Embora sem conhece-lo
pessoalmente (espero algum dia ter o prazer de), anos atrás, via Internet,
contatamos o ilustre conterrâneo (embora nascido em Farias Brito é cratense
indo e voltando), Elmano Rodrigues Pinheiro, em Brasília, pra saber da
possibilidade dele nos orientar como poderíamos adquirir o livro "Direito
à Memória e à Verdade" (Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos),
editado pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
República, já que sabedores ser ele funcionário da Editora da Universidade de Brasília.
Dias após, ainda via Internet, Elmano nos orientou a
procurarmos num determinado endereço, um caminhoneiro oriundo de Brasília e que
chegaria a Fortaleza dentro em breve. E aí, recebemos em mãos o presentão: um
autêntico "livrão/livraço", com exatas 500 páginas, medindo 30 x 23 x
04cm, pesando 02/03 k, que, admitamos, teria muitas dificuldades e custaria uma
fortuna se tivesse que ser enviado pelos Correios.
À
época, impossibilitados de agradecer pessoalmente, achamos por bem registrar de
público, pela mesma Internet, a nossa satisfação. E aí, esboçamos e publicamos,
nos blogs da vida para os quais contribuímos, o texto abaixo.
Assim,
no transcurso da “data maior” do Elmano, nesta data, fazemos questão de “republicar”
citada postagem, de anos atrás, já que tão atual.
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O
HOMEM QUE “PRESENTEIA” LIVROS - José Nilton Mariano Saraiva
Dentre
as muitas variáveis que caracterizam o pleno exercício da cidadania, o acesso à
leitura deveria constituir-se peça necessária, primordial e absolutamente
imprescindível. E, na contemporaneidade, quando a competição por um lugar ao
sol é das mais acirradas, evidente que a falta de leitura impossibilita o
acesso de muitos a um outro mundo, obsta-o de ter uma visão mais abrangente da
realidade, escraviza-o à criminosa permanência na longa noite da escuridão da
ignorância.
Não há, pois, atitude mais nobre e digna do
que possibilitar aos que não têm condição, a perspectiva de descortinar um novo
horizonte, de abrir novas portas, de agregar valores outros. E isso é feito, primordialmente,
através da leitura.
Assim,
é motivo de tremenda satisfação saber que um “matuto” de Farias Brito, que
morou no Crato, viveu no Rio de Janeiro e estabeleceu-se profissionalmente em
Brasília, resolveu, por conta própria, ser uma espécie de “multiplicador” da
cultura, “inusual farol” de um porto seguro.
É
que, ao galgar o conceituado posto de produtor gráfico na Universidade de
Brasília, entendeu ser chegada a hora de disseminar bibliotecas e distribuir
livros pelo Brasil afora, doar-se de corpo e alma aos menos favorecidos,
possibilitar-lhes o acesso à cidadania através do saber, do conhecimento.
E
tudo isso, anonimamente, sem propaganda, sem alarde, sem fazer barulho nenhum,
sem contar com qualquer verba de quem quer que seja. Trabalho de formiguinha: solitário,
persistente, incansável, sofrido, mas... gratificante.
Certamente
que apegado e imbuído àquela filosofia de “fazer o bem sem olhar a quem”,
adotou o revolucionário e estimulante lema de que “o livro precisa ir onde o
leitor está”, daí já ter distribuído livros para mais de 200 (duzentas) bibliotecas
nordestinas (dentre as quais cerca de 50 do seu querido Ceará), perfazendo um
total de mais de um milhão de livros doados. Que outros sejam estimulados a
seguir seu exemplo. O nome da “fera” ??? Elmano Rodrigues Pinheiro:
O “HOMEM
QUE PRESENTEIA LIVROS”.
E
que em função de tão dignificante missão, merece o reconhecimento e aplausos de
todos nós.
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