sábado, 3 de abril de 2010

ideias

Quão precioso é o meu cafezinho quente.
Há uma cegueira ritualística:
olhar distraído,
movimentos involuntários,
o choque da colherinha
contra a xícara.

Quão metafísico é o caminho
da cozinha ao quarto

sentindo penetrar por minhas narinas
aquele perfume sempre novo
dilacerante
embriagador.

E eis que me abala o espírito
ao primeiro gole:
sabão neutro.

Mea culpa (incomensurável desleixo)
apaguei a luz antes de enxugar a louça.

2 comentários:

  1. Parabéns Domingos pela inabalável forma de ver o mundo com sua poesia.

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  2. Muitas vezes, saiba, camarada Sávio, as formas são toscas e nebulosas...

    Mas o cotidiano (invisível)
    é mágico.

    Forte abraço.

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