quarta-feira, 31 de março de 2010

Musa

Não peço a deus um tostão
mas confesso já chorei
por seu corpo

nunca vem,
nunca se desencanta
da rachadura da parede.

Perdi minha moeda faz tempo
desde então a mesma montanha
sobre o teto.

Um peso horrível,
uma assombração.

Seu perfume bebo todas as manhãs
penso que é água mas é das nuvens.

Seu rosto é redondo ou oval
um ovo de páscoa na poncheira.

Seu colo lânguido fugidio
para não esquecermos
Casimiro de Abreu.

Eu me planto na varanda
olhando novas andorinhas
com seus gravetos nos bicos
atentas às minhas rugas da testa.

"tão moço, mas já tem 44..."

Não sei o que essas andorinhas
nesta hora da noite têm a ver
com meu silêncio
e com minhas rugas.

Estou envelhecido,
certamente.

Mas as musas não, ora.
Suas saias esvoaçantes.

Seus collants,
ocasiões especiais.

Seus batons,
bem, seus batons
são demais.

Passagem

Sinceramente o duende
meteu-se floresta adentro.

Encantou-se.

Aquele odre de vinho
aquela longa fileira
de açúcar

aqueles uivos
aquelas vidraças quebradas

distante dos meus olhos
toda epifania triste.

Assopro para longe a formiga
sem que lhe afogue a alma
na privada.

Basta que o vento
ensine ao seu frágil abdome
cuidado com os azulejos do banheiro.

Autonomia universitária - por José do Vale Pinheiro Feitosa

Antes de tudo uma constatação: a base da autonomia universitária (na prática atual) é a eleição para os cargos executivos da Universidade. O modelo de representação com um colégio eleitoral intramuros (tudo aquilo que não pertence à extensão) no entanto não consegue, e nem poderia, se excluir da luta política geral. É que a instituição universidade é tão poderosa e forte nas definições de corações e mentes e das políticas públicas que tudo reflui para disputa pelo poder em geral na sociedade. Portanto dos partidos políticos e dos rachas ideológicos naturais em luta.

Deste modo o que seria a autonomia, resvala para um processo de luta entre governo e oposição e que nem sempre coincide com os verdadeiros interesse de uma universidade (já explico), seja a sociedade, o corpo de professores, funcionários ou alunos. Numa sociedade tradicional como esta do Cariri, especialmente o Crato, o molho desta luta se apimenta, estraga o sabor e se resume às consequências da má digestão. Tipo qual o colega mais intragável ou as alianças mais indigestas.

Só que aí a autonomia já foi pru brejo e quem perde é a sociedade. Verdadeiramente a sociedade do Cariri pois de outra forma não teria sentido o Estado ter criado uma Universidade específica para a região. Ficava com a UECE mesmo. Por isso é preciso entender que a autonomia universitária é antes de tudo territorial, é mais que um conceito ou um preceito. É um entender as necessidades do território que já é impossível de se colocar como espaço puramente regional, pois o mundo todo já se encontra em franco processo de globalização ou muito mais, de planetarização verdadeiramente. Especialmente para um região como esta que é um verdadeiro ecosistema.

Qual o projeto político de desenvolvimento regional? Qual a verdadeira demanda dos principais agentes regionais? Quais problemas de desenvolvimento sustentável, de economia, cultural, social e político que precisam de solução ou de evolução? Qual o estágio de desenvolvimento da gestão pública em termos de eficácia, eficiência e bem estar social (ela é uma universidade pública)? Quais os cenários futuros para a região? São apenas algumas questões que deveriam se encontrar no programa de ciência, tecnologia, ensino e entensão da Universidade. E a autonomia universitária se refleteria neste programa.

Mas alguém poderia perguntar: e que autonomia seria esta a depender de tantos agentes externos à própria universidade? Apenas pediria que refletisse sobre os maus momentos em que a burocracia do estado se isolou da sociedade e passou a existir por ela mesma. Como sei que não é esta a pergunta, passo ao seguinte.

Quando Violeta Arraes foi assumir a URCA, tive a oportunidade de grandes encontros com ela, Pierre e mais outras pessoas da região. Havia uma idéia que a URCA deveria se dedicar inteiramente ao desenvolvimento do Cariri. Que todo o seu projeto deveria nascer desta necessidade. E que só nasceria assim se a Universidade fosse capaz de atrair para o seu espaço conceitual a própria sociedade regional. Se os professores, funcionários e alunos se especializassem em estudar seus problemas e necessidades e assim criar uma autonomia verdadeira, pois legitimamente assentada não numa ciência abstrata, mas na aplicação da ciência e tecnologia ao estrato real da vida das pessoas.

Tudo é muito difícil. O sistema de remuneração, os hábitos didáticos, as hierarquias e as lutas internas, sem contar o despraro da maioria para este tipo de ação. Mas em nenhum lugar do mundo em que estas transformações ocorreram aconteceu de fora para dentro. Uma sociedade se transformava com a capacidade de mobilizar e transformar suas instituições.


Futebol na TV

A iniciativa da TV Verdes Mares de transmitir o campeonato cearense da primeira divisão é extremamente louvável. A crença de que o futebol cearense é um produto mais do que viável é, de fato, puro empreendedorismo, bem como uma legítima prestação de serviço social à comunidade, no que diz respeito à promoção do esporte e do lazer. Com essa e outras ações notáveis a Verdes Mares faz valer a sua verdadeira função social, teoricamente prevista na própria concessão do registro como órgão de mídia.

No entanto, é mais do que necessário acertar o time de profissionais que realiza esse trabalho ao vivo, para que o resultado final não seja confundido com um pacote de babaquices encomendado pela suprema grosseria de caricatos presidentes de torcidas organizadas dos dois times da capital, que são pequenos para o futebol nacional e descomunais, segundo a imprensa alencarina, a partir da porta do nosso velho quintal, retratado fielmente em seu provincianismo nas tardes de domingo e quase madrugadas de quarta-feira.

Crato e Ceará, numa reta final de classificação para a decisão do segundo turno, teriam tudo para ser uma grande atração, mas não foi isso o que aconteceu, mais uma vez. A partida foi uma verdadeira pelada, digna de casados contra solteiros, em churrasco de condomínio da Caixa Econômica, em plena periferia. Se o Ceará é um time de segunda divisão prestes a fazer vergonha na primeira, como sempre fez, o Crato é um time que não tem divisão nenhuma, como também nenhuma vergonha de ser a porcaria que é. Mas, isso é o que estava na cara e no campo. O que estava na telinha estava nas entrelinhas.

Bosco Farias é um grande prestidigitador. Ele consegue em sua narração criar a ilusão que o equipamento de última geração, o prestígio e a audiência da TV Verdes Mares, com quarenta anos no ar, pertencem a uma rádio AM de subúrbio, com a incrível abrangência de quatro bairros, três favelas, dois assentamentos e uma avenida esburacada que segue a linha férrea. P. C. Norões é um caso à parte. De cima de sua “aguerrida” autoridade futebolística, ele consegue, através dos chavões mais encardidos possíveis, esclarecer o nada contido no mais absolutamente vazio. Porém, a representatividade deles é ainda maior. Eles são autênticos torcedores. E, de forma extremamente profissional, não conseguem disfarçar.

O primeiro tempo da partida foi horripilante, foi futebol com selo de garantia da várzea mais escabrosa possível. Mas foi tenso para a dupla dinâmica. Por quarenta e cinco minutos seguidos o “grande” Ceará, time de primeira divisão, empatava com o Crato, time sem divisão nenhuma, como também sem vergonha nenhuma de ser a porcaria que é. O que dizer então para a audiência do “Vozão”? Seriedade absoluta! Cuidado absoluto para não incomodar, a não ser que o Ceará tomasse um gol. O clima era de quase angústia.

Nada sobre marasmo. Nada sobre mediocridade. Nada sobre incompetência. Alguns comentários superficiais sobre as aberrações administrativas do time do Crato. Mais alguns sobre a beleza do estádio Mirandão. E outros aleatórios sobre ecos atávicos de Norões, que com amaneirada afetação de não pertencer à tribo, não soube precisar suas raízes paternas como sendo cratenses, preferindo fazer alusão a um longínquo Cariri. Até que uma falta perdida, já nos descontos, mudou a cara do jogo e a postura da comissão de frente da Verdes Mares, que passou a ver carnaval em tudo.

O segundo tempo foi muito pior do que o primeiro, com todos os requintes de crueldade. Contudo, a dupla dinâmica mostrou toda a sua capacidade de entretenimento, conseguindo transformar água suja em água suja contaminada. Para Bosco Farias, com uma cara-de-pau lustrada com óleo de peroba, o “Vozão deu um baile”, menosprezando assim todo aquele torcedor do Crato, ou de qualquer outro time do campeonato cearense, ou ainda mais, qualquer um que não torça nenhuma dessas tranqueiras do pior campeonato cearense de todos os tempos. Para Norões, todavia, valia a pena ressaltar a incrível e histórica sequência de vitórias do Ceará, sob o comando do outro P. C. Imagine se fosse no campeonato paulista, que baboseira não seria proferida!?

Depois da sequência de gols do Ceará tudo ficou divino e maravilhoso. Toda e qualquer jogada do Ceará era espetacular. Um lateral batido era motivo de avaliação do campo de visão superior de um time de primeira divisão. Então Geraldo, que é um simples passador de bolas, foi transformado em maestro. Eric Flores, que veio para o futebol cearense em busca de salvação, foi transformado em contratação salvadora da pátria. Até mesmo uma dedicação de gol à esposa de um recém-casado foi transformada em caloroso espetáculo. O quarto gol foi narrado com a efusão de uma final de copa do mundo. Um gol perdido por Eric Flores, de caráter absurdamente normal, chegou a ser timbrado como um golaço, em profunda banalização da obra-prima. Entre essas e outras macacadas, o circo foi sendo montado.

No final, o placar foi uma enorme goleada de provincianismo, de como não se deve apodrecer uma transmissão ao vivo de futebol, através da ignorância amadorística e contínua, de relegar a terceiro plano a participação direta de um time menor entre os menores maiores. A falta de ética recorrente nessas transmissões que envolvem os chamados grandes da “capital”, não é, de forma nenhuma, compatível com a autenticidade da grande audiência do futebol na TV Verdes Mares. Dar às costas para o interior não é sinal de grandiosidade, principalmente quando se trata de audiência, que tem a efervescência de um Sonrisal e a efemeridade de uma partida de futebol.

URCA que te quero URCA !


Existe uma torcida contra a URCA? É o que me parece. A torcida contra uma conquista que não foi deste ou daquele reitorado, mas de uma comunidade que se mobilizou e foi às ruas brigar pelo ensino superior, gratuito e de qualidade que hoje favorece toda a região deste cariri cearense e também beneficia até cidades de outros estados fronteiriços ao Ceará. Perguntem pra eles, os protagonistas, que ainda estão vivos e atuantes, como foi aquele momento histórico. De 1987 pra cá, 23 anos depois, quantos se favoreceram com a graduação nos mais diversos cursos implantados? Quantos hoje são mestres e doutores? O projeto da URCA deve ser reconhecido como maior e mais importante do que qualquer projeto pessoal, político-partidário ou de um grupo de apadrinhados. Se a gente pensar bem, cada um de nós tem um projeto próprio na cabeça idealizado para a Universidade Regional do Cariri e o do outro não nos serve. Mas não funciona assim. Se a gente não parar com essa encrenca e começar a “brigar” pelo bem comum da nossa região não chegaremos a lugar algum. Aliás, chegaremos ao que não se quer: transformar a Universidade do Cariri, que é a URCA, num mirrado Instituto, como quer a torcida do contra tudo. Quem perderia ou ganharia num jogo desses?


Filosofando: Para se construir uma simples casa é necessário um terreno, um projeto de um arquiteto, um engenheiro para os cálculos estruturais, recursos financeiros para o material necessário, um mestre de obras, um pedreiro e dois serventes, algum tempo, e por aí vai. Para destruir uma casa, basta um trator e alguém que guie o trator.

COMPOSITORES DO BRASIL


ZÉ CLEMENTINO

Por Zé Nilton

Um dos sites mais respeitados sobre MPB – o Dicionário Cravo Albin de Música Popular Brasileira – deixa a gente querendo saber mais sobre nosso ilustre vizinho, ali de Várzea Alegre, o compositor José Clementino do Nascimento Sobrinho, ou como todo bom artista que não tem medo de cair na boca do povo, e de ver seu nome pichado no muro da popularidade, assume-se como Zé Clementino, assim como Francisco Buarque de Hollanda igualmente se assume como Chico Buarque.

Pois bem, quase não se fala do valor desse menestrel da terra do arroz, responsável pela volta à sonoridade de um dos maiores artistas da música brasileira de todos os tempos, o insubstituível Luiz Gonzaga.

O grande Zé Clementino nasceu no sítio Juzeirinho, distrito de Canindezinho, no município de Várzea Alegre, no dia 02 de fevereiro de 1936.
Morou em Crato quando trabalhou na agência local do INSS. Por aqui o compositor sem dúvida desenvolveu sua maestria na arte de letrista e compositor nos encontros com o (do banco) Hildelito Parente e o folclorista Correínha.

Uma vez, lá pelos meus 16 anos, contínuo de “A Cratense”, de Euclides Francelino de Lima, estive frente a frente com Zé Clementino, quando este fazia um jovem experimentar uma sanfona de 120 baixos. Estava acompanhado do Sr. Hélio Barros, irmão de dona Neném Barros, esposa do Sr. Euclides. Nunca me passou pela cabeça ter atendido o homem que mais tarde praticamente reabilitou para a vida artística o excelente Luiz Gonzaga.

Mais de 200 músicas gravadas, eis o acervo de Zé Clementino. Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Trio Nordestino (de quem era amigo de Lindolfo....), Zé Nilton, o forrozeiro.....e muitos novatos da MPB gravaram suas músicas.

Lembro-me do Padre Vieira, outro ilustre varzealegrense, dizer da simpatia e da singularidade musical de Zé Clementino. A música “o jumento nosso irmão” concretizou o sonho do padre mestre em criar a confraria do jumento. Grandes autoridades foram agraciadas com títulos do “CLUBE MUNDIAL DOS JUMENTOS – PRIMA COCHEIRA IGUATUVINA”, criado pelo magnífico Pe. Antonio Vieira. Um diploma em latim subscrevia a status do agraciado numa sequencia que ia de asinus minor, a asinus medius chegando a asinus máximo. Dizia o texto do diploma:

“Ego, Pater Antonius Vieira, Primus et Maximus Fundator et Praesidens Clubis Jumentorum, admitto, ut Frater in Cocheira Nostra Iguatuvina, Jumentum... (o nome do agraciado) post accuratum examem suas qualitates asininas et jumentinas. Etiam concedo jus universale et aeternum pascendi, ornejandi, excoiceandi, atque vacandi per totum territorum brasiliense, sine bronca aliorum animalium. Datum et passatum, ad perpetuam rei memoriam, in nostra iguatuvina civitate, anno MCMLXVI”.

Sábios e loucos esses varzealegrenses de hoje e de sempre.

Nesta quinta feira vamos homenagear o grande compositor brasileiro Zé Clementino, apresentado pelo seu conterrâneo, o folclorista e diretor de um dos blogues mais visitados do Cariri, o Blog do Sanharol, afiliado do Blog do Crato, Antonio Alves de Morais, ao mesmo tempo em que ouviremos um pouquinho de seus grandes sucessos, na sequencia:

Estou roendo sim, de Zé Clementino, com Trio Nordestino
Eu sou do banco, de Zé Clementino e Hildelito Parente, com Dominguinhos.
Não deixo não, de Zé Clementino, com Trio Nordestino.
O jumento nosso irmão, de Zé Clementino e Luiz Gonzaga, com Luis Gonzaga.
Capim Novo, de Zé Clementino, com Luiz Gonzaga
Chinelo de Rosinha, de Zé Clementino, com Trio Nordestino.
Contrastes de Várzea Alegre, de Zé e Paulo Clementino, com Luiz Gonzaga.
Fazenda corisco, de Zé Clementino, com Dominguinhos.
Xote Dos Cabeludos, de Zé Clementino, com Luiz Gonzaga.
Mais uma dose pros cabeludo, de Zé Clementino, com Zé Nilton
Contrastes de Várzea Alegre, de Zé Clementino, Luiz Gonzaga.

Quem ouvir, verá!

Programa: Compositores do Brasil
Rádio Educadora do Cariri
Pesquisa, produção e apresentação de Zé Nilton
Todas as quintas de 14 às 15 horas
Apoio Cultural: CCBN.

MALHAÇÃO DO JUDAS NO CRATO-CE



PROGRAMAÇÃO

15 horas: Cortejo do Judas: trecho Centro (Bodega do Joquinha, rua dos Cariris) – Praça 3 de Maio – Rua Mons. Esmeraldo – Rua São Francisco – Rua Mons. Assis Feitosa – Centro Cultural do Araripe (RFFSA). Participação do Grupo de Caretas do Distrito da Bela Vista (Mestre Cirilo), Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto, Catirinas e Mateus, Boi, Burrinha, Jaraguá, Chica Curuja (Joseany Oliveira), Geroplícia (Orleyna Moura), Zé de Baca (Cacá Araújo), Buneca de Lôça (Mª Isaura Araújo), Chicó (Flávio Rocha), Sivirino Cipó Cravo (Franciolli Luciano), Maria Capionga (Tereza Cândido), Fofolete do Sertão (Gabriela Melo), Zefa Rapa-Côco (Charline Moura), Eufrosina Barraquêra (Lílian Carvalho), Carrim do Bago Mole (Edival Dias), Cabôco Fumadô (Jardas Araújo), Cumade Meropéia (Mônica Batista), Tanajura Cafuné (Jonyzia Fernandes), Perpa Criolina (Lorenna Jéssica), Lôra do Banhêro (Françoi Fernandes), Cão Côxo (Josernany Oliveira), Serpentina Vuadora (Joênio Alves), Mutuca Lombrada (Felipe Tavares), Carrapato de Musquito (Márcio Silvestre), Medusa Bombril (Andecieli Martins), Dona Pomba (Mariana Nunes), Tranquilino Ripuxado (Pedro Ernesto Morais), Coroné Barduíno (Adauberto Amorim), Cabinha do Babado Forte (Paulo Henrique Macêdo), Luizinho Brega Star (Tio Bibi), Zé Bocoió (Aécio Ramos), Maria Matusquela (Teresa Ramos), Raul Canga-Seixas, Jurema Catolé (Carla Hemanuela), Beata do Chafurdo Bom (Kelyenne Maia), Virgulino Goiaba (Danilo Brito), Cipriano Tabaquêro (Veylla Duarte), Vitalino Fura-Fura (Lifanco), Julião Paçoca (Italo Benui), Capeta do Engenho (Willyan Teles), Rodonézio Viramundo (Hamilton Holanda), Maripôsa Cansanção (Aline Pinheiro).
17 horas: 1. Chegada ao Sítio do Judas, no Centro Cultural do Araripe, onde o traidor permanecerá até a hora de seu julgamento e malhação, sob a vigilância dos Caretas; 2. Tradicional roubo do Sítio do Judas: Os Caretas vigiam o sítio montado e açoitam com chicotadas os que ousarem roubar. A façanha é sair do sítio sem apanhar (e com o roubo).
19 horas: 1. Leitura do Testamento do Judas; 2. Malhação do Judas, com show pirotécnico e artistas circenses.
20 horas: Forró pé-de-serra com Luizinho Brega Star, Sílvio Clay e Trio Flor do Pequi.
22 horas: Encerramento.

terça-feira, 30 de março de 2010

Escolhas da semana - por José do Vale Pinheiro Feitosa

Escolhas. Um ato individual como fato, porém uma cadeia de influências coletivas. Escolhemos aquilo que de algum modo o senso comum já visualizou. Neste espírito é que escolhi algumas frases que circulam na internet nesta semana.

Sobre o espírito ideológico a condenar todas as experiências socialistas. Uma espécie de condenação que certamente teria horror à Revolução Francesa que efetivamente deu o trono para as classes burguesas e seus vieses nacionais. Não se extraem daquela revolução outras lições que não o regicídio e o aguçamento do chamado momento do terror. Esqueceram todo o arcabouço institucional que fundou o Capitalismo como história verdadeira, com atores e conteúdo. A frase foi dita por Enrique Ubieta Gómez num artigo publicado inclusive neste blog: “apesar da derrubada – há 20 anos – e do descrédito de um “campo socialista” do qual hoje se enumeram as manchas e se ignora a luz”.

Nesta mesma linha o estilo agressivo de certos atores sociais agindo no campo da política. Um estilo que costuma fundamentar golpes políticos. Um estilo ditatorial cujo teor é destruir outro modo de pensar. Trata-se do ex-cineasta e atual comentarista da Globo Arnaldo Jabor: “A questão é como impedir politicamente o pensamento de uma velha esquerda que não deveria mais existir no mundo”? Impedir o pensamento é o limite para qualquer ação humana. E a palavra questão já possui uma carga de mobilização para a conspiração.

Na semana que passou e nesta o assunto do Oriente Médio continua pipocando e no centro dela a questão dos Palestinos. Especialmente como uma questão americana, pois Israel é o um apêndice de sua política na região. O trecho foi citado por Roberto Fisk num artigo sobre a situação no oriente. O trecho é de um livro de George Antonius e o que chama a atenção é que foi escrito em 1938. Hitler já dominava inteiramente a Alemanha e tinha enorme influência no comportamento europeu. O que dizia Antonius é de uma antevisão que parece divina: “O tratamento imposto aos judeus na Alemanha e em outros países europeus é uma desgraça para os autores e para a civilização moderna. A posteridade não perdoará nenhum país que não assuma a sua parcela de sacrifícios para aliviar o sofrimento e o desespero dos judeus. Impor toda a carga à Palestina árabe é miserável movimento de fuga ao cumprimento do dever moral que cabe a todo o mundo civilizado, além de ser moralmente vergonhoso. Nenhum código moral pode justificar a perseguição de um povo, como meio para aliviar a perseguição de outro. A cura para a expulsão dos judeus da Alemanha jamais será a expulsão dos árabes, de sua própria terra (…).”

A última não se trata de uma frase, mas de um fato. Tem tudo para merecer nossa profunda reflexão sobre a violência em nosso país e em todo continente latino americano. Trata-se da cadeia por trás dos atentados de Moscou. Tudo indicava (a não ser que novas revelações digam ao contrário) que as mulheres bombas eram as chamadas viúvas negras. Mulheres viúvas de guerrilheiros abatidos pelo exército russo. Por isso o olhar assassino e o ódio estampado nos olhos de Putin no mesmo dia em que as olheiras e o olhar baixo de Mendeleev parecia carregar todo o constrangimento daquele passado apocalípito de Putin na Chechenia.

Acordado

Olha para as pessoas
crendo que elas não te pertencem.

Nem uma planta
nem uma pedra
nem um cisco no olho.

As texturas brumas.
As cores névoas.

Teu legado o silêncio
denso, um manto
que encobre
o relicário.

Sossega-te,
nem estrelas
nem luas te preenchem

o vazio
o esplendor das vestes
águas-vivas penduradas
na área de serviço.

Mitos capitalistas: 1- A origem do capital



Vamos começar a série dos mitos capitalistas. Ideias que são difundidas todos os dias, de várias maneiras e que vão formando o que chamam de “senso comum” de uma sociedade. E o senso comum é muitas vezes responsável pela difusão de preconceitos, violências e obscuridades. Na visão de Gramsci, o senso comum impregna as concepções de mundo das classes subalternas e auxiliares. Mas isso é uma outra história, que discutiremos em outra ocasião.

Um dos mitos difundidos pelos apologistas da ordem social do capital é sobre a origem do mesmo. E muita gente da chamada “classe média” embarca nesse mito, sonhando em um dia “chegar lá”, ou seja, depois de dar uma casa própria para seus pais, montar seu próprio negócio e descer a martelada na cabeça da classe trabalhadora. Tudo isso com muito esforço e sacrifício, lógico! O historiador Pierre Vilar já escreveu sobre isso e fez observações irônicas a respeito do mito da origem.

Os economistas burgueses, ao fazerem do capital a origem da produção, viam-se com dificuldades para explicar por sua vez, a origem do capital. Marx ridicularizou esta evasiva diante do “pecado original” e sua idílica explicação a partir do espírito perdulário dos maus. Max Weber, ao atribuir este espírito de poupança ao protestantismo, não fez mais que somar um novo mito à velha fábula apologética.[1]   

E olha que o Pierre Vilar não assistiu aos telejornais da Rede Globo e seus congêneres, não acessou as propagandas do Sebrae e seus cursos de empreendorismo e as “fórmulas de sucesso” daqueles que ficaram ricos com seu “esforço próprio”...  

É, prezado leitor. Você sabe bem do que eu estou falando. Nessa versão empobrecida da origem do capital, feita pela mídia tupiniquim, a riqueza capitalista teria origem no esforço, no espírito de poupança, na capacidade de inovar e acumular prosperidade por parte de alguns. Esses alguns são chamados de empreendedores. Mas temos que entender, afinal, o que eles querem é incutir o tal senso comum! Se você fizer uma busca de imagens no Google e colocar a palavra “empreendedor”, entre outras aparece esta imagem




Na verdade, o sentido que dão à palavra empreendedor é o que nós historiadores chamamos de exploradores, ou como diz Ellen Wood, empregadores de mão-de-obra[2]Mas o xis da questão é: como surgiram os empreendedores? Na explicação vulgar difundida por aí, foi o “espírito de poupança”, a combinação da prudência com o risco, que fizeram de alguns, os empreendedores. Quem não teve isso ficou como colaborador...

(Colaboradores são os explorados. Ou a classe trabalhadora, se você preferir. Mas eles chamam-nos de colaboradores)
Usando o mesmo método google:



Assim sendo, o mundo era repleto de colaboradores. Entre eles, surgiram aqueles que com seu espírito de poupança, iniciativa, inteligência e esforço, acumularam dinheiro e aí ficaram ricos, viraram empresários e assim nasceu o capitalismo. O capital como fruto do esforço individual e da capacidade. Que bonito, não é mesmo? É o que o professor Maurice Dobb criticou quando chamou esta versão de “história da perene ascensao da classe média”.


O nosso amigo Karl Marx, tantas vezes repudiado, atacado, perseguido e com suas ideias declaradas “mortas e sepultadas”, analisou e realmente ridicularizou essa maneira de explicar a origem do capital, que deu no advento do modo de produção capitalista. 


Na magistral obra O Capital, Marx dedicou um capítulo especial ao tema. No Livro 1, volume 2 de O Capital, o capítulo de número XXIV tem o singelo nome de A chamada Acumulação Primitiva. E o primeiro subtítulo é exatamente “O segredo da acumulação primitiva”. Me permita essa citação um pouco extensa, mas incisiva, de Karl Marx (os grifos em negrito são meus):

Vimos como o dinheiro se transforma em capital, como se produz mais valia com capital, e mais capital com mais valia. Mas, a acumulação do capital pressupõe a mais valia, a mais valia a produção capitalista, e esta a existência de grandes quantidades de capital e de força de trabalho nas mãos dos produtores de mercadorias. Todo esse movimento tem assim a aparência de um círculo vicioso do qual só poderemos escapar admitindo uma acumulação primitiva, anterior à acumulação capitalista (“previous accumulation”, segundo Adam Smith), uma acumulação que não decorre do modo capitalista de produção, mas é seu ponto de partida.   
Essa acumulação primitiva desempenha na economia política um papel análogo do do pecado original na teologia. Adão mordeu a maçã e, por isso o pecado contaminou a humanidade inteira. Pretende-se explicar a origem da acumulação por meio de uma estória ocorrida em passado distante. Havia outrora, em tempos muito remotos, duas espécies de gente: uma elite laboriosa, inteligente e sobretudo econômica, e uma população constituída de vadios, trapalhões que gastavam mais do que tinham. A lenda teológica conta-nos que o homem foi condenado a comer o pão com o suor de seu rosto. Mas, a lenda econômica explica-nos o motivo porque existem pessoas que escapam a esse mandamento divino. Aconteceu que a elite foi acumulando riquezas e a população vadia ficou finalmente sem ter outra coisa para vender além da própria pele. Temos aí o pecado original da economia. Por causa dele, a grande massa é pobre e, apesar de se esfalfar, só tem para vender a própria força de trabalho, enquanto cresce continuamente a riqueza de poucos, embora tenham esses poucos parado de trabalhar há muito tempo. Thiers, como toda a untosidade presidencial, defende a propriedade, servindo aos franceses, outrora tão espirituosos, essas puerilidades insulsas. Mas, quando está em jogo a questão da propriedade torna-se dever sagrado a defesa intransigente da doutrina infantil do abecedário capitalista, como a única legítima para todas as idades e para todos os estágios do desenvolvimento. É sabido o grande papel desempenhado na verdadeira história pela conquista, pela escravização, pela rapina e pelo assassinato, em suma, pela violência. Na suave economia política o idílio reina desde os primórdios. Desde o início da humanidade, o direito e o trabalho são os únicos meios de enriquecimento, excetuando-se naturalmente o ano corrente. Na realidade, os métodos da acumulação primitiva nada tem de idílicos.[3]


E não tiveram mesmo. Expropriação e proletarização de camponeses na Inglaterra durante a Idade Moderna; a ruína das corporações e do trabalho artesanal, substituído pela manufatura e o controle do capital sobre a produção; as mudanças no campo, com a dissolução dos entraves feudais e a privatização das terras; a colonização das Américas, da Ásia e da África; a especulação financeira, a usura, o açambarcamento, a especulação comercial, tudo isso contribuiu para a acumulação primitiva de capital.


Onde foi parar o ouro retirado das Minas Gerais durante o período colonial brasileiro, que custou a vida de milhares de escravos? Todos nós sabemos. E isso não tem nada de “espírito de empreendedorismo”.




Eu que não sou empreendedor e nem tenho compromisso com a ordem social do capital, espero que com essa postagem tenha contribuído para que você procure nas referências, ler mais sobre este assunto. E não entre na conversa fiada das revistas, telejornais e programas televisivos da grande mídia que vendem todos os dias a promessa do paraíso capitalista ao alcance de todos. Ou quase todos. O que não faltam são livros de auto-ajuda para que você chegue lá. 

Espero que você não entre nessa.                             


[1] VILAR, Pierre. A transição do feudalismo ao capitalismo.In: SANTIAGO, Theo. Do feudalismo ao capitalismo: uma discussão histórica/ organização e introdução. – 9ed. – São Paulo: Contexto, 2003, p. 41.
[2] WOOD, Ellen Meiksins. A origem do capitalismo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001.    
[3] MARX, KARL. O Capital – Crítica da Economia Política. Livro Primeiro – O processo de Produção do Capital, v. II. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1971, p. 828-829.  

coisinhas simples

Mantenho a porta fechada.

A qualquer brisa
noite ou sol quente

pode vir carregado no sopro
um demônio de olhar zombeteiro.

Esses senhores de toda verdade.

A porta trancada.
O trinco de marfim.

O mundo te convida
ao primeiro riso
à primeira dúvida.

O que se deve ter no olho
é muito sangue de pura poesia.

As plantinhas na varanda.
A luz acesa do banheiro.

Uma coisa se liga a outra
só os anjos bacanas
sabem disso.

Por exemplo:
os dois sanduíches
que agora me delicio.

Uma mordida
apressa tantas
ao mesmo tempo.

KRATOS, 2012


(uma livre adaptação do texto/poema de Eduardo Alves da Costa)

Na primeira noite eles se aproximam da minha casa - que é a minha cidade -, derrubam e queimam os pés de ipês, catolés, buritis e macaúbas que haviam no meu jardim e plantam Palmeiras Imperiais!


E eu não disse nada.


Na segunda noite, já não se escondem, queimam parte da floresta sem respeitar a flora e fauna nativas para transformar a área em luxuoso condomínio e, aproveitando o ensejo, tapam as nossas fontes para nos vender água mineralizada.


E continuamos calados.


Até que um dia, ao perceber a nossa fragilidade, submissão e medo,entram em nossa casa pela TV, nos oferecem algumas horas de entretenimento e nos paralisam dizendo que a partir de agora os “nossos heróis” devem ser escolhidos entre os Belos, Coloridos, Malhados ou Cabeças e que é proibido quaisquer outros questionamentos que não os que tratem dos prêmios que serão dados aos novos heróis nacionais que estão confinados e que nós os espiamos por horas a fio através do olho eletrônico de centenas de câmeras.


E emudecemos.


E se algum dia tentarmos falar de outras coisas, perceberemos que nos foi arrancada a língua e a palavra e que, agora, o nosso desejo e a nossa vontade passa a ser o desejo e a vontade dos que nos representam na câmara e na prefeitura. E não adianta espernear!

(Por que, então, esta implicância de querer saber QUANTO CUSTOU aos cofres públicos as Palmeiras Imperiais?)


Você vai votar em quem para ganhar 1,5 milhão de reais no BBB10?

Caro Baudelaire,

Muitos anos de minha vida
me embriaguei,
de loucura, de poesia,
de sexo, drogas e algum
rockenroll...
Mas o mundo seguiu seu curso...
o Tempo seguiu seu curso...

Vi que meu discurso não mudava o mundo...
e que se eu furasse meus olhos,
mudaria o mundo...

mas não furei
preferi mudar o foco
trocar a lente de minha kodak
cultivar o silêncio
e colecionar nuvens...

talvez o mundo não tenha mudado
(mas o que é o mundo se não o que
vejo e penso que seja o mundo?)

eu mudei,
e sigo mudando...
só a mudança é imutável

é mais fácil mudar...
parar, cansa...

(tudo se move num
moto contínuo
ad infinitun)

Virtude não embriaga,
nos faz transcender a condição humana

Poesia não embriaga,
nos faz co-autores da criação,

O Mundo é o que pensamos...
O Mundo não é o que pensamos...


(para Lupeu e Leonel)

Da covardia do anonimato - por Armando Lopes Rafael




Na coluna “Cariri”, publicada no jornal O POVO do último domingo, assinada pelo jornalista Tarso Araújo, consta a nota abaixo.

“DE VOLTA AO PASSADO
O reitor Plácido Nuvens reeditou portaria de 2008 abrindo mais uma sindicância contra alguns membros da administração anterior da Universidade Regional do Cariri. A primeira sindicância, conduzida por pessoas da confiança do novo reitor e sugerida pela Auditoria, teria agido de forma parcial, já que era totalmente dependente da atual administração. Segundo consta, não foi apurado nada de grave contra os gestores da administração passada. Agora, depois de quase três anos, a sindicância foi reinstalada. Vale lembrar que os relatórios da auditoria foram remetidos ao Ministério Público. Quando os acusados solicitaram o texto do relatório o atual reitor não atendeu ao pleito”.

Um gaiato – residente em Crato – e que se esconde sobre a covardia do anonimato publicou 3 (três) comentários sobre a coluna “Cariri” usando 3 (três) nomes diferentes, embora todas redigida pela mesma pessoa.

Como saber se é a mesma pessoa?
Pelo estilo? Não só por isso. Pelo fato de o número do IP (ou seja, o nº do computador ) é o mesmo: Número do IP: 201.65.88.18

Vejamos os comentários do anônimo covarde:
3.
“POR falar em zuada sonora, moro na pracinha do pimenta, vem uns filhos de papai ligam forró reboleichom nas alturas, é no bar da Gracinha e os carrões dos burgueses ficam no meio de uma curva com risco permanente...o demutrans, a polícia militar,o ibama, a semace foram lá e nada resolveram...observação o bar fica a um quarteirÂO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO CRATO, PROMOTORES ACABEM COM ISSO Q EU QUERO DORMIR PELO MEnos meia hora quando chego do trabalho, me ajudem promotores.
VIZINHO QUE NÃO DORME
Número do IP: 201.65.88.18
28/03/2010
12:00

-------
2.
“O bispo do Crato e o papa pop deviam pedir desculpas aos romeiros do meu padrinho pelo o q a igreja católica fez com o padre Cícero, esse papO furado de re - num sei o q - não adianta de nada, ele não vaaaaaaaaaaai voltar a celebrar missa,casar, cofessar ou batizar, um pedido de desculpa pelo papa basta, como o q ele fez pelos tarados pedófiloS da IrlaNDA...viva a mulher sem túmulo.....
UM ROMEIRO QUE QUER PERDÃO
Número do IP: 201.65.88.18
28/03/2010
11:44

-------
1.
“O PROF.PLÁCIDO DORMIU NO PONTO, TEM UM EX-PRÓ-REITOR DA INGESTÃO RESOG ( O CONHECIDO PROFESSOR COTOCO), entrou pobre tinha um Gol e morava num apartamento alugado pequenino, e saiu com uma casa de 140 mil, no piqui, e um honda civic de 80 mil, o salário em duas encarnações não compra nem finaciado, detalhe ele não casou com uma pessoa rica, não teve herança e nem ganhou no totolec, mas Mino.....
ESTUDANTE AFETADO
Número do IP: 201.65.88.18
11:33
--------------
Pobre anônimo. O jornalista e comunista Jader Carvalho – combativo profissional da imprensa e valoroso intelectual cearense do século passado – gostava de escrever que não respondia a anônimo.

E arrematava:

- Coitado...ou é um corno ou um veado...
Jader talvez estivesse coberto de razão.

Secretário de Meio Ambiente Nivaldo Soares fala sobre o Plantio das Palmeiras no Crato

Nota do Editor: Acompanhando os debates que têm sido realizados lá no Blog do Crato em relação a uma polêmica gerada por Luiz Carlos Salatiel e Wilton Dedê, em que questionam se as novas mudas de palmeiras que estão sendo plantadas não agrediriam a flora nativa da região, Dr. Nivaldo Soares, secretário de Meio Ambiente e Controle Urbano nos escreve sobre o assunto:

PROJETO DE ARBORIZAÇÃO/PAISAGISMO

Já dizia um mestre do paisagismo que a árvore é um poderoso símbolo, tão universal quanto ambivalente.

Em função dos comentários feitos neste blog sobre o projeto de arborização/paisagismo em execução em nosso município, informo aos comentaristas do assunto que as Palmeiras implantadas pelo projeto, não são da espécie Imperial.

É verdade que são exóticas, mas, adaptadas às nossas condições climáticas e de conformação bem diferente da Imperial, no que diz respeito, principalmente, ao porte. Enquanto a palmeira Imperial pode ir a mais de 30 metros de altura nenhuma das três espécies implantadas ultrapassam a altura de 10 metros quando atinge seu ápice de crescimento.

Em função do porte, espessura do caule, tipo de copa, folhas, ausência de frutos, ausência de princípios tóxicos, resistência a pragas e doenças, tolerância a poluentes e de aeração do solo, as espécies utilizadas no projeto apresentam características apropriadas para ruas, avenidas, canteiros centrais, rotatórias e espaços livres onde estruturas arquitetônicas e paisagísticas possam ser contempladas sem maiores dificuldades por serem colunares.

São apropriadas ainda, para espaços pequenos ou estreitos com presença de equipamentos urbanos como rede telefônica subterrânea, instalações hidráulicas e sanitárias, devido apresentarem sistema radicular pequeno e fino (fasciculado), e se encaixarem de forma harmoniosa, embelezando e valorizando ambientes mais diversos.

É verdadeira a afirmativa que devemos priorizar as espécies nativas, quando da arborização urbana, porem, temos que primeiro observar aspectos como, largura das ruas, largura das calçadas, altura das edificações, estilo das edificações, altura da fiação elétrica, todo o sistema hidro-sanitário, tipo de pavimentação, muros, postes de iluminação, natureza do trafego, entre outros. No caso especifico da sede do município do Crato, todos estes aspectos, salvo algumas exceções, se apresentam de forma impróprios ao uso das espécies nativas disponíveis, pois as mesmas apresentam porte (altura e espessura do caule) muito elevado, raízes muito volumosas e galhos que se quebram com facilidade.

Por fim, informo que o projeto em foco foi elaborado no final de 2008 pela Secretaria de Infra-estrutura do Município e tem como técnico responsável o Dr. Ricardo Marinho, um dos nomes mais reconhecido na área de paisagismo do nosso Estado.

Nivaldo Soares
Secretário de Meio Ambiente de Crato

Banda NightLife no Pink Floyd Bar - 3 de Abril, 21:00

Horário: 3 abril 2010 às 21:00 a 4 abril 2010 às 4:00
Local: PINK FLOYD BAR
Organizado por: Kaika Luiz
Descrição do evento:
Festinha bacana pra animar a nossa Semana Santa, dia 3 de abril, a partir das 21h, no Pink Floyd Bar, com as seguintes atrações:
BAIXA GRAVIDADE
DJ DICK
BANDA NIGHTLIFE

Programa Instrumental & Qual - O Som da Terra nº 7 recheado de sons brasileiros



Todas as quartas-feiras, das 14 às 15 horas, os aficionados por música instrumental têm encontro marcado com o Instrumental & Qual – O Som da Terra, programa especializado no ramo, cuja característica é a diversificação no tocante a gêneros, ritmos, tendências e origens. Mas, cada vez mais, o programa dá destaque à música brasileira por acreditar na excelência dos compositores e músicos aqui surgidos. Das quinze músicas selecionadas para o programa desta quarta, dia 31 de março, nada mais nada menos do que onze são brasileiras ou executadas por músicos brasileiros. Isso é apenas um dos sintomas que indicam que a música brasileira é uma das mais ricas e apreciadas do mundo.

Salve o Brasil! Salve a música brasileira!


Roteiro musical
1. Abertura: Head For Backstage Pass (Wilbur Bascomb), com Jeff Beck
2. Honeysuckle Rose (F. Walter e A. Razart), com Toots Thielemans
3. Saudade da Bahia (Dorival Caymmi), com Raul de Barros
4. Mestre Bimba (Luiz Eça, Bebeto e Hélcio Milito), com Michel Legrand
5. La Mer (C. Trenet e Bretton), com Ray Conniff
6. Pedacinho do Céu (Waldir Azevedo)
7. La Cumparsita (Paulo Moura)
8. Asa Branca (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira), com Orquestra Tabajara
9. Água de Beber (Tom Jobim e Vinícius Moraes), com Quarteto Maogani
10. Perto do Céu (Ulisses Rocha)
11. Amigo (Lula Cortes e Lailson)
12. O Passeio da Boa Vista (Dado Villa-Lobos e Renato Russo), com Legião Urbana
13. Malacaxeta (Pepeu Gomes), com Pepeu e Armadinho
14. Maria Bonita (Agustin Lara), com Orquestra Super OARA
15. Encerramento: Mr. Funky Samba (Jamil Joanes), com Banda Black Rio

O programa Instrumental & Qual é transmitido às quartas-feiras, às 14 horas, pela Rádio Educadora do Cariri AM 1.020 e Internet (cratinho.blogspot.com), e retransmitido pela Web-Rádio Chapada do Araripe (http://www.chapadadoararipe.com/), às sextas-feiras, 21 horas.

Fique ligado!

Ficha Técnica
O programa Instrumental & Qual – O Som da Terra é uma produção das Officinas de Cultura e Artes & Produtos Derivados (OCA) e revista virtual Cariricult, com apoio do Centro Cultural Banco do Nordeste em parceria com a Rádio Educadora do Cariri AM 1.020.
Redação e programação musical: Luiz Carlos Salatiel, Dihelson Mendonça e Carlos Rafael Dias.
Apoio logístico: Guilherme Farade e Amilton Som - CDs, DVs e Acessórios.
Apresentação: Carlos Rafael Dias.
Operador de Áudio: Iderval Silva.
Operador de transmissão: Iran Barreto.
Gerente do Centro Cultural Banco do Nordeste Cariri: Lenin Falcão.
Diretor da Rádio Educadora do Cariri: Geraldo Correia Braga.

Sol escaldante, políticos arredios


(foto: Google)

Pedro Esmeraldo

Cremos que estas constantes preocupações do nordestino são causadas pelas inclementes secas periódicas que consistem em modificar o clima em fatores adversos, causando desequilíbrio financeiro e morais e acarretando mal estar no comportamento do cidadão.

Ainda hoje, os nossos governantes não tentam equilibrar o homem ao meio ambiente, sem trazer novas perspectivas ao trabalhador e sem criar metas satisfatórias a fim de enquadrar o trabalhador na modernidade, forçando o equilíbrio de forças propulsoras, composição intermediária, empurrando o homem para que crie coragem de enfrentar uma agricultura irrigável que lhe facilitará a força do amor ao trabalho.

Infelizmente, ainda não fomos compreendidos por esses políticos que nada fazem a não ser provocar dissabores, impedindo o trabalhador de enfrentar a luta cotidiana.

Seria melhor que esses políticos estimulassem a agricultura para que possam dá condição ao meio rústico do homem rural, ensinando combater as dificuldades climáticas a fim de produzir produtividade favorável, amoldando o homem ao ambiente sombrio para conviver dignamente com a seca, igualando-o ao grande produtor, contornando por uma irrigação que faça jus às grandes secas com muita ênfase a força dos alimentos agrícolas, tornando nesses sertões adustos.

Ocorre que, desde épocas memoriais, observamos uma agricultura ineficaz que faz afugentar o homem do campo em procura das cidades, transformando a sua vida e tem medo de enfrentar com dignidade o trabalho agrícola. Observamos que os políticos não procuram solucionar os problemas, já que deixam correr frouxo o comportamento dos agricultores, não dando nenhuma solução satisfatória.

Evidentemente, é preciso ordenar ao homem que seja duro em suas ações e venha solicitar melhores aquisições tecnológicas para que possa fixar o homem a terra, dando curso de capacitação, apreciando o trabalho tecnológico com mais empenho.

Para se ter uma ideia, ultimamente, não observamos o aproveitamento das águas dos pequenos açudes públicos que seriam a melhor solução para praticar a irrigação, favorecendo a uma agricultura mais bem aproveitada, introduzindo variedade plantas gramíneas para alimentação do gado que nos aliviará por uma produção satisfatória que venha enaltecer o homem numa sociedade autêntica, favorecendo emprego e rendas.

Aqui no Crato, há muito tempo, lutamos pela construção do açude Tomaz Orterne, pensando que traria melhores dias, à produção bem elevada através da irrigação. Puro engano! Notamos que esse açude, apesar da boa vontade do DNOCS, não despeja suas águas para o aproveitamento agrícola; pasmem senhores, essas águas não são aproveitadas devido a ignorância do homem e a falta de atividades das autoridades.

Temos desconfianças que esse descaso é proveniente da falta de apoio moral dos políticos e não há boa vontade de produzir, pois deixam de lado o trabalho agrícola para virem se aglomerar nas favelas urbanas, sem nada produzirem caindo na ociosidade e caminhando para o vício da embriaguez e das drogas.

Crato, 25 de Março de 2010

segunda-feira, 29 de março de 2010

Quem se plantem muitas espécimes no nosso solo. - Por José do Vale Pinheiro Feitosa

Das palmas. Monarcas ou Republicanas tudo já se disse. Até das relações edafo-climáticas. Todos sentimos a plenitude do tema. De como na internet passeamos em cada nota. Em cada parágrafo. E aí forma-se uma dodecafonia, em que cada parágrafo merece a devida desenvoltura. A contar o gosto por cada tema evocado na tessitura do discurso.

Como membro pleno desta riqueza que só pode brotar nestas terras úmidas da chapada do Araripe, eis-me agarrado a uma nota. O gosto cearense pela moda. Gosto por aquilo que é moda. O gosto pela imitação. Aliás desconfio que o Banco do Nordeste deve ter se tornado proprietário ou sócio de um banco de espécimes da Palma Imperial.

Não é de agora. A entrada triunfal de muitas cidades nordestinas era feita com estas palmas. Era uma era das alamedas imperiais, um tanto perfiladas para uma espécie de desfile da Nova Roma nas Américas. Aliás uma das mais curiosas cidades nordestinas é Rio Tinto, na Paraíba. Na entrada a arquitetura de tijolos aparentes, todos avermelhados do que foi, no idos de ouro, a tecelagem da Casas Pernambucana: no ladear da via as belas palmeiras imperiais.

Quase me esqueci do Banco do Nordeste. Na região do litoral o Banco finaciou vários empreendimentos de plantio de côco, incluindo centros de beneficiamento e até mesmo granjas. Em todos eles o frontal que acompanha o empreendimento é inteiramente de Palmas Imperiais.

Aliás nós, os transeuntes entre Crato e Juazeiro nos lembramos dos Eucaliptos já desaparecidos de um lado da fronteira e as Palmeiras Imperiais que murcharam entre um deslize e outro não. O tema é antigo entre nós.

Aliás como é antigo imitar, padronizar, repetir, numa monotonia ou melhor dizendo numa atonalidade medíocre como o é o forró eletrônico. (Dihelson desculpe o gosto pela palavra: sei que não são atonais, apenas mediocre e repetitivas). E a questão não é da espécie alóctone ou autóctone, é outra, pois o aterro do Flamengo do festejado Burle Marx é puro transplante intercontinetal de espécimes. A questão é bem essa que o Dihelson revelou.

O gosto daquela aliança entre os "Árabes de Fortaleza" e a elite "Que-fala-Inglês de Sobral" em padronizar o Ceará inteiro. Será que algum panfleto da Encetur um dia venderá no sul maravilha as delícias das palmeiras imperiais em todo o território do Ceará? Nada contra plantar árvores.

Nada mesmo. É plantar mesmo que necessitamos. Inclusive plantar o gosto pelo exame das questões, por ser ouvido e dizer o que se acha. De outro modo acham por agente. É sempre melhor esta nossa exuberância argumentativa do que o "sim senhor" do "raquitismo mestiço do litoral". "O sertanejo é, antes de tudo, um forte."

Engenheira Florestal fala sobre o Plantio das Palmeiras Imperiais no Crato


Para quem não pôde acompanhar o desenrolar do assunto no Blog do Crato, transcrevo aqui a opinião de uma especialista, Engenheira Florestal que mostra que as novas árvores do Crato podem conviver em perfeita harmonia com as demais existentes. E logo mais, a palavra do Secretário de Meio Ambiente a respeito da polêmica gerada em torno das novas mudas, mostrando que o projeto desde o início, foi acompanhado por técnicos e Engenheiros, e que foi uma coisa planejada, e não feita a esmo, como alguns querem passar erroneamente para a opinião pública...

Nota do Editor: Respondendo à polêmica gerada pelo Luiz Carlos Salatiel e pelo Wilton Dedê em outra postagem, dizendo que o plantio das Palmeiras Imperiais teriam agredido o meio ambiente nativo, fomos procurar o embasamento técnico de uma especialista, Engenheira Florestal que conhece bem o nosso habitat, Rosemary Borges Xavier formada na Universidade Federal do Pernambuco, que assim se expressa a respeito:

Dsc04574Olá pessoal meu nome é Rosemary Borges Xavier, sou de Recife, e estou participando deste blog ha poucos dias. Sou formada em Engenharia Florestal-UFRPE, não estou exercendo no momento as funções, mas foi muito boa a indagação de Luiz Carlos Salatiel, do porque se ter plantado Palmeiras Imperiais, nos jardins ao invés de espécies nativas, aqui não estou nem colocando a questão do custo das mudas, e sim se as palmeiras são bem adaptadas às condições edafo-climáticas, ou seja, relação solo-clima. Vocês podem até me questionar sobre estas condições e eu vos respondo: São dentro destas que se encontram os fatores edafo-climáticos que se faz necessários existam para se promover o plantio de uma determinada espécie. Então eu posso citar alguns destes fatores como sendo preponderantes ao plantio, deve-se levar em consideração quanto ao fator edáfico o tipo de solo (arenoso ou argiloso ou argilo-arenoso), a quantidade de nutrientes presentes neste, pois a planta por si só não consegue produzir seu próprio alimento e ainda ter que alimentar o solo, sendo este o local onde ela se fixa (ás vezes até brinco em determinadas situações dizendo que planta devia ser como nós, quando o perigo se aproxima temos os pés ao nosso favor). Portanto, se os nutrientes ali não se encontram presentes, somos nós que temos que fornecer, na proporção correta. Quanto aos fatores climáticos; devemos considerar a temperatura (tem espécies que quando transplantadas de um ambiente a outro não sobrevivem, para isto se fazem testes em laboratórios
dentro dos viveiros onde são produzidas as mudas), a precipitação (se chove pouco ou muito este fator vai influenciar tanto no desenvolvimento quanto na permanência da espécie ( e mais uma vez aqui são feitos os testes, colocando-se retirando-se a água dentro do que se espera acontecer), a umidade outro fator importante para se saber se dará certo ou não o plantio ( espécies que não vão se adaptar a umidades altas ou baixas nem é bom se escolher), a luz também é muito importante pois existem espécies tolerantes e as intolerantes a luz (solar é claro). São vários os fatores, aqui foram colocados apenas alguns. Compreendo sua preocupação em arborizar os jardins com espécies nativas, o bom mesmo é isto, mas às vezes se pode fazer plantio mistos (ou consorciados), que dão certo, pois estamos tratando de arborização e paisagismo, ou seja criar um ambiente agradável a visitação. E posso garantir que na citação de Dihelson quanto a plantar espécies frutíferas nos jardins é válido, por que o que agradam as pessoas não são apenas as belas folhagens, o abrigo às intempéries, os aromas das flores, a presença de pássaros e outros animais de pequeno porte. As espécies frutíferas não devem ficar apenas nos pomares, porém não é em qualquer lugar que se pode plantar uma árvore frutífera, pois devemos considerar os transeutes, estas não devem ficar próximas aos bancos das praças, em calçadas não se aconselha, principalmente se os frutos são grandes. E posso garantir que nem sempre uma espécie exótica traz danos ao ambiente, o que se deve considerar são estes fatores citados, dentre outros, pois as plantas tem uma capacidade de se adaptar bem a um novo meio, isto se este ainda oferecer o que é necessário para que esta adaptação ocorra; pois há situações em que ocorreu um grande desequilíbrio na área, esta foi tão degradada (mas este é um novo tema muito relevante e que não se percebe muita discussão, aliás no Brasil poucos se preocupam em recuperar o que destruiu, a não ser quando se trata do próprio interesse, ou seja ou vou reflorestar o que eu tirei para repor meu estoque, há casos em que a ação antrópica do homem não se reverte nem com “reza braba”, nem você tendo as melhores espécies, tendo o melhor clima, as plantas conseguirão se estabelecer, mas se não for este o caso, é só conhecer os fatores edafo-climáticos e as características das espécies, que se conseguem plantar espécies exóticas e nativas e elas “vivem em perfeita harmonia”. Hoje tudo o que não é nativo é exótico, e nem precisar ser de outra região (país, estado ou município), se soubéssemos e tivéssemos a preocupação de cuidar do planeta (nossa casa), como cuidamos exatamente da nossa, seguramente não estaríamos aqui debatendo sobre se foi correto ou errado o Governo realizar um projeto de plantio de espécies exóticas no lugar das nativas, por que as nativas estariam ai. Quanto a colocação de Dihelson em relação a se plantar as palmeiras que já atingiram uma determinada altura, isto não tem a menor importância, por que? pois as espécies antes de chegar ao seu habitat, passam por um período de vida nos viveiros e de lá já saem prontas para seu novo ambiente, geralmente uma palmeira imperial chega a atingir na fase adulta cerca de 30m, e mesmo assim ela pode ser transplantada de um lugar para outro, quando então fazia o curso está prática ocorreu, foram retiradas duas palmeiras imperiais que estavam ao lado do Teatro de Santa Isabel e plantadas próximo ao hospital esperança que fica na Ilha do leite, os bairros citados são de Recife-PE, mas aconteceu de uma apenas uma sobreviver ao novo ambiente, então, uma com 2 ou 5m, ainda está na fase "juvenil", portanto é apenas uma muda. Para concluir: vamos plantar árvores, nos jardins das nossas casas, nas praças pra nosso lazer, nas calçadas das nossas casas, enfim pelo mundo afora, imaginem vocês se cada um de nós habitantes do nosso país com aproximadamente 200 milhões, plantássemos uma árvore por mês, ao longo dos nossos dias de vida, quantas já iríamos deixar, para as gerações futuras? Agora culturalmente falando, estas gerações teriam muito o que agradecer por este legado. Afinal, preservar e conservar o ambiente que vivemos deveria fazer parte da cultura de todas as nações.

Dsc04602


Rosemary Borges Xavier
Engenheira Florestal
Blog do Crato - www.blogdocrato.com - O Crato na Internet

Cratinho de Açucar, tijolo de buriti, das macaúbas e catolés? Não mais.


A seguir, transcrevo -com os devidos comentários- a polêmica gerada no blog do Crato a partir da minha postagem que questionou as Palmeiras Imperiais "alienígenas" que invadiram os parques, jardins, canteiros na beira dos trilhos, praças, etc. e que chegam a quase 2000 mudas (e surdas) jovens, importadas não se sabe de onde, que não se sabe quanto custou aos cofres públicos.

Serão menos nobres as macaubeiras, os catolezeiros, os buritizeiros e carnaubeiras?

A POSTAGEM: Dia da árvore: que árvore?

Quem quer que seja, me responda o por quê da Prefeitura plantar Palmeiras Imperiais (Roystonea oleracea)nos jardins do Crato? De quem é a brilhante idéia? O que a nossa região tem a ver com Palmeiras Imperiais? Que tipo de projeto identificou a necessidade?Quanto custou aos cofres públicos a façanha? Quem, em sã consciência, faria o mesmo em propriedade particular com o dinheiro saindo do seu próprio bolso? Onde estão as nossas árvores nativas ornamentais que não agridem o nosso meio ambiente? Seriam as Palmeiras Imperiais um prenúncio do retorno de um período monárquico (veja abaixo)?Ou, por acaso, Dom Sebastião estaria de volta?

Logo nós daqui, que brigamos com a monarquia desde a mais tenra idade!

DA WIKIPÉDIA:
Segundo Roseli Maria Martins D’ Elboux, mestre em História e Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo, o plantio das palmeiras imperiais se tornou comum no Rio de Janeiro em meados do século XIX, diante da “necessidade do fortalecimento simbólico do II Império". Pode ser procedente a história segundo a qual as sementes da palmeira imperial foram distribuídas aos súditos como sinal de proximidade ou lealdade ao poder central, e tenha assim se tornado o "simbolo do Império". "Desse modo, depois de alguns anos, a espécie vincula-se definitivamente à imagem do poder monárquico, à idéia de nobreza, distinção e classe"

Postado por LUIZ CARLOS SALATIEL às 22:58

REAÇÕES: 22 comentários

Dihelson Mendonça disse...

Salatiel, o projeto é do Governo do Estado, mas não vejo mal algum em se plantar qualquer tipo de árvore em nossa cidade. A Razão da Escolha pelas palmeiras é pelo fato delas serem transplantadas grandes, com mais de 3 metros a 5 metros de altura, portanto, ganhando um tempo precioso. Foram plantadas cerca de 2000 árvores.

Não tem sentido plantar mangueiras nem Bananeiras em pleno largo da RFFSA.

Toda árvore é boa, faz bem. Não é por plantar as palmeiras que estaremos agredindo o meio ambiente. Muito pelo contrário. Nãoplantar, não reflorestar, é que agride o meio ambiente.

Abraço,

Dihelson Mendonça
24 de março de 2010 01:29


Dedê disse...

Errado amigo Dihelson,

Salatiel está coberto de razão. Até porque na nossa flora não existem só bananeiras e mangueiras(que seriam bem vindas). O plantio de arvores que não fazem parte da flora local agride sim. A própria chapada do Araripe está poluída por plantas conchecidas por "invasoras". Este é o entendimento cientifico. Plantar árvores é uma ação louvável. A escolha do tipo de árvore pode não ter tido a melhor opção e pode não ter sido a opção apresentada pela Prefeitura do Crato. O certo é que faltou "planejamento". Com a palavra o Dr. Nivaldo que ano passado plantou "Braunas".

PS_ Sugiro que voce procure um especialista que possa postar uma matéria aqui no Blog sobre o assunto. O esclarecimento seria interessante para todos nós.
24 de março de 2010 08:30

Dihelson Mendonça disse...

Meu Caro Dedê,

Vou me certificar com algum expet no assunto e tentar trazer aqui uma reportagem sobre o porque das Palmeiras e a sua ação tão "Danosa" ao Meio Ambiente. Em que essas Palmeiras poderiam danificar o Emio Ambiente ? Da mesma forma que trazer um Cão Labrador para morar no Crato afetaria os cães Pés Duros que aqui residem ?

Abraços,

Dihelson Mendonça
24 de março de 2010 09:10


LUIZ CARLOS SALATIEL disse...

Sem apelação, Dihelson. Você é uma das pessoas mais inteligentes que conheço e não pode se fazer de cego para esta situação. Por quê, rapaz? Por que então você combate tanto o forró eletrônico? Ele não faz mal algum a qualquer outro tipo de música (dentro dessa lógica sua do Cão Labrador X Pé Duro)! Há boatos de que cada muda de Palmeira custa aos cofres Públicos uma bagatela de 1.200 reais. É verdade? É bom até que se acione um procurador público para fazer tal levantamento.

Um grande abraço, com respeito.
24 de março de 2010 10:24

Dihelson Mendonça disse...

Amigo Salatiel,

Não vamos confundir alhos com bugalhos. Vocêpode até ter razão em algumas partes do seu questionamento, por exemplo, quanto custa aos cofres do Estado cada muda de planta, que precisaria ser averiguada, mas no tocante ao Forró Eletrônico, ele causa SIM muito mal às pessoas.

Primeiro, que quem escuta o Forró Eletrônico não tem o menor respeito à pessoa humana. Querem empurrar aquela porcaria ouvido adentro das pessoas, como se nosso ouvido fosse Penico. Não sabem ouvir só pra eles, como quem tem educação e gosta de outros estilos musicais.

Você jamais vai ouvir alguém com um carro de Som estrondoso percorrendo as ruas da cidade tocando música Clássica, Chorinhos, MPB, Jazz, e até Rock. Porque? Porque essas pessoas tem formação educacional e cultural.

Já esses "miseráveis" que gostam do Forró eletrônico não tem. Na verdade, Forró Eletrônico é o subproduto tóxico de uma sociedade decadente, que não teve oportunidade de ter contato com a Arte nem com as diversas atividades culturais humanas. O Forró eletrônico representa o que há de mais Vil, mais PODRE, mais INFAME, o grau mais baixo de Irracionalidade a que o Ser Humano foi submetido por uma mídia Filha da Pu.... que está interessada apenas em ganahr dinheiro fácil, às custas de uma Legião de Imbecis no Rádio falando CARIOQUÊS, como esses locutores idiotas da Rádio princesa, Rádio Tempo e etc...

Abraços,

Dihelson Mendonça
24 de março de 2010 11:16

Dedê disse...

vou esperar um melhor argumento

24 de março de 2010 11:16

marcio soares sampaio disse...

Vôte que crato esquisito se nao plantam arvores, reclamam. se plantam, reclamam vai entnder

assinado Marcio sampaio
24 de março de 2010 11:56

Armando Rafael disse...

– 1 –

Caro amigo Luis Carlos Salatiel:

Confesso – e confesso sinceramente – que não consigo entender a ojeriza que você tem pelo tema: Monarquia. E não compreendo porque você é uma pessoa generosa (tenho testemunha disso em relação a membros da minha família) além de viver em paz com a vida...

Daí a minha estranheza por seu pensamento contrário ao plantio de um dos mais belos espécime da flora brasileira: a Palmeira Imperial (Nome Científico: Roystonea oleracea)
.
Daí meu espanto com o seu desabafo: “Logo nós daqui, que brigamos com a monarquia desde a mais tenra idade!”...

Mas, confiando na sua inegável e sempre reconhecida benquerença permita-me fazer uma defesa (da árvore e da Monarquia) não com o intuito de convencê-lo, pois sei que o seu ódio ao tema monarquia provém da mais tenra idade, mas unicamente para que esse traço tão forte da cultura brasileira não tenha um “enterro de indigente” na sua postagem que eu – além de respeitar – defendo os eu direito de manifestar suas preferências.

24 de março de 2010 13:29

Armando Rafael disse...

– 2 –

Isto posto, meu querido Salatiel, permita-me lembrá-lo de que o Brasil foi Monarquia por 389 anos (quase 4 séculos) –ou seja, de 1550, chegada dos portugueses, até 1822, quando nossa pátria se declarou independente pela gesta histórica de Dom Pedro I – e que só somos “República” (graças ao golpe militar de 15 de novembro de 1889) – há apenas 121 anos, pouco mais de um século. Não se consegue destruir 4 séculos na vida de um povo que só tem 5 séculos de existência. Daí porque a cultura brasileira é profundamente impregnada das coisas da Monarquia. Lembra-se daquela Escola de Samba do Rio de Janeiro que foi campeã com o tema: “Saudades dos Tempos Imperiais”?

(Por falar em escolas de samba, até nos nomes elas comprovam o que eu afirmei: Imperatriz Leopoldinense, Império Serrano, etc....)

Ainda hoje – aqui e agora – quando queremos dizer que uma coisa é boa recorremos à comparação com os tempos da Monarquia: Se uma pessoa se destaca merece o título de “rei” ou “rainha”: Rei Pelé, Rei Roberto Carlos, Rei do Baião.O que dizer do “Rei da Feijoada”, do “Império das Peças”, da “Rainha da Exposição”, “Rainha dos Baixinhos”, da Rainha do Colégio, do Colégio Pequeno Príncipe, da Rádio Princesa, dentre milhares de outros títulos que permanecem no imaginário popular como algo de qualidade?

24 de março de 2010 13:30

Armando Rafael disse...

– 3 –

Além do mais estimado Salatiel, como obscurecer que a Monarquia é a Forma de Governo mais evoluída do mundo, onde existem excelentes índices sociais, onde a corrupção é punida, onde existe mais liberdade, onde os serviços públicos funcionam, onde os direitos humanos são respeitados, a que melhor adaptou-se aos anseios populares? A Monarquia é a Forma de governo da Suécia, Noruega, Dinamarca, Holanda, Espanha, Inglaterra (e por extensão da Austrália, Canadá, País de Gales, Escócia), Japão, Bélgica, Luxemburgo, dentre outros. Dentre as 25 nações de mais elevado nível de vida no mundo, 18 são monarquias.

Para finalizar, meu caro Salatiel: É preciso mais que uma interpretação do passado - mesmo que ela seja um elemento essencial do processo - para que se possa estender sua sombra sobre o presente de forma duradoura. É preciso explicitar como a sociedade imperial foi capaz de produzir uma imagem tão forte de si mesma, que ainda permanece presente na consciência coletiva dos brasileiros.

Com a consideração, amizade e respeito de sempre,

Armando Lopes Rafael
(assumidamente monarquista e que não tem objeção por quem prefere a República)
24 de março de 2010 13:30

Armando Rafael disse...

No tópico 2 considere correto o abaixo:

"O Brasil foi Monarquia por 389 anos (quase 4 séculos) –ou seja, de 1550, chegada dos portugueses, até 1889,quando um golpe militar (o primeiro de uma série que veríamos na República) derrubou o Império do Brasil".

24 de março de 2010 13:35

Roserlândio disse...

Bem, entrando no rol do processo de discussões, que não é inquisitorial - vale realsar, e, em princípio como "monarquista constitucional"-, perguntei-me sobre a opção feita pelos responsáveis pelo projeto urbanístico de nossa cidade em torno da "palmeira imperial". Creio que nossa cidade e região precisam de plantas ornamentais (e em algumas áreas, também frutíferas)nativas também do Brasil, por exemplo o Ipê. Obviamente esse tipo (como creio que a palmeira imperial) não combina bem com os trilhos do metrô. É bom pensarmos nisso e discutirmos pois logo seria bom darmos as nossas sugestões em vista da reforma das praças.

24 de março de 2010 14:19
Roserlândio disse...

Por fim, a palmeira imperial, como outras plantas ornamentais, podem e devem ser utilizadas (em menor número) em determinadas áreas de nossa cidade.


Roserlândio
24 de março de 2010 14:23
Anônimo disse...

O Sr. Armando Lopes Rafael pode até ter razão no tocante às razões da manutenção dos valores do período monárquico no imaginário do brasileiro de hoje. Mas ele equivocou-se no tocante a uma data:

O Brasil foi descoberto foi em 1500!!!

Maria Cecília Bezerra
rua Nossa Senhora do Carmo, 102
Franciscanos - Juazeiro
24 de março de 2010 14:26

LUIZ CARLOS SALATIEL disse...

Armando,

Meu sangue é totalmente plebeu e,em regime monárquico, como artista que sou, no máximo terei uma vaga como Bobo da Côrte.

Mas, respeito e admiro sua defesa. Agora que precisamos questionar alguns desmandos de governos em quaisquer de suas instâncias, devemos sim.

Quando me referi a nossa "querela" com a monarquia é tão somente pelo passado histórico que a cidade tem.

Rei, na minha vida, quando muito admito, somente Deus.

Um grande abraço, fraternal.

24 de março de 2010 17:10
Dihelson Mendonça disse...

Então, parece que o problema das Árvores é IDEOLÓGICO ?

Porque o Salatiel não gosta de Monarquia, e as Palmeiras imperiais o remetem ao período do império, como ele disse em seu texto:

"Seriam as Palmeiras Imperiais um prenúncio do retorno de um período monárquico (veja abaixo)?Ou, por acaso, Dom Sebastião estaria de volta? Logo nós daqui, que brigamos com a monarquia desde a mais tenra idade!"

Bem, se o problema TAMBÉM é de natureza ideológica, essa parte nós infelizmente, não poderemos resolver.

Abraços,

Dihelson Mendonça
24 de março de 2010 17:47

Carlos Rafael Dias disse...

Acredito que as plantas, assim como as pessoas, podem se radicar em qualquer local, bastando se adaptar ao meio. Ademais, esse tipo de palmeira é chamada imperial por mero capricho dos homens. Ela poderia ser chamada de palmeira republicana sem que isso fosse um demérito Lembro ainda que a serigueleira não é uma planta nativa, mas se adaptou bem na nossa região e hoje é cultivada com fins econômicos.

24 de março de 2010 18:08
Dihelson Mendonça disse...

O Argumento do Carlos Rafael é EXCELENTE. A própria Siriguela não é uma planta nativa da nossa região, e se adaptou muito bem. E o Pequi ? Temos Pequi em Minas Gerais e em outras regiões. O mundo é um canteiro. O Cariri já foi até mar! O que é nativo e o que não é nativo ? Nativos mesmos, nem seriam os Índios Kariris a bem da verdade. Ou deveríamos expulsar todos nós daqui, porque somos os maiores Intrusos ao meio ambiente!

Abraços,

Dihelson Mendonça
24 de março de 2010 18:24

Armando Rafael disse...

Maria Cecília:

Você está certa.

Desculpe meu equívoco, fruto da pressa.

O Brasil foi governado pela forma monárquica de 1500 (data do descobrimento) até 1889 (data do golpe militar que implantou o regime republicano) = 389 anos.

Já a "ré - pública" foi instaurada pelos militares em 15 de novembro de 1889 e perdura até hoje, portanto há 120 anos.

25 de março de 2010 00:49

Armando Rafael disse...

Fui um dos que elogiou a iniciativa do Governo do Ceará/Prefeitura de Crato em plantar árvores adultas nesta cidade.

Para mim qualquer árvore plantada é importante. Gostei muito quando vi algumas Palmeiras Imperiais plantadas à margem dos trilhos, nas proximidades do viaduto que dá acesso a Juazeiro do Norte.

As palmeiras são muito importantes na história do Brasil, que já foi conhecido como Pindorama, por conta dessas plantas. Elas têm função ambiental e na alimentação da fauna.

Paisagisticamente, criam um belo cenário. Não à toa, que Burle Marx criou o termo da "Marcha das Palmeiras". A maioria das palmeiras que vemos no Nordeste não são nativas desta região.Por temos uma diversidade imensa de palmeiras por aqui.

Segundo os engenheiros florestais, as palmeiras são ideais para praças e parques, mas não devem substituir outras espécies na arborização urbana. Isso porque nesse ponto precisamos de árvores que tenham sombra e contribuam para amenizar o clima. Noutras palavras, as palmeiras contribuem para embelezar as cidades, embora não devam ser as únicas árvores utilizadas para a arborização.