Guardo noutra alma
a febre dos filhos
órfãos, no quarto
com as pupilas dilatadas.
Meu romantismo é tão carnal
brasa das estrelas,
mão sôfrega
ao alcance da mente
a lúbrica fantasia
da tua tatuagem.
Guardo noutra alma
a veia do sêmen
límpido, pegajoso
nódoas no lençol
em velhas cuecas
na camiseta da farda.
Minha língua
ultimamente secreta
outrora sabia
muito bem como abrir
o portãozinho do jardim
ainda sabe,
apenas anda minha língua
exigente às novas roseiras.
Meu romantismo é tão puro
vinho sagrado dos versos
fermentado pela solidão
atrás dos arbustos.
Correm as águas do riacho.
Já se faz noite.
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