TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

sexta-feira, 31 de agosto de 2018

O HOMEM QUE “PRESENTEIA” LIVROS (II) – José Nilton Mariano Saraiva



Embora sem conhece-lo pessoalmente (espero algum dia ter o prazer de), anos atrás, via Internet, contatamos o ilustre conterrâneo (embora nascido em Farias Brito é cratense indo e voltando), Elmano Rodrigues Pinheiro, em Brasília, pra saber da possibilidade dele nos orientar como poderíamos adquirir o livro "Direito à Memória e à Verdade" (Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos), editado pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, já que sabedores ser ele funcionário da Editora da Universidade de Brasília. 

Dias após, ainda via Internet, Elmano nos orientou a procurarmos num determinado endereço, um caminhoneiro oriundo de Brasília e que chegaria a Fortaleza dentro em breve. E aí, recebemos em mãos o presentão: um autêntico "livrão/livraço", com exatas 500 páginas, medindo 30 x 23 x 04cm, pesando 02/03 k, que, admitamos, teria muitas dificuldades e custaria uma fortuna se tivesse que ser enviado pelos Correios.

À época, impossibilitados de agradecer pessoalmente, achamos por bem registrar de público, pela mesma Internet, a nossa satisfação. E aí, esboçamos e publicamos, nos blogs da vida para os quais contribuímos, o texto abaixo. 

Assim, no transcurso da “data maior” do Elmano, nesta data, fazemos questão de “republicar” citada postagem, de anos atrás, já que tão atual.

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O HOMEM QUE “PRESENTEIA” LIVROS - José Nilton Mariano Saraiva

Dentre as muitas variáveis que caracterizam o pleno exercício da cidadania, o acesso à leitura deveria constituir-se peça necessária, primordial e absolutamente imprescindível. E, na contemporaneidade, quando a competição por um lugar ao sol é das mais acirradas, evidente que a falta de leitura impossibilita o acesso de muitos a um outro mundo, obsta-o de ter uma visão mais abrangente da realidade, escraviza-o à criminosa permanência na longa noite da escuridão da ignorância.

Não há, pois, atitude mais nobre e digna do que possibilitar aos que não têm condição, a perspectiva de descortinar um novo horizonte, de abrir novas portas, de agregar valores outros. E isso é feito, primordialmente, através da leitura.

Assim, é motivo de tremenda satisfação saber que um “matuto” de Farias Brito, que morou no Crato, viveu no Rio de Janeiro e estabeleceu-se profissionalmente em Brasília, resolveu, por conta própria, ser uma espécie de “multiplicador” da cultura, “inusual farol” de um porto seguro.

É que, ao galgar o conceituado posto de produtor gráfico na Universidade de Brasília, entendeu ser chegada a hora de disseminar bibliotecas e distribuir livros pelo Brasil afora, doar-se de corpo e alma aos menos favorecidos, possibilitar-lhes o acesso à cidadania através do saber, do conhecimento.

E tudo isso, anonimamente, sem propaganda, sem alarde, sem fazer barulho nenhum, sem contar com qualquer verba de quem quer que seja. Trabalho de formiguinha: solitário, persistente, incansável, sofrido, mas... gratificante.

Certamente que apegado e imbuído àquela filosofia de “fazer o bem sem olhar a quem”, adotou o revolucionário e estimulante lema de que “o livro precisa ir onde o leitor está”, daí já ter distribuído livros para mais de 200 (duzentas) bibliotecas nordestinas (dentre as quais cerca de 50 do seu querido Ceará), perfazendo um total de mais de um milhão de livros doados. Que outros sejam estimulados a seguir seu exemplo. O nome da “fera” ??? Elmano Rodrigues Pinheiro:

O “HOMEM QUE PRESENTEIA LIVROS”.

E que em função de tão dignificante missão, merece o reconhecimento e aplausos de todos nós.



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