domingo, 30 de junho de 2013

Imoral, Predatório, Corrupto e Anti-Humano - José do Vale Pinheiro Feitosa

Eike Batista está quebrando. A frase não expressa a realidade: quem está quebrando são todas as pessoas que aplicaram seus capitais nos projetos de Eike. Projetos que estão indo para o fosso financeiro e junto com eles os capitais das pessoas que acreditaram neles ou não acreditaram mas os bancos onde depositaram suas reservas acreditaram.

Os derivativos deram água e os bancos faliram. Errado, além dos impostos de todos que salvarem os bancos da bancarrota, a poupança de muita gente foi para o ralo. Com ela a aposentadoria dos americanos e europeus, além dos empregos dos netos.

Um operador do mercado financeiro italiano teve uma grande sacada. Tornou-se padre e foi operar os seus “conhecimentos” na contabilidade analítica da Sé Apostólica e como membro destacado no instituto que administra o grande patrimônio imobiliário do Vaticano. Resultado a polícia acaba de prendê-lo como um grande lavador de dinheiro e como proprietários de imobiliárias e operador de negócios ilegais.

Indo do capitalista em busca de ampliar seus capitais, passando pelo mundo material das famílias em suas poupanças até o domínio físico do reino dos céus o jogo com os fundos financeiros é uma irracional atividade predatória. É como um depósito de queijo infestado por ratazanas. Não importam as ratoeiras, o roedor sempre estará subtraindo materialidade ao queijo.

Os depósitos desde o início da revolução agrícola sempre foram alvo de comensais de todas as espécies. Por incrível que pareça é o mesmo com a coisa mais subjetiva que existe a que todos chamam dinheiro. Que aliás podia até ser alvos de traças e cupim, mas agora no meio eletrônico é pura virtualidade.  

Trocou-se o projeto da ação coletiva e contínua, por cifras que externamente determinam esta ação. Ao invés do convencimento e da vontade extraída do trabalho (que é a ação) criaram-se mecanismo de poder para extrair deste trabalho uma parcela virtual sobre a forma de capital e assim determinar o comportamento geral de todos. Ao se tornar um poder determinante do trabalho, transformou a espontaneidade e alegria em obrigatoriedade e sofrimento. Fez do trabalho uma danação.

Este é o ciclo imoral, corrupto, predatório, anti-humano que atuar sobre a história neste momento e a ele por sua natureza cumulativa, privada e concentradora chama-se capitalismo. Não é um demônio, não é um ícone, é apenas a forma de organização da produção que existe nesta fase e que todos precisam analisar para melhor compreender e superar.  



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