segunda-feira, 1 de julho de 2013

Até com o dicionário a direita briga - José do Vale Pinheiro Feitosa

Eu nem devia estar aqui novamente com vocês. Pelo menos por hoje. Já havia postado um texto. Mas eis que tomei conhecimento da carta de uma colega médica desancando a Presidenta Dilma por seu pronunciamento indicando que chamaria médicos estrangeiros para trabalharem no SUS em regiões em que os médicos brasileiros não quisessem trabalhar.

Per si isso é um problema inerente ao modelo híbrido da saúde brasileira: público universal misto com privado restritivo (planos de saúde). Os médicos vivem num sistema de remuneração privado e público e o privado remunera mais que o público. Portanto ele é determinante para a distribuição de médicos: concentrados nos estados mais ricos e nas cidades grandes e médias. Incluindo, é claro, o fenômeno da alocação de tecnologia segundo o maior peso onde se somam recursos públicos e privados.

Mas a questão mesma da doutora é seu componente ideológico e pouco científico para quem deveria raciocinar. Como sabemos o médico é o profissional da interpretação das histórias pessoais, claro que utilizando uma gama imensa de tecnologias para comprovar suas hipóteses. 

Foi aí que ela veio com aquela baboseira de ser contra a Presidenta Dilma querer chamar-se Presidenta e não Presidente. Este besteirol é tamanho que recebi e-mail de "sábios da empulhação" mostrando por "a" mais "b" que o termo não existia e nem poderia existir. 

Mas eu tenho aqui um dicionário eletrônico do Houaiss que registra o vocábulo Presidenta: mulher que se elege para a presidência de um país. Etimologia: feminino de presidente. Agora aquele besteirol todo era uma arenga imbecil de cunho machista que a doutora médica cirurgiã nunca ouviu falar e ainda repete de modo inferior até que as falas de um papagaio.

Aliás esta semana li um artigo primoroso do Dráuzio Varela desancando a cura gay um projeto de lei, de autoria de um deputado do PSDB e encampado pelo Feliciano. Ele começou o artigo dizendo mais ou menos o que reproduzo de memória.

Deus teria dado limites à inteligência da humanidade para que ela não descobrisse os segredos da criação. E aí o doutor Dráuzio se queixa: mas errou ao não dar limites à burrice. 

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