Quão precioso é o meu cafezinho quente.
Há uma cegueira ritualística:
olhar distraído,
movimentos involuntários,
o choque da colherinha
contra a xícara.
Quão metafísico é o caminho
da cozinha ao quarto
sentindo penetrar por minhas narinas
aquele perfume sempre novo
dilacerante
embriagador.
E eis que me abala o espírito
ao primeiro gole:
sabão neutro.
Mea culpa (incomensurável desleixo)
apaguei a luz antes de enxugar a louça.
Parabéns Domingos pela inabalável forma de ver o mundo com sua poesia.
ResponderExcluirMuitas vezes, saiba, camarada Sávio, as formas são toscas e nebulosas...
ResponderExcluirMas o cotidiano (invisível)
é mágico.
Forte abraço.