quinta-feira, 31 de março de 2011

A Calçada dos Piancós


--- De que adianta ainda continuar vivendo, meus filhos? Nem mais no Crato, eu moro !


Quando o velho Felinto pronunciou aquela frase, os filhos quase que piraram. Já vinham percebendo que, depois dos oitenta, o pai decaíra, andava mais capiongo e ensimesmado. Logo ele que sempre se mostrara tão expansivo e, até então, enfrentara os ataques inexoráveis do tempo com galhardia e bom humor! Acreditaram que devia se tratar de alguma depressão – um dos demônios da velhice – já que, recentemente, Felinto havia perdido a esposa e um dos seus amigos mais diletos: Sampson. Ficara como um Mateu sem Catirina , sem Mestre e sem Jaraguá. Como encontraria forças para brincar o Reisado da vida? Aquela frase, no entanto, feriu os tímpanos dos familiares : a depressão talvez fosse apenas um dos acompanhantes do séquito terrível da demência. Felinto , desorientado, dava mostras que nem mais percebia que estava na sua cidade querida, companheira dileta de toda uma vida! Com o passar dos dias, no entanto, os filhos se tranqüilizaram um pouco. Embora Felinto permanecesse sorumbático e pensativo, não mais demonstrou sinais de desorientação. Claro que poderia ter se tratado de um curto circuito , um daqueles que frequentemente antecedem a explosão final das turbinas da lucidez. Os filhos, então, se aproximaram mais do velho e insistiram , dia após dia, em testes de memória. O pai foi aprovado em todos com distinção e louvor, como se dizia na juventude dele. Um dia, por fim, conseguiram , com alguma relutância, uma declaração de Felinto que terminou por demonstrá-lo mais vívido e sábio como jamais pensariam. Terá sido, quem sabe, o clima proporcionado por aquela noite de lua cheia, confidente e cúmplice das peripécias do nosso Felinto desde os tempos mais remotos. O certo é que , como no teatro, com iluminação perfeita, nosso candidato a gagá desembuchou seu monólogo. Tivera, até ali, uma vida longa e feliz. Uma pitadinha de sucesso, algumas gotas de fracasso, muitas xícaras de desejos, colheradas de prazeres, copos de dissabores... Mas foi com esses ingredientes que conseguiu montar a palatável receita da sua existência. No outono e inverno dos seus anos, no entanto, começou a perceber que o bolo começara a azedar e, quiabando dia após dia, terminou nos últimos meses a se tornar intragável. Olhando para trás, pelo retrovisor, percebeu claramente que a morte , como um curare nos vai paralisando paulatinamente: o fim instala-se a crédito. E foram muitas e muitas mortes no último quartel : o tesão, a mobilidade, a saúde, a esperança, o vigor físico, a esposa e o amigo de todos os momentos: Sampson. Com a velhice ele se transformara numa coisa obsoleta. Já não falava a língua dos jovens e, pior, os últimos remanescentes do seu idioma haviam todos respondido à chamada inexorável da velha da foiçona. Como uma vitrola imprestável servia apenas à curiosidade pública. Via-se como uma peça de museu, exposta periodicamente à visitação . Tantas mortes seguidas e continuadas o tinham abatido, mas nada fora tão forte como a percepção que tivera há uma semana. Lembrou do Crato da sua juventude, procurou-o vila afora e simplesmente não mais o encontrou. Onde estava encantada a cidade encantada que conhecera algumas décadas atrás? As casas coladinhas uma na outra, aconchegadamente, sem muros, quem imaginaria se transformariam nos presídios de segurança máxima da atualidade? Os vizinhos eram quase que familiares que moravam num outro quarto da casa. Estavam sempre próximos e havia uma contínua troca de pequenos favores de lado a lado. A televisão e o rádio de algum morador mais abastado eram objetos de uso comunitário. Claro que as fofocas pululavam na vilazinha de muro baixo, mas nada se compara à frieza e à indiferença dos dias atuais. As calçadas eram uma extensão da casa, uma espécie de Centro de Convenções da família, ainda não tinham sido açambarcadas pelas ruas, pelos postes, pelas placas de propaganda. As ruas, então muitas ainda sem calçamento, faziam-se o playground das crianças, o parque de diversão da molecada: o palco do pião, da bila, da bandeira, do chicote queimado, do pega, da bola. Não haviam ainda sido invadidas pelo carro e pela moto. Os cinemas , cujo escurinho fora cúmplice de namoricos e apalpadelas, haviam fechado as portas. Os clubes sociais sobreviviam às custas de bandas de forró com sua apologia única e repetitiva à cachaça e à raparigagem. Naquele dia chegara à conclusão aterrorizante e definitiva : já não moro mais no Crato! Suportou até a ação do apagador do tempo sobre sua história, mas pareceu-lhe insuportável quando a isso se associou o extermínio puro e simples da geografia. Tanto que avisou aos filhos: não sei se vale a pena esperar a cobrança da última prestação, estou pensando, seriamente, em me adiantar e saldar antecipadamente a minha dívida para com a morte. Os filhos de Felinto entenderam as razões do pai e decidiram respeitar o curso de colisão que tomara, afinal sempre fora um ótimo e destemido timoneiro. Ontem, no entanto, no jantar, Felinto pareceu, estranhamente, mais alegre e palrador. Disse aos parentes que desistira da derradeira empreitada. Recobrara as forças. Para uma récua de filhos incrédulos ele explicou a súbita guinada que dera no Titanic da sua existência, já indo em direção do iceberg . Passara na Caixa D´água nestes dias e tivera uma visão consoladora. Estava lá , triunfante, a Calçada dos Piancós. Todos sentados, à noite, com suas cadeiras do lado de fora, contando as últimas e mais picantes novidades da cidade, juntos com muitos amigos. De um lado a TV ,ligada à tomada por uma gambiarra, transmitia um fabuloso Fla-Flu, em pleno calçamento. Corria uma cervejinha solta e , a um canto, um dos meninos assava uma carninha numa churrasqueirinha de roda de fusca. Felinto, imediatamente, banhou-se na alegria de outrora.Parecia Noé ao avistar a pomba com o galho de mato no bico. Restava ainda uma esperança. Nem tudo estava perdido.


--É preciso avisar ao IBAMA, ainda existem os últimos exemplares da espécie mais ameaçada de extinção nos dias de hoje: Gente, gente de carne e osso !


J. Flávio Vieira
CABIMENTO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS EM CASOS DE ROMPIMENTO INJUSTIFICADO DE ESPONSAIS
Por: Leopoldo Martins Filho
A grande maioria dos civilistas, dentre eles barrassi, Biachi, De ruggiero, Cicu, Jemolo, Lopes Herrera, entende que no moderno direito civil a promessa esponsalícia não cria nenhum vínculo de parentesco e nem de família entre os noivos, nem entre cada um deles e os consangüíneos do outro, nem mesmo faz surgir impedimentos matrimoniais, tendo, unicamente, o efeito de acarretar responsabilidade extracontratual, dando lugar a uma ação de indenização por ruptura injustificada.

Pois, como pondera jemolo, a atitude imprudente, tola ou malvada, de estabelecer esponsais, despertando a confiança de um próximo matrimônio a tal ponto que uma pessoa realize despesas com vistas a esse fim, e de retirar-se depois sem motivo plausível, caracteriza uma atitude culposa e causadora de prejuízos; daí a obrigação da reparação.


Como se pode observar, toda promessa de contratar frustrada gera, em princípio, efeitos na hipótese de inexecução culposa. Afora isso, os préstimos para o casamento, despesas com preparativos , compra de imóvel e pertenças para o futuro lar; abandono de emprego, mudança de domicílio, etc. são questões que podem ser computadas no valor dos danos.


Outrossim, é inócuo eventual alegação do noivo que deu causa ao rompimento injustificado de que não autorizou tais gastos, porque ao marcar data para a celebração de seu casamento autorizou, de forma tácita, a noiva a iniciar os preparativos para a solenidade e para a futura vida em comum.


No entanto, O que pode ensejar a indenização é o rompimento escandaloso e que venha a humilhar a pessoa. Assim, por exemplo, haverá obrigação indenizatória em sede de ruptura de noivado em situações onde a dignidade seja abalada, ou até mesmo onde o nubente inocente seja humilhado, quando: “com a celebração, aquele que anuncia no dia do enlance matrimonial não mais deseja casar, estando todos os convidados à espera e preparativos consumados.


Não há quem possa negar que em situações fáticas acima escandidas que as dores advindas do rompimento injustificado do noivado trazem sulcos profundos, abatendo a noiva inocente, que se torna inerte, apática, indiferente a tudo e a todos, com forte desejo de sair do meio em que vive, causando-lhe sérios danos morais e o desprazer de viver.


Resguardando melhor entendimento, na esteira do magistério do professor Pires de Lima, entendo que todas as ofensas contra a vida e integridade pessoal, contra o bom nome e reputação, contra a liberdade no exercício das faculdades físicas e intelectuais, podem causar um forte dano moral à pessoa ofendida e aos parentes, por isto mesmo estes têm o direito de exigir uma indenização, pecuniária, que terá função paliativa.

Francisco Leopoldo Martins Filho

Pós Graduado em Responsabilidade Civil

1o Festival Nacional de Dança do Cariri.


Estimado Salatiel, Seria possivél divulgar este evento que iniciará´Dia 04/04 no seu Programa da próxima sexta-feira? Segue abaixo o Conceito e a Programação do 1o Festival Nacional de Dança do Cariri.
Desde já agradeço.

Abraço
Alysson Amancio.

A Associação Dança Cariri, CNPJ 09.431.113/0001-16 é uma organização civil, sem fins lucrativos, que vem ao longo de 04 anos fomentando a pesquisa e a produção das artes cênicas, sobretudo a dança contemporânea no cenário Cearense. E vem através deste apresentar a realização da Semana D da Dança 3a edição - Festival  Nacional de Dança do Cariri que acontece de 05 a 09 de Abril de 2011 o, dentro da, na cidade de Juazeiro do Norte, interior sul do Ceará.

Idealizada inicialmente para ser uma mostra alusiva as comemorações do dia Internacional da Dança, o evento iniciou timidamente em 2008 (primeira edição em parceria com SESC – Juazeiro do Norte/CE). No ano de 2010 (segunda edição em parceria com CCBNB - Cariri) teve suas ações acentuadas com participações de grupos da capital e ações formativas, levando a que o público local legitima a “Semana D da Dança” como o principal evento de dança da Região do Cariri.

A mostra vem abrangendo em suas duas edições diversas linguagens da dança cênica (dança contemporânea, ballet clássico, dança de rua, dança popular, entre outras), reunindo espetáculos locais e da capital do Estado, sempre destacando a diversidade e a liberdade de expressão da Dança, numa região que sempre teve visibilidade apenas por suas manifestações tradicionais da cultura  popular (reisados, lapinhas, bandas cabaçais), mas que demanda também extrema força criativa em outras linguagens contemporâneas.

Para a terceira edição, ampliaremos as ações, trazendo para o Cariri, de 05 a 09 de Abril de 2011, profissionais da dança renomados no Brasil para realizar o 1º Festival Nacional de Dança do Cariri durante a semana do evento. Realizaremos: oficinas, debates, palestras, intervenções, mostras de vídeos-dança em parceira com Alpendre e exibição de espetáculos com um recorte atual para a produção contemporânea do Ceará e Brasil.

Tais como: Ana Vitória Dança Contemporânea, Esther Weitzman Cia de Dança, Cia da Idéia, Cia Dita, Marina Carleial, Cia da Arte Andanças, Cia Independente. Além de, Thereza Rocha, Milena Codeço, Edney D Conti, Rosa Primo, Wilemara Barros... E artistas da região como Irmãos Anicetos, Dakini Cia de dança, Carolina Rocha Cia de dança e Alysson Amancio Cia de dança, que estréia o espetáculo “O que deságua em mim” coreografado por Ana Vitória coreógrafa baiana radica no Rio de Janeiro, que realizou uma residência com a Cia, através do prêmio FUNARTE residências em artes cênicas 2010.

A programação completa está no blog www.semanaddadanca3.blogspot.com bem como as informações.

Sempre com a entrada gratuita em todas as atividades, o projeto pretende democratizar o acesso à cultura e fomento a apreciadores da dança, neste evento que cerca de 100 artistas e técnicos e um público estimado em 5.000 pessoas, entre população local, regional, estudantes, artistas e turistas e/ou romeiros já que contaremos com intervenções urbanas.

Com ação política e social, no dia 04/04, véspera da abertura da Semana  realizaremos a Manifestação DANÇA CARIRI!!! Cortejo Cultural reinvidicando políticas públicas para a Dança na região.

 PROGRAMAÇÃO


Dia 04 de Abril – SEGUNDA –FEIRA
DANÇA CARIRI - Cortejo Cultural
Reivindicação de Políticas Públicas para a Dança no Cariri
16h00 - concentração na praça da prefeitura,
17h00 - saindo pela rua são pedro em direção a praça pe. cicero
Dia 05 de Abril – TERÇA -FEIRA
9h30 - Oficina de Balé Clássico com Wilemara Barros(CE)
Local: Associação Dança Cariri
18h - Cerimonial de Abertura
homenagem a Sra. Ines Silvia
* fundadora da primeira escola de dança da região18h30 - Irmãos Anicetos(CE)
Local: Teatro Patativa do Assaré – SESC Juazeiro
 

19h - Maculelê com grupos de Capoeira do SESC
local: Terreiro Mestre Margarida

19h30 – Ana Vitória Cia de Dança(RJ)
Performance- instalação: Pulsão do Laço
30 min - livre
Local: Sala Multi-Uso SESC 

2030h - Cia. Dita (CE)
Espetáculo: De-vir
40 min - 18 anos
Local: Teatro Patativa do Assaré – SESC Juazeiro


Dia 06 de Abril – QUARTA -FEIRA

9h30 - Oficina de Dança Contemporânea
com Sueli Guerra(RJ)
Local: Associação Dança Cariri

14h Debate: A Dança Cearense.
Convidados: Angela Sousa – Silvia Moura - Fauller – Gerson Moreno
 Elyzângela Alencar – Silvia Moura. 120 min
Local: Auditório CCBNB Cariri

17h – Intervenção urbana: Lamento e Gozos da Imperatriz de Itapipoca
Balé Baião (CE) 30min
Local: Praça Padre Cícero, saindo do CCBNB

18h – Cia de Dança Carolina Rocha (CE)
Espetáculo: Eu não lamento - 15 min - livre
18h30 - Silvia Moura (CE)
Espetáculo: Anatomia das coisas encalhadas ou coleção
de coisas inúteis - 20 min - livre
Local: Teatro CCBNB Cariri

20h - Cia da Idéia (RJ)
Espetáculo: Jangada de pedra - livre
Local: Teatro Patativa do Assaré – SESC Juazeiro

Dia 07 de Abril – QUINTA-FEIRA

9h30 - Oficina de Dança Contemporânea com
Edney D Conti (RJ))
Local: Associação Dança Cariri

14h Palestra: A dança e a Universidade
Convidadas: Rosa Primo (CE) e Tereza Rocha (RJ) – 120min
Local: Auditório CCBNB Cariri

18h - Balé Baião (CE)
Espetáculo-perfomático: Lamento e Gozos da Imperatriz de Itapipoca - 20min - livre

18h30 - Dakini Cia de Dança (CE)
Espetáculo: Amarras (fragmentos) – 20min - livre
18h50 – Edney D Conti (RJ)
Espetáculo: Canela Verde – 20min - livre
Local: Teatro CCBNB Cariri

19h30 – Andréa Bardawil e Graça Martins (CE)
Mostra de processo de criação: 
Graça/Evidência-Um de Percurso -40 min - livre
* Essa pesquisa coreográfica foi desenvolvida com subsídio do Programa Rumos Itaú Cultural Dança 2009/2010

20h30 – Ana Vitoria(RJ) e Alysson Amancio Cia de Dança (CE)
Estréia-espetáculo: O que deságua em mim
*realizado a partir do prêmio FUNARTE residências em artes cênicas 201040 min - livre
Local: Teatro Patativa do Assaré – SESC Juazeiro

Dia 08 de Abril – SEXTA -FEIRA

9h30 - Oficina de Dança Contemporânea – Milena Codeço(RJ)
Local: Associação Dança Cariri

14h - Mostra de Vídeos-Dança - Heterotopias Alpendre 10 anos
parceria: Alpendre, Casa de Arte, Pesquisa e Produção
Vídeos exibidos:
- San Pedro, um navio à deriva (2005, 15'), de Andréa Bardawil, Eduardo Jorge e Alexandre Veras
- Partida (2006, 15') de Luiz Carlos Bizerril, Alexandre Veras e Ernesto Gadelha
- Marahope 14/07 (2007, 15'), de Paulo Caldas e Alexandre Veras
- O Regresso de Ulisses, de Alexandre Veras (2008, 20’)
- Os Tempos, de Andréa Bardawil e Alexandre Veras (2009, 15’)

- Solo#1, de Paulo Caldas e Alexandre Veras (2010, 10')
Local: Auditório CCBNB Cariri

18h - Milena Codeço (RJ)
Espetáculo: Brevíssimo inventário de memórias
20min - livre
18h30 – Cia Independente (CE)
Espetáculo: XX YY ZZ, Kairós – o tempo indeterminado
40 min - livre
Local: Teatro CCBNB

20h – Esther Weitzman Cia de Dança (RJ)
Espetáculo: O que imagino sobre a morte
72 min - livre
Local: Teatro Patativa do Assaré – SESC Juazeiro

Dia 09 de Abril – SÁBADO

9h30 - Oficina de Dança Flamenca – Graça Martins(CE)
Local: Associação Dança Cariri

14h - Debate: Gestão para a Dança.
Convidados:  Fabiano Carneiro (Funarte), Andrea Bardawil
Graça Martins, Cláudia Pires, , Jota Junior - 120 min
Local: Auditório CCBNB Cariri
17h - Silvia Moura (CE)
Intervenção urbana: A Cadeirinha
20 min - livre
Local: Praça Padre Cícero, saindo do CCBNB

18h - Marina Carleial (CE)
Espetáculo: Compartir
40 min - livre
Local: Teatro CCBNB

20h - Alysson Amancio Cia de Dança(CE)
Espetáculo: Burra, não é nada disso que você está pensando
40 min - livre
Local: Teatro Patativa do Assaré – SESC Juazeiro
* Programação sujeita a alteração


Semana D da Dança 3ª edição
Festival Nacional de Dança do Cariri

Promoção e Realização:
Associação Dança Cariri
através do Prêmio Funarte de Festival de Artes Cênicas FUNARTE 2010

Parceiros:
Centro Cultural Banco do Nordeste – Cariri
SESC Juazeiro
Alpendre – Casa de Arte Pesquisa e Produção

Apoio:
Funarte
Ministério da Cultura
Governo Federal do Brasil

Apoio Cultural:
AB Graus
Grupo São Geraldo
Hotel Horto
Hotel San Felipe
Inpiração, gestão da Cultura
Tembiu
Pirrallhos Produções
Ong Juriti

Agradecimentos:
Academia Ballare, Academia Carolina Rocha, Alexandre Veras, Antônio Queiroz, Alexandre, Auricélia Bezerra, Barbara Feitosa,
Cacá Araujo, Cajuína São Geraldo, Ana Cláudia, Carla Prata, CCBNB Cariri, CCBNB Sousa, Cia Cearense de Teatro Brincante,
Comunidade Beneficiente Zaíla Lavor, Cristina Diogo, Daniel Filho,  David Linhares,  DEMUTRAN, Elisa Parente, Elizabete Pacheco,
Elvis Pinheiro,  Escola de Artes Reitora Violeta Arraes de Alencar Gervaiseau, Fabiano Carneiro Coord. Dança Funarte, Fábio Rodrigues,
Flávio Sampaio, FUNARTE, Graça e Tico de Sousa, Grupo de Teatro Zaíla Lavor, Jairo Soares, Jean Nogueira, Jornal O Povo, Lenin Falcão,
Luciene Mendes, Mano Granjeiro,  Magela Lima, Marcos Teixeira Campos Coord. Circo Funarte, Nívia Uchoa, Neta, ONG Juriti, Orismídio Duarte,
ProDança, Ponto de Cultura do GIL, Ricardo Campos,  Rildete Goes, Rodrigo Tembiú, Rosimere Brito, Scarpiera Turismo,
Secretaria do Meio Ambiente, SESC Crato, SESC Juazeiro, Silvia Serra, Silviane Serra, Souza Filho, Vanderley Peckovsk
e a  todos os artistas, técnicos, amigos e familiares que generosamente contribuíram para a realização deste sonho/evento!

O "analfabeto" e "doutor honoris causa" - José Nilton Mariano Saraiva

A tradicionalíssima Universidade de Coimbra (Portugal) foi criada em 01/03/1290 (há mais de 700 anos, portanto), e é uma das maiores instituições de ensino superior e de pesquisa do mundo. Em seu portfólio curricular oferece todos os graus académicos em arquitetura, educação, engenharia, humanidades, direito, matemática, medicina, ciências naturais, psicologia, ciências sociais e desportos. Devido à excelência do ensino ofertado, possui aproximadamente 22 mil estudantes, abrigando uma das maiores comunidades de estudantes internacionais em Portugal.
Pois foi essa legendária Universidade, por sugestão unânime do seu corpo diretivo, que resolveu conceder ao “despreparado” e “analfabeto” brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, o título de “Doutor honoris causa”, em reconhecimento ao profícuo trabalho nos oito anos em que respondeu pela Presidência da República do Brasil, oportunidade em que consolidou-se e foi reconhecido como um dos maiores estadistas do mundo.
Fato é que, nunca dantes na história de Coimbra, houve uma cerimônia tão concorrida, já que todos os seus grandes doutores (acadêmicos consagrados em todo o mundo) estavam lá, incluindo Gomes Canotilho, Castanheira Neves, Coutinho de Abreu e Boaventura de Souza Santos, dentre outros. Na oportunidade, fizeram questão de justificar tal concessão, conforme transcrições abaixo.
Joaquim Gomes Canotilho, professor de Direito da Universidade de Coimbra: “Enquanto presidente, Lula levou a mensagem da promoção da paz a todos os fóruns do Mundo. Ostenta já várias condecorações e honrarias, nacionais e internacionais, mas temos a honra de a Universidade de Coimbra ser a primeira a conferir o grau de doutor “honoris causa” ao cidadão Lula da Silva”. O professor aproveitou para destacar o significado simbólico deste reconhecimento: “É um cidadão do Mundo, um estadista global, um lutador contra a miséria, a fome e a desigualdade. Afirmou-se como engenheiro da paz e da justiça. Deu sempre ressonância mundial à língua portuguesa. O grau de doutor sobre proposta da faculdade de direito é a expressão simbólica da sua imensa sabedoria. Peço-vos, por tudo isto, magnífico reitor, que ordeneis a imposição de insígnias doutorais ao eminente humanista e homem de estado aqui presente, o ex-presidente da República do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva”, concluiu.
Já Coutinho de Abreu, também professor de Direito de Coimbra, foi mais incisivo e contundente: “Longo é já o tempo em que Lula da Silva, sem nunca deixar de aprender, vem ensinando na Universidade-Universalidade. Ensinando-fazendo, fazendo-ensinando, tentando, com muitos mais, melhorar o mundo. Se Lula tem dado tanto, inclusive a Portugal, é justo que a cidade de Coimbra também aberta ao Mundo, à cooperação entre os povos e à interação das culturas, no respeito pelos valores da independência, da tolerância e do diálogo, dê a sua mais alta distinção a Lula”, resumiu Coutinho de Abreu, concluindo com a afirmação de que esta distinção é “o profundo reconhecimento a um homem persistentemente generoso e solidário”.

quarta-feira, 30 de março de 2011

TEATRO PARA CRIANÇAS NESTE FINAL DE SEMANA

ESPETÁCULO INFANTIL NO TEATRO RACHEL DE QUEIROZ
Crato-Cariri-Ceará

terça-feira, 29 de março de 2011

Gato por lebre


Segundo o site Conversa Afiada, levantamento da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro - FIRJAN, a velocidade de Mbps no Brasil custa em média US$ 43,0. 

E na Alemanha, o custo é de US$ 9,30.  

E as contas de energia elétrica? Como será que está o valor em comparação em outros países? 

Te vendem churrasquinho de gato  e querem te cobrar preço de filé mignon.

Enquanto isso, ficamos sabendo que a Companhia Mineradora Vale do Rio Doce, privatizada escandalosamente no governo FHC, gastou mais em publicidade no ano passado do que a marca de sabão Omo. Ou seja, para agradar os meios de comunicação, nos entupiu de propaganda sobre minério... 




Agenda Geraldo Junior - Abril/Maio Ceará e Paraíba

Shows Geraldo Junior e Banda, Abril/Maio Ceará e Paraíba:

Dia 27/04 CCBNB - Centro Cultural Banco do Nordeste - Fortaleza CE às 12h

Dia 27/04 CCBNB - Centro Cultural Banco do Nordeste - Fortaleza CE às 18h30m

Dia 28/04 CCBNB - Centro Cultural Banco do Nordeste Cariri - Juazeiro do Norte CE às 19h

Dia 29/04 CCBNB - Centro Cultural Banco do Nordeste - Sousa PB às 19h

Dia 30/04 CCBNB - Centro Cultural Banco do Nordeste - Sousa PB às 19h

Dia 01/05 Teatro Violeta Arraes - Fundação Casa Grande - Nova Olinda às 19h

Abraços,

segunda-feira, 28 de março de 2011


nur manchmal schiebt der Vorhang der Pupille


sich lautlos auf - . Dann geht ein Bild hinein,


geht durch der Glieder angespannte Stille -


und hört im Herzen auf zu sein.


(rilke + lupin)



domingo, 27 de março de 2011

Às vezes, tudo - Emerson Monteiro


Viajar por dentro das veias e colher algumas lembranças dos lugares e sentimentos. Olhar pelas janelas dos hotéis da vida; silenciar nos voos longos da alma aos tetos do firmamento; deslizar com as nuvens; saracotear acrobacias nos riscos dos pássaros experimentando as variações da brisa. Apalpar as vísceras; sondar quanto tempo mais o muro resistirá à ação dos elementos. Esfregar os olhos, nos desejos de ver a estrutura dos monumentos esverdeados nos parques, nos momentos frios das manhãs nubladas. Esses tique-taques de pedras rolando no inverno das encostas mexem com os nervos tensos da gente, atiçam as paixões antigas, desesperadas saudades, que foram embora irresponsáveis, nos sulcos dos velhos discos de músicas amareladas. Tantos amigos, lugares, vibrações, esperanças e sonhos sumiram simplesmente. As horas molhadas da véspera insistem nas palavras que construíram as inúteis ilusões. Vontade poderosa de convencer a mim próprio de escutar o interior, no seio das criaturas e elevações de pensamentos.
Tais descrições matemáticas de abstratas sensações servem na medida, quais moedas de troca entre as partes do corpo, no solo do organismo. A visão solitária do projeto pessoal quer falar entre os dedos, sem, contudo, ganhar dimensões que satisfaçam a tranquilidade necessária da alegria. E prossegue o esforço de aclimatar o temporal do coração, esse ser ansioso que dói feito urtiga na pele interna da gente. Refletir as memórias, eliminar sofrimento a qualquer custo, anestesiar os impactos destas ciladas esplendorosas de viver e permanecer intacto, querer fugir de conter a dor no território.
Ondas sucessivas de pulsações indicam presenças de seres existentes no caos da memória. Animais impacientes querem dominar os cascos impetuosos que desfilam durante a longa procissão dos aflitos e catam companhia em viveiros abandonados. Um a um, alimentam o vazio, a preencher de novos anseios. Descem, sobem as ladeiras da filosofia à procura de justificar movimentações de tapetes mágicos que deslizam sempre à frente da orientação inevitável. Vêm dúvidas, bloqueios, esquecimentos, insistências, no entanto prosseguir do jeito que puderem as pernas ou a imaginação.
Quisesse, haveria chances de continuar. A todo custo evoluir. As marcas ocultas das solidões agressivas retorcem na boca do estômago de pensar em reunir forças para estabelecer o padrão da viagem. Juntar peças de bagagens e notar que daqui nada presta, apenas o direito de existir, que fala na altura certa dos expectadores do drama que nós somos, bólides acesos de contradições e aventuras. Chegar aqui vindos de longe. Frases. Períodos. Blocos de íntimas amarguras, as quais ninguém conhece. Tão único instante de buscas frutíferas e doces, o enlevo no processo dos significados a quem lê, vê e ouve dizer que tudo mostra possibilidades, acalma, conquanto o século das luzes habita o bairro do ser em si, na vila feliz dos amores adormecidos na alma.

TELEVISÃO pra ser vista com


o terceiro OLHO!!!

Chrystian Marques – Artista do Cariri Contemporâneo

A contemporaneidade criar artistas inquietos e antenados nas mais diversas poéticas. Chrystian Marques é fruto deste tempo. Ele bebe do universal e regional para compreender uma produção visual que esteja ligada a compreensão do Cariri/CE. Chrystian mescla o seu trabalho entre convencional e as novas tecnologias.

Alexandre Lucas - Quem é Chrystian Marques?

Chrystian Marques - Cratense, persistente, roqueiro, jazzista, regueiro, cristão, ousado no que diz respeito à luta e a arte. Amigo do bem, Aprendendo sempre, sonhando sempre e realizando quando posso.

Alexandre Lucas - Quando teve inicio seu trabalho artístico?

Chrystian Marques - Teve início o despertar mesmo para a arte em 1980 quando por ocasião de um curso que fiz aqui no Crato no antigo espaço da Biblioteca Municipal e no Museu de Arte Vicente Leite. Já tinha forte influência de meus pais, principalmente de minha mãe que pintava na sua juventude. E já me via pensando que aquilo seria importante pra mim como algo que fosse realmente profissional. Gostava de pensar que queria ser desenhista, artista num todo. O curso que fiz me ajudou a começar aprimorar a visão dos traços e a visão da arte como algo feito pela contemplação e não apenas como algo de cópia que pudesse imitar. Olhar sinhá D´amora, outros artistas daquele museu riquíssimo, me marcou muito. Aquele artista pediu que amassássemos um papel e que começasse a desenhar do jeito que ficou para aprendermos a ver os traços e as sombras que nasciam com a incidência da luz. Dai logo após outro curso fiz minha primeira exposição no SENAC em Crato, numa coletiva.

Alexandre Lucas - Quais as influências do seu trabalho?

Chrystian Marques - Estudo sempre por conta própria e estou sempre a devorar trabalhos e isso significa dizer que temos sempre uma influência, alguém que admiramos, alguém que nos faz sentir fortes emoções ao olhar para um artista como Sinhá D´ámora, Pablo Picasso, Portinari, Chagal, Munch. O expressionismo é uma fonte da qual bebo sempre. Estou ligado as minhas raizes e nesse regionalismo há vários artistas como cearenses importantíssimos como Sérvulo Esmeraldo, Karimai. Cristafari, Coldplay, Chapada do Araripe, Rock, Gilberto Gil, Reggae , amor, revista em quadrinho. Ter uma influência artística não significa dizer que imite tal trabalho, ou movimento. Procuro fazer arte com minha própria visão que venho aperfeiçoando.

Alexandre Lucas - Fale da sua trajetória?

Chrystian Marques - Vai sendo a cada dia no caminho que planejamos, mas que seguidos por uma transpiração com uma pouca inspiração vou trabalhando. Produzindo sempre.
Vou fazendo arte do meu jeito. Vou fazendo uma trajetória de realização pessoal. Fiz a partir de 1980 exposições, cursos, workshops e não paro por ai. Em 2007 participei de uma coletiva no Centro Cultural dos Correios, Rio de janeiro e em 2008 fui selecionado pelo Centro Cultural BNB com desenhos meus. Participei de 4 edições da Mostra Cariri das Artes. Fui nessa onda apesar dos percalços. Artistas que criavam realmente eram poucos, estavam talvez cansados de exporem seus trabalhos pois preferiam vender a amigos, doar, etc. Acredito que uma turma da qual fazia parte como eu, Augusto Bezerra, Junior Erre, Edelson Diniz, Alexandre, outros se movimentavam na Mostra Sesc , em ateliês, expondo nossos trabalhos mesmo contra a maré da desvalorização. Fiz minha escolha de colocar meus trabalhos não nas praças ou outros lugares a não ser naqueles que o artista é realmente respeitado, como espaços interessantes. Um artista deseja não apenas passar emoções, idéias, mas ganhar dinheiro como uma profissão como qualquer outra. E por isso minha trajetória é essa que vai sendo feita por esse caminho.

Alexandre Lucas – Como você caracteriza seu trabalho ?

Chrystian Marques - Tento, investigo o meu tempo, falar do meu tempo, procuro ser puramente regionalista mesmo que fale do universal.

Alexandre Lucas – Qual a importância do seu trabalho artístico?

Chrystian Marques - A arte feita com uma consciência de discutir, provocar, trazer à superfície da vida elementos do bem, com intuito de falar, trazer o melhor para o homem é um dos motivos pelo qual me baseio. Pra mim isso é importante.

Alexandre Lucas – Como você observa a produção de artes visuais no Cariri?


Chrystian Marques -
Super abundante. Muitos artistas que conheço como Guto Bitu, Junior Erre, outros, estão sempre produzindo. A qualidade de artistas que o Cariri tem é impressionante. O bom disso tudo é que vejo artistas com olhar no cariri, ou seja, ninguém precisa ser bombardeado de culturas de outros territórios sendo moldado conforme essas culturas. Há uma excessiva perda de identidade clara, mas no caso dos artistas vejo regionalismo artístico em seus trabalhos porque estamos falando do que deveríamos discursar mesmo que tenhamos visão universal. Isso se transforma se mistura sem se tornar uma coisa homogenia.

Alexandre Lucas – Como surgiu a idéia de criar o blog de Artes visuais no Cariri?

Chrystian Marques - Surgiu da necessidade de viver, discutir, divulgar, provocar, trazer a discussão e a valorização das artes plásticas no cariri por meio da internet. Assim estamos mais ligados com a arte que acontece nas metrópoles e a que acontece no interior. Seguindo a onda muito forte de criação de blogs de todo os tipos aqui no Cariri, também fui incentivado a isso. O Blog há três anos está online, uns 15 mil acessos já foram registrados. Já foi visto por grandes jornalistas como grandes artistas no sudeste. Assim também é uma forma virtual também de exposição dos nossos trabalhos como uma exposição física. Procuro agregar sempre os artistas nesse blog para juntos levarmos nossa arte pro mundo. Gostaria que muitos participassem dele como comentaristas, publicassem suas idéias, seus trabalhos. Vai ai o link. www.artesvisuaiscariri.blogspot.com.

Alexandre Lucas - Como você ver a relação entre arte e política?

Chrystian Marques - Arte é uma manifestação que tem sua liberdade própria, não precisa de paradigmas, ela é arte. mas precisamos da política para que a estrutura das organizações possam encaminhar bem projetos, instituições, museus, estado, quando se fala em política honesta e democrática. A arte e a política sempre estão unidas.
Alexandre Lucas – Quais os seus próximos trabalhos?

Chrystian Marques - Estou trabalhando numa série que justamente fala sobre o cariri, um cariri contemporâneo.

www.artmajeur.com/chrystianmarques

sábado, 26 de março de 2011

Um novo livro de Flávio Morais - Emerson Monteiro

Quem estudar a literatura caririense encontrará um filão de autores dos mais variados matizes, bons e férteis, às vezes solitários e até desconhecidos, que, no entanto, circunscrevem profundas e inestimáveis criações da tradição culta e popular de nossa gente. São memorialistas, historiógrafos, contistas, novelistas, romancistas, poetas, jornalistas, cientistas sociais, juristas, a formar rico material de perpetuação da cultura deste pedaço surpreendente de chão, que agasalha civilização altiva e heróica em natureza aconchegante, a se expandir para o mundo inteiro. Acervo dos melhores, reúne herança da história social das gerações e supera os limites da perecividade.
Dentre esses nomes formadores das nossas letras alguns ganham destaque pelo conjunto da obra e pela qualidade do que publicam, tamanho do que contém na utilidade futura e no intento das suas publicações. E no meio dos tais profícuos e organizados homens da escrita caririense se acha José Flávio Bezerra Morais, ora a lançar mais uma de suas obras, para gáudio de todos os apreciadores beletristas.
Caririense provindo de Milagres, Ceará, nascido a 23 de julho de 1970, filho de Francisco Ivo Morais e Maria Socorro Bezerra Morais, Flávio marca a literatura regional com trabalhos de fina valia e denso fôlego. Jovem, porém autor de um vasto acervo, cujo conteúdo revela quatro nítidas vertentes de abordagens de gêneros e estilos.
Primeiro, aos inícios de sua produção literária, enfeixou, em dois saborosos livros, os contos que escutou na oralidade sertaneja do lugar onde viveu a infância, nos rincões do Cariri. “Histórias que ouvi contar”, de 1993, e “Histórias de exemplo e assombração”, de 1997. Dois belos trabalhos escritos com o zelo acadêmico de aluno do Curso de Letras da Universidade Regional do Cariri, eles foram editados com a modéstia de nossas gráficas da ocasião, e levados às bancas para apreciação de muitos, marcos imprescindíveis do gênero fantástico da nossa literatura, agora dignos de figurar em novas edições, uma vez esgotados nas livrarias e bancas.
A seguir, sob o mesmo prisma das histórias anteriores, elaborou “Sete contos de arrepiar”, um clássico deste gênero no Brasil, publicado através de importante casa editora, a Rocco, isto em 2006, já revelando outro dos quatro víeis considerados na sua obra, o de autor infanto-juvenil que ora se consolida com esta obra lançada. O livro ganhou maiores âmbitos, rendendo ao autor participar da 44th Bologna Children’s Book Fair 2007 (44.ª Feira Internacional do Livro Infantil e Juvenil, em Bolonha, Itália, no ano de 2007), consagração digna dos bons escritores mundiais.
Ao sabor das considerações de quantos aspectos dispõe o roteiro autoral de Flávio Morais, em 1989, editou “Milagres do Cariri”, uma abordagem telúrica dirigida à sua terra natal sob pontos de vista físicos, geopolíticos, antropológicos, etc.
Daí, seguiu um outro título, “Nas veredas do fantástico”, em 2002.
Graduado em Direito pela Universidade Regional do Cariri, Flávio Morais encetou os esforços da sua intelectualidade também às hostes jurídicas, galgando com sucesso o posto de juiz do Tribunal cearense, funções que abraça com os vigores da responsabilidade. No espaço das letras voltadas ao ministério do Direito, pois também exerce cátedra na Universidade do Cariri, em 2003, publicou “Dívidas: como preveni-las ou livrar-se delas”, sequenciado, em 2004, pelo “Compêndio de Prática de Processo Penal”, e, em 2008, pelo romance de cunho jurídico “A sombra do laço”, pesquisa histórica de um episódio da existência do Padre Ibiapina, figura emblemática da Igreja Católica no Nordeste brasileiro, e que também cumpriu o papel da advocacia aos tempos do século XIX.
Destarte, no ímpeto da arte literária, nosso autor revela acuidades e aceita com afeto o fazer da inspiração, legando-nos, agora, “Daniel Alecrim e o talismã de ébano”, produção estabelecida sobre o primor das anteriores, realimentando seu público jovem dos insumos do estilo correto, da imaginação penetrante e do talento raro, demonstrações do quanto revelam seus textos das duas primeiras edições ao crivo do inesperado, do fantástico, sem, no entanto, fugir à seriedade austera decantada nas histórias da infância, nem abrir concessões ao vulgar da pura fantasia comercial.
O território que Flávio Morais permeia no seu universo criativo alimenta de satisfação os leitores, porquanto os encaminha dentro de valores sóbrios e justos, ao fragor dos bons e pródigos narradores. Esta revelação, que consolida cada vez um pouco mais nos livros posteriores, enriquece nossas letras e agrega qualidade ao gênero infanto-juvenil da literatura brasileira, portanto.
Ao me convidar a esta pequena introdução talvez Flávio Morais nem imaginasse acertaria em cheio em um dos seus admiradores desde seus primeiros trabalhos, quando, antes mesmo de conhecer a pessoa do escritor, os localizara numa das bancas de jornais de Crato, trazendo-me de volta aos universos imaginários da minha infância interiorana e suas histórias de causar espanto, contadas nas varandas de noites escuras do Sertão. Depois, aficionado, acompanho de perto os passos generosos deste expoente das letras caririenses, amigo e pessoa humana digna do nosso apreço.

sexta-feira, 25 de março de 2011

da minha COSTELA não "neguinha"!

Cariri Encantado Protagonistas

20 anos da Academia dos Cordelistas do Crato

Crédito: Overmundo

Nesta sexta, o programa Cariri Encantado Protagonistas entrevistará a cordelista Josenir Lacerda e outros membros da Academia dos Cordelistas do Crato no âmbito das comemorações dos 20 anos daquela entidade.

Josenir Lacerda é natural de Crato, Ceará. Admiradora e entusiasta da poesia do folclore e da cultura regional, também trabalha com artesanato. Possui vários trabalhos publicados na região do Cariri, em Fortaleza e em outras regiões do país. Participou de várias antologias poéticas. Tem vários cordéis publicados, destacando-se "O linguajar cearense", ilustrado por Audifax Rios . Escreve em vários estilos: poesia, conto,crônica e cordel. É funcionária aposentada e há vinte anos possui a Cordel e Arte, uma lojinha que como o nome sugere pode-se encontrar além do cordel, diversos produtos típicos do Nordeste: bonecas de pano, cabaças, xilogravuras, figuras esculpidas em madeira, bordados e tantos outros badulaques. A lojinha é uma verdadeira bodega cultural, fartamente incrementada com os conhecimentos preciosos da proprietária sobre tudo quanto é cultura popular.

Josenir pertence à Academia de Cordelistas do Crato, fundada em 1991, por Elói Teles, também cordelista e radialista.

Fonte: silnunesprof.blogspot.com e www.overmundo.com.br

Ficha Técnica
O programa Cariri Encantado Portagonista é produzido pelas Officinas de Cultura e Artes & Produtos Derivados – OCA, e transmitido todas as sextas-feiras, das 14 às 15 horas pela Rádio Educadora do Cariri AM 1020 e pela internet (www.radioeducadoradocariri.com).
Apresentação de Luiz Carlos Salatiel.
Operação de áudio de Iderval Silva.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Maria Fumaça


O velhinho entrou no consultório meio desconfiado, meio cabreiro. Como boi no matadouro, esperando o xunxo do magarefe. Dois filhos o puxaram até ali e duas filhas o empurraram. Todos carregamos, no íntimo, a certeza da imortalidade física: o velhinho, sabe-se lá porque, pressentia que sua moléstia não era coisa simples, dessas de se resolver com Capivarol e Extrato Hepático. Sentou-se meio constrangido, mas ,rápido, recobrou o equilíbrio e desatarraxou um vendaval de sintomas. Estava naquela idade em que os inimigos começam a armar o cerco e passam a disparar sem piedade sua metralhadora de achaques, de dores e infortúnios. O médico o examinou com cuidado e teve a certeza de que o velhinho não exagerara na premonição. Algum esmeril feroz carcomia as forças daquele que um dia fora um touro indomável, trabalhador incansável no campo, um artista da enxada e do arado. A madeira de lei dera cupim. O esculápio solicitou alguns exames que confirmassem sua certeza e prescreveu alguma medicação que, certamente, não diminuiria a doença, mas aumentaria a esperança do velhinho. Receita na mão, antes de sair, o paciente fez um pedido inusitado:
--- Doutor, o senhor gosta de escrever , não é ?
O médico , que produzia esporadicamente alguns textos para a imprensa local, confirmou:
--- É , vez por outra eu escrevo umas potocas sim, seu Pedro!
--- Pois é, vou pedir um favor : escreva sobre a Maria Fumaça !
O profissional, polidamente, prometeu fazê-lo, mesmo sabendo que o compromisso fazia-se apenas um ato de educação, uma promessa dessas que os políticos firmam no palanque: afirmam como sem falta e faltam como sem dúvida. O médico seguiu sua via crucis: o atendimento interminável de pacientes, com aquela sensação de quem tentava esgotar um olho d´água. Tardizinha, voltando para casa estafado, lembrou , estranhamente, da reivindicação do ancião e pôs-se a imaginar as razões possíveis e ocultas daquilo que soara quase como o último desejo de um condenado. Por quê a Maria Fumaça ?
O trem terá sido o primeiro transporte de massa de acesso a todas as classes sociais. Como uma serpente enorme varava os sertões, levando na barriga pessoas, sonhos, ilusões. Trazia ainda mantimentos, as notícias , as cartas e as últimas novidades dos mais distantes rincões. Imaginem o encantamento que causava no caboclo que observava seu porte gigantesco e seu “café-com-pão” interminável. E a estridência do apito agudo, nos ermos campos de outrora? A fumaça que esvoaçava da chaminé, como se fora o dragão de São Jorge? E mais: a possibilidade de transportar cada passageiro em busca do sonho mais inalcançável? A Maria Fumaça deu asas ao matuto e tornou viável o destino cosmopolita do cearense. Desde que seu apito ecoou pela primeira vez na pradaria , o caboclo descobriu definitivamente que esse mundão não tem cancela. Há a possibilidade de ser infeliz em muitos lugares diferentes. Se é tão difícil mudar a história da humanidade, o trem nos deu a condição de alterar ao menos a geografia.
Na iminência de empreender uma longa viagem, compreendeu, por fim, o doutor, a visão da Maria Fumaça serpenteando os campos sertanejos trazia consigo um alento, uma tranqüilidade quase que etérea. O trem que partiu, um dia retornará, inevitavelmente, trazendo no seu matulão novas esperanças e bons augúrios. E lépido e fogoso um rapazinho saltará na mesma plataforma em que um dia o velhinho alquebrado embarcou, apenas com passagem de ida, com destino ignorado e sem imaginar que todas as estradas terminam sempre na mesma estação.


J. Flávio Vieira

Última Semana Mostra Artes Cênicas no CCBNB-Cariri !


Dia 23 - Março

V FESTIVAL DAS ARTES CÊNICAS

09h Em Busca de Uma Dramaturgia Física Oficina com a Cia Tato Criação Cênica (PR), sobre a técnica de animação corporal utilizada no espetáculo Tropeço. Facilitadores: Katiane Negrão e Dico Ferreira. Público alvo: atores da região do Cariri. Nº de vagas: 30. Duração: 480 min.

MOSTRA PALCO

20h Tropeço - Cia Tato Criação Cênica  (PR)


Dia 24, quinta-feira

FERIADO


Dia 25, sexta-feira

Atividades Infantis – HORA DO RECREIO

Local: E.E.F Alaqcoque Bezerra (Barbalha-CE)

15h Contação de Histórias – Lalá e Lolô – cia Doispontos (Crato-CE)  Lalá e Lolô são dois palhaços muito atrevidos que resolvem sair de sua cidade natal para contar história pelo mundo a fora em meio de muita diversão, música, mistério, brincadeiras e muita, mas muita ALEGRIA! “Contar histórias é revelar segredos, é seduzir o ouvinte e convidá-lo a se apaixonar... pelo livro... pela história... pela leitura. 15min.

ARTES VISUAIS

18h Abertura da Exposição Caricatura do Nordeste - Semelhança na Dessemelhança

Caricaturas de Valber Benevides, acervo Banco do Nordeste. As caricaturas de Valber presentes nesta mostra, giram em torno da convicção de que o exagero deliberado evidencia a “semelhança na dessemelhança”, o que é responsável pela produção do efeito cômico através da comparação e produz mais verdade para a vida do que um retrato poderia conseguir.

Arte Retirante – CINEMA - CURTA MUITO

Curador: Franklin Lacerda

Local: Centro Comunitário Gov. Adauto Bezerra (Campos Sales-CE)

18h Lançamento do documentário "Na batida do Coco, na pisada do Ganzá”

A história de um grupo de mulheres do sítio Quebra e a importância do Coco na vida delas.
Direção e Roteiro: Ridalvo Felix - Fotografia: Rafael Vilarouca – Doc - 14´ - Cor - 2011

V FESTIVAL DAS ARTES CÊNICAS

MOSTRA DE DANÇA

18h30 Diferente Olhar Infinito - Grupo N Infinito (CE)

MOSTRA PALCO

21h Sebastião - Fabio Vidal (BA)

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                              

Dia 26, sábado

CRIANÇA E ARTE

13h Bibliotequinha Virtual

Softwares e Jogos Educativos. Instrutora: Jozeane Rodrigues.

Essa atividade pretende desenvolver o cognitivo das crianças para o raciocínio matemático e interdisciplinar, formando conceitos relacionados a diversas matérias escolares. 120min

13h30 Sessão Curumim: Criança não trabalha de Marcelo Branco. MG, 2006, Animação, Colorido, 2 min.

13h33 Sessão Curumim: Desenhar é muito fácil! de Pedro Pazelli. RJ, 2007, Animação, Colorido, 3 min.

13h38 Sessão Curumim: O Burrico e o Bem-Te-Vi de Maurício Squarisi. SP, 2008, Animação, Colorido, 6 min.

14h Oficina de Arte: Decoupagem Artística - Yunara Gonçalves (Crato – CE) A oficina busca levar ao público infantil um mundo mágico e imaginário desenvolvendo a percepção e a socialização das crianças no trabalho artístico realizado em grupo. 90min.

15h Bibliotequinha Virtual

Softwares e Jogos Recreativos: Instrutora: Janaina Negreiros.

O objetivo é despertar o interesse das crianças pela internet, mediante a realização de atividades recreativas  e jogos. 120 min.

16h Contação de Historia: O Mundo encantado dos livros – Cia dos Contadores de Histórias (Fortaleza-CE) No dia nacional do livro didático algo mágico acontece. Beto, um menino que não gosta de ler, viaja pela cidade encantada dos livros, ele e Aurelinho, seu dicionário de estimação. Juntos aprendem  a importância da leitura numa grande lição de vida. Em meio a livros de receitas, didáticos, romances, infantis e enciclopédias, eles terão que salvar a cidade das traças que querem devorar todos os livros. 50min.

Cinema - IMAGEM EM MOVIMENTO

CineCafé/Mediador: Elvis Pinheiro

17h30 Teatro Brasileiro: Novas Tendências. (V Festival das Banco do Nordeste das Artes Cênicas) Direção Olney São Paulo. Doc. Cor. Rio de Janeiro. 11 min.

17h41 Maurice (Maurice, Dir. James Ivory, ING, 1987.)

Baseado no romance póstumo de E. M. Forster , Maurice conta a história de amizades que se transformam em amor, mas que precisam ser mantidas em segredo por conta do preconceito e da criminalização das práticas homossexuais até o início do século XX na Inglaterra. Belíssimo filme de época que impulsionou a carreira do ator Hugh Grant. 140 min.

V FESTIVAL DAS ARTES CÊNICAS

MOSTRA INFANTIL

16h Canções e Brinquedos Roceiros: Uma Ópera Caipira – Grupo Tempo de Brincar (SP)

20h Zero - Cia. Mevitevendo (SP)



Dia 27, domingo

V FESTIVAL DAS ARTES CÊNICAS

17h Cortejo Artístico

Local: Saindo da Praça Padre Cícero em direção ao Largo do Memorial Padre Cícero (Juazeiro do Norte-CE).

Grupos Convidados: Reisados “Discípulos do Mestre Pedro” e “Guerreiro Santa Madalena”. 50min.

MOSTRA PALCO

20h O Auto da Índia - Marionetas de Sergipe (Aracaju-SE)


Dia 28 e 29 de março: FECHADO:


Dia 30, quarta

Artes Integradas – ARTE RETIRANTE

Local: Centro Cultural Dr. Raimundo de Oliveira Borges (Caririaçu – CE) Produção: Oficina Casa do Alto

08h Sessão Curumim: Loucos de futebol de Halder Gomes. CE, 2007, Documentário, Colorido. Um documentário que prova por a+b que futebol é muito mais do que 22 machos correndo atrás de uma bola. 22 min

19h OFICINA DE CANTO CORAL. Direção Musical: Joacy Cordeiro. 120 min.



Dia 31, quinta

19h OFICINA DE CANTO CORAL. Direção Musical: Joacy Cordeiro. 120 min.

Literatura/Biblioteca - LITERATURA EM REVISTA

19h Palco e Literatura: Do Sertão de Chico á Cidade Pedrosa

Apresentação: Raul Poeta (Juazeiro do Norte-CE)

Esse recital pretende mostrar a atualidade e originalidade das obras do poeta Chico Pedrosa, um cabloco sertanejo que aprendeu com seu pai a arte de fazer poesia e com poesia aprendeu a arte de escrever a vida; suas belezas, seus malogros, seus problemas sociais, ecológicos e políticos.

60 min.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Uma libertação diária - Emerson Monteiro


Ao trilhar a senda os passos individuais, neste salão dos tesouros submersos de oportunidades intransferíveis, ainda que pretendamos fugir da responsabilidade para viver, algo cresce na raiz da gente, à medida que caminhamos. Isto são as experiências deste cinema da vida. As amostras constantes de opções e demonstrações da realização do eterno movimento nas pessoas que formam o rebanho. Multidão criteriosa de pensamentos e sentimentos fala aos nossos ouvidos segredos reveladores da missão particular desses agentes do sucesso que nós somos.
Ninguém escapa de trilhar os próprios passos. Andar em frente, cena que muda em alternativas das passadas, define bem o plano do percurso, numa estrada infinita sobre o chão comum das gerações. Esse sentido dominante envolve os aspectos da percepção humana e cala fundo na máquina de testemunhar o itinerário, propondo interpretações minhas, suas, nossas.
Durante todo tempo da jornada, os artistas espectadores do universo viajam pela vida e apresentam a si o cardápio das ações a praticar. Bem no ângulo das decisões, quando escolhemos qual caminho seguir, todos, réus e juízes das atividades, trabalham com suas próprias iniciativas. Telas e pintores fixam o gosto da criação, nos gestos que praticam, sendo, porquanto, criaturas e criadores no mesmo instante, vagando neste mar de sobrevivências diante das aparências físicas e do espaçoso desconhecido invisível.
Ditas quais palavras, grosso modo estabelecemos as culpas e elaboramos os perdões pelas faltas cometidas, aperfeiçoando o decorrer das eras no padrão definitivo que, lá um belo dia, iremos oferecer de nós às portas do Reino, dentro do processo original de tudo isto, a retornar à casa do Pai, Criador desses assuntos, causa primeira da manifestação chamada Existência, que herdamos nos lugares, papéis e produções recebidas no começo do percurso.
Por isso, querer evoluir pede efetivas providências e pulso dos que aspiram libertação do enigma continuado das histórias. A religiosidade individual, mãe de religiões dos grupos humanos em qualquer época, indica, assim, costumes bons, espíritos elevados, aspirações superiores, além da condição pura e simples de dominar as vaidades para desfazer a ilusão, no impulso libertador. Níveis amplos, conotações siderais, práticas sublimes, remédios que curam os atrasos do passado, a troco de respostas maiores e mais prudentes.
Contar essas considerações só fixadas nas plataformas da terra solicita, pois, sentimentos altivos de lutar e uma vontade forte para subir aos elevados da esperança e da fé. Espécie de técnicos da alma, os mestres falam outras linguagens; apontam renunciações e desapegos; contudo, nas ocasiões de resolver os dramas em novas tradições de si mesmo, nascem criaturas vindas do ser particular, das árvores pessoais que frutificarão durante a vida, nos dias de matéria prima e presenças permanentes em nossas mãos mágicas.

Adeus, Liz !


Morre aos 79 anos a atriz Elizabeth Taylor


DE SÃO PAULO


A atriz Elizabeth Taylor morreu na manhã desta quarta-feira, aos 79 anos, de insuficiência cardíaca congestiva.

A morte foi anunciada pela rede ABC e confirmada pelo filho da atriz, Michael Wilding, e pelo seu assessor.
O assessor de Taylor declarou que ela morreu "cercada por seus filhos: Michael Wilding, Christopher Wilding, Liza Todd e Maria Burton". Taylor tinha ainda dez netos e quatro bisnetos.
Segundo a ABC, a família planeja realizar um funeral particular no final desta semana.
"Apesar de ela ter sofrido diversas complicações, sua condição estava estável e era esperado que ela voltasse para casa em breve. Infelizmente, isso não aconteceu", completou o assessor.
Seu filho Michael Wilding soltou o seguinte comunicado: ""Minha mãe foi uma mulher extraordinária que viveu a vida ao máximo com grande paixão, humor e amor. Apesar de sua perda ser devastadora, nós sempre seremos inspirados pela sua contribuição ao nosso mundo."
A atriz estava internada no centro médico Cedars-Sinai, em Los Angeles, desde o início de fevereiro, com problemas no coração.
Taylor foi diagnosticada em 2004 com a doença que a vitimou. A insuficiência cardíaca congestiva é uma patologia que impede o coração de bombear sangue oxigenado suficiente para suprir as necessidades dos demais órgãos do corpo, o que gera uma sensação de fadiga, dificuldade de respirar, aumento de peso, entre outros problemas.
Em 2009, Taylor foi submetida a uma cirurgia para substituir uma válvula defeituosa no coração. Ela usava uma cadeira de rodas há mais de cinco anos para lidar com sua dor crônica. Vencedora de dois Oscar, Elizabeth Taylor foi operada de um tumor no cérebro em 1997.

"Sua Excelência" - José Nilton Mariano Saraiva

De antemão, e é absolutamente imprescindível que isso fique cristalinamente explicitado, uma constatação simplória: ninguém, em sã consciência (até prova em contrário), tem ou guarda qualquer resquício de dúvida sobre a sua honestidade pessoal; ninguém, mesmo divergindo politicamente, vislumbra qualquer ato que venha em desabono ou comprometimento da sua condição moral (pelo menos até aqui); “Sua Excelência” é, pois, se visto sob tais enfoques, merecedor de todo o respeito dos munícipes.
Mas, por mais que os áulicos e bajuladores de plantão teimem em não admitir, a situação de penúria, abandono e indigência a que chegou o município do Crato é reflexo e conseqüência da falta de vocação ou inaptidão para o gerenciamento da coisa pública do atual mandatário do município; da sua siderúrgica incompetência administrativa, via escolha equivocada de certos (e sofríveis) auxiliares; da hesitação em punir de pronto, com rigor e exemplarmente, determinados auxiliares que teimam em meter os pés pelas mãos, ao ultrapassarem os limites da civilidade, comprometendo sua administração (vide o descaso, a falta de atitude, o “passar a mão na cabeça”, a forma equivocada como foi tratado o grave imbróglio envolvendo o presidente da SAAEC e uma octogenária usuária daquela estatal municipal); além do que, há que se atentar para a sua flagrante falta de prestígio junto aos escalões superiores, obstando a fluidez das possíveis demandas apresentadas; e, enfim, não há como esquecer do seu incompreensível e hermético isolamento político, cujo retrato mais emblemático foi a visita, dias atrás, do Governador do Estado à cidade do Crato, sem que fizesse nenhuma questão de sequer anunciar-se antecipadamente (como é praxe, em ocasiões da espécie), culminando por circular pela cidade sem encontrar-se com o chefe da municipalidade. È mole ou quer mais ???
O certo é que, guindado ao pódio da municipalidade cratense unicamente em atendimento à manutenção de uma tradição familiar (o pai foi prefeito da cidade na década de 50), “Sua Excelência” lamentavelmente revelou-se, desde logo e até aqui, uma lástima, verdadeiro caos, em termos administrativos, de par com o pouco caso ou desprezo com que é visto e tratado por aqueles com quem deveria entender-se (vide o narrado acima). Pior para o município, conforme atestou o ponderado senhor Hélder Macário de Brito (em carta aberta ao Pedro Esmeraldo), ao admitir que o Crato se encontra entregue ao “deus dará” (opinião corroborada por muitos e autênticos “cratenses da gema”).
Fato é que, instalado em sua inexpugnável e confortável redoma às margens do rio Grangeiro, cercado e paparicado por “amigos” (???) que vivem a lhe pavonear a imagem e inflar o ego diuturnamente, “Sua Excelência” parece experimentar um processo anestésico duradouro e agônico, já que literalmente alheio ao que se passa à sua volta. E é essa acomodação, esse marasmo, essa letargia, essa moleza, essa falta de atitude, que verdadeiramente preocupa, já que a decrepitude da cidade é uma dantesca e triste realidade (e pensar que ainda faltam quase dois anos para o término do seu mandato).
Por conta disso (e os fatos estão aí pra atestar), já perdemos o SESI, o Sebrae, o Campus da UFC, a Televisão Verdes Mares, o Hospital Regional, o Carrefour e outros empreendimentos de porte e já se fala, até (não se surpreendam, se acontecer), na possibilidade de que o comando/reitoria da URCA, a Faculdade de Agronomia (definitivamente) e a sede do SESC tomem a rota da cidade vizinha (onde, aliás, já são emitidos os BO’s policiais das ocorrências noturnas cratenses). Não se sabe se a Diocese também seguirá o mesmo caminho, mas é bom observar, com atenção, a movimentação do enigmático e esperto Dom Panico.
Alfim, não custa lembrar (para reavivar a memória dos frouxos e convenientes) a reunião patrocinada pela Associação dos Filhos e Amigos do Crato (AFAC), realizada na Câmara de Diretores Lojistas (aqui em Fortaleza) há cerca de dois anos, quando “Sua Excelência” afirmou, peremptório, convicto e a plenos pulmões (com todas as letras, reticências, pontos e vírgulas) que “...o Crato é final de linha, só vai ao Crato quem tem negócios lá”. Seria interessante, pois, que alguém o lembrasse que o Crato precisa, sim, a fim que sua economia seja revitalizada, é de atrair investimentos, criar empregos e gerar renda para as centenas de desempregados que zanzam por suas ruas, feito zumbis.
E isso, nos dias atuais, só se consegue através do “componente político”, via construção de pontes, do chegar junto, do valer-se de parcerias, do doar-se em favor de uma causa, do ofertar vantagens, do renunciar agora para angariar depois, do movimentar-se à procura de.
Isto posto, por qual razão não se refletir sobre as “razões” ou os “porquês” de não conseguimos atrair investimentos (governamentais ou particulares), se até cidades de menor porte e sem maior expressão conseguem ??? Que “praga” maldita é essa que se abateu sobre a cidade do Crato, transmutando-a de “Princesa do Cariri”, “Capital da Cultura” e por aí vai, numa “cidade- dormitório”, “cidade-fantasma”, “cidade-sem-presente-e-sem-futuro” ??? Onde vamos parar ???