terça-feira, 31 de agosto de 2010
Coletivo Camaradas aciona OAB e Justiça Eleitoral contra poluição visual
Justiça Eleitoral e OAB já estão com fotos da poluição visual gerada pelos candidatos nas praças da cidade Crato.
Na manhã desta ultima segunda, dia 30, o Coletivo Camaradas encaminhou ao juiz da 27ª Zonal Eleitoral, Antonio Wandeberg Francelino Freitas e ao presidente da subsecção da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB Crato, Fabrício Siebra Felício Calou documento que alerta sobre a poluição visual provocada pelos candidatos dos diversos partidos políticos e coligações nas praças da cidade do Crato, através da colocação de cavaletes com imagens eleitorais.
O fato vem gerando insatisfação na população. Algumas placas impedem a livre circulação dos transeuntes, já outras atrapalham a visibilidade dos motoristas. De acordo com o documento encaminhado a Justiça Eleitoral os “camaradas” afirmam “entendemos que a colocação indiscriminada destes cavaletes na cidade e em especial nas praças vem gerando insatisfação e prejudicando a livre circulação dos transeuntes, dificultando a visualidade dos motoristas e produzindo uma enxurrada poluitiva. Sem contar que, como o caso não é localizado, isso gera uma incalculável degradação ambiental, tendo em vista, a quantidade de madeiras e papeis gastos com essas ações na época eleitoral, em outras palavras, representa a derrubada da vegetação brasileira”
O grupo solicita que o documento encaminhado a Justiça seja enviado aos partidos e coligações com o intuito de tornar pública a insatisfação dos eleitores. O documento entregue na OAB sugere uma tomada de posição em relação à questão.
O documento foi encaminhado a Justiça Eleitoral e a OAB, após o Coletivo teve realizado a intervenção urbana denominada “Ação Poluição” que consistiu na colocação temporária de cavaletes com a inscrição “Ação Poluição” ao lado das imagens do candidatos e registro fotográfico, o qual foi disponibilizado virtualmente. Nos documentos entregues pelo Coletivo Camaradas foi anexado o registro da fotográfico da ação que consta de mais de 200 fotos em praças da cidade do Crato.
Na manhã desta ultima segunda, dia 30, o Coletivo Camaradas encaminhou ao juiz da 27ª Zonal Eleitoral, Antonio Wandeberg Francelino Freitas e ao presidente da subsecção da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB Crato, Fabrício Siebra Felício Calou documento que alerta sobre a poluição visual provocada pelos candidatos dos diversos partidos políticos e coligações nas praças da cidade do Crato, através da colocação de cavaletes com imagens eleitorais.
O fato vem gerando insatisfação na população. Algumas placas impedem a livre circulação dos transeuntes, já outras atrapalham a visibilidade dos motoristas. De acordo com o documento encaminhado a Justiça Eleitoral os “camaradas” afirmam “entendemos que a colocação indiscriminada destes cavaletes na cidade e em especial nas praças vem gerando insatisfação e prejudicando a livre circulação dos transeuntes, dificultando a visualidade dos motoristas e produzindo uma enxurrada poluitiva. Sem contar que, como o caso não é localizado, isso gera uma incalculável degradação ambiental, tendo em vista, a quantidade de madeiras e papeis gastos com essas ações na época eleitoral, em outras palavras, representa a derrubada da vegetação brasileira”
O grupo solicita que o documento encaminhado a Justiça seja enviado aos partidos e coligações com o intuito de tornar pública a insatisfação dos eleitores. O documento entregue na OAB sugere uma tomada de posição em relação à questão.
O documento foi encaminhado a Justiça Eleitoral e a OAB, após o Coletivo teve realizado a intervenção urbana denominada “Ação Poluição” que consistiu na colocação temporária de cavaletes com a inscrição “Ação Poluição” ao lado das imagens do candidatos e registro fotográfico, o qual foi disponibilizado virtualmente. Nos documentos entregues pelo Coletivo Camaradas foi anexado o registro da fotográfico da ação que consta de mais de 200 fotos em praças da cidade do Crato.
O ser e o tempo são só um - Emerson Monteiro
O homem e a hora são um só
Quando Deus faz a história é feita.
O mais é carne, cujo pó
A terra espreita.
Fernando Pessoa
Um, o seu outro lado; outro, o inverso de si mesmo. A integração absoluta do objeto no sujeito que perfaz do todo a face única, indivisível. O tudo e o nada numa unidade essencial e pura, uma unidade que mergulha o mistério do ser, reunindo a um só instante o tempo que resta e o bloco das consistências infinitas que um dia principiaram a ser, nas marcas de formas trabalhadas no confronto do dois em só uno e pronto, atritar persistente de esferas a rolar no abismo da eternidade, ao sabor do destino.
Predissessem limites e reflexos vazios contornariam a fronteira das marés, nos continentes dos mares, nos rios, linhas imaginárias de traços inevitáveis, porém vagos e inúteis, meras ficções de lábios rotos e gargantas secas entre terra e água. Pontos soltos a desenhar os céus com traços invisíveis, estridentes sonhos da inexistência, somas vultosas subtraídas e esquecidas em porões escuros de naus malassombradas, desaparecidas na bruma dos segredos.
Isso de perguntar da filosofia, nas questões reflexivas de alta profundidade, quer-se crer adiamento dos encontros definitivos com a sorte das estradas desertas, nas cinzentas, frias e ausentes madrugadas de prenhes de respostas contundentes, pois estas foram ali postas, dadas em graves acentos de bocas escancaradas e momentos de furor.
Ninguém alegue, pois, desconhecimento da lei depois das pistas avermelhadas de fogo e sangue prescritas nas alvoradas, tramas do reluzir das pedras. À ponta da língua do pensamento vêm e vão golfadas de sinais da solução do enigma, nas perguntas da vida. Desconfiados de que sabem a derradeira expressão da história futura, bichos arrastam os ossos ressequidos em caudas poeirentas pelo do deserto da existência, reluzentes lagartos de vaidade agressivas preocupações, quais teimosos animais de carga feridos nas vistas diante das claridades da luz.
Alimárias encandeadas, percorrem as trilhas toscas, aprofundadas no pisar das gerações, e andam aos tombos, formigas cambaleantes soltas no vento feitas folhas de árvores fantasmagóricas, sacrossantas miragens da adoração das tribos impacientes de antigamente. Pavios acesos e olhos apagados, o tropel das massas invade o território santo em blocos repetitivos, ao som dos trovões monumentais que quase ecoam sem final, às paredes metálicas de cordilheiras de fumaça.
Nas tripas enoveladas das entranhas, assim, dos tenebrosos monstros entontecidos ao zumbir do enxame feroz de insetos arcaicos atiçados de propósito pelas presas nas teias do pensamento, a dúvida de dentro seriam as dúvidas de fora, valor exclusivo das espécies individuais. Embaixo e no alto. Fora e dentro. Túnica sem costura. Essência de coisa em si e sujeito próprio de todos criador. Pomo particular e pronto.
Quando Deus faz a história é feita.
O mais é carne, cujo pó
A terra espreita.
Fernando Pessoa
Um, o seu outro lado; outro, o inverso de si mesmo. A integração absoluta do objeto no sujeito que perfaz do todo a face única, indivisível. O tudo e o nada numa unidade essencial e pura, uma unidade que mergulha o mistério do ser, reunindo a um só instante o tempo que resta e o bloco das consistências infinitas que um dia principiaram a ser, nas marcas de formas trabalhadas no confronto do dois em só uno e pronto, atritar persistente de esferas a rolar no abismo da eternidade, ao sabor do destino.
Predissessem limites e reflexos vazios contornariam a fronteira das marés, nos continentes dos mares, nos rios, linhas imaginárias de traços inevitáveis, porém vagos e inúteis, meras ficções de lábios rotos e gargantas secas entre terra e água. Pontos soltos a desenhar os céus com traços invisíveis, estridentes sonhos da inexistência, somas vultosas subtraídas e esquecidas em porões escuros de naus malassombradas, desaparecidas na bruma dos segredos.
Isso de perguntar da filosofia, nas questões reflexivas de alta profundidade, quer-se crer adiamento dos encontros definitivos com a sorte das estradas desertas, nas cinzentas, frias e ausentes madrugadas de prenhes de respostas contundentes, pois estas foram ali postas, dadas em graves acentos de bocas escancaradas e momentos de furor.
Ninguém alegue, pois, desconhecimento da lei depois das pistas avermelhadas de fogo e sangue prescritas nas alvoradas, tramas do reluzir das pedras. À ponta da língua do pensamento vêm e vão golfadas de sinais da solução do enigma, nas perguntas da vida. Desconfiados de que sabem a derradeira expressão da história futura, bichos arrastam os ossos ressequidos em caudas poeirentas pelo do deserto da existência, reluzentes lagartos de vaidade agressivas preocupações, quais teimosos animais de carga feridos nas vistas diante das claridades da luz.
Alimárias encandeadas, percorrem as trilhas toscas, aprofundadas no pisar das gerações, e andam aos tombos, formigas cambaleantes soltas no vento feitas folhas de árvores fantasmagóricas, sacrossantas miragens da adoração das tribos impacientes de antigamente. Pavios acesos e olhos apagados, o tropel das massas invade o território santo em blocos repetitivos, ao som dos trovões monumentais que quase ecoam sem final, às paredes metálicas de cordilheiras de fumaça.
Nas tripas enoveladas das entranhas, assim, dos tenebrosos monstros entontecidos ao zumbir do enxame feroz de insetos arcaicos atiçados de propósito pelas presas nas teias do pensamento, a dúvida de dentro seriam as dúvidas de fora, valor exclusivo das espécies individuais. Embaixo e no alto. Fora e dentro. Túnica sem costura. Essência de coisa em si e sujeito próprio de todos criador. Pomo particular e pronto.
AGENDE-SE!
Release
“Amarras” é um espetáculo que propõe uma reflexão por meio da dança contemporânea sobre as modificações da história da mulher, em quadros e cenas que contrapõem e dialogam com estereótipos e sutilezas do ser mulher.
Nas sociedades primitivas, o poder era centrado na Mulher por causa da sua fertilidade. Na Grécia antiga, a mulher não desempenhava nenhum papel, além do doméstico.
Com o sistema patriarcal foi criado ideologias como o da religião, mitos e tabus, para controlar seu comportamento intelectual e afetivo. Durante muito tempo a mulher foi considerada como um ser inferior e mantida isolada do contexto social. Esta concepção, foi construída através dos séculos, legitimou a submissão feminina e sufocou qualquer tentativa de subversão da ordem estabelecida, o que durante muito tempo a manteve à margem da sociedade.
A grande virada das mulheres aconteceu no século XX: A conquista do direito ao voto, ao trabalho (e a uma carreira profissional), a uma igualdade de direitos entre os sexos foi conquistado pelos movimentos feminista, no entanto, mesmo com todos os avanços vivemos a submissão do corpo feminino; as repressões de todo tipo, prostituição, assédio sexual, violência doméstica, desvantagens na carreira profissional.
Ainda há muitas “amarras” que precisam ser desatadas pela frente em relação ao corpo, a maternidade, a vida cotidiana, a família. E é nessa revolução silenciosa do auto-conhecimento e estrutura da auto-estima que venceremos assim a repressão quanto as conquistas do dito sexo frágil.
Ficha Técnica
Direção, Coreografia, Dramaturgia e Pesquisa Musical: Elizângela Alencar
Interpretes-criadoras: Aline Sousa, Ianny Queiroz, Elizângela Alencar, Jayane Diniz e Séfora Oliveira.
Participação especial: Erislanio Alencar
Atrizes convidadas: Carla Hemanuela, Dialla Teotônio, Estella Bonfim,
Jéssica Lorenna e Kelliane Eskthyny
Colaboração coreográfica: Alysson Amancio
Assessoria teatral: Márcio Rodrigues
Fotografia : Nivia Uchoa
Figurino: Elizângela Alencar/ Nenem
Maquiagem: Fernando Crispim
Iluminação: Orismídio Duarte
Realização: Dakini Cia de Dança
Produção: Inspiração, gestão da Cultura
Coord. de Produção e Arte Visual: Jota Júnior Santos
Assist. de Produção: Luciany Maria
Currículo DA Cia.
Dakini Cia de Dança, surgiu há 04 anos, da necessidade da coreógrafa Elyzângela Alencar desenvolver pesquisas em dança na cidade de Juazeiro do Norte.
Inicialmente sua criação estava ligada a produção e divulgação da dança do ventre, modalidade que a coreógrafa tem sua formação técnica.
Com a experimentação de outras linguagens como o teatro e capacitações realizadas em outras danças como: balé clássico, jazz, dança contemporânea, contato-improvisação o grupo começou sua pesquisa nas possibilidades de expressão enquanto dança por este corpo-matriz que esta em constante aprendizagem.
Como esse corpo se move? Qual sua dança pessoal? Essas são premissas para os experimentos e performance da Cia.
A coreógrafa é aluna do Curso de Licenciatura em Teatro da Escola de Artes Violeta Arraes Gervaiseau - URCA.
Associação Dança Cariri abriga em sua sede a Dakini Cia de Dança, compartilhando ações para o desenvolvimento e potencialização da dança local.
Participou da II Semana D da Dança (Associação Dança Cariri e CCBNB).
A Companhia foi contemplada no VI Edital das Artes da SECULT-2009 categoria Montagem em Dança.
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
Boa música no Salviano Arraes - Emerson Monteiro
Na noite deste domingo (29 de agosto), os cratenses foram brindados com a apresentação musical dos cantores e compositores cearenses Marcos Lessa e Aparecida Silvino, que moram em Fortaleza. No auditório Salviano Arraes, acompanhados por Ibbertson Nobre, Lifanco, Francisco Silvino e Célio Lessa, em ocasião das mais inspiradas, os músicos ofereceram ao bom público que compareceu ao espetáculo um repertório primoroso, com a influência da melhor MPB.
Numa alternativa de qualidade pelo bom gosto da arte oferecida, momentos assim propiciam o encontro dos aficcionados por estilo musical refinado que, de certeza, tem admiradores em toda a Região.
A música oferecida pelos dois compositores e o modo informal com que se desenvolveu o show puseram em dia o bom gosto do Cariri, nesta fase da história artística brasileira que deixa um tanto a dever em relação aos tempos áureos de nossa música.
Os espectadores que se deslocaram ao Cine Teatro Moderno, cheios de satisfação, aplaudiram de pé o raro momento propiciado nessa noite de final de semana em Crato, numa produção que teve o patrocínio da Secretaria Municipal de Cultura.
Numa alternativa de qualidade pelo bom gosto da arte oferecida, momentos assim propiciam o encontro dos aficcionados por estilo musical refinado que, de certeza, tem admiradores em toda a Região.
A música oferecida pelos dois compositores e o modo informal com que se desenvolveu o show puseram em dia o bom gosto do Cariri, nesta fase da história artística brasileira que deixa um tanto a dever em relação aos tempos áureos de nossa música.
Os espectadores que se deslocaram ao Cine Teatro Moderno, cheios de satisfação, aplaudiram de pé o raro momento propiciado nessa noite de final de semana em Crato, numa produção que teve o patrocínio da Secretaria Municipal de Cultura.
domingo, 29 de agosto de 2010
sábado, 28 de agosto de 2010
Novos artistas aderem ao Coletivo Camaradas
Com um trabalho engajado o Coletivo Camaradas desenvolve ações que unem arte, estética, cultura, educação e política, o que vem despertando o interesse de artistas de diversas linguagens artísticas.
Recentemente aderiram ao grupo o comunicador e artista performático Raul Lampião que é conhecido pelo trabalho humorístico e de comprometimento social que realiza com o seu carinho de som volante nas ruas do Crato. O professor e grafiteiro Marlon Torres, um dos poucos artistas do spray na região do Cariri também aderiu ao grupo, além do MC Negro Wagner que desenvolverá um trabalho que reunirá a junção do rap e da batida dos tambores. O artista plástico, produtor cultural e estudante do curso de Artes Visuais da URCA, Ricardo Campos é o mais novo integrante do Coletivo.
O MC Negro Wagner enfatiza que o seu intuito no Coletivo é contribuir com a democratização da cultura hip-hop. Ele acredita também que a diversidade musical do povo brasileiro deve ser conhecida pelas camadas populares.
O grafiteiro Marlon acredita que o coletivo é uma forma de compartilhar experiências. Ele destaca que os “camaradas” são possibilitar conhecer novas vertentes artísticas.
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
As afinidades eletivas de Dilma e Lula
Le Monde
A disputa prometia ser incerta entre os dois principais candidatos à eleição presidencial de 3 de outubro no Brasil.
Pelo menos em teoria.
Do lado do governo, Dilma Rousseff, 62 anos. Essa mulher de bastidores, competente e trabalhadora, fez a maior parte de sua carreira em cargos administrativos, antes de ser notada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e depois promovida a chefe da Casa Civil, uma espécie de primeira-ministra não-oficial. Absorvida por essa função crucial, mas discreta, e nunca tendo enfrentado as urnas, “Dilma” era, até seis meses atrás, desconhecida da maioria dos brasileiros.
Do lado da oposição, José Serra, 68 anos. Esse político de longa experiência, à vontade nos palanques e diante das câmeras, tem a vantagem de uma trajetória com saldo muitas vezes favorável, como ministro da Saúde (1998-2002) e como governador (2007-2010) do Estado de São Paulo, que abriga a maior cidade da América do Sul. Para esse homem, enfrentar e vencer uma adversária novata em política parecia uma aposta razoável.
Hoje, a cinco semanas do pleito, a neófita se encontra bem à frente de seu rival. As pesquisas lhe dão uma vantagem de 10 a 15 pontos e chegam a prever a vitória logo no primeiro turno. A terceira candidata mais importante, a ambientalista Marina Silva, está estagnada com cerca de 10% das intenções de voto. A menos que haja uma reviravolta, Dilma Rousseff se tornará, no dia 1º de janeiro de 2011, o 40º presidente da República do Brasil, e a primeira mulher a ocupar essa função.
Por que se está vendo um cenário como esse, que tira o suspense da campanha? A resposta reside em uma palavra: Lula. Pela primeira vez em 21 anos, o ex-metalúrgico não participa de uma disputa presidencial, uma vez que a Constituição lhe impede de concorrer a um terceiro mandato de quatro anos.
Mas o chefe do Estado continua sendo o principal personagem da competição. Ele envolveu a fundo na campanha para conseguir a vitória daquela que ele escolheu secretamente para ser sua sucessora já há dois anos, que em seguida a apresentou ao público ao dividir com ela os palanques de seus comícios, e que ele impôs à sua própria família política, argumentando que ela era a melhor para sucedê-lo.
Dirigindo-se aos hesitantes, Lula está sempre elogiando “Dilma”, especialmente durante a propaganda eleitoral na TV, onde ele aparece para apoiar sua favorita. Ele mostra a mesma “generosidade” para com todos aqueles que, em seu partido, bem como nos partidos aliados, conseguiram sua simpatia: deputados federais, senadores, membros das assembleias legislativas do Estado, que buscam ser eleitos ou reeleitos em 3 de outubro.
Lula tem cedido a Dilma Rousseff grande parte dos méritos que até hoje ele costumava atribuir a si mesmo, ao conduzir uma política econômica e social de sucessos inegáveis. Ele a chama de “mãe do povo” após tê-la batizado de “mãe do PAC” – um programa de grandes obras visando estimular o crescimento - ou ainda “mãe do programa Luz para Todos”. Daí a ironia de Marina Silva, que lamenta assim a “infantilização” dos cidadãos.
Lula costuma contar que aos poucos foi descobrindo na administradora e técnica Dilma Rousseff “um animal político” de personalidade forte. Estranha confissão, considerando se tratar de uma mulher que ele sabia ter sido, aos 20 anos, ativista revolucionária sob a ditadura militar e que pagou caro por sua militância: 22 dias de tortura e três anos de prisão.
O presidente brasileiro está prestes a conseguir um feito raríssimo na política: ele deixará o cargo com mais popularidade do que quando entrou na presidência, com cerca de 80% de opiniões favoráveis, um número estável há muitos meses.
Ele investiu esse enorme capital de simpatia em benefício de sua herdeira política. A operação hoje está dando frutos. No início de 2010, os analistas se perguntavam se Lula conseguiria transferir a Dilma uma parte suficiente de sua popularidade. Hoje não há mais dúvidas.
A provável futura presidente, entretanto, não possui nem o carisma nem o dom da oratória que fizeram o sucesso de Lula. Seu batismo de fogo, durante o primeiro debate televisionado, há três semanas, só foi parcialmente bem sucedido. Desde então, com a ajuda das pesquisas, ela parece ter adquirido confiança em si mesma.
Mas o principal está em outro lugar, para a maioria dos brasileiros que amam o presidente e só acompanham a vida política de longe: Dilma Rousseff é “a candidata de Lula”. É garantia suficiente. São muitos os eleitores que poderiam dizer, como esse pedreiro do Nordeste contou à revista “Veja”: “Se Lula apoiasse Serra, eu votaria no Serra”.
José Serra não tem chance. Mais uma vez, esse veterano social-democrata, respeitado e competente, encontra Lula em seu caminho. Perdeu para ele em 2002, e preferiu não enfrentá-lo em 2006, certo de que seria derrotado. Essa campanha é sua última oportunidade para se tornar presidente, um objetivo para o qual ele diz “ter se preparado a vida inteira”. E novamente é Lula, mais do que Dilma Rousseff, que o impedirá de atingi-lo.
Não só o líder da oposição toma cuidado para nunca criticar Lula, como ele tenta se aproveitar do prestígio do presidente. Algumas de suas propagandas o mostram ao lado de Lula, e seu jingle eleitoral proclama, em ritmo de samba, uma mensagem deliberadamente ambígua: “Quando o Lula da Silva sair/É o Zé que eu quero lá”.
Para José Serra, é importante mostrar que “Dilma não é Lula”, que ela não tem mais direito do que qualquer outro de sucedê-lo. O presidente, que sentiu o perigo, tem feito cada vez mais elogios à sua candidata. Ele chega a anunciar que, se ela for eleita, ele viajará pelo Brasil e, se for preciso, lhe telefonará dizendo: “Pode fazer, minha filha, que eu não consegui fazer”. Ninguém deve duvidar que votar em Dilma Rousseff, em 3 de outubro, é satisfazer a vontade de Lula.
Assim, José Serra corre o risco de ser vítima de um fenômeno talvez inédito em uma grande democracia, e que deverá empolgar os cientistas políticos: a eleição de um chefe de Estado graças ao brilho da glória que seu antecessor projeta sobre sua candidatura.
Tradução: Lana Lim
Do lado do governo, Dilma Rousseff, 62 anos. Essa mulher de bastidores, competente e trabalhadora, fez a maior parte de sua carreira em cargos administrativos, antes de ser notada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e depois promovida a chefe da Casa Civil, uma espécie de primeira-ministra não-oficial. Absorvida por essa função crucial, mas discreta, e nunca tendo enfrentado as urnas, “Dilma” era, até seis meses atrás, desconhecida da maioria dos brasileiros.
Do lado da oposição, José Serra, 68 anos. Esse político de longa experiência, à vontade nos palanques e diante das câmeras, tem a vantagem de uma trajetória com saldo muitas vezes favorável, como ministro da Saúde (1998-2002) e como governador (2007-2010) do Estado de São Paulo, que abriga a maior cidade da América do Sul. Para esse homem, enfrentar e vencer uma adversária novata em política parecia uma aposta razoável.
Hoje, a cinco semanas do pleito, a neófita se encontra bem à frente de seu rival. As pesquisas lhe dão uma vantagem de 10 a 15 pontos e chegam a prever a vitória logo no primeiro turno. A terceira candidata mais importante, a ambientalista Marina Silva, está estagnada com cerca de 10% das intenções de voto. A menos que haja uma reviravolta, Dilma Rousseff se tornará, no dia 1º de janeiro de 2011, o 40º presidente da República do Brasil, e a primeira mulher a ocupar essa função.
Por que se está vendo um cenário como esse, que tira o suspense da campanha? A resposta reside em uma palavra: Lula. Pela primeira vez em 21 anos, o ex-metalúrgico não participa de uma disputa presidencial, uma vez que a Constituição lhe impede de concorrer a um terceiro mandato de quatro anos.
Mas o chefe do Estado continua sendo o principal personagem da competição. Ele envolveu a fundo na campanha para conseguir a vitória daquela que ele escolheu secretamente para ser sua sucessora já há dois anos, que em seguida a apresentou ao público ao dividir com ela os palanques de seus comícios, e que ele impôs à sua própria família política, argumentando que ela era a melhor para sucedê-lo.
Dirigindo-se aos hesitantes, Lula está sempre elogiando “Dilma”, especialmente durante a propaganda eleitoral na TV, onde ele aparece para apoiar sua favorita. Ele mostra a mesma “generosidade” para com todos aqueles que, em seu partido, bem como nos partidos aliados, conseguiram sua simpatia: deputados federais, senadores, membros das assembleias legislativas do Estado, que buscam ser eleitos ou reeleitos em 3 de outubro.
Lula tem cedido a Dilma Rousseff grande parte dos méritos que até hoje ele costumava atribuir a si mesmo, ao conduzir uma política econômica e social de sucessos inegáveis. Ele a chama de “mãe do povo” após tê-la batizado de “mãe do PAC” – um programa de grandes obras visando estimular o crescimento - ou ainda “mãe do programa Luz para Todos”. Daí a ironia de Marina Silva, que lamenta assim a “infantilização” dos cidadãos.
Lula costuma contar que aos poucos foi descobrindo na administradora e técnica Dilma Rousseff “um animal político” de personalidade forte. Estranha confissão, considerando se tratar de uma mulher que ele sabia ter sido, aos 20 anos, ativista revolucionária sob a ditadura militar e que pagou caro por sua militância: 22 dias de tortura e três anos de prisão.
O presidente brasileiro está prestes a conseguir um feito raríssimo na política: ele deixará o cargo com mais popularidade do que quando entrou na presidência, com cerca de 80% de opiniões favoráveis, um número estável há muitos meses.
Ele investiu esse enorme capital de simpatia em benefício de sua herdeira política. A operação hoje está dando frutos. No início de 2010, os analistas se perguntavam se Lula conseguiria transferir a Dilma uma parte suficiente de sua popularidade. Hoje não há mais dúvidas.
A provável futura presidente, entretanto, não possui nem o carisma nem o dom da oratória que fizeram o sucesso de Lula. Seu batismo de fogo, durante o primeiro debate televisionado, há três semanas, só foi parcialmente bem sucedido. Desde então, com a ajuda das pesquisas, ela parece ter adquirido confiança em si mesma.
Mas o principal está em outro lugar, para a maioria dos brasileiros que amam o presidente e só acompanham a vida política de longe: Dilma Rousseff é “a candidata de Lula”. É garantia suficiente. São muitos os eleitores que poderiam dizer, como esse pedreiro do Nordeste contou à revista “Veja”: “Se Lula apoiasse Serra, eu votaria no Serra”.
José Serra não tem chance. Mais uma vez, esse veterano social-democrata, respeitado e competente, encontra Lula em seu caminho. Perdeu para ele em 2002, e preferiu não enfrentá-lo em 2006, certo de que seria derrotado. Essa campanha é sua última oportunidade para se tornar presidente, um objetivo para o qual ele diz “ter se preparado a vida inteira”. E novamente é Lula, mais do que Dilma Rousseff, que o impedirá de atingi-lo.
Não só o líder da oposição toma cuidado para nunca criticar Lula, como ele tenta se aproveitar do prestígio do presidente. Algumas de suas propagandas o mostram ao lado de Lula, e seu jingle eleitoral proclama, em ritmo de samba, uma mensagem deliberadamente ambígua: “Quando o Lula da Silva sair/É o Zé que eu quero lá”.
Para José Serra, é importante mostrar que “Dilma não é Lula”, que ela não tem mais direito do que qualquer outro de sucedê-lo. O presidente, que sentiu o perigo, tem feito cada vez mais elogios à sua candidata. Ele chega a anunciar que, se ela for eleita, ele viajará pelo Brasil e, se for preciso, lhe telefonará dizendo: “Pode fazer, minha filha, que eu não consegui fazer”. Ninguém deve duvidar que votar em Dilma Rousseff, em 3 de outubro, é satisfazer a vontade de Lula.
Assim, José Serra corre o risco de ser vítima de um fenômeno talvez inédito em uma grande democracia, e que deverá empolgar os cientistas políticos: a eleição de um chefe de Estado graças ao brilho da glória que seu antecessor projeta sobre sua candidatura.
Tradução: Lana Lim
ESTUÁRIO - RECIFE - PERNAMBUCO
APARECIDA SILVINO NO CARIRI ENCANTADO –PROTAGONISTAS!
Nos anos 90 a OCA enxergou que um coral faria muito bem para agregar artistas e pessoas da comunidade em torno do canto, daí resolvemos (Eu e Carlos Rafael) chamar o Nivaldo e o Leonardo (dois músicos da Solibel) para se revezarem na regência daquele coral que foi batizado de “Boca de Sapo”, em homenagem ao símbolo da OCA que é uma gia. No momento seguinte, uma oficina de canto foi sugerida pelos regêntes no sentido de aprimoramento da voz para receber o repertório. Então, é ai que entra Aparecida Silvino nessa estória bonita que durou pouco tempo mas deixou marcas no coração de todos aqueles “loucos” que começaram a admirá-la e por ela nutrem o maior carinho e hoje será bem recebida no nosso Cariri Encantado-Protagonistas!.
APARECIDA SILVINO é é cantora, compositora, pianista, regente, arranjadora e preparadora vocal.
Trata-se de uma das melhores vozes nacionais" atesta o cantor e compositor Milton Nascimento, que fez questão de ter Apá como convidada especial no show "Crooner", apresentado em Fortaleza.
Conhecida e com público cativo no Ceará, ela tem sido requisitada a abrir shows para grandes nomes da nossa música, tendo se apresentado ao lado de Fagner, Nana Caymmi, Suely Costa e Belchior.
Em 2003 e 2004 foi agraciada com Prêmio Nelsons da Música Cearense como Melhor Intérprete Cearense e Melhor Intérprete Feminina.
Em 2006, ganhou o título de Melhor Intérprete no Festival da Meruoca/CE, defendendo a música “Curta a vida”, composta em parceria com José Edu Camargo.
A voz e o talento de Aparecida Silvino já chegaram a locais como a Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro; O Feitiço Mineiro, em Brasília; a Sala Sidney Miller da Funarte-RJ; e a Expo-2000, em Hannover - Alemanha.
Entre seus parceiros estão: Sonekka, Zé Edu Camargo, Luhli, Gilvandro Filho, Nilton Bustamante, Conrado Falbo e Alan Mendonça.
Aparecida prepara seu segundo cd "Sinal de Cais", totalmente autoral, diferente de seu primeiro trabalho em vinil "Vidro&Aço" e seu primeiro Cd "Presente".
Uma das mais queridas cantoras da Cena Musical de Fortaleza, vem se apresentando em várias cidades do país, como Rio de Janeiro, São Paulo, Recife com o repertório a ser gravado no Cd "Sinal de Cais". Atraindo assim ainda mais admiradores.
A TV Diário de Fortaleza gravou um especial com o show "Sinal de Cais" em julho de 2009 e vem apresentando repetidas vezes o mesmo especial à pedido dos telespectadores.
Nas entrelinhas da escrita produtiva do cd “Sinais de Cais”, a inquietude criativa de Aparecida Silvino concebeu, compôs e produziu, em parceria com Alan Mendonça, o cd "MÃE", o qual foi lançado dia 9 de maio, dia das mães, na Igreja do Cristo Rei.
A idéia do cd surgiu dentro do movimento artístico cearense chamado "Ceará Autoral Criativo". O cd Mãe tem direção musical e arranjos de Adelson Viana e conta ainda com os vocais de Lia Veras e os violões de Eduardo Holanda.
ENCONTRO MARCADO
Cariri Encantado-Protagonistas!
Pelas ondas sonoras da Rádio Educadora, 1020 Khz
A partir das 14 horas e 10 minutos
Apresentação: Luiz Carlos Salatiel
na internet OUÇA através do site: www.radioeducadoradocariri.com
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
TEATRO RACHEL DE QUEIROZ DIVULGA PROGRAMAÇÃO DE ESPETÁCULOS
SOCIEDADE CARIRI DAS ARTES E SOCIEDADE DE CULTURA ARTÍSTICA DO CRATO DINAMIZAM O TEATRO CARIRIENSE
Os Pontos de Cultura do Brasil SOCIEDADE CARIRI DAS ARTES e SOCIEDADE DE CULTURA ARTÍSTICA DO CRATO, com apoio da Prefeitura Municipal do Crato, desenvolvem amplo e intenso programa de valorização e difusão teatral envolvendo companhias de toda a região, no Teatro Rachel de Queiroz, em Crato-CE.
Iniciado no último final de semana, quando esteve em cartaz a peça CONTOS DE BRUXAS, texto de Ronaldo Ciambrone, com a Cia. Teatral Arriégua (de Crato-CE), direção de Willyan Teles, o projeto prossegue com a apresentação dos espetáculos:
- A COMÉDIA DA MALDIÇÃO, texto de Cacá Araújo, com o Grupo de Teatro Curumins do Sertão (de Farias Brito-CE), direção de Maria Gonçalves, neste sábado, dia 28 de agosto, às 19:30 horas;
- HISTÓRIAS DO TEMPO DA MAMÃE, texto e direção de Maria Gonçalves, também com o Grupo de Teatro Curumins do Sertão (de Farias Brito-CE), direção de Maria Gonçalves, domingo, dia 29 de agosto, às 19:30 horas;
- AS IRMÃS CASTANHOLAS, texto e direção de Joylson John Kandahar, com a Cia. Mandacaru de Artes (de Juazeiro do Norte-CE), dias 03, 04, 05, 10, 11 e 12 de setembro, às 20:00 horas.
O programa é coordenado pela Cia. Cearense de Teatro Brincante, dirigida pelo dramaturgo Cacá Araújo, e terá, ainda, a comédia Velório Show, com a Cia. dos Sem, em data a ser divulgada posteriormente.
Porém, o ponto mais audacioso da empreitada será a 2ª GUERRILHA DO ATO DRAMÁTICO CARIRIENSE, a maior vitrine das artes cênicas do Cariri, com mais de 40 espetáculos, cuja programação se estenderá de 05 a 27 de novembro de 2010.
Os Pontos de Cultura do Brasil SOCIEDADE CARIRI DAS ARTES e SOCIEDADE DE CULTURA ARTÍSTICA DO CRATO, com apoio da Prefeitura Municipal do Crato, desenvolvem amplo e intenso programa de valorização e difusão teatral envolvendo companhias de toda a região, no Teatro Rachel de Queiroz, em Crato-CE.
Iniciado no último final de semana, quando esteve em cartaz a peça CONTOS DE BRUXAS, texto de Ronaldo Ciambrone, com a Cia. Teatral Arriégua (de Crato-CE), direção de Willyan Teles, o projeto prossegue com a apresentação dos espetáculos:
- A COMÉDIA DA MALDIÇÃO, texto de Cacá Araújo, com o Grupo de Teatro Curumins do Sertão (de Farias Brito-CE), direção de Maria Gonçalves, neste sábado, dia 28 de agosto, às 19:30 horas;
- HISTÓRIAS DO TEMPO DA MAMÃE, texto e direção de Maria Gonçalves, também com o Grupo de Teatro Curumins do Sertão (de Farias Brito-CE), direção de Maria Gonçalves, domingo, dia 29 de agosto, às 19:30 horas;
- AS IRMÃS CASTANHOLAS, texto e direção de Joylson John Kandahar, com a Cia. Mandacaru de Artes (de Juazeiro do Norte-CE), dias 03, 04, 05, 10, 11 e 12 de setembro, às 20:00 horas.
O programa é coordenado pela Cia. Cearense de Teatro Brincante, dirigida pelo dramaturgo Cacá Araújo, e terá, ainda, a comédia Velório Show, com a Cia. dos Sem, em data a ser divulgada posteriormente.
Porém, o ponto mais audacioso da empreitada será a 2ª GUERRILHA DO ATO DRAMÁTICO CARIRIENSE, a maior vitrine das artes cênicas do Cariri, com mais de 40 espetáculos, cuja programação se estenderá de 05 a 27 de novembro de 2010.
Vote no João !
Pois é, amigos, vocês repararam que a as ruas estão com outro aspecto? Sorrisos fartos e rasgados, solidariedade franca, bandeiras tremulando pelas esquinas. Banners poluem as vielas com fotos feias e photoshopadas . Só falta mesmo a orientação no topo : “Procura-se”. Velhinhos têm sempre um braço amigo para atravessar a avenida, criancinhas catarrentas são abraçadas sem receio, bacanas visitam casebres e favelas e apertam mãos calejadas, sem o costumeiro uso de desinfetantes. É que começou a temporada de caça ao voto e os cães farejadores já foram estumados cidade afora. Observem bem as caras, pois, como cometas, aqui só aparecerão, novamente, a cada quatro anos: ainda bem ! A maioria deles expõe, claramente, a única obra que farão se eleitos: sua propaganda descolorida, pálida e de mal gosto.
Não bastasse a poluição visual, de todos os momentos, recebemos junto, num kit, a sonora. Nem me queixo dos programas eleitorais, estes , ao menos, podemos evitar com um simples toque do remoto, ou assistir a eles : não existe, atualmente, melhor programação humorística na rede. O terrível , no entanto, são os carros de som com suas musiquinhas insuportáveis e repetitivas. A repetição , por si só, já desgasta qualquer obra refinada de arte. Quem suporta, por exemplo, “Pour Élise” de Beethoven, tocada ad infinitum pelas secretárias eletrônicas ( “um minuto, por favor: taram-ram-ram-tam-ram-ram-ram...”) e pelas companhias de gás butano avisando a entrega sistemática ? As políticas, então, trazem paródias horrorosas de melodias que, no original, já mereciam a lata do lixo. E não há como fugir delas, estão espalhadas por todo canto. E ainda as apelidam de propaganda eleitoral gratuita. Salve-se quem puder!
Rui Pincel , nestes dias, contou-me duas histórias da publicidade eleitoral sonora, na última campanha, em Matozinho. De uma efetividade de fazer inveja ao Duda Mendonça ou ao Washington Olivetto. João da Birosca tinha uma pequena bodega nas cercanias de Bertioga, Distrito de Matozinho. Resolveu se candidatar a vereador, por infunca do prefeito Sinderval Bandalheira que precisava de um corretor de votos naquela localidade, historicamente infestada de adversários seus. João pegou ar na bomba e meteu-se na enrascada, sem perceber que corria sérios riscos de ver seu pequeno empreendimento na falência total e irreversível. De parcos recursos (sem caixa nem 1, que dirá 2) , João providenciou, ele mesmo, a música emblemática da sua campanha e escolheu aquele hit sertanejo : “Quero você!/ Quero você/Quero você, todinha prá mim!” Sem largos recursos poéticos, já montado num pangaré tão sem futuro, a paródia saiu assim:
“Vote no João,
Vote no João!
Vote no João!
Vote no João!
E , depois da infindável repetição, como um mantra, finalizava:
“Ele é nosso amigão!”
Terminada a primeira parte, repetia-se a música novamente, eternamente, infindavelmente, desde as cinco horas da manhã, até as dez da noite. Eram mais de cinco meninos com sons roufenhos adaptados em bicicletas antigas, os famosos picossons, correndo todas as ruas. E vejam que eram dois meses ininterruptos de Campanha. Segundo Rui, por incrível que possa parecer, Birosca terminou como o candidato mais votado de Matozinho. Nem a W / Brasil, se contratada , teria feito uma melhor publicidade. E explica: na segunda semana, toda Bertioga já não suportava o “Vote no João” e pediram, por todos os santos do céu e do purgatório para que ele cancelasse a veiculação da propaganda. Havia o sério risco de , no dia da eleição, todos os bertioguenses não puderem votar em tratamento psiquiátrico em algum asilo da capital. Birosca concordou, com uma condição: tinham de jurar, de mãos postas, pela alma de Frei Damião , que votariam nele para vereador. Bingo!
Na mesma campanha, Joca Fubuia, o maior pau-d´água da vila, andou botando boneco na rua do Caneco Amassado e as meninas chamaram a polícia. Joca foi recolhido à prisão local, no início da noite, mais melado do que gamela de engenho. Deitado na masmorra, sem ter o que fazer, pôs-se a cantar a musiquinha do seu candidato João da Birosca, que lhe fornecera a mendraca gratuitamente, para aquele porre fenomenal:
“ Vote no João!
Vote no João
Vote no João
Vote no João...”
Os soldados, de plantão, ainda agüentaram uma hora daquele mantra interminável e, aí, com os ouvidos em fogo, como se atacados por marimbondo de chapéu, começaram a reclamar:
--- Para com essa zoada aí, bêbado safado! Pára !
Fubuia, no entanto, não se intimidava: “Vote no João/ Vote no João” e respondeu :
--- Páro nada, rapaz ! Me prenda se estiver achando ruim! Me prenda!
Às dez da noite, ninguém mais suportava aquilo e como prender quem já estava enjaulado? Até o delegado que era meio mouco estrilou. Depois de uns dois ou três safanões de praxe, soltaram Fubuia para os prazeres da noite e das oiças. Como não eleger um candidato de tamanho prestígio? Vote no João!
Não bastasse a poluição visual, de todos os momentos, recebemos junto, num kit, a sonora. Nem me queixo dos programas eleitorais, estes , ao menos, podemos evitar com um simples toque do remoto, ou assistir a eles : não existe, atualmente, melhor programação humorística na rede. O terrível , no entanto, são os carros de som com suas musiquinhas insuportáveis e repetitivas. A repetição , por si só, já desgasta qualquer obra refinada de arte. Quem suporta, por exemplo, “Pour Élise” de Beethoven, tocada ad infinitum pelas secretárias eletrônicas ( “um minuto, por favor: taram-ram-ram-tam-ram-ram-ram...”) e pelas companhias de gás butano avisando a entrega sistemática ? As políticas, então, trazem paródias horrorosas de melodias que, no original, já mereciam a lata do lixo. E não há como fugir delas, estão espalhadas por todo canto. E ainda as apelidam de propaganda eleitoral gratuita. Salve-se quem puder!
Rui Pincel , nestes dias, contou-me duas histórias da publicidade eleitoral sonora, na última campanha, em Matozinho. De uma efetividade de fazer inveja ao Duda Mendonça ou ao Washington Olivetto. João da Birosca tinha uma pequena bodega nas cercanias de Bertioga, Distrito de Matozinho. Resolveu se candidatar a vereador, por infunca do prefeito Sinderval Bandalheira que precisava de um corretor de votos naquela localidade, historicamente infestada de adversários seus. João pegou ar na bomba e meteu-se na enrascada, sem perceber que corria sérios riscos de ver seu pequeno empreendimento na falência total e irreversível. De parcos recursos (sem caixa nem 1, que dirá 2) , João providenciou, ele mesmo, a música emblemática da sua campanha e escolheu aquele hit sertanejo : “Quero você!/ Quero você/Quero você, todinha prá mim!” Sem largos recursos poéticos, já montado num pangaré tão sem futuro, a paródia saiu assim:
“Vote no João,
Vote no João!
Vote no João!
Vote no João!
E , depois da infindável repetição, como um mantra, finalizava:
“Ele é nosso amigão!”
Terminada a primeira parte, repetia-se a música novamente, eternamente, infindavelmente, desde as cinco horas da manhã, até as dez da noite. Eram mais de cinco meninos com sons roufenhos adaptados em bicicletas antigas, os famosos picossons, correndo todas as ruas. E vejam que eram dois meses ininterruptos de Campanha. Segundo Rui, por incrível que possa parecer, Birosca terminou como o candidato mais votado de Matozinho. Nem a W / Brasil, se contratada , teria feito uma melhor publicidade. E explica: na segunda semana, toda Bertioga já não suportava o “Vote no João” e pediram, por todos os santos do céu e do purgatório para que ele cancelasse a veiculação da propaganda. Havia o sério risco de , no dia da eleição, todos os bertioguenses não puderem votar em tratamento psiquiátrico em algum asilo da capital. Birosca concordou, com uma condição: tinham de jurar, de mãos postas, pela alma de Frei Damião , que votariam nele para vereador. Bingo!
Na mesma campanha, Joca Fubuia, o maior pau-d´água da vila, andou botando boneco na rua do Caneco Amassado e as meninas chamaram a polícia. Joca foi recolhido à prisão local, no início da noite, mais melado do que gamela de engenho. Deitado na masmorra, sem ter o que fazer, pôs-se a cantar a musiquinha do seu candidato João da Birosca, que lhe fornecera a mendraca gratuitamente, para aquele porre fenomenal:
“ Vote no João!
Vote no João
Vote no João
Vote no João...”
Os soldados, de plantão, ainda agüentaram uma hora daquele mantra interminável e, aí, com os ouvidos em fogo, como se atacados por marimbondo de chapéu, começaram a reclamar:
--- Para com essa zoada aí, bêbado safado! Pára !
Fubuia, no entanto, não se intimidava: “Vote no João/ Vote no João” e respondeu :
--- Páro nada, rapaz ! Me prenda se estiver achando ruim! Me prenda!
Às dez da noite, ninguém mais suportava aquilo e como prender quem já estava enjaulado? Até o delegado que era meio mouco estrilou. Depois de uns dois ou três safanões de praxe, soltaram Fubuia para os prazeres da noite e das oiças. Como não eleger um candidato de tamanho prestígio? Vote no João!
J. Flávio Vieira
Vl SALÃO DE OUTUBRO DE 2010
RESGATANDO AS ARTES NO CARIRI
Numa iniciativa da artista plástica Edilma Rocha, tendo como principal proposta o incentivo e fomentação para as artes plásticas e visuais no Cariri, e para suprir a ausência dos salões de outubro em que o silêncio fechou durante um longo período as portas das oportunidades de revelações artísticas, reabre o SALÃO DE OUTUBRO.
O projeto é resgatado pela SOCIEDADE DOS AMIGOS DO MUSEU DO CRATO, através do seu presidente Dr. Ricardo Saraiva da Rocha em parceria com a Fundação J. de Figueiredo Filho, e o seu presidente Dr. George Macário de Brito, Fundação Cultural do Crato com a Secretária de Cultura, Daniele Esmeraldo e o Instituto Cultural do Cariri, e o seu presidente, Manoel Patrício de Aquino.
O salão será reaberto no pátio do Teatro Salviano Saraiva na cidade do Crato no dia 30 de outubro de 2010, às 20:00hs. Tem como meta acolher trabalhos representativos das artes plásticas e visuais com temáticas livres nas categorias de desenho, pintura, gravura e escultura.
Os artistas poderão participar com até dois trabalhos originais, assinados e produzidos a partir de 2009. Só poderão se inscrever em apenas uma categoria na amostra. Dentre os artistas serão escolhidos, o Primeiro, segundo e terceiro lugares pelas categorias por uma comissão Julgadora com premiações em medalhas e diplomas.
Os interessados podem fazer as suas inscrições a partir de um até 24 de setembro no Museu Histórico do Crato, à Rua Senador Pompeu, 502, no período da manhã de nove as 11 horas. A inscrição é gratuita. A entrega dos trabalhos será de 25 até 27 de outubro no mesmo local da inscrição com os responsáveis, Antunes ou Mana.
O período da amostra se estenderá nos dias, 1, 3, 4, 5 e 6 de novembro. A divulgação dos premiados será feita no dia da abertura.
SOCIEDADE DOS AMIGOS DO MUSEU DO CRATO
Contatos:
Museu: (88) 3523 5491
Edil ma – TIM: (85) 9688 6043
E-mail:
edilma_bibba@hotmail.com
ricardo_saraiva1@hotmail.com
Coletivo Camaradas faz ação contra poluição visual de candidatos
Candidatos disputam imagens nas praças do Crato e abusam da poluição visual.
O Crato é um dos exemplos de cidade poluída visualmente no período eleitoral. Diversos cavaletes são colocados todos os dias nas praças com imagens de candidatos dos diversos partidos políticos. O caso vem promovendo uma insatisfação na cidade. As imagens dos candidatos na maioria dos casos chegam a tomar a passagem dos transeuntes e prejudicar a visualidade dos motoristas.
A poluição visual gerada pelos candidatos motivou o Coletivo Camaradas a promover uma intervenção urbana denominada de “ação poluição” em conjunto com artistas de outros estados brasileiros durante o Encontro do Programa de Interferência Ambiental no Cariri. A intervenção consiste na colocação temporária de cavaletes em frente às propagandas eleitorais e registro fotográfico que será disponibilizado na rede mundial de computadores, através de sites de relacionamentos, blogs e emails. Os camaradas ao fazerem a ação usam uma mascara cirúrgica simbolizando uma proteção contra a poluição.
Para a integrante do Coletivo Camaradas e acadêmica de Geografia, Karyny Feitosa existe abuso do poder econômico e um desrespeito não só aos eleitores, mas o próprio meio ambiente.
Eliana Soares, integrante dos Camaradas destaca que é preciso fomentar a discussão sobre a questão ambiental e a poluição tanto sonora como visual no período eleitoral.
O registro fotográfico será encaminhado também a Justiça Eleitoral para ser avaliado e tomada as devidas providências.
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
COMPOSITORES DO BRASIL
(Augusto de Campos, em 1966)
JOÃO GILBERTO
Por Zé Nilton
Outro dia feito aluno aplicado grudei os olhos e ouvidos na entrevista de Gilberto Gil ao programa de Bia Correia do Lago, na TV. Futura. O antigo/novo compositor baiano nos ensinava sobre as profundezas dos interiores das músicas, dos ritmos, das músicas e de suas histórias nas festas do Sertão. É isso mesmo: ensinava. Gil quando fala ensina tão didática é sua explanação. Tão coerente é seu pensamento e sua metodologia no trato da questão. Ou das questões.
Quando discorreu sobre ritmo (acho eu que é o único diferencial do conjunto da arte musical, embora hoje não nos atentemos pra isso), disse que a batida do baião vem de bem longe. Lá das arábias? De tão longe assim? Bem, do Nordeste parece não ser, assegurou o professor.
Mas, sustentou o mestre, o Nordeste recebeu, torneou, dilapidou e embalou pelos quatro cantos do mundo a “nova dança” como se fora gerada em suas entranhas. Dizendo mais sobre, jogou a prova invocando o grandessíssimo nordestino João Gilberto para clarificar sua tese. Assegurou que o criador da batida bossanovista influenciadora e influenciada pelo jazz muito bebeu no compasso do velho baião. E reveladoramente nos mostra a prova, citando a música de autoria de João Gilberto, Bim-Bom, e eu digo, também, a gravadísima O-ba-la-lá, e até a interminável Indiú, como carregada de citações do famoso ritmo universalizado por Luiz Gonzaga.
Gil, sempre com boca de picolé, falou, falou, falou do que sabe, e sabe tudo...
JOÃO GILBERTO
Por Zé Nilton
Outro dia feito aluno aplicado grudei os olhos e ouvidos na entrevista de Gilberto Gil ao programa de Bia Correia do Lago, na TV. Futura. O antigo/novo compositor baiano nos ensinava sobre as profundezas dos interiores das músicas, dos ritmos, das músicas e de suas histórias nas festas do Sertão. É isso mesmo: ensinava. Gil quando fala ensina tão didática é sua explanação. Tão coerente é seu pensamento e sua metodologia no trato da questão. Ou das questões.
Quando discorreu sobre ritmo (acho eu que é o único diferencial do conjunto da arte musical, embora hoje não nos atentemos pra isso), disse que a batida do baião vem de bem longe. Lá das arábias? De tão longe assim? Bem, do Nordeste parece não ser, assegurou o professor.
Mas, sustentou o mestre, o Nordeste recebeu, torneou, dilapidou e embalou pelos quatro cantos do mundo a “nova dança” como se fora gerada em suas entranhas. Dizendo mais sobre, jogou a prova invocando o grandessíssimo nordestino João Gilberto para clarificar sua tese. Assegurou que o criador da batida bossanovista influenciadora e influenciada pelo jazz muito bebeu no compasso do velho baião. E reveladoramente nos mostra a prova, citando a música de autoria de João Gilberto, Bim-Bom, e eu digo, também, a gravadísima O-ba-la-lá, e até a interminável Indiú, como carregada de citações do famoso ritmo universalizado por Luiz Gonzaga.
Gil, sempre com boca de picolé, falou, falou, falou do que sabe, e sabe tudo...
Em seguida retorno uma chamada do professor/poeta/músico Carlos Rafael. Dizia-se mergulhado naquela letárgica tarde de domingo nos embalos sussurrantes das músicas de João Gilberto. Rafael adora as excentricidades de João Gilberto Prado Pereira de Oliveira, nascido no sertão baiano de Juazeiro, aos de 10 de junho de 1931.
- Você devia falar das músicas do João no Compositores do Brasil.
- Claro, mas o homem, como compositor, produziu pouco.
Aí fomos lembrando. Chegamos a sete músicas compostas pelo gênio.
João Gilberto é talento na música. Gostar da sua musicalidade é gostar de viver o silêncio do que poderia ter sido dito e que não foi. Na sua música tudo é silencio. Música é silencio. E silencio se ouve com a frouxidão de todos os sentidos.
Nesta quinta-feira no Compositores do Brasil vamos ouvir o silêncio musical de João Gilberto, como compositor. Desta feita o descobridor de tesouros da Música Popular Brasileira nos deliciará em sete músicas de suas criações, por obra e graça de indiretas e diretas provocações de Gil e de Rafael. Não sustento que João Gilberto teria ficado somente em sete composições. Com o João tudo é meio estrambótico, coisas de gênio.
Na sequencia, com João Gilberto, de sua autoria:
ACAPULCO;
HO-BA-LÁLÁ;
JOÂO MARCELO;
COMO SÃO LINDOS OS YOUGUIS (Bebel)
BIM-BOM;
INDIÚ,
UM ABRAÇO NO BONFÁ.
Quem ouvir verá!
Programa compositores do Brasil
Rádio Educadora do Cariri
Na web: www.radioeducadoradocariri.com)
Acesse: www.blogdocrato.com
Todas às quintas-feiras, de 14 as 15 horas
Produção, pesquisa e apresentação de Zé Nilton
- Você devia falar das músicas do João no Compositores do Brasil.
- Claro, mas o homem, como compositor, produziu pouco.
Aí fomos lembrando. Chegamos a sete músicas compostas pelo gênio.
João Gilberto é talento na música. Gostar da sua musicalidade é gostar de viver o silêncio do que poderia ter sido dito e que não foi. Na sua música tudo é silencio. Música é silencio. E silencio se ouve com a frouxidão de todos os sentidos.
Nesta quinta-feira no Compositores do Brasil vamos ouvir o silêncio musical de João Gilberto, como compositor. Desta feita o descobridor de tesouros da Música Popular Brasileira nos deliciará em sete músicas de suas criações, por obra e graça de indiretas e diretas provocações de Gil e de Rafael. Não sustento que João Gilberto teria ficado somente em sete composições. Com o João tudo é meio estrambótico, coisas de gênio.
Na sequencia, com João Gilberto, de sua autoria:
ACAPULCO;
HO-BA-LÁLÁ;
JOÂO MARCELO;
COMO SÃO LINDOS OS YOUGUIS (Bebel)
BIM-BOM;
INDIÚ,
UM ABRAÇO NO BONFÁ.
Quem ouvir verá!
Programa compositores do Brasil
Rádio Educadora do Cariri
Na web: www.radioeducadoradocariri.com)
Acesse: www.blogdocrato.com
Todas às quintas-feiras, de 14 as 15 horas
Produção, pesquisa e apresentação de Zé Nilton
ESTRONDOSA DECEPÇÃO
Pedro Esmeraldo
Mais uma vez trazemos à tona o descaso político do Crato. Não podemos esquecer dos sérios acontecimentos negativos que só causam mal à sociedade e à cidade como um todo.
O bom cratense entende que isto é proveniente das artimanhas motivadas pelos inimigos desta cidade.
Somos de opinião de que o progresso desta cidade deve ser estimulado de uma maneira igualitária, já que temos como desejo desenvolver o nosso município com o trabalho e equilíbrio.
Infelizmente, isto não acontece, porque o governador não quer ver o Crato crescer, mas considera-o uma cidade desprezada e o tachamos como péssimo político, vingativo e cruel.
Aqui estamos para debater e orientar os cratenses que se afastem das confusões políticas, pedindo para que tenham conhecimentos das espertezas desses políticos mal-cheirosos. Desviam o Crato do caminho do progresso.
Seria conveniente saber manejar o barco e mostrar aos inimigos que também somos filhos de Deus. Não entreguem facilmente o Crato aos falsários que militam no campo contrário e que por sua, vez vem aqui aprontar com o objetivo de levar o que temos.
Os maiores inimigos do Crato são os cratenses arredios, que querem aparecer mesmo levando topada em seu traseiro.
Ainda, apesar de todo grito que damos nestes políticos entrevistas, pois acham pouco o que eles levam do Crato e com boas vontades, a fim de nos desmoralizar somente para prejudicar a nossa terra.
Quem não está lembrado do campus da UFC que seria o embrião da nossa universidade? Pois bem, eles sorrateiramente, em reuniões na calada da noite, com egoísmo, arrebataram tudo para lá, deixando a cidade ao léu, sem eira nem beira, entregue às baratas. E o pior é que os políticos se calaram, sem reação, empregando palavras monossilábicas como: é, é, é... e o Crato que caia na bancarrota.
Agora, fazemos uma pergunta capciosa: por que esses políticos que são eleitos para defender o Crato, não reagem com medidas provocativas como: passeatas, comícios, etc., a fim de forçar ao governador do estado que faça alguma coisa pelo Crato e não deixe a cidade esquecida?
Mostre, que o Crato merece respeito.
Por que, meu Deus, ficam calados e têm medo de enfrentar o movimento em prol da cidade? Afinal, para que foram eleitos? Se não foi para defender o Crato, ou apenas para defender sua causa própria? Se virem que não têm competência, renunciem, pois é melhor para todos os cratenses.
Lembramos dos políticos do passado, trabalhavam com amor à cidade e defendiam ardorosamente com coragem, diferente de alguns políticos de hoje que só defendem o vil metal.
Causa-nos nojo em observar um senhor metido à besta, semelhante aos outros, farinha do mesmo saco, que são mafiosos e entregam o Crato a troco não sabemos de que. Apóiam com certeza os seus inimigos e desprezam os filhos da terra. Que vergonha meu Deus...!
Lembramos que o chefe do estado teve um número estrondoso de votos, aqui no Crato. Quando acaba ,só oferece ao Crato migalhas? Por que senhor governador, esqueceu o Crato?
Com muita atenção pedimos ao cratense, tome cuidado. Não vote nos inimigos do Crato que não nos oferecem nada e na hora de votar dê um chute com força nestes carcarás que só visam o desprezo desta cidade.
É preciso ter cuidado. Que saibamos escolher com dignidade os nossos representantes. Por último, dêem o fora nos mandões e seus comparsas.
Boatam na cidade que vão fechar o SEBRAE. Por que razão só o Crato entra nessa cota do sacrifício? Por que a outra cidade não participa desse sacrifício?
Afinal, não pertencemos à zona metropolitana do cariri?
Crato não merece isto.
Mais uma vez trazemos à tona o descaso político do Crato. Não podemos esquecer dos sérios acontecimentos negativos que só causam mal à sociedade e à cidade como um todo.
O bom cratense entende que isto é proveniente das artimanhas motivadas pelos inimigos desta cidade.
Somos de opinião de que o progresso desta cidade deve ser estimulado de uma maneira igualitária, já que temos como desejo desenvolver o nosso município com o trabalho e equilíbrio.
Infelizmente, isto não acontece, porque o governador não quer ver o Crato crescer, mas considera-o uma cidade desprezada e o tachamos como péssimo político, vingativo e cruel.
Aqui estamos para debater e orientar os cratenses que se afastem das confusões políticas, pedindo para que tenham conhecimentos das espertezas desses políticos mal-cheirosos. Desviam o Crato do caminho do progresso.
Seria conveniente saber manejar o barco e mostrar aos inimigos que também somos filhos de Deus. Não entreguem facilmente o Crato aos falsários que militam no campo contrário e que por sua, vez vem aqui aprontar com o objetivo de levar o que temos.
Os maiores inimigos do Crato são os cratenses arredios, que querem aparecer mesmo levando topada em seu traseiro.
Ainda, apesar de todo grito que damos nestes políticos entrevistas, pois acham pouco o que eles levam do Crato e com boas vontades, a fim de nos desmoralizar somente para prejudicar a nossa terra.
Quem não está lembrado do campus da UFC que seria o embrião da nossa universidade? Pois bem, eles sorrateiramente, em reuniões na calada da noite, com egoísmo, arrebataram tudo para lá, deixando a cidade ao léu, sem eira nem beira, entregue às baratas. E o pior é que os políticos se calaram, sem reação, empregando palavras monossilábicas como: é, é, é... e o Crato que caia na bancarrota.
Agora, fazemos uma pergunta capciosa: por que esses políticos que são eleitos para defender o Crato, não reagem com medidas provocativas como: passeatas, comícios, etc., a fim de forçar ao governador do estado que faça alguma coisa pelo Crato e não deixe a cidade esquecida?
Mostre, que o Crato merece respeito.
Por que, meu Deus, ficam calados e têm medo de enfrentar o movimento em prol da cidade? Afinal, para que foram eleitos? Se não foi para defender o Crato, ou apenas para defender sua causa própria? Se virem que não têm competência, renunciem, pois é melhor para todos os cratenses.
Lembramos dos políticos do passado, trabalhavam com amor à cidade e defendiam ardorosamente com coragem, diferente de alguns políticos de hoje que só defendem o vil metal.
Causa-nos nojo em observar um senhor metido à besta, semelhante aos outros, farinha do mesmo saco, que são mafiosos e entregam o Crato a troco não sabemos de que. Apóiam com certeza os seus inimigos e desprezam os filhos da terra. Que vergonha meu Deus...!
Lembramos que o chefe do estado teve um número estrondoso de votos, aqui no Crato. Quando acaba ,só oferece ao Crato migalhas? Por que senhor governador, esqueceu o Crato?
Com muita atenção pedimos ao cratense, tome cuidado. Não vote nos inimigos do Crato que não nos oferecem nada e na hora de votar dê um chute com força nestes carcarás que só visam o desprezo desta cidade.
É preciso ter cuidado. Que saibamos escolher com dignidade os nossos representantes. Por último, dêem o fora nos mandões e seus comparsas.
Boatam na cidade que vão fechar o SEBRAE. Por que razão só o Crato entra nessa cota do sacrifício? Por que a outra cidade não participa desse sacrifício?
Afinal, não pertencemos à zona metropolitana do cariri?
Crato não merece isto.
Crato, 25 de agosto de 2010.
terça-feira, 24 de agosto de 2010
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
VAMOS DAR O TROCO – 50 000 VOTOS CONTRA
Pedro Esmeraldo
Com freqüência, estranhamos os últimos acontecimentos ocorridos no Crato.
Não suportamos mais essa disparidade que “há constantemente aqui” no Crato. Submergindo o espírito do cidadão comum, cobrindo de lama podre a cidade do Crato, o que ocorre no momento é querer danificar o patrimônio da cidade.
Já perdemos o centro de lazer do SESI, tudo isto provocado pelas conversas mexeriqueiras de alguns habitantes da cidade vizinha, que vivem zombando da nossa terra, arrastando tudo que temos de bom.
Constantemente, um senhor absolutista quer tirar do Crato um naco de terra e incorporar ao município de Barbalha, pois querem nos convencer que é melhor para o Cariri. Avisamos, porém, que ninguém é trouxa para não entender essa conversa atoleimada desse maldito povo que tem por objetivo dilacerar o Crato.
Se observássemos que são bem articulados pelo poder público, visto que, assim pensamos, tem apoio das falanges governamentais que fazem vista grossa, zombando da nossa paciência. Levam tudo que temos, sempre acobertados pelo apoio dos políticos da capital do estado.
A população ansiosa se encontra revoltada devido a desigualdade que há; assim, a história se repete: o fechamento do SESI e a penetração da terra do Crato para favorecer o município de Barbalha, torna-se um método abusivo que talvez seja manobrado pela vizinhança, pois o chefe do IBGE local é um cidadão entorpecente e amigo do pessoal da cidade inimiga.
Pensando bem, utilizamos um poder filosófico: “quem tem besta não compra cavalo.” Nesse caso, desejam justificar o que eles fizeram, penetrando na cidade de Barbalha, na localidade denominada de Lagoa Seca. Agora querem limpar a barra apresentando a história de um aparelho que não sabemos por que motivos fazem essa palhaçada discordante.
Nos últimos dias, observamos uma desigualdade de tratamento, proveniente do nosso governador, visto que dá prioridade a outra cidade deixando o Crato caminhar no desprezo total, pois tudo que vem é somente para beneficiar a cidade de Juazeiro do Norte.
Se levarmos em conta que um pai possui uma prole numerosa, e beneficiar somente um filho, os outros filhos ficarão com trauma psicológico. Por essa razão as cidades do Cariri, ficarão traumatizadas, vez que esse tratamento desprezível nos deixa totalmente aparvalhados e não sabemos por que razão esse governo nos despreza e permanece com ódio aos habitantes da cidade do Crato.
Essa linha demarcatória foi realizada há anos por pessoas habilidosas possuidores de licença para exercer a profissão cartográfica e razão foi transformada em lei e toda a lei deve ser respeitada.
Por essa razão, os cratenses não devem esmorecer, partir para a luta a fim de obter seus direitos.
Agora como resposta: devemos repudiar essa massa inimiga do Crato e também manifestar contrariedade nas urnas, tentando conseguir mais de 50 000 votos a favor da oposição que será o benefício de nossa causa.
Temos condições de dar 50 000 votos contrários, já que o Crato possui mais de 80 000 eleitores. Não dêem ouvidos a conversas desgastantes, pois temos de dar o troco com democracia, dizendo nós a esses ratos que nos vêem tirar a nossa paz.
Com freqüência, estranhamos os últimos acontecimentos ocorridos no Crato.
Não suportamos mais essa disparidade que “há constantemente aqui” no Crato. Submergindo o espírito do cidadão comum, cobrindo de lama podre a cidade do Crato, o que ocorre no momento é querer danificar o patrimônio da cidade.
Já perdemos o centro de lazer do SESI, tudo isto provocado pelas conversas mexeriqueiras de alguns habitantes da cidade vizinha, que vivem zombando da nossa terra, arrastando tudo que temos de bom.
Constantemente, um senhor absolutista quer tirar do Crato um naco de terra e incorporar ao município de Barbalha, pois querem nos convencer que é melhor para o Cariri. Avisamos, porém, que ninguém é trouxa para não entender essa conversa atoleimada desse maldito povo que tem por objetivo dilacerar o Crato.
Se observássemos que são bem articulados pelo poder público, visto que, assim pensamos, tem apoio das falanges governamentais que fazem vista grossa, zombando da nossa paciência. Levam tudo que temos, sempre acobertados pelo apoio dos políticos da capital do estado.
A população ansiosa se encontra revoltada devido a desigualdade que há; assim, a história se repete: o fechamento do SESI e a penetração da terra do Crato para favorecer o município de Barbalha, torna-se um método abusivo que talvez seja manobrado pela vizinhança, pois o chefe do IBGE local é um cidadão entorpecente e amigo do pessoal da cidade inimiga.
Pensando bem, utilizamos um poder filosófico: “quem tem besta não compra cavalo.” Nesse caso, desejam justificar o que eles fizeram, penetrando na cidade de Barbalha, na localidade denominada de Lagoa Seca. Agora querem limpar a barra apresentando a história de um aparelho que não sabemos por que motivos fazem essa palhaçada discordante.
Nos últimos dias, observamos uma desigualdade de tratamento, proveniente do nosso governador, visto que dá prioridade a outra cidade deixando o Crato caminhar no desprezo total, pois tudo que vem é somente para beneficiar a cidade de Juazeiro do Norte.
Se levarmos em conta que um pai possui uma prole numerosa, e beneficiar somente um filho, os outros filhos ficarão com trauma psicológico. Por essa razão as cidades do Cariri, ficarão traumatizadas, vez que esse tratamento desprezível nos deixa totalmente aparvalhados e não sabemos por que razão esse governo nos despreza e permanece com ódio aos habitantes da cidade do Crato.
Essa linha demarcatória foi realizada há anos por pessoas habilidosas possuidores de licença para exercer a profissão cartográfica e razão foi transformada em lei e toda a lei deve ser respeitada.
Por essa razão, os cratenses não devem esmorecer, partir para a luta a fim de obter seus direitos.
Agora como resposta: devemos repudiar essa massa inimiga do Crato e também manifestar contrariedade nas urnas, tentando conseguir mais de 50 000 votos a favor da oposição que será o benefício de nossa causa.
Temos condições de dar 50 000 votos contrários, já que o Crato possui mais de 80 000 eleitores. Não dêem ouvidos a conversas desgastantes, pois temos de dar o troco com democracia, dizendo nós a esses ratos que nos vêem tirar a nossa paz.
Crato, 19 de agosto de 2010.
O gol - Emerson Monteiro
Início dos anos 70, tempos blindados e sonhos lotéricos também na Miranorte, cidadezinha do atual estado de Tocantins, onde Alemberg viveu parte de sua infância e guardou muitas histórias como esta que vamos contar.
Numa tarde de domingo, após a feijoada do meio-dia, na sala de visita de seu Luiz Torneiro, os amigos se achavam reunidos para acompanhar os jogos da Esportiva pelo País a fora. Na verdade era essa a diversão maior da semana.
Dona Iracema bem que se esforçava para dar de conta dos tira-gostos improvisados. Uns poucos aperitivos quentes e a festa enchiam todas as medidas, depois dos buchos cheios de feijão preto e dobradinha do almoço.
Lá pelas cinco e meia, a maioria dos placares recolhidos atendia ao cartão da apostas de seu Luiz, que muito se alegrava na transmissão da partida principal: no Maracanã. Jogavam Flamengo e Fluminense. Excluídos dois vascaínos da roda, os outros sete torciam pelo rubro-negro da Gávea, opção cravada sem sombra de dúvidas no sonho dos treze pontos.
A noite se definia calorenta, apesar de ligeira brisa que entrava pela janela da sala abafada. Sofá e poltronas pareciam mais aquecedores do que conforto, quando a soma dos pontos principiou a esfriar o sangue da turma com a hipótese do sucesso integral dos palpites. Nove jogos completados e o território ficava pequeno para tanta expectativa.
Seu Luiz chamou um dos filhos e passou as instruções:
- Vá na venda e pegue, adiantado, três brahmas geladas. - Percebeu que denunciava a certeza suada na vitória, mas disfarçou, acrescentando: - Traga também duas latas de quitute, que as coisas vão melhorar mesmo.
Compadre Zé Pedro administrava a totalização dos pontos, de ouvido ligado no receptor a válvulas, lápis e papel na mão. Outro resultado favorável, e a sorte se oferecia dadivosa.
Veio o material requisitado na bodega e a notícia se espalhara pela redondeza, arrebanhando os primeiros perus, que engrossaram o grupo e agitaram a casa. No meio do labacéu apenas uma figura permanecia quieta, desconfiada, impaciente da sala para a cozinha. Dona Iracema parecia concentrada na devoção ao santo para o empurrãozinho que faltasse. Ainda assim, cuidou com zelo de esquentar as conservas numa vasta travessa, combinadas de tomates e farinha que dessem para atender a todos.
Outros jogos se completavam e emoção grande se reservava do décimo primeiro ao décimo segundo. Houvesse saldo, teriam espocados os primeiros rojões. No entanto ouviam-se apenas os gritos estridentes da numerosa torcida. Restava aí tão só o garboso Fla X Flu. E tomem choro e gemidos.
Pelo visto, a fortuna sorriria naquela casa, naquela tarde. Daria Flamengo na cabeça, pois a partida pendia para seu término e o time garantia com facilidade o 2 x 1.
Daí generalizou-se a tensão, parecido como se os circunstantes sentissem a gravidade do momento. Por certo cada qual se punha no lugar da família de seu Luiz, em vias de realizar grande transformação. Passaria de pobre a rico, num golpe do destino. E escutaram, vindo de dentro do quarto, pungente a reza da dona Iracema, devota respeitável na frente do santuário. O locutor tremia a voz, como se vivesse o drama distante. Mãos suadas. Atenção redobrada nos lances de pequena área. E o tempo cooperando.
43 minutos do segundo tempo. 44. 45, e os descontos. Nessa hora, uma falta na cabeça da grande área a favor do Fluminense. Barreira formada, derradeiro cartucho, escaramuça debaixo das traves, e o tricolor converte:
- Gooooooooooooool! - de dentro do quarto, a explosão de alegria da fiel companheira de seu Luiz, braços aos céus, num gesto de agradecimento.
A princípio, calculou-se ter a mãe da família desvairado, produto da frustração que todos transpareciam, isso para susto de seu Luiz, que foi dizendo:
- Mas Iracema o gol foi do time adversário, e nós perdemos os treze pontos. Por que essa manifestação de alegria? - indaga receoso.
- Não é isso, não, Luiz. É que antonte faltou tempero em casa e com o dinheiro que deste para o jogo eu comprei foi os legumes e a perna de porco que vocês comeram no almoço de meio-dia, homê.
(Do livro Cinema de Janela, Terceira Margem Editora, São Paulo, 2001).
Numa tarde de domingo, após a feijoada do meio-dia, na sala de visita de seu Luiz Torneiro, os amigos se achavam reunidos para acompanhar os jogos da Esportiva pelo País a fora. Na verdade era essa a diversão maior da semana.
Dona Iracema bem que se esforçava para dar de conta dos tira-gostos improvisados. Uns poucos aperitivos quentes e a festa enchiam todas as medidas, depois dos buchos cheios de feijão preto e dobradinha do almoço.
Lá pelas cinco e meia, a maioria dos placares recolhidos atendia ao cartão da apostas de seu Luiz, que muito se alegrava na transmissão da partida principal: no Maracanã. Jogavam Flamengo e Fluminense. Excluídos dois vascaínos da roda, os outros sete torciam pelo rubro-negro da Gávea, opção cravada sem sombra de dúvidas no sonho dos treze pontos.
A noite se definia calorenta, apesar de ligeira brisa que entrava pela janela da sala abafada. Sofá e poltronas pareciam mais aquecedores do que conforto, quando a soma dos pontos principiou a esfriar o sangue da turma com a hipótese do sucesso integral dos palpites. Nove jogos completados e o território ficava pequeno para tanta expectativa.
Seu Luiz chamou um dos filhos e passou as instruções:
- Vá na venda e pegue, adiantado, três brahmas geladas. - Percebeu que denunciava a certeza suada na vitória, mas disfarçou, acrescentando: - Traga também duas latas de quitute, que as coisas vão melhorar mesmo.
Compadre Zé Pedro administrava a totalização dos pontos, de ouvido ligado no receptor a válvulas, lápis e papel na mão. Outro resultado favorável, e a sorte se oferecia dadivosa.
Veio o material requisitado na bodega e a notícia se espalhara pela redondeza, arrebanhando os primeiros perus, que engrossaram o grupo e agitaram a casa. No meio do labacéu apenas uma figura permanecia quieta, desconfiada, impaciente da sala para a cozinha. Dona Iracema parecia concentrada na devoção ao santo para o empurrãozinho que faltasse. Ainda assim, cuidou com zelo de esquentar as conservas numa vasta travessa, combinadas de tomates e farinha que dessem para atender a todos.
Outros jogos se completavam e emoção grande se reservava do décimo primeiro ao décimo segundo. Houvesse saldo, teriam espocados os primeiros rojões. No entanto ouviam-se apenas os gritos estridentes da numerosa torcida. Restava aí tão só o garboso Fla X Flu. E tomem choro e gemidos.
Pelo visto, a fortuna sorriria naquela casa, naquela tarde. Daria Flamengo na cabeça, pois a partida pendia para seu término e o time garantia com facilidade o 2 x 1.
Daí generalizou-se a tensão, parecido como se os circunstantes sentissem a gravidade do momento. Por certo cada qual se punha no lugar da família de seu Luiz, em vias de realizar grande transformação. Passaria de pobre a rico, num golpe do destino. E escutaram, vindo de dentro do quarto, pungente a reza da dona Iracema, devota respeitável na frente do santuário. O locutor tremia a voz, como se vivesse o drama distante. Mãos suadas. Atenção redobrada nos lances de pequena área. E o tempo cooperando.
43 minutos do segundo tempo. 44. 45, e os descontos. Nessa hora, uma falta na cabeça da grande área a favor do Fluminense. Barreira formada, derradeiro cartucho, escaramuça debaixo das traves, e o tricolor converte:
- Gooooooooooooool! - de dentro do quarto, a explosão de alegria da fiel companheira de seu Luiz, braços aos céus, num gesto de agradecimento.
A princípio, calculou-se ter a mãe da família desvairado, produto da frustração que todos transpareciam, isso para susto de seu Luiz, que foi dizendo:
- Mas Iracema o gol foi do time adversário, e nós perdemos os treze pontos. Por que essa manifestação de alegria? - indaga receoso.
- Não é isso, não, Luiz. É que antonte faltou tempero em casa e com o dinheiro que deste para o jogo eu comprei foi os legumes e a perna de porco que vocês comeram no almoço de meio-dia, homê.
(Do livro Cinema de Janela, Terceira Margem Editora, São Paulo, 2001).
AO LUPIN, com Carinho !
Lupin,
Desculpe-me pela forma grosseira e estúpida que agi com você. Eu não queria magoá-lo tanto. É que talvez já esteja cansado da responsabilidade de "ser dono do blog" e não tenha levado em conta a importância dele para tantos. A indicação de que tenha um blog pessoal não foi para exclui-lo daqui e sim para que tenhamos você mais "completo". Veja que reformatei o leiaute do CaririCult para demonstrar que a maioria dos postadores tem seu blog pessoal. Peço-lhe, encarecidamente, que permaneça no Blog e que aceite minhas desculpas.
Um grande abraço,
Luiz Carlos Salatiel
domingo, 22 de agosto de 2010
A Rua é a Passarela
Fugindo, como sempre, dos padrões das postagens do CaririCult, sugiro aos navegantes uma olhada no blog de moda de rua, The Sartorialist (http://www.thesartorialist.blogspot.com/) . Dá para passar horas navegando por lá. O blog pertence ao fotógrafo americano Scott Schuman e não é só para os fashionistas e entusiasta do mundo da moda. Ele é gostoso de olhar. Uma das características do blog: o fotógrafo não identifica seus personagens. Só se sabe quem é se algum de seus leitores conhecer e contar (nos comentários). Ele percorre as ruas de grandes cidades e clica os looks mais interessantes. A maior perte do tempo pelas calçadas mais cool de Nova York, Milão e Paris, o triângulo de ouro do mundo fashion. Nesse circuito, suas lentes seleciona aqueles que são donos de estilo e elegância, mas há espaço muito bem aproveitados para os looks super ousados, estranhos e até bizarros. Não é preciso necessariamente, ser a mais bonita e bem vestida. Ele nunca fotografa um look em que todos os elementos combinem entre si. Tem que ter um diferencial no estilo. Adora fotografar homens maduros assim como fotografa também crianças e celebridades como Giorgio Armani e Carolina Herrera. Recentemente, esteve no Brasil e e fez belas fotos de pessoas anônimas nos bares e ruas dos Arcos da Lapa e outros bairros cariocas.
COMÉDIA CRATENSE BRILHA EM JUAZEIRO DO NORTE-CE
ESPETÁCULO “A COMÉDIA DA MALDIÇÃO”
ENCANTA PÚBLICO EM JUAZEIRO DO NORTE-CE
Cerca de 500 pessoas lotaram a arena montada pela Cia. Cearense de Teatro Brincante na Praça Padre Cícero, em Juazeiro do Norte-CE, para apresentação da peça teatral “A Comédia da Maldição”, gentilmente doada pela Sociedade Cariri das Artes ao Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB Cariri), na noite do último sábado, 21 de agosto, com participação especial da Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto, de Crato-CE.
O espetáculo, que tem texto e direção de Cacá Araújo, está em cartaz há 5 anos e resgata o mito sertanejo-universal da mula-sem-cabeça, retratado num ambiente tipicamente nordestino.
A Cia. Cearense de Teatro Brincante é órgão da Sociedade Cariri das Artes, Ponto de Cultura do Brasil, com apoio do Ministério da Cultura, SECULT-CE e Prefeitura Municipal do Crato, desenvolvendo o que denominam de estética brincante de encenação, concebida a partir da incorporação de elementos da cultura tradicional popular na concepção de seus traços constitutivos, quais sejam:
a) Dramaturgia que busque temática alinhada aos contos, causos, lendas, romances e aventuras bebidas do vasto imaginário e romanceiro populares, da sabedoria ancestral de base ibérica, ameríndia e africana.
b) Interpretação que se construa a partir do e no universo dos folguedos, dos cantadores, emboladores, rabequeiros, penitentes, cânticos e dançares negros e indígenas, palhaços, pássaros e bichos da nossa fauna, brincadeiras e brinquedos populares, esculturas e objetos artesanais, bonecos e desenhos animados, temperada com elementos do Circo, da Gestualidade Física e Espiritual Nordestina e da Commedia dell'Arte.
c) Carpintaria Técnica que produza cenografia, figurino, maquiagem, coreografia, caracterização, sonoplastia, música e iluminação, fundados na xilogravura, nas inscrições rupestres, nos símbolos rurais, nos desenhos de crianças, nos cantos, danças, cantigas e instrumentos musicais populares, nas cores e sons primitivos da natureza sertaneja.
O grupo cratense levará também para as ruas outra peça de seu repertório popular, O PECADO DE CLARA MENINA, também escrita e dirigida por Cacá Araújo, e está montando mais dois espetáculos que deverão estrear em breve: O MAPA DA BOTIJA (texto de Cacá Araújo e direção de Orleyna Moura) e A DONZELA E O CANGACEIRO (texto e direção de Cacá Araújo).
ENCANTA PÚBLICO EM JUAZEIRO DO NORTE-CE
Cerca de 500 pessoas lotaram a arena montada pela Cia. Cearense de Teatro Brincante na Praça Padre Cícero, em Juazeiro do Norte-CE, para apresentação da peça teatral “A Comédia da Maldição”, gentilmente doada pela Sociedade Cariri das Artes ao Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB Cariri), na noite do último sábado, 21 de agosto, com participação especial da Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto, de Crato-CE.
O espetáculo, que tem texto e direção de Cacá Araújo, está em cartaz há 5 anos e resgata o mito sertanejo-universal da mula-sem-cabeça, retratado num ambiente tipicamente nordestino.
A Cia. Cearense de Teatro Brincante é órgão da Sociedade Cariri das Artes, Ponto de Cultura do Brasil, com apoio do Ministério da Cultura, SECULT-CE e Prefeitura Municipal do Crato, desenvolvendo o que denominam de estética brincante de encenação, concebida a partir da incorporação de elementos da cultura tradicional popular na concepção de seus traços constitutivos, quais sejam:
a) Dramaturgia que busque temática alinhada aos contos, causos, lendas, romances e aventuras bebidas do vasto imaginário e romanceiro populares, da sabedoria ancestral de base ibérica, ameríndia e africana.
b) Interpretação que se construa a partir do e no universo dos folguedos, dos cantadores, emboladores, rabequeiros, penitentes, cânticos e dançares negros e indígenas, palhaços, pássaros e bichos da nossa fauna, brincadeiras e brinquedos populares, esculturas e objetos artesanais, bonecos e desenhos animados, temperada com elementos do Circo, da Gestualidade Física e Espiritual Nordestina e da Commedia dell'Arte.
c) Carpintaria Técnica que produza cenografia, figurino, maquiagem, coreografia, caracterização, sonoplastia, música e iluminação, fundados na xilogravura, nas inscrições rupestres, nos símbolos rurais, nos desenhos de crianças, nos cantos, danças, cantigas e instrumentos musicais populares, nas cores e sons primitivos da natureza sertaneja.
O grupo cratense levará também para as ruas outra peça de seu repertório popular, O PECADO DE CLARA MENINA, também escrita e dirigida por Cacá Araújo, e está montando mais dois espetáculos que deverão estrear em breve: O MAPA DA BOTIJA (texto de Cacá Araújo e direção de Orleyna Moura) e A DONZELA E O CANGACEIRO (texto e direção de Cacá Araújo).
De Zéfiro a Alan Moore
Quando transitamos pela adolescência e a nossa vibração sexual masculina era mais vigorosa pela descarga explosiva de hormônios que invadia o nosso corpo juvenil e que impulsionava a nossa libido, substituíamos as ingênuas histórias em quadrinhos infantis pelo catecismo do Carlos Zéfiro, o que nos fazia até idealizar a Branca de Neve numa "suruba" com os Sete Anões ou Vovozinha sendo “comida” pelo Lobo Mau que, insaciável e pedófilo, espreitava na floresta o Chapeuzinho Vermelho para deflorá-la. O final dessa estória infantil erotizada era o Lobo sendo currado pelos Caçadores da Florestas. Muita sacanagem junta? Nem tanto, se levamos em conta o que o inglês Alan Moore, especialista em roteirização da Graphic Novel, fez: escreveu “Lost Girl” uma novela repleta de orgias, experiências bissexuais, coitos, felaçoes – tudo ilustrado por Melinda Gebbie, esposa do escritor roteirista -, tendo como personagens as garotas ícones protagonistas da literatura infanto-juvenil mundial: Wendy ( de Peter Pan, de J.M.Barrie), Alice (de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol) e Dorothy (de O mágico de Oz, de Franck Baum). O estardalhaço foi geral quando do lançamento do primeiro volume em 2007 e a obra considerada pornográfica ao invés de erótica, que era a proposta inicial.
“Alan Moore enxerga nas obras originais metáforas sobre o sexo e suas versões são verdadeiras releituras eróticas dos livros. A masturbação de Dorothy durante um furacão a leva a um mundo novo - em O Mágico de Oz, ela é conduzida do Kansas para a terra de Oz por um furacão. Wendy tendo sua iniciação com Peter é uma clara alusão ao primeiro encontro dos dois em Peter Pan, quando o garoto entra voando pela janela de seu quarto. Já a de Alice vai mais além: o autor de Alice no País das Maravilhas era fascinado por jovens meninas e um de seus principais hobbies era fotografá-las. Essa paixão é levada às últimas conseqüências nesta versão do roteirista inglês." (wikipédia)
Pesquise no Google e saiba mais: “Lost Girls” e “Alan Moore”
EXTRA !!!!!!!!!!!!
O HOMEM QUE SE RECORDAVA
(conto)
Tivera meningite em pequeno
- Diziam, - e porisso ficara idiota.
no entanto, não sei porque, aquele
homem interessava-me.
Todos os dias, da minha janela, eu
o via passar. Passava sem ver ninguém
ensimesmado, gesticulando a esmo.
Não falava. Porisso me espantei no
dia em que me pediu fogo para o seu
cigarro. Aquele homem excitava a
minha curiosidade. Convidei-o para
almoçar num restaurante perto.
Aceitou. Comeu pouco, sem falar.
Eu já estava desiludido de obter
qualquer coisa dele quando, à
sobremesa, me perguntou à queima-
roupa:
-O senhor acredita em metempsicose?
Esbocei um gesto de dúvida.
- Pois eu sou o homem que já teve vinte
e duas encarnações. E olhe, isto é que
é o mais estranho, recordo-me de todas.
- Então deve ter visto muita coisa
interessante.
- Alguma, alguma, . . . É verdade que
muitos fatos antigos, que hoje têm uma
importância enorme, na sua época
foram fatos banais. A História enxerga
sempre com lentes. Às vezes para
aumentar, outras para reduzir. Por
exemplo, a crucificação de Jesus Cristo.
Eu posso narrar-lha com todos os
pormenores. Era legionário romano e a
assisti. Foi uma execução como outra
qualquer. Rabbi Jeschoua bar Josepha,
nascido em Galiléia e conhecido por
Jesus e por Cristo, era um revolucionário
de talento. E paupérrimo. Não tinha
nada de seu e pregava o que hoje se
chama comunismo. As suas ideias não
incomodavam a Poncius Pilatos, o pro-
consul romano em Jerusalém, que,
olhando para nós, na torre Antonia,
tinha a certeza da força invencível
dos Césares. Mas Jesus foi um revoltoso
imprudente e um mau político.
Pregava a desistência dos bens terrenos.
Só podia interessar aos que nada
possuiam. Afirmava trazer consigo a
verdade, A verdade é lá coisa que se
pregue ? . . . Pôs contra si todos os
burgueses, expulsando os mercadores
do Templo. Ofendeu o Sanhedrim. O
resultado não podia ser outro. Naquele
dia do mes de Nizan, Jesus foi crucificado.
Foi um fato banal. Hoje, esse fato é o
alicerce de uma religião. A História usa
lentes para isso. Lá isso usa.
Fez uma pausa.
Eu, curioso, pedi-lhe:
- Conte-me mais alguns fatos das suas vidas.
- Pra quê No fundo, a Humanidade é sempre
a mesma. Eu posso falar-lhe de cadeira.
Fui escravo de Cleópatra. Vi os seus amores
com Júlio César. Vi depois os seus novos
amores com Marco Antônio. Assisti à
batalha de Actium, o suícídio de Marco
Antônio e o suicídio de Cleópatra. Fui
cavaleiro andante na Idade Média.
Pra que pormenores ? A vida é sempre
banal. Vivi em Veneza no século XII. No
século XV, fui conterrâneo dos Médicis.
No século XVIII, fui amante de Catarina
da Rússia. Duvida ? Eu fui muita coisa.
Fui escravo e fui príncipe. Fui soldado
e fui general. Conheço o mundo todo e
todas as profissões e nem porisso sou
mais feliz do que os outros.
- E nunca teve uma vida de ventura ?
- Sim, houve uma vida em que eu fui cão.
Está admirado ? Sim senhor, fui cão.
Não desses cães mimados que têm uma
dona moça e bonita que os beija, que lhes
proíbe o amor com cadelas vadias.
Dormia ao relento e roubava o que comer.
Ia para onde me dava a gana. Amava ao
ar livre e coçava as minhas pulgas com
toda a liberdade. Não tinha a quem dar
satisfação dos meus atos. Roubava o que
comer e uivava à lua. E creia, senhor, foi
essa a única encarnação em que eu fui
completamente feliz.
(DIAS DA COSTA)
(conto)
Tivera meningite em pequeno
- Diziam, - e porisso ficara idiota.
no entanto, não sei porque, aquele
homem interessava-me.
Todos os dias, da minha janela, eu
o via passar. Passava sem ver ninguém
ensimesmado, gesticulando a esmo.
Não falava. Porisso me espantei no
dia em que me pediu fogo para o seu
cigarro. Aquele homem excitava a
minha curiosidade. Convidei-o para
almoçar num restaurante perto.
Aceitou. Comeu pouco, sem falar.
Eu já estava desiludido de obter
qualquer coisa dele quando, à
sobremesa, me perguntou à queima-
roupa:
-O senhor acredita em metempsicose?
Esbocei um gesto de dúvida.
- Pois eu sou o homem que já teve vinte
e duas encarnações. E olhe, isto é que
é o mais estranho, recordo-me de todas.
- Então deve ter visto muita coisa
interessante.
- Alguma, alguma, . . . É verdade que
muitos fatos antigos, que hoje têm uma
importância enorme, na sua época
foram fatos banais. A História enxerga
sempre com lentes. Às vezes para
aumentar, outras para reduzir. Por
exemplo, a crucificação de Jesus Cristo.
Eu posso narrar-lha com todos os
pormenores. Era legionário romano e a
assisti. Foi uma execução como outra
qualquer. Rabbi Jeschoua bar Josepha,
nascido em Galiléia e conhecido por
Jesus e por Cristo, era um revolucionário
de talento. E paupérrimo. Não tinha
nada de seu e pregava o que hoje se
chama comunismo. As suas ideias não
incomodavam a Poncius Pilatos, o pro-
consul romano em Jerusalém, que,
olhando para nós, na torre Antonia,
tinha a certeza da força invencível
dos Césares. Mas Jesus foi um revoltoso
imprudente e um mau político.
Pregava a desistência dos bens terrenos.
Só podia interessar aos que nada
possuiam. Afirmava trazer consigo a
verdade, A verdade é lá coisa que se
pregue ? . . . Pôs contra si todos os
burgueses, expulsando os mercadores
do Templo. Ofendeu o Sanhedrim. O
resultado não podia ser outro. Naquele
dia do mes de Nizan, Jesus foi crucificado.
Foi um fato banal. Hoje, esse fato é o
alicerce de uma religião. A História usa
lentes para isso. Lá isso usa.
Fez uma pausa.
Eu, curioso, pedi-lhe:
- Conte-me mais alguns fatos das suas vidas.
- Pra quê No fundo, a Humanidade é sempre
a mesma. Eu posso falar-lhe de cadeira.
Fui escravo de Cleópatra. Vi os seus amores
com Júlio César. Vi depois os seus novos
amores com Marco Antônio. Assisti à
batalha de Actium, o suícídio de Marco
Antônio e o suicídio de Cleópatra. Fui
cavaleiro andante na Idade Média.
Pra que pormenores ? A vida é sempre
banal. Vivi em Veneza no século XII. No
século XV, fui conterrâneo dos Médicis.
No século XVIII, fui amante de Catarina
da Rússia. Duvida ? Eu fui muita coisa.
Fui escravo e fui príncipe. Fui soldado
e fui general. Conheço o mundo todo e
todas as profissões e nem porisso sou
mais feliz do que os outros.
- E nunca teve uma vida de ventura ?
- Sim, houve uma vida em que eu fui cão.
Está admirado ? Sim senhor, fui cão.
Não desses cães mimados que têm uma
dona moça e bonita que os beija, que lhes
proíbe o amor com cadelas vadias.
Dormia ao relento e roubava o que comer.
Ia para onde me dava a gana. Amava ao
ar livre e coçava as minhas pulgas com
toda a liberdade. Não tinha a quem dar
satisfação dos meus atos. Roubava o que
comer e uivava à lua. E creia, senhor, foi
essa a única encarnação em que eu fui
completamente feliz.
(DIAS DA COSTA)
sábado, 21 de agosto de 2010
1 puizia por dia
(duplo) resíduo
Antigamente eu acreditava nos direitos
de minha subjetividade soberana.
Hoje em dia não há mais direitos nem esquerdos:
um fio apenas, sem espessura,
marca o limite do mundo.
As árvores de Montparnasse - que sentem (na cor) o
outono -
têm mais folhagens que a alma.
Desta, o verso diz: está vazia;
tem tais ou tais compartimentos;
tal deles vai pior, tal menos mal.
Mas o trabalho da calvície
parte de uma problemática diferente
e vai em direção oposta ao da navalha.
(rubens rodrigues torres filho)
DATAFOLHA: Dilma leva no 1o. Turno
"E agora, josé?
A festa acabou,
A luz apagou,
O povo sumiu,
A noite esfriou,
E agora, josé?"
Drummond
SÃO PAULO - Se as eleições ocorressem hoje, a candidata à Presidência da República do PT, Dilma Rousseff, seria eleita já no primeiro turno. Ela dobrou a vantagem sobre o seu principal adversário, o candidato do PSDB, José Serra,aparecendo com 47%, diante de 30% de Serra, e 9% de Marina Silva (PV). Na pesquisa anterior, feita entre os dias 9 e 12, Dilma estava com 41% e Serra com 33%. A pesquisa Datafolha realizada em todo território nacional nesta sexta-feira, 20, ouviu 2.727 entrevistados. Sua margem de erro são de dois pontos porcentuais.
A canditata do PV oscilou negativamente em relação à última pesquisa, na qual obteve um ponto a mais. Os outros candidatos não pontuaram. Os que votam em branco, nulo ou nenhum são 4% e os indecisos, 8%.
De acordo com a pesquisa, a candidata petista obteria 54% dos votos válidos, superando os 50% necessários para se eleger no primeiro turno.
Esta pesquisa é a primeira a ser divulgada logo depois do início do horário eleitoral gratuito. Dentre os entrevistados, 34% assistiu pelo menos uma vez o horário eleitoral. Dilma tem 53% e Serra, 29% das intenções de voto entre esses espectadores.
Tendo apostado na associação com o presidente Lula, com altos índices de aprovação, a petista cresceu e oscilou positivamente em todos os segmentos. A exceção foi o de maior renda, acima de dez salários mínimos. Neste último, Dilma manteve os 28% de intenção de voto do último levantamento. Mesmo assim, distância para Serra se reduziu, pois o tucano recuou de 44% para 41%.
www. estadão.com.br - 21/08/10
EXTRA !!!!!!!!!!!!
CONSAGRAÇÃO
A NOSSA SENHORA
A NOSSA SENHORA
Ó minha Senhora e minha Mãe,
eu me ofereço toda a Vós
e em prova de minha devoção
para convosco
vos consagro neste dia
meus olhos, meus ouvidos,
minha boca, meu coração
e inteiramente todo o meu ser.
E porque assim sou vossa,
ó incomparável Mãe,
guardai - me e defendei - me
como filha e propriedade vossa.
AMÉM !