aumentado um pouco o tamanho do estopim. Passaram-se alguns meses e, de repente, Elesbão retorna ao consultório, com ar de preocupação. Informa à psicóloga que a coisa voltou a complicar e solta a bomba: resolvera casar com a amante. Fora pressionado, o menino nascera e não queriam deixar o inocente como mais um “filho de guaimum”. A doutora se sobressaltou: “Tá doido, rapaz! Agora você cometeu um crime! Bigamia dá cadeia, entendeu?” Elesbão, no entanto, esclareceu mais uma vez a questão. Vivia maritalmente com a esposa oficial há quinze anos, mas não era casado oficialmente com ela. Ludmilla, então, saltou dos seus tamancos e lembrou a ele que agora a coisa havia tomado dimensões muito mais perigosas. Quando a esposa constatasse que a quenga agora era ela e não a amante, o circo seria incinerado sem deixar vestígios. Elesbão saiu da psicoterapia com ar de rato que foge da perseguição do bichano.
Passados uns três meses, lá volta nosso mecânico ao consultório. Conta que a doutora tinha razão, a esposa descobrira sua nova e desconfortável condição e armara um barraco terrível. Ele, então, havia resolvido tudo: deu entrada na separação judicial da amante, mas claro, continuava ainda com ela, até por conta da criança que não tinha culpa de nada. Um ano depois, adentra novamente no consultório e informa que havia se divorciado da amante, por fim e casado com a esposa oficial: “passamos o papel!” A psicóloga acreditou que , finalmente, tudo chegara a um bom termo. Lembrou que ela também havia se separado recentemente, que as coisas eram assim, casamento tinha prazo de validade, como qualquer outro produto perecível e desejou felicidades mil ao novo/velho casal.
Ludmilla ficou atônita quando uns cinco meses depois topou novamente com Elesbão na fila do consultório. Que poderia agora ter acontecido? Chegada a sua vez, ele relatou os últimos fatos. A coisa tinha piorado de novo. A amante tinha até suportado a separação, mas quando soube do casamento com a esposa, rodou a baiana. Voltara a ser novamente a outra, a rapariga de Elesbão. Acabou o relacionamento. E, pior, arranjou um outro marido, um refil. O mecânico estão ficou triste pelos cantos, capiongo, perdera a graça de viver. Não só por perder a amante de tantos anos, mas pelo afastamento do filho com quem já havia se afeiçoado. O clima em casa começou a ficar mais turbulento e não deu outra: resolvera se separar da esposa, tinham apartado os trapos! Ludmilla não conseguira mais entender a intrincada teia de fios tecida por Elesbão:
--- O senhor parece uma aranha doida! Criou um labirinto tão inlinhado que terminou perdido no meio dele! Sinceramente, eu não vejo saída não! Agora , é dar a volta por cima, por as coisas nos seus devidos lugares e tentar rearrumar a vida, enquanto é tempo!
Elesbão fitou a doutora com aqueles olhos pidões de cachorro em churrascaria. Puxou, então, o primeiro fio da nova teia:
--- Doutora, se mal pregunto, já que a senhora também está desimpedida, não estaria a fim de um relacionamento estável e sincero?
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Papa Poluição, uma das maiores bandas do Rock Brasileiro, era liderada pelo cratense Tiago Araripe
A maioria dos seus integrantes era nordestina; Tiago, Bill e Chico eram cearenses e Paulinho e Luís vinham da Bahia. A exemplo dos Novos Baianos, fundiam a MPB ao rock, porém com ênfase na ironia e no bom humor. O grupo gravou apenas dois compactos (o que é de lascar): um duplo pela Chantecler em 1976 com as músicas "Rola Coco", "Guerra Fria", "Em Nome Do Rock" e "Brechando Nas Gretas" e um compacto simples pela Top Tape no ano seguinte com as faixas "Tua Ausência" e "Inferno Da Criação".
Tiago Araripe (que já havia gravado um compacto solo para a Odeon ainda em 1974 com suas composições "Os Três Monges" e "Sodoma e Gomorra"), seguiu carreira-solo, gravando o LP Cabelos de Sansão, no início da década de 1980. Este disco foi recentemente reeditado em CD pela Saravá Discos. Tiago hoje mora em Recife, Pernanbuco, trabalha com publicidade e mantém um blogue muito interessante com o mesmo nome do seus antológico disco. Para acessá-lo clique aqui.
Penna e Paulinho gravaram alguns discos em dupla (incluindo "O Macaco Avoa", pela RGE, para a trilha do filme Sargento Getúlio), e Penna entrou para a política nos anos 2000, sendo hoje presidente nacional do Partido Verde.
Fonte: Arquivo do Rock Brasileiro (Terra).
Reencontro
Sobretudo às seis horas.
Momento em que alma levita.
O corpo tomba.
E uma dor comum
em mim mesmo
é tragada.
Queridas muriçocas
digam aos meus ouvidos
por onde viveram longe do meu sangue.
Sentia saudades daquele tempo
em que seus violinos agudos
trespassavam minha carne.
Voltaram.
Minhas adoráveis muriçocas.
Não percam tempo -
Meu sangue continua doce,
creio.
As alianças de Cristo.
Falaram tanto em Cristo e Judas nesses últimos dias e não é que o Blog Cloaca News descobriu as alianças dele?
O candidato a vereador em Porto Velho (RO) Omedino Pantoja (PRP), o Cristo da Jerusalém, não conseguiu uma vaga na Câmara de Vereadores nas últimas eleições municipais.
A despeito de sua chapa abrigar uma coligação de nada menos que10 partidos - entre eles o DEMo - o Nazareno do Norte obteve apenas 420 votos, "conquistando" o 120º lugar no pleito.
Quinta-Feira
Vinho (um litro, dois litros, sei lá).
Algo me diz
que vai chover.
Espero que chova mesmo
na minha alma franciscana.
Mas o vinho hei de ter (três litros talvez)
ao alcance dos meus dedos trêmulos.
Cedinho comprarei pães.
Cafezinho especial.
Não sujarei minha mão direita
ao metê-la no pote.
4 medidas bem cheias.
Café forte.
No almoço, então, o vinho.
Minha mãe aproveitará o frango de ontem.
Ótimo.
Excelente iguaria.
Vou buscar meu filho.
Até brincarei de playstation.
Depois do primeiro litro,
aumentarei o som.
Por favor, amanhã blues não.
Quero samba.
Quero rock.
Existe alguém que gostaria
estivesse ao lado da minha alma poética.
Uma certa amiga Sacerdotisa
(com coração de noviça)
Mas ok, beleza.
Não peço muito -
pode até chover
ou um sol tremendo
rachar meu couro cabeludo.
Amanhã é meu dia:
pois bem, três litros de vinho.
À noite, qualquer barzinho -
milhares de cervejas.
Todos saibam que é meu dia.
Não escondam nenhuma garrafa debaixo da mesa.
Algo me diz
que vai chover.
Badaladas
muitas nuvens cinzentas tapando-lhe os vasos.
Mas tenho o cotidiano dos cantos domésticos
dilatando os olhos miúdos de Neruda.
Minha Ilha tem um coqueiro mágico
no qual basta encostar-se -
caem versos.
Meu coração hoje mais estreito -
nuvens escuras esbarram meu quase sorriso.
Mas tenho o teto e as paredes -
limpo as teias de aranha.
Se sinto saudades,
agasalho-me nas suas perninhas.
Olhos Abertos
são disputadas a tapas
por formigas espertas.
Estas nutrem na alma
o mesmo sonho humano:
voar e encantar-se.
Geometricamente retalham as asas multicoloridas.
Lançam às costas.
Sobem ao galho mais alto.
Sorrindo, despencam.
Até hoje não se tem notícia
que formiga alguma tenha cruzado
uma calçada, um canteiro, um jardim.
A verdade é que asas de borboleta morta servem apenas
para que o vento apague seus desenhos e cores
usando como esfoliante grãos de areia.
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Cuidado: As armadilhas da pós-graduação mais fácil.
Enfim
Os olhos fundos.
Perdi três jeans.
Um bermudão.
Pensaram que tinha tuberculose.
Que estava viciado no crack.
Mas era tão somente uma alma magra.
Os olhos perdidos lançados às paredes.
A caixa torácica aberta.
Ossos embotados levados pelo vento.
Emagreci mesmo.
Olhos de alma.
Andava pelo quarto segurando o pijama
admirando o dedão cadavérico.
Não tomei remédios.
Não chorei tanto.
Agora é outra tarde.
Só em pensar me fazes mal.
Quem disse que por ti preciso
apaixonar-me novamente?
Não existe metade que complete o vazio.
Passaste.
que futuro tem a poesia?
poetas cortando a própria carne
faca entre os dentes
arte enlatada
tudo por três reais e quinze centavos
ou um pouco mais
que nunca se sabe o valor real das coisas
ainda que falsas
como falsa é a tarde cheia de avisos
que faz todos absolutamente cativos
no meio da avenida tem um menino
ele não cabe num verso
a cidade lhe tem aversão
todas as cidades do mundo
com seus peitos enlameados
amadas como putas
no meio de cada uma um menino
perdido no reverso do amor
acredite em mim!
uma versão do amor que resulta
num inferno de vozes
ruídos roncos estrela solitária
estrelas caçando um céu
mesmo que de aluguel
que futuro tem a poesia?
Amizade
o raio de luz na parede.
O pequeno sorri e diz
que todas as tardes
o mesmo raio cruza a porta
e prega-se sempre da mesma forma.
E quando tem uma nuvem escura
o que faz o raio de luz?
Indago-me.
Meu filho ouve meu pensamento
e completa misterioso -
"Quando vem uma nuvem escura
o raio de luz é levado pelos pingos."
Olhamos assustados
um para o focinho do outro.
Milagre.
Gargalhamos juntos.
Entre os fragmentos da cidade
Encontro-me em cada pedaço
Pedras, terra e concreto armado
Relógios ditando o tempo
A vida em redemoinhos
Esfalto pondo caminhos
A cidade é a galeria sem fronteiras
Nela exponho telas da vida
Num trânsito humano
de retalhos desumanos
Nas entranhas das paredes,
Nos campos abandonados
Nas casas desguadadas
Obras de povo
Obras para o povo
Obras com o povo
A rua é o meio
O povo é o estopim
Alexandre Lucas
Carta Aberta
Aos participantes da Conferência Municipal da Cultura de Juazeiro do Norte
As conferências municipais da Cultura representam um marco na luta por políticas públicas no país e um espaço privilegiado para aprofundar, defender e ocupar as cavidades políticas que norteiam o Plano Nacional de Cultura e o termômetro das demandas dos segmentos ligados aos fazeres e pensares artísticos e culturais.
Reconhecer as Conferências Municipais como sendo as trincheiras de luta dos artistas, dos brincantes, dos escritores, dos poetas, dos produtores e dos que não tem acesso aos bens simbólicos é um passo adiante no vem sendo desenvolvido no país, aonde os movimentos sociais e os segmentos ligados diretamente e indiretamente a produção e fruição cultural e artística vem assumindo papel de protagonista e conquistando espaços nunca vistos na história deste país.
Atualmente vivemos a efervescência de uma política de descentralização de recursos públicos e de compartilhamento de responsabilidades dos poderes municipais, estaduais e nacional.
É neste clima de novidade, de democratização dos espaços de discussão e de participação que o movimento organizado joga papel impulsionador para consolidação e avanço das políticas públicas para a cultura, tendo como norte o empoderamento e a mobilização como ferramentas importantes desta luta política.
É preciso concatenamos com a conjuntura nacional e compreender o conceito bem sucedido do Programa Cultura Viva e dos Pontos de Cultura que é uma das inúmeras conquistas do campo cultural e que repercutem diretamente nos municípios cearenses e o Juazeiro do Norte é um dos exemplos da importância da injeção de recursos públicos de forma descentralizada.
A Conferência Municipal da Cultura de Juazeiro do Norte é um dos inúmeros palanques dos que pensam e fazem arte e cultura (todos fazem cultura) no Brasil. Aproveitemos essa trincheira, esse é o nosso palanque.
Alexandre Lucas
Coordenador Geral
Coletivo Camaradas
3a. Semana do IV Festival BNB da Música Instrumental no CCBNB - Cariri
Dia 28, quarta-feira
18h30 Trio Ágape (CE). 60min.
19h50 Quarteto Alevare (RJ). 60Min.
Dia 29, quinta-feira
18h30 Duo 13 (DF). 60min.
19h50 Gilberto Cabral (PE). 60min.
Dia 30, sexta-feira
18h30 Orquestra Sivuca(PB). 60min.
19h50 Eduardo Taufic (RN). 60min.
Dia 31, sábado
18h30 Pixinguinha Trio (CE). 60min.
19h50 Abanda (CE). 60min.
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Desperto
deito-me na cama box solteiro
e cruzo os braços -
tenho absoluta certeza
que estou sendo observado.
Talvez pelo ventilador (agora limpo)
pelas paredes ainda assustadas
pelo armário de hospital silencioso.
Após o jantar
só me levanto da cama box solteiro
e descruzo os braços
quando sinto
que o ventilador me esqueceu
que as paredes adormeceram
que o armário de hospital fechou a porta.
É hora então de escrever um poema.
Quero porque quero. E o querer me movimenta como se motor fosse. Ilegal. Como se fosse. Voraz como um afrodisíaco ainda não inventado. Dengo. Como se fosse dengo. Assim como se fosse um sorvete de gosto engraçado. Fruta gelada talvez. Como se fosse. Ansiedade de ver na cidade um caminho que minimize a dor de viver do resto. O cérebro, esse motor engraçado, ainda bem. Sei não das coisas que penso que sei. Abraço dado no que olha a bunda com fome. Silencio quando o que não quero ouvir salta na mesa. Deuses que envelhecem como se envelhecer não fosse. Impossível não se surpreender. Sei lá. Não sei. O a dois é quase três. Reticências onde pode haver interrogação. Eu sou o meu desejo. Eu sou o melhor que deus achou de fazer de mim. Eu sou uma instalação de um artista pop com lobotomia. É sim. Estou entregue. E tenho ânsia. E faço graça do relógio. E faço graça do tempo. Tem porra nenhuma acontecendo. Amanhã eu penso em depois de amanhã. Até porque sempre será domingo quando eu quiser.
A feliz cidade diz que guarda
no coração dela lá
a tal da felicidade.
Olha aí pela fresta.
Tem uma borboleta voando em silencio em cima de uma rosa matizada.
Eu não sei e sei desse sorriso.
Eu nem espero, e milito na não espera.
No vai e vem de um olho que teima em não me mostrar o que quero ouvir.
Eu não tenho o que estou dizendo que tenho.
Um tambor que bate dentro do peito em um ritmo só.
Arrisco o primeiro passo. Passo?
Um disse que disse uma vez.
Quatro cobras se engolindo no sonho pesadelo.
Eu quero um mar. Quer me dar um mar?
O sábio disse que não vai dizer nada disso. E se disser não prova.
A novidade deixa de ser na hora em que é dita.
E a montanha se desmancha devagar e sempre. Viu?
Eu vou morar em mim. E deve dar certo.
Vou esperar que o remendo se torne amálgama.
Uma tonelada de frases pensadas em um minuto.
Eu engulo compromissos com água.
O homem que olha a máquina cavando um buraco.
Ele é o buraco. É a máquina. O buraco é dentro dele.
É ele o urubu pousado no copo de vinho turvo.
É ele que acorda e cai no buraco que é ele mesmo.
O triste copo de vinho se esconde nos abismos do isso.
E a noite fria engole o homem.
Cheio de buracos.
DUETO: A MARGINALIA DOS PURIFICADORES DE ANJOS...Wilson Bernardo!
Quem quer saber da capacidade pura?
Ela fudeu o nosso planeta.
O que o coração capta do cosmo
Devia ser posto em pratica.
O ego é um boneco e eu um grande chupão
Só se dá bem um tipo de homem...
O que é amigo de Deus.
Mas aqui pra nós!
Você não acha que filosofia é uma
Grande masturbação?
O corpo se conforma com toda plenitude
Satisfatória ao sexo e ao prazer.
Os confabuladores de conceitos
Manipulam-se das insanidades alheias
E concebem diagnósticos minimalistas.
Dá-se bem ou não, o que menos importa
São os deuses
Todo aquele que se propõe fazer da alma
A essência de que a filosofia gera orgasmos.
Os verdadeiros amigos de Deus
Consomem salmão ao molho de verduras carnes.
É possível uma filosofia engajada?
O cantar do coração - Por Emerson Monteiro
A literatura dos interiores distantes traz em si um charme especial de quem sofre sozinho em meio às coisas que acontecem longe, no dia-a-dia do código interno da vida sob sete chaves, na alma calada, indagadora, febril, viajante nas encostas dos relevos imaginários, em sobrevoos de largas praias, no seio do coração, paixão crua de viver isolado e amar ainda assim sozinho.
E nisso o poeta vira doutor de ciência inatingível pelos dedos da fria realidade. Peregrino de estradas desertas, examina cada urze e cada pedra às margens. Mergulha nos prados da alma, abre portas de castelos infinitos, abraça o próprio peito e consigo as multidões, mártir da mesma ausência que confronta barreiras e o tempo, suas brisas abissais de madrugadas insondáveis.
Criar do nada, sentir o pulsar das veias e decodificar palavras guardadas em gavetas bolorentas, atirar às futuras gerações punhados de sementes douradas. O poeta e o território dos homens, missionário das grandes navegações do furor dos indivíduos tempestuosos, espécie de cobaia no seu estado mais puro de ausências.
Raimundo Elesbão de Oliveira nos conta tudo isso em versos dotados de afirmações interrogativas de momentos agitados do ser. Suas aventuras espirituais as deixou gravadas em forma de notícia-tradução aos pósteros que só hoje revelam passos que deu na memória de uma época que se foi, a outras gerações, em formato de livro.
Artistas sonham. Amam. Artistas nutrem ideias, utopias, realidades tangíveis. Não lhes cabe produzir bombas, metralhadoras, aviões de combate, tanques, fome, divisões.
Hoje, ao seu tempo, a literatura propicia trabalhar a ciência nos seus níveis tantos, rumo ao potencial da infinita criação, transformando-os em seres válidos, amigos, irmãos entre humanos, a fim de construir sociedade nova, sem ganância ou competição exacerbada, livre dos atuais derramamentos inúteis de sangue. Tudo perpassa o senso do estético e disponibiliza constante mudanças de inspiração. E sentar e transferir ao papel valores dignos, naturais, democráticos, das possibilidades em partilhar o amor com as outras criaturas, dando exemplo de clareza no que pese a luta insana cotidiana. A arte qual mágica de sonhos realizáveis pela força vital, a pleno dispor da fértil natureza, meios efetivos, abertos ao público em profusão de cores, distribuições, suportes.
Seus filhos e netos sentem a responsabilidade disso para com alguém inspirado, que foi o avô e pai consciente , a registrar contrito os refolhos grandiosos da paisagem íntima em palavras, gestos de interpretação, testemunhos inalienáveis do que presenciou no dedilhar das eras contínuas. Transferem com isso o compromisso de personalidade eminente para o seu meio, a cidade de Araripe, no Cariri cearense, com atitudes clássicas e visão avançada, chance única dos que viveram naquele contexto e não mais existem a não ser nas descrições esmeradas de Raimundo Elesbão, a deter a escritura de seu posto de observação, a corrosão da imperenidade dos séculos impacientes.
Falassem as pedras e restariam semelhante angústia de autores e suas palavras prenhes de poemas e extrema verdade.
Eis por tudo isso o que este livro (“A vida e o verso”, lançado no dia 24 de outubro de 2009, em Araripe CE) quer guardar, o melhor perfume notado de um senhor a um só tempo mestre, tabelião, conselheiro, filho, esposo, pai, avô, amigo, autor, em comunidade interiorana do sertão do Nordeste, escondida nos socavões da Serra do Araripe, cheia de tipos inesquecíveis, dignidade provinciana e inspiração à flor da pele, nos tantos mistérios de realidade multiforme. Estes versos lhes falarão disso com carinho e continuidade, esperança de que outros reavaliem o penhor do sonho de tempos ricos em paz e solidariedade brejeira.
Exemplares de 4 livros raros à venda em Crato
São eles:
–“O Cariri: seu descobrimento, povoamento, costumes”, de Irineu Pinheiro, que enfoca o descobrimento e o povoamento da região;
“Algumas origens do Ceará”, de Antônio Bezerra, que trata de um trabalho documental sobre as origens do Ceará;
“Scenas e typos”, de Rodolpho Theophilo;
“Miscellanea histórica ou coleção de diversos escritos”, de João Brígido.
A Livraria Apoio dispõe de dez exemplares de cada dos livros acima alinhados, razão porque os interessados devem adquiri-los com a máxima brevidade.
Manoel de Barros e o Surgimento de dois novos Poetas para o nosso Caldeirão Cultural-Por Wilson Bernardo.
ERAS
Antes a gente falava:faz de conta que
este sapo é pedra.
E o sapo eras.
Faz de conta que o menino é um tatu
e o menino eras um tatu.
A gente agora parou de fazer comunhão
de pessoas com bicho,de entes com coisas.
A gente hoje faz imagens.
Tipo assim:
Encostado na ponta da tarde estava um
caramujo.
Estavas um caramujo-disse o menino
porque a tarde é oca e não pode ter porta.
A porta eras.
Então é tudo faz de conta como antes?
Manoel de Barros
Poemas de Pedro de Azevedo(Neto de Wilson Bernardo)
LATIDOS DE UM CÃO.
Ouvi palavras
de cachorro.
DEUS BRINCA DE BOLINHAS DE SABÃO.
Deus me disse
que as nuvens
eram
mulas sem cabeça.
Poema de Paulo Rafael(Filho de Carlos Rafael Dias)
Quem diria...
Lula, que não entende de sociologia, levou 32
milhões de miseráveis e pobres à condição de
consumidores; que não entende de economia, pagou as contas de FHC, zerou a dívida com o FMI e ainda empresta algum aos ricos.
Lula, o “analfabeto”, que não entende de educação, criou mais escolas e universidades que seus antecessores juntos, e ainda criou o PRÓ-UNI, que leva o filho do pobre à universidade.
Lula, que não entende de finanças nem de contas públicas,
elevou o salário mínimo de 64 para mais de 200 dólares,
e não quebrou a previdência como queria FHC.
Lula, que não entende de psicologia, levantou o moral da
nação e disse que o Brasil está melhor que o mundo.
Embora o PIG - Partido da Imprensa Golpista, que entende
de tudo, diga que não.
Lula, que não
entende de engenharia, nem de mecânica, nem de nada,
reabilitou o Proálcool, acreditou no biodiesel e levou o
país à liderança mundial de combustíveis
renováveis.
Lula, que não entende de política, mudou os paradigmas mundiais e colocou o Brasil na liderança dos países emergentes, passou a ser respeitado e enterrou o G-8.
Lula, que não entende de política externa nem de conciliação, pois foi sindicalista brucutu, mandou às favas a ALCA, olhou para os parceiros do sul, especialmente para os vizinhos da América Latina, onde exerce liderança absoluta sem ser imperialista. Tem fácil trânsito junto a Chaves, Fidel,
Obama, Evo etc. Bobo que é, cedeu a tudo e a todos.
Lula, que não entende de mulher nem de negro,
colocou o primeiro negro no Supremo (desmoralizado por
brancos), uma mulher no cargo de primeira ministra, e pode
fazê-la sua sucessora.
Lula, que não entende de etiqueta, sentou ao lado da rainha e afrontou nossa fidalguia branca de lentes azuis.
Lula, que não entende de desenvolvimento, nunca ouviu falar
de Keynes, criou o PAC, antes mesmo que o mundo inteiro
dissesse que é hora de o Estado investir, e hoje o PAC é
um amortecedor da crise.
Lula, que não entende de crise, mandou baixar o IPI e levou a indústria automobilística a bater recorde no trimestre.
Lula, que não entende de português nem de outra
língua, tem fluência entre os líderes mundiais, é
respeitado e citado entre as pessoas mais poderosas e
influentes no mundo atual.
Lula, que não entende de respeito a seus pares, pois é um brucutu, já tinha empatia e relação direta com Bush - notada até pela imprensa americana - e agora tem a mesma empatia com Obama.
Lula, que não entende nada de sindicato, pois era apenas um agitador, é amigo do tal John Sweeny e entra na Casa Branca com credencial de negociador, lá, nos "States".
Lula, que não entende de geografia, pois não sabe
interpretar um mapa, é ator da mudança geopolítica das
Américas.
Lula, que não entende nada de diplomacia internacional, pois nunca estará preparado, age com sabedoria em todas as frentes e se torna interlocutor universal.
Lula, que não
entende nada de história, pois é apenas um locutor de
bravatas, faz história e será lembrado por um grande
legado, dentro e fora do Brasil.
Lula, que não entende nada de conflitos armados nem de guerra, pois é um pacifista ingênuo, já é cotado pelos palestinos para dialogar com Israel.
Lula, que não entende nada de nada, é melhor que todos os outros."
Assina:Pedro R. Lima, professor - UERJ Enonomia
Beijos de saudades...Marta.
O Fantasma da Ópera?
(foto: Dihelson Mendonça, publicada originalmente no Blog do Crato)
Alguns me perguntaram o porquê da máscara que usei para interpretar Re-talhos na final do Festival Cariri da Canção.
Algumas respostas prováveis e que podem não ser verdadeiras:
Porque quis prestar uma singela homenagem aos menestréis dos tempos medievais que de corte em corte cantavam romances e encantavam as donzelas;
Porque adivinhei ser a música Re-talhos um fragmento de uma ópera possível;
Porque sou ator e não deixo passar a chance de brincar de teatro num palco com uma platéia atenta;
Porque os fantasmas existem e ainda podem emocionar corações e mentes como aconteceram nos saudosos festivais da canção dos anos setenta;
Porque a vida é uma festa e o festival faz parte da vida;
(nos comentários você pode criar a sua resposta possível)
Música Falsa Memória vence Festival Cariri da Canção
O Festival Cariri da Canção foi realizado no período de 21 a 24 do mês corrente, numa promoção da Secretaria de Cultura, Esporte e Juventude do Crato, que tem à frente a dinâmica Danielle Esmeraldo. Trinta musicas foram selecionadas para as três noites de eliminatória. Na final, doze músicas classificadas "brigaram" pelos primeiros lugares. A música Falsa Memória foi a que mais contemplou os critérios exigidos pelo juri e recebeu a premiação máxima.
Grande público participou de todas as noites do evento, que além da mostra competitiva, trouxe apresentações de atrações regionais, como Dr. Raiz, Cleivan Paiva e Janinha, e do cantor Chico Cezar, grande nome da Música Popular Brasileira.
domingo, 25 de outubro de 2009
E o poder? Onde está o poder? - José do Vale Pinheiro Feitosa
A primeira filigrana da frase é que se pensam nas pessoas como meros atores num ato previamente ensaiado; ou seja, peças inanimadas do enredo, compreenda-se que na representação sempre haverá o toque pessoal. O improviso, a recriação, uma fala do contexto social daquele momento da representação.
A tragédia grega e o teatro quinhentista de Shakespeare chegam entre nós com uma Medéia e uma Família Tudor que falam deste tempo e do espaço de agora. Imediatamente haverá uma ponte animada com o cotidiano da platéia. Ninguém manipula seres animados, pois é de sua natureza animar-se em afirmativas e negativas e ambas sujeitam o ato manipulador.
Feiticeiros são como chamas de vela. Se consumem rapidamente. O resultado do feitiço transforma a própria prática da feitiçaria. Um feitiço realizado é uma realidade que já contextualiza o feitiço à luz do tempo e do domínio público.
Não existe um detentor permanente do poder de manipular, já que este poder é induzido pelo objeto supostamente a ser manipulado. E nesta inversão, ocorre uma troca de anterioridade e posterioridade, a manipulação passa a suceder o objeto manipulável. Ou seja, este objeto é quem determina a natureza da manipulação.
Quando o Papa faz sua oração “Urbi et Orbe” não mais do que levanta o manifesto de Roma e do Mundo. O conteúdo desta oração não se encontra meramente nas escrituras, nos discursos de toda santidade ou nas doutrinas que pretendem aprisionar períodos de milhares de pessoas. O conteúdo só pode ser o sopro da humanidade diante deste presente que conclui, do passado revisto e do futuro diferente.
O certo é que não há possibilidade de se transformar em texto esta dinâmica do contexto. Digo texto como aquele formato definitivo e realizado. E falo no contexto como aquele movimento fractal das nuvens que podem obedecer a geometria euclidiana, as formas aleatórias ou uma forma de mensuração complexa. Toda possibilidade de que ninguém, nenhum ser exista que agindo no contexto do mundo o tenha em qualquer natureza a partícula “omni- ou oni-“. Seja como antepositivo à potência, presença ou ciência.
E fico imaginando o nosso Pai nordestino. A serviço das nossas angústias, dos nossos males, da nossa miséria. A serviço de nossas necessidades. Um pai prestador de assistência aos seus filhos no irregular da superfície do mundo. E que poder é este? Apenas o despacho dos desejos variados do povo. O seu poder é realizá-lo, portanto dependente de um poder anterior e maior: as necessidades humanas.