TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

O "GENOCIDA" - José Nilton Mariano Saraiva

Que o pernambucano Nelson Rodrigues foi uma proeminente figura do nosso jornalismo e um dos “experts” na dramaturgia brasileira, nenhum brasileiro em sã consciência tem qualquer resquício de dúvida (para tanto, é só “espiar o cardápio” de obras-primas de sua autoria).


O que pouca gente sabe é que Nelson Rodrigues incorreu numa atitude reprovável e imperdoável (em qualquer época ou ambiente), quando anunciou como se de sua autoria fosse a celebre frase... “se os homens de bem tivessem a ousadia dos canalhas, o mundo estaria salvo”. 


Na verdade, ele apenas remodelou (plagiou ou tomou emprestada sem pedir licença) a frase original, do escritor e primeiro-ministro britânico Benjamim Disraeli (século XIX), que havia dito: “o momento exige que os homens de bem tenham a audácia dos canalhas” (trocou-se “audácia” por “ousadia” o que, no frigir dos ovos, dá no mesmo).


Mas, independentemente do plágio (ou roubo intelectual) nunca ter sido denunciado, já que para Nelson Rodrigues convergiram todos os créditos, o fato é que, além de terrivelmente semelhantes (lato sensu), as duas versões se aplicam e encaixam como uma luva no atual momento brasileiro.

 

É que, com a chegada ao poder de Jair Bolsonaro, um desqualificado e inexpressivo deputado integrante do baixo clero da Câmara Federal (ambiente onde pululam o que há de mais abjeto e deprimente em termos de moralidade e honestidade) findou por vir à tona um “modus operandi” quadrilheiro digno da máfia italiana.

 

Comprovadamente ligado a “milicianos” de alta periculosidade (da sua cidade natal, Rio de Janeiro, um dos quais preso pela morte da vereadora Marielle Franco, a mando de alguém), Bolsonaro joga pesado e sem medir consequências, tanto que os generais mercenários dos quais se cercou desde que assumiu o trono se pelam de medo em sua presença e se deixam humilhar publicamente e sem nenhum constrangimento (aliás, como são fracos esses milicos). 


Despreparado, aético e analfabeto (em qualquer tema), Bolsonaro usa a “grossura” e o “falar alto” como uma espécie de inexpugnável blindagem para esconder suas amazônicas limitações (quer intelectuais como de caráter) conforme demonstrado restou na famosa reunião ministerial realizada no mês de abril, posteriormente veiculada pela mídia. 


Pretenso defensor do combate à corrupção, na realidade é um corrupto potencial e perigoso, junto com os “filhos numerais” (01, 02 e 03), todos envolvidos em falcatruas mil, seguindo à risca os ensinamentos do pai. 


Desumano e desprovido de escrúpulos, assumiu sem disfarce sua porção genocida, ao se negar, desde o começo da pandemia que infelicita o mundo, em combater o coronavírus, além de incensar seus bovinos simpatizantes a não ligarem para as recomendações dos maiores institutos e cientistas mundiais, sobre. 


O resultado é essa catástrofe que estamos a assistir: nesta data crepuscular do ano 2020 (31.12.20) apenas 10 meses após o surgimento do coronavírus por essas bandas, o Brasil acumula inacreditáveis 195.000 mortos, com tendência de alta exponencial (nos dois primeiros meses do novo ano a previsão é que a situação fuja de controle), em virtude, principalmente, do governo não só desestimular o uso da vacina (desde o começo), mas, também, não ter envidado qualquer atitude para adquiri-la. 


Assim, enquanto na Europa, Oceania, Oriente Médio, Estados Unidos, Rússia, China, Japão e nossos vizinhos Argentina, Chile, México, Colômbia, Costa Rica e até a Venezuela já iniciam o processo de vacinação em massa das suas populações, o genocida tupiniquim informa que não é o governo que tem que ir atrás das vacinas, mas, sim, os fabricantes é que devem vir oferecê-la.


Tivéssemos um Poder Legislativo (Congresso Nacional) sério e comprometido com o destino do povo, já teriam sido pautados para julgamento alguns dos 51 pedidos de impeachment lá protocolados, principalmente os que tratam de crimes de responsabilidade.


Tivéssemos um Poder Judiciário isento e não frouxo, o processo de afastamento ou interdição desse traste que está Presidente da República já teria sido acionado, porquanto motivos não faltam.


Ou só nos resta... “sentar no trono de um apartamento com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar”, conforme Raul Seixas deixou dito ??? 


Ô povinho merda esse nosso.

 

CAFAJESTES (Paulo Brondi)

Um texto publicado por Paulo Brondi, promotor do Ministério Público de Goiás, viralizou na internet nesta quinta-feira (5). O conteúdo está sendo reproduzido por milhares de internautas e chegou a ser postado no blog de Juca Kfouri.


Algumas pessoas consideram que Paulo Brondi pode sofrer represálias por ter sido um dos primeiros membros do Ministério Público a ter coragem de traçar um panorama sincero daqueles que hoje ocupam o poder central no Brasil.

“Parabéns pelo texto. É preciso coragem para falar abertamente verdades cruas a respeito da ‘familícia’. Só espero que você não seja perseguido por isso”, observou uma internauta.

AO TEXTO:

Bolsonaro é um cafajeste. Não há outro adjetivo que se lhe ajuste melhor. Cafajestes são também seus filhos, decrépitos e ignorantes. Cafajeste é também a maioria que o rodeia.

Porém, não é só. E algo que se constata é pior. Fossem esses os únicos cafajestes, o problema seria menor.

Mas, quantos outros cafajestes não há neste país que veem em Bolsonaro sua imagem e semelhança?

Aquele tio idiota do churrasco, aquele vizinho pilantra, o amigo moralista e picareta, o companheiro de trabalho sem-vergonha…

Bolsonaro, e não era segredo pra ninguém, reflete à perfeição aquele lado mequetrefe da sociedade.

Sua eleição tirou do armário as criaturas mais escrotas, habitués do esgoto, que comumente rastejam às ocultas, longe dos olhos das gentes.

Bolsonaro não é o criador, é tão apenas a criatura dessa escrotidão, que hoje representa não pela força, não pelo golpe, mas, pasmem, pelo voto direto. Não é, portanto, um sátrapa, no sentido primeiro do termo.

Em 2018 o embate final não foi entre dois lados da mesma moeda. Foi, sim, entre civilização e barbárie. A barbárie venceu. 57 milhões de brasileiros a colocaram na banqueta do poder.
Elementar, pois, a lição de Marx, sempre atual: “não basta dizer que sua nação foi surpreendida. Não se perdoa a uma nação o momento de desatenção em que o primeiro aventureiro conseguiu violentá-la”.

Muitos se arrependeram, é verdade. No entanto, é mais verdadeiro que a grande maioria desse eleitorado ainda vibra a cada frase estúpida, cretina e vagabunda do imbecil-mor.
Bolsonaro não é “avis rara” da canalhice. Como ele, há toneladas Brasil afora.

A claque bolsonarista, à semelhança dos “dezembristas” de Luís Bonaparte, é aquela trupe de “lazzaroni”, muitos socialmente desajustados, aquela “coterie” que aplaude os vitupérios, as estultices do seu “mito”. Gente da elite, da classe média, do lumpemproletariado.

Autodenominam-se “politicamente incorretos”. Nada. É só engenharia gramatical para “gourmetizar” o cretino.

Jair Messias é um “macho” de meia tigela. É frágil, quebradiço, fugidio. Nada tem em si de masculino. É um afetado inseguro de si próprio.

E, como ele, há também outras toneladas por aí.

O bolsonarismo reuniu diante de si um apanhado de fracassados, de marginais, de seres vazios de espírito, uma patuléia cuja existência carecia até então de algum significado útil. Uma gentalha ressentida, apodrecida, sem voz, que encontrou, agora, seu representante perfeito.

O bolsonarismo ousou voar alto, mas o tombo poderá ser infinitamente mais doloroso, cedo ou tarde.

Nem todo bolsonarista é canalha, mas todo canalha é bolsonarista.

Jair Messias Bolsonaro é a parte podre de um país adoecido.

O QUE SIGNIFICA "NO FRIGIR DOS OVOS" (Damásia Gonzalez)

O texto a seguir é um daqueles primores de riqueza da língua portuguesa, que chegou a mim em meio aqueles zilhões de coisas que recebemos diariamente nos nossos queridos grupos de WhatsApp ou FB.  Às vezes, surge uma pérola que a gente não consegue evitar passar a frente, simplesmente porque é gostoso compartilhar coisas boas. E se alguém que ler esse texto aqui souber quem é o autor, por favor nos informe.

Não é à toa que os estrangeiros acham nossa língua muito difícil. Como a língua portuguesa é rica em expressões! Veja o quanto o vocabulário “alimentar” está presente nas nossas metáforas do dia-a-dia. Aí vai.

Pergunta: – Alguém sabe me explicar, num português claro e direto, sem figuras de linguagem, o que quer dizer a expressão “no frigir dos ovos”?

Resposta: – Quando comecei, pensava que escrever sobre comida seria sopa no mel, mamão com açúcar. Só que depois de um certo tempo dá crepe, você percebe que comeu gato por lebre e acaba ficando com uma batata quente nas mãos. Como rapadura é doce, mas não é mole, nem sempre você tem ideias e pra descascar esse abacaxi só metendo a mão na massa. E não adianta chorar as pitangas ou, simplesmente, mandar tudo às favas. Já que é pelo estômago que se conquista o leitor, o negócio é ir comendo o mingau pelas beiradas, cozinhando em banho-maria, porque é de grão em grão que a galinha enche o papo.

Contudo é preciso tomar cuidado para não azedar, passar do ponto, encher linguiça demais. Além disso, deve-se ter consciência de que é necessário comer o pão que o diabo amassou para vender o seu peixe. Afinal não se faz uma boa omelete sem antes quebrar os ovos. Há quem pense que escrever é como tirar doce da boca de criança e vai com muita sede ao pote. Mas como o apressado come cru, essa gente acaba falando muita abobrinha, são escritores de meia tigela, trocam alhos por bugalhos e confundem Carolina de Sá Leitão com caçarolinha de assar leitão.

Há também aqueles que são arroz de festa, com a faca e o queijo nas mãos, eles se perdem em devaneios (piram na batatinha, viajam na maionese… etc.). Achando que beleza não põe mesa, pisam no tomate, enfiam o pé na jaca, e no fim quem paga o pato é o leitor que sai com cara de quem comeu e não gostou. O importante é não cuspir no prato em que se come, pois quem lê não é tudo farinha do mesmo saco. Diversificar é a melhor receita para engrossar o caldo e oferecer um texto de se comer com os olhos, literalmente.

Por outro lado, se você tiver os olhos maiores que a barriga o negócio desanda e vira um verdadeiro angu de caroço. Aí, não adianta chorar sobre o leite derramado porque ninguém vai colocar uma azeitona na sua empadinha, não. O pepino é só seu, e o máximo que você vai ganhar é uma banana, afinal pimenta nos olhos dos outros é refresco…A carne é fraca, eu sei. Às vezes dá vontade de largar tudo e ir plantar batatas. Mas quem não arrisca não petisca, e depois quando se junta a fome com a vontade de comer as coisas mudam da água pro vinho.

Se embananar, de vez em quando, é normal, o importante é não desistir mesmo quando o caldo entornar. Puxe a brasa pra sua sardinha, que no frigir dos ovos a conversa chega na cozinha e fica de se comer rezando. Daí, com água na boca, é só saborear, porque o que não mata engorda.

Entendeu o que significa “no frigir dos ovos”?”

Que delícia, hein, quase dá fome na gente...



quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

UM ALERTA TÃO VERDADEIRO QUANTO APAVORANTE - José Nilton Mariano Saraiva

 Vejam quanta diferença:

No Brasil, o psicopata que está Presidente da República não cansa de arrotar idiotices, principalmente ao se referir ao letal Coronavírus; assim, num primeiro momento rotulou-o como uma “gripezinha”; à frente, “desestimulou” as pessoas a usarem máscara, ao tempo que que “estimulou-as” a saírem de casa e se aglomerarem (ferindo de morte a basilar e tão necessária campanha de distanciamento social).

Também não cansou de bodejar ao seu rebanho de mentecaptos sobre a “desnecessidade” de se utilizar a sonhada vacina (que metade do mundo e a outra banda já começam a usar) e, como o uso maciço da cloroquina, por ele sugerida,  não vingou (toneladas de comprimidos foram produzidos e se acham encalhados nas dependências do exército), já ultrapassamos a casa de 1.000 mortes/dia e o cenário à frente se nos apresenta  preocupante.

Já nos Estados Unidos, antes mesmo de tomar posse o Presidente recém eleito, Joe Biden, usou a televisão em horário nobre para um necessário alerta, tão verdadeiro quanto apavorante.

Ei-lo:

“Não obstante o fato de termos a vacina, estamos tendo uma média de mortes acima de 3 mil por dia, o que significa que vamos perder dezenas de milhares de vidas nos próximos meses. E a vacina não será capaz de impedir isso. Temos de estar vigilantes, dependemos que todos usem máscaras, respeitem o distanciamento social, evitem as reuniões, sobretudo em ambientes fechados. Eu vou te dizer a verdade e aqui está a verdade pura e simples: NOSSOS DIAS MAIS SOMBRIOS NA BATALHA CONTRA A COVID ESTÃO À NOSSA FRENTE E NÃO ATRÁS DE NÓS. Precisamos nos preparar para manter nossas colunas eretas.

 

Fato é que, como o néscio que nos dirige gastou um tempo danado negando o vírus e, após, negando também a necessidade do uso da vacina, os grandes laboratórios obedecerão à insensível lei do mercado: quem chegou primeiro e com a grana na mão, leva; quem achou que tudo não passava de uma “gripezinha” peba e sem futuro, vai ter que se contentar com as migalhas que sobrarem.

Resumo desse quadro dantesco: se levarmos em conta que o presidente americano (que tem grana, influência e prestígio) já reconheceu que “vamos perder dezenas de milhares de vidas nos próximos meses”, (até a população ser totalmente imunizada) imaginem a situação apavorante que nosso sofrido povo experimentará.

As portas do inferno, definitivamente, abrir-se-ão para recebê-lo (e tudo por culpa de um genocida sem noção e irresponsável).

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

COMO SURGE UM NOVO VIRUS

 SENHORES,

Por entendermos ser um texto por demais atual e relevante, transcrevemos.

Apesar de longo, vale muito a pena ir até o final, a fim que entendamos o que estamos enfrentando.


Como surge um novo vírus?

Publicado em 8 de maio de 2020

 

Em meio a atual pandemia da Covid-19, cresce o número de pessoas interessadas em saber como surge um novo vírus ou de onde vem uma nova doença. Muitas vezes, essas perguntas dão origem a várias teorias da conspiração rapidamente disseminadas pelas redes sociais. A hipótese de que o vírus tenha sido gerado em laboratório é um exemplo, e já foi negada em um trabalho feito por cientistas dos Estados Unidos, Reino Unido e Austrália [1].

Indo na direção contrária, apresentamos neste texto as principais informações sobre este tema, trazidas pela história e pela ciência, para que você esteja bem informado(a) nas conversas que tiver sobre isso.

As epidemias ao longo da história

Logo no início do livro A peste (1947), Albert Camus (1913-1960) escreve:

Os flagelos, na verdade, são uma coisa comum, mas é difícil acreditar neles quando se abatem sobre nós. Houve no mundo igual número de pestes e de guerras. E contudo as pestes, como as guerras, encontram sempre as pessoas igualmente desprevenidas.

De fato, há relatos de epidemias que devastaram populações inteiras desde as épocas mais longínquas. Para citar somente algumas: em 428 a.C, estima-se que a Peste de Atenas possa ter matado até um terço dos atenienses, na época envolvidos com a Guerra do Peloponeso. No século II d.C, foi a vez da Peste Antonina devastar Roma, vitimando inclusive o imperador Marco Aurélio.

No séc. XIV, a Peste Negra, uma das mais famosas da história, levou à morte cerca de um terço da população europeia. No início do séc. XX, a Gripe Espanhola se alastrou pelo mundo todo, deixando para trás um número de mortos que, nas estimativas mais pessimistas, teria chegado à cifra dos 100 milhões – mais do que a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais juntas.

Hoje estamos lidando com uma pandemia que teve seu início na cidade de Wuhan, na China, e que percorreu todos os continentes em menos de 3 meses. Trata-se de uma epidemia de origem viral, causada por um novo tipo de coronavírus batizado pelos cientistas como SARS-CoV-2. A doença associada a ele foi nomeada Covid-19.

É importante lembrar que nem toda epidemia resulta de um vírus. A Peste Negra e a tuberculose, por exemplo, foram provocadas por bactérias. Além disso, desde o século passado, os epidemiologistas trabalham com um conceito de epidemia que abrange também doenças crônicas não transmissíveis, como as doenças cardíacas e o câncer.

Mesmo assim, a lista de epidemias víricas é extensa: das gripes (suínas, aviárias…) à AIDS, da varíola à dengue e à febre amarela, o assunto demanda a mais cuidadosa atenção dos cientistas empenhados em evitar o desencadeamento de novas epidemias.

Mas afinal, como surge um novo vírus?

Não se sabe ao certo como surgiu o primeiro vírus. É possível que tenha se originado de uma molécula de RNA – como sugere a “Teoria dos Elementos Subcelulares” – ou então que, através de um longo processo, seres unicelulares tenham perdido várias de suas estruturas, até o ponto em que se tornaram inteiramente dependentes de outra célula para sobreviverem.

De todo modo, é esta a característica principal de um vírus: ele é um parasita obrigatório, ou seja, sobrevive e se reproduz somente se conseguir encontrar uma célula hospedeira com a qual possa se ligar. Contudo, isso não ocorre sempre. Pelo contrário, na maior parte das vezes, um vírus (ou melhor dizendo, um vírion, que é como se chama a partícula quando ela está fora de qualquer célula hospedeira) simplesmente desaparece sem nunca se ligar a ninguém.

Que o vírus encontre um hospedeiro e consiga sobreviver, se reproduzir e ser transmitido a outras células e a outros seres, isto é fruto totalmente do acaso. Ou, se quisermos ser mais precisos, é resultado de um longo processo de seleção natural.

Pensemos no seguinte exemplo: em algum momento na história, uma série de mutações levou ao surgimento de um vírus que conseguiu se ligar às células de um morcego e ali se reproduzir. A proximidade entre morcegos levou vários deles a serem infectados por este mesmo vírus e, por muito tempo, a situação continuou restrita à infecção dos morcegos. Portanto, mesmo que um ser humano entrasse em contato com os morcegos infectados, nada lhe aconteceria, pois aquele vírus tinha propriedades que não lhe permitiam parasitar seres como os humanos.

No entanto, assim como incalculáveis mutações geraram um vírus capaz de infectar morcegos, outros tantos eventos poderiam ocorrer até que ele sofresse novas mutações que o tornassem capaz de infectar humanos. Quando isso acontece, ou seja, quando um vírus de origem animal começa a nos adoecer, dizemos que estamos lidando com um tipo de doença específico: as doenças zoonóticas.

Zoonoses: de animais para humanos

Especula-se que, no início do século XX, uma ave contaminada e um homem gripado possam ter se encontrado com um mesmo porco. O vírus da ave não podia infectar o homem, mas conseguiu contaminar o  porco, um animal que, como se descobriu anos depois, pode ser infectado por ambos os vírus – os da “gripe humana” e os da “gripe aviária” também.

É possível que tenha sido a partir deste encontro triplo que o vírus responsável pela gripe espanhola surgiu: o Influenza A H1N1, uma recombinação do vírus da gripe aviária, suína e humana que, como se viu, foi bastante eficaz em infectar células humanas. Inclusive, se o nome do vírus lhe soa comum, é porque foi uma variação do mesmo Influenza A H1N1 que tornou a nos assustar quase um século depois, em 2009, com a pandemia da gripe A (ou gripe suína, como ela ficou mais conhecida).

Em 2003 foram os morcegos que entraram em evidência, suspeitos de serem o reservatório do vírus de uma nova doença que vinha causando altas taxas de mortalidade por onde passava. Rastreando-se seu local de origem, foi possível chegar à província de Guangdong, no sudeste da China, onde, no final de 2002, algumas pessoas foram internadas com uma pneumonia atípica. Tratava-se da Síndrome Respiratória Aguda Grave (ou, na sigla em inglês, SARS), provocada por um tipo de coronavírus até então desconhecido, batizado como SARS-CoV.

A gripe espanhola, a SARS e a atual Covid-19 são exemplos daquilo que chamamos de doenças zoonóticas, isto é, doenças infecciosas cuja transmissão aos seres humanos se dá, inicialmente, através de um animal. Além das já citadas, poderíamos lembrar também da AIDS, cujo vírus nos foi legado pelos chimpanzés da costa oeste africana, e do sarampo, que nos acompanha desde os tempos mais remotos através de um vírus de origem bovina.

Estima-se que, a cada 10 doenças infecciosas que acometem os seres humanos, 6 sejam zoonóticas e que, dentre estas, cerca de 70% sejam provocadas por animais selvagens. Este é um ponto especialmente caro à China, que tem sua história associada a um – cada vez mais polêmico – comércio da vida selvagem.

Crocodilos, cobras e morcegos: os mercados úmidos chineses

Em 2002 os primeiros pacientes da SARS eram quase todos comerciantes de um mercado úmido da cidade de Shenzhen, na província de Guangdong. Esse tipo de mercado é caracterizado, principalmente, por ser um ponto de comércio de dezenas de espécies de animais selvagens, vendidos vivos ou mortos na hora.

Quando foi comprovada a ligação entre o coronavírus da SARS e a carne vendida no mercado de Shenzhen, este foi fechado, e o comércio de animais selvagens foi temporariamente banido. Bastaram seis meses para tornarem a legalizá-lo.

À época, os cientistas chineses alertaram que outros coronavírus, como este que dera origem à SARS, poderiam levar a novas epidemias no futuro. Os mercados úmidos e o comércio de animais selvagens foram duramente criticados, acusados de resultarem num grande caldeirão de novas doenças. Como explica Peter Li, professor associado da Universidade de Houston-Downtown e representante da China na Humane Society International:

“Os mercados de vida animal da China se tornaram um berço para doenças. Animais doentes, morrendo ou feridos durante sua captura e transporte não são comida, mas perigos à saúde. Os trabalhadores que manipulam, matam e processam os animais estão vulneráveis a quaisquer vírus através de cortes em suas peles. As secreções de cobras infectadas podem ser aerossolizadas e inaladas por trabalhadores e compradores.” [2]

De fato, 17 anos depois, outro mercado úmido, agora na cidade de Wuhan, seria apontado como berço do novo coronavírus, o SARS-CoV-2. Novamente, os morcegos são apontados como os prováveis reservatórios do vírus. Os pangolins, comercializados nesse mercado, aparecem como possíveis intermediários – ou seja, como aqueles que teriam mediado a passagem do vírus do morcego até os primeiros humanos infectados.

Em decorrência disso, o comércio de animais selvagens foi temporariamente banido em 26 de janeiro. Com a escalada da doença, no entanto, uma nova legislação foi aprovada, e no dia 24 de fevereiro o comércio e consumo de animais selvagens criados no campo ou em cativeiro foram permanentemente banidos. [3]

Importa ressaltar que o consumo da carne de animais exóticos na China não é um costume que possa ser generalizado para todo o país. Enquanto em Guangdong 83% das pessoas afirmavam ter comido algum animal selvagem em 2012, somente 5% dos habitantes de Pequim podiam dizer o mesmo. No todo, mais da metade dos chineses concordavam que animais selvagens jamais deveriam ser consumidos. [4]

Por que, então manter o comércio legalizado por tanto tempo?

Primeiro, pela importância que alguns animais, como o rinoceronte, têm para a medicina tradicional chinesa, o que faz dela um importante impulsionador desse comércio.

Segundo, porque trata-se de um comércio rentável, que movimenta bastante a economia chinesa. Atualmente, a China tem 1,3 bilhões de habitantes, o que significa que, mesmo que seja uma parcela pequena a se engajar neste tipo de comércio, ainda assim o número total de pessoas envolvidas será enorme – e a pressão para mantê-lo também.

Terceiro, porque a história do consumo de carne entre os chineses está arraigada à história recente da própria China. Durante o regime de Mao Tse-Tung (1949-1976), era o governo quem controlava a produção alimentar de todo o país. No entanto, ao final do regime, o país passava por uma grave crise de abastecimento alimentar, e muitos chineses estavam à beira de morrer pela fome.

Para resolver a situação, o sucessor de Mao, Deng Xiaoping (1904-1997), promulgou diversas políticas que resultaram na liberalização da produção rural e na legalização da produção privada. Alguns pequenos proprietários passaram a criar animais exóticos para alimentação própria e, uma vez em que isso ajudava a alimentar a população, a prática também recebeu apoio governamental.

Assim, os anos que se seguiram testemunharam um enorme crescimento na criação de animais e o surgimento de um novo grupo, os “comedores de carne por vingança” – isto é, aqueles que, ressentidos de toda a fome que haviam passado nos anos anteriores, começaram a comer carne aos montes, como compensação aos dias de privação.

Quais os riscos para além da China?

Como já vimos, a maioria das doenças infecciosas são zoonóticas, e os animais selvagens desempenham um importante papel dentre elas. Além disso, quase todas as pandemias recentes foram causadas por algum vírus ou bactéria de origem animal. Isto nos leva a algumas conclusões simples.

Primeiro, é tanto maior a chance de emergência de uma nova doença infecciosa quanto –

·      maior for a quantidade de animais vivendo em extrema proximidade, especialmente se estiverem maltratados, machucados ou morrendo, como ocorre com os cativeiros;

·      maior for a proximidade entre seres humanos e animais selvagens, como pode ocorrer em zonas de florestas tropicais ou em atividades como o comércio da vida selvagem.

Para agravar ainda mais a situação, quanto maior a aglomeração e circulação de pessoas, maior também a chance de que a nova doença provoque uma pandemia. É por isso que, a despeito dos importantes progressos da medicina nos últimos séculos, é cada vez maior a probabilidade de que novas pandemias voltem a balançar o mundo – e é, também, cada vez mais difícil contê-las antes que se espalhem por todo o globo.

modernização nos traz esta situação paradoxal: dependemos do desenvolvimento tecnológico para frear o avanço de novas epidemias e diminuir sua letalidade. Por outro lado, este mesmo processo modernizador nos lega um sistema de produção de alimentos e de criação de animais que, em todo o mundo, potencializa a probabilidade da emergência de novas doenças.

Nas cidades, o ritmo acelerado de vida e as grandes aglomerações urbanas aceleram sua transmissão local. Por céus, terra e mares, as inúmeras viagens realizadas diariamente e a possibilidade de darmos a volta ao mundo em até dois dias ampliam seu alcance a proporções jamais antes vistas.

REFERÊNCIAS

Organização Mundial da Saúde: epidemiologia básica – Joffre Marcondes de Rezende: as grandes epidemias da história  – Paulo R. S. Stephens; Maria Beatriz S. C. de Oliveira; Flavia C. Ribeiro; Leila A. D. Carneiro: virologia. –  World Animal Protection – Brenda L. Tesini: Coronavírus e síndromes respiratórias agudas (COVID-19, MERS e SARS) – Natasha Daly: Chinese citizens push to abolish wildlife trade as coronavirus persists – Global hotspots and correlates of emerging zoonotic diseases – Reuters: ‘Animals live for man’: China’s appetite for wildlife likely to survive virus – Sanarmed: síndrome respiratória aguda grave (SARS) | Ligas – Neidimila Aparecida Silveira Oliveira; Aparecida Mari Iguti: o vírus Influenza H1N1 e os trabalhadores da suinocultura: uma revisão – Prof. Dr. Paulo Michel Roehe: curso de virologia básica  – World Economic Forum: A visual history of pandemics


terça-feira, 1 de dezembro de 2020

MISSA DO GALO - Dr. Demóstenes Ribeiro (*)

   A minha alma canta e eu vejo o Rio de Janeiro. Estou morrendo de saudade, faz um domingo lindo, o sol é magnífico e a festa, universal. Saio do Cosme Velho e chego ao centro. Paro em frente à Academia, relembro patronos e colegas. 

           Como aceitar o suicídio do Pompéia?  Ele escreveu o Ateneu, foi abolicionista e lutou pela república. Ainda era ainda moço e forte. Era Natal, um tiro no coração, o silêncio e o nunca mais. E o Gonçalves Dias? Tragado pelas ondas invejosas e não podendo dormir no chão amado, deixou a Canção do Exílio em todos nós.                                                        

           Um dia, Castro Alves me procurou, recomendado pelo Alencar. Deu-me imensa alegria conhecer o poeta e sentir a força do gênio que iria cantar a liberdade, enfrentando a injustiça e a escravidão. Aliás, 13 de maio de 1888, um domingo, foi o único delírio popular de que me lembro ter visto. 

           E agora é moda falar mal do Alencar, mas ele fez um retrato do Brasil como ninguém mais. Eu, quase um adolescente, o conheci de perto. Nesse tempo ele ainda ria. Depois, escrevi o prefácio de Iracema e me convenci de que nem tudo passa sobre a terra. José de Alencar é o meu patrono na ABL, estive no seu velório, e a banalidade da morte jamais apagará aquele sol. 

           Olho essa estátua, recordo as palavras de Nabuco na sessão inaugural da Academia e as do Ruy Barbosa quando parti desse chão. Gostei muito do discurso do Ruy, mas, ao contrário de Nabuco, não éramos íntimos, tínhamos temperamentos diferentes, faltou-nos a prática necessária à amizade. 

           Não encontro a Livraria Garnier e na Rua do Ouvidor a confusão é geral. Sigo adiante, me emociono com um bater de sinos, a igreja da Glória me faz menino outra vez, mas a praia do Flamengo mudou demais. Muito mar e muito tempo, mar revolto, afogamento do Escobar... No calçadão, muita gente andando com cachorros. Aqui, Quincas Borba retomaria fumos de fidalgo e correria feliz. 

           Marcela e Virgília, Sofia e Flora, Sancha e Fidélia... Elas não eram para um tipo ciumento e permita-me cantar minhas saudades. Em direção à Ipanema, uma garota me lembrou Capitu. Não tirei os olhos dos seus quatorze anos, meu coração agitado, tempo infinito e breve, até Carolina restituir-me o equilíbrio e a paz. 

           Saudades de mim mesmo...Certo dia, num bonde, o  adolescente Manoel Bandeira, recitou-me alguns versos dos Lusíadas que eu queria recordar. Rio de ontem e de sempre, lembranças e fantasias de um bruxo, ex-interno da Casa Verde, paciente do Simão Bacamarte.

           Dizem que Memórias Póstumas de Brás Cubas é um dos livros prediletos do Woody Allen, mas até hoje eu não sei se Capitu traiu o Bentinho ou se era ele quem desejava ardentemente o Escobar. Consultarei a cartomante – cedo ou tarde, ela descobrirá. 

           Por fim, lembrei do Astrojildo Pereira. Eu já estava partindo, quando ele, com dezessete anos e meu grande admirador, ajoelhou-se ao lado do meu leito, beijou-me a mão e saiu sem se identificar. Tempos depois, seria um dos fundadores do Partido Comunista do Brasil. Euclides presenciou aquela cena e a descreveu numa crônica memorável. 

           O Natal mudou, a noite caiu de todo e se não me apresso, perco a Missa do Galo. Ah, quase me esqueço, Cony, mas o Mário de Alencar não era meu filho. Como diria Brás Cubas, não transmiti a ninguém o legado da nossa miséria. 

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(*) DEMÓSTENES RIBEIRO – é médico-cardiologista, natural de Missão Velha, residente e no exercício da profissão em Fortaleza-CE

 

 

terça-feira, 24 de novembro de 2020

O "INIMIGO ÍNTIMO" - José Nilton Mariano Saraiva

Filiado ao PT desde 2002, ao atual governador do Estado do Ceará, Camilo Santana, devem ser atribuídos todos os “créditos” pela NÃO passagem para o segundo turno da candidata do seu partido (PT), Luizianne Lins, à prefeitura da cidade de Fortaleza, e daí, quem sabe, viabilizar-se no segundo turno como sucessora do atual prefeito.

Pois bem, Camilo Santana não só se omitiu covardemente ante seu dever partidário-institucional, como deixou-se usar pelo staff da campanha do principal concorrente, o “insosso” candidato dos Ferreira Gomes, coincidentemente seus padrinhos políticos à governança do Estado, lá atrás (aqui deu-se o tal “pagamento da fatura”).

Estranhamente, a cúpula do PT em nenhum momento cobrou do seu filiado (Camilo Santana) que se posicionasse formalmente sobre tão grave momento (afinal, era a possibilidade real de governar uma das maiores cidades do país), assim como literalmente chancelou toda a podridão assacada pelo candidato dos Ferreira Gomes à sua candidata, quando silente ficou ante as agressões e grosserias que lhe foram endereçadas.

Mas, assim como Camilo Santana “traiu” o PT, o próprio PT “traiu” não só a sua candidata (aqui, uma espécie de boi-de-piranha), mas também toda a sua militância e simpatizantes, ao correr para comemorar a vitória do adversário e sentar no colo dos Ferreira Gomes ao prestar-lhe, oficialmente, apoio irrestrito no segundo turno.

Fato é que, ao “igualar-se” aos Ferreira Gomes em termos de “traição” (lembram do ridículo e covarde papel do Ciro Gomes na eleição presidencial, que findou por eleger esse traste incompetente que está aí ???), o PT abdicou da prefeitura de Fortaleza por pelo menos 08 anos (já que quem está com a caneta dificilmente deixará de usá-la para reeleger-se).

Impõe-se perguntar: Camilo Santana (principal responsável pela derrota da candidata do PT ao negar-se em usar a estrutura governamental para ajudá-la) permanecerá como uma espécie de “inimigo íntimo” dos petistas, ou sua cúpula e militância aderirão in totum ao modus operandi de Camilo Santana ou, ainda, expulsarão Camilo Santana do partido ???

Particularmente, repetimos, vamos conscientemente ANULAR O VOTO por falta de opções (algo que nunca imaginamos fazer, dentro daquela máxima de que o voto á a principal arma do cidadão e que só o usamos de dois em dois anos).

Mas...

Ferreira Gomes ???  Nunca.

Bolsonaro ???  Jamais.

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

A DETERMINANTE PRESENÇA DA "AUSÊNCIA" - José Nilton Mariano Saraiva

Acordos políticos sempre contemplam o “longo prazo”, desde tempos imemoriais. Assim, quando, mesmo filiado ao PT, Camilo Santana foi lançado pelos Ferreira Gomes à governança do Estado, implícito estava que a “fatura” lhe seria cobrada bem mais à frente, e a um preço marombado (e ele tinha plena consciência disso).

Eleito e depois reeleito, passou todo o tempo privilegiando seus padrinhos (os Ferreira Gomes), em detrimento ao seu partido original (PT).

Eis que agora, compreensivelmente, na eleição para a prefeitura de Fortaleza o PT decidiu-se por uma candidatura própria, na pessoa de Luizianne Lins, fiel e aguerrida filiada, até mesmo para ocupar um espaço próprio (e a militância respondeu à altura).

Mas aí, com base naquele acordo firmado lá atrás, os Ferreira Gomes apresentaram a tal fatura ao governador do Estado, cobrando-lhe a determinante presença da “ausência” (física e midiática) no apoio à candidata do PT e, consequentemente, o apoio ao candidato do PDT.

E foi o que ocorreu. Em nenhum momento, no decorrer da campanha, o Governador do Estado manifestou qualquer apoio à candidata do partido (PT), enquanto que aparecia na mídia abraçado com os Ferreira Gomes e era citado na propaganda eleitoral do oponente  (PDT).

Agora, aqui pra nós, alguém tem alguma dúvida que se fosse apoiada pelo Governador do Estado (e sua poderosíssima máquina) a candidata do PT provavelmente estaria no segundo turno, no lugar do candidato dos Ferreira Gomes ???

Nesse interregno, covardemente a executiva do PT nunca cobrou do Governador do Estado que se manifestasse publicamente sobre qual o seu candidato, o que não era difícil adivinhar: afinal, o vice, na chapa do oponente, foi uma espécie de “doação” do Governador, (filiado ao PT, convém lembrar) ao PDT (dos Ferreira Gomes), representada pelo seu Chefe da Casa Civil.

Pra completar, depois que sua candidata “sobrou na curva”, após sofrer uma campanha difamatória violenta e virulenta por parte do seu oponente, eis que a executiva do PT se reúne e, literalmente, se joga no colo dos Ferreira Gomes, endossando assim tudo o que foi assacado contra ela, e formalizando o apoio do partido ao candidato deles (e aí a covardia será “premiada” com mais oito anos de chibata, pra ver se aprendem).

Afinal, o normal e natural seria que a executiva petista não formalizasse qualquer apoio ao candidato dos Ferreira Gomes, delegando aos seus adeptos e militância a tomada de decisão individual sobre em quem votar no segundo turno, até porque o capitão-candidato do Bozo não terá a mínima chance de vitória (só se uma onda de bestialidade irrefreável se apossar do nosso povo).

Alfim, não poderíamos deixar de manifestar nossa sentida e profunda decepção com a vereadora que sufragamos na eleição passada e nesta: Larissa Gaspar, que deixou de solidarizar-se ante à sujeirada compressora imposta a Luizianne Lins. Triste.

Quando ao senhor Camilo Santana, está com o futuro garantido: além da aposentadoria como governador, deverá ser lançado ao Senado Federal, em 2022, pelos Ferreira Gomes, no lugar do Tasso Jereissati (os Ferreira Gomes vão enterrar o arrogante galego, de vez).

Particularmente, por convicção nunca votamos e jamais o faremos, nos Ferreira Gomes e Jereissatis da vida. Assim, vamos fazer o que nunca pensamos ou admitimos: ANULAR O VOTO.

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

OS "INTOCÁVEIS" - José Nilton Mariano Saraiva

O elogiável e digno de encômios no clã Bolsonaro é a preservação da tutela e unidade familiar, que se traduz (tim-tim-por-tim-tim), no modus operandi mafioso dos herdeiros (os numerais 01, 02 e 03) todos seguidores in totum dos “nobres” ensinamentos lhes repassados pelo pai.

Assim, o filho 01 (Flávio) tornou-se “expert” naquilo que o pai passou a vida toda praticando quando integrante do “baixo clero” da Câmara do Deputados, em Brasília: “rachando” despudoradamente o salário pago mensalmente aos funcionários do seu gabinete (dizem que em percentuais pornográficos - 70x30, 80x20 ou 90/10 ???).

Fato é que a coisa era de uma imoralidade tal, que o pai não se importou nem mesmo em “emprestar” ao filho-primogênito o seu velho “operador-preferencial” na seara bancária, Fabrício Queiroz, comandante de uma milícia no interior do Rio de Janeiro (amigo do “velho” há décadas, foi preso recentemente, mas, por influência do, agora, padrinho-presidente, imediatamente transferido para a prisão-domiciliar – por determinação do STF - onde continua a manejar os cordéis, sem ser importunado).

Já Carluxo (o filho 02), especialista em informática, convenceu o pai e seu grupo mafioso a armar um poderoso esquema de envio de milhões de mensagem mentirosas a respeito dos adversários, na campanha presidencial (fake news), que comprovadamente influiu em muito no resultado final do pleito; tanto, que foi saudado pelo eleito pai Presidente da República com a frase: “se não fosse ele eu não estaria aqui” (existe um processo sobre, mas será julgado algum dia ???).

Já o filho 03 (Eduardo) seguiu “pari-passu” o pai no tocante a externar sua opinião de forma desrespeitosa e sem nenhum pudor, contra qualquer um que não reze pela mesma cartilha, como quando afirmou que bastariam “um cabo e um soldado” para fechar o STF, em razão de uma banal manifestação contrária ao pai, naquela corte.

Em comum, entre os irmãos, um fato incontestável: tal qual o pai, todos estão “podres de rico” em razão de usarem à margem da lei a atividade política como um rendoso meio de vida (casas, aptos, lojas, lanchas, grana, muita grana, e por aí vai).

Tivéssemos um Poder Judiciário expedito e atuante, certamente que a essa altura a valentia dos “intocáveis” Bolsonaros (principalmente do pai) já teria sido abatida, com a prisão de qualquer um deles (motivos não faltam; faltam, sim, coragem e dignidade aos togados da nossa Câmara maior).

Ou alguém duvida que, se prenderem pelo menos um dos filhos, o pai-valentão vergar-se-á às trevas ???

 

 


quarta-feira, 11 de novembro de 2020

O "FANFARRÃO" INCONSEQUENTE - José Nilton Mariano Saraiva

Como metade do mundo e a outra banda sabem, “fanfarrão” é aquela figura medíocre e incompetente que, à falta de qualquer predicado, se dana a contar e recontar feitos e bravatas e a alardear coragem... sem ter um pingo dela (uma figura asquerosa, que deveria ser penalizada pela irresponsabilidade dos seus atos).

Já o “inconsequente” é aquele que é contrário à lógica, ao bom-senso, que revela falta de reflexão, de ponderação, de prudência, enfim, que é comprovadamente leviano.

A reflexão é só pra lembrar que o idiota que esta Presidente da República reúne, com louvor, tais “qualidades”, tanto que, dia a dia, envergonha o Brasil ante a comunidade internacional, quando resolve vomitar suas baboseiras.

A mais recente, deu-se agora quando resolveu, pela enésima vez, “brincar” com as quase 200 mil mortes provocadas pelo coronavírus por essas bandas, ao afirmar que o Brasil é “um país de maricas” (por ter medo da letalidade do vírus).

Aparelhando as instituições do país com gente da sua laia (que faz o que ele manda, sem pestanejar, inclusive os tais “generais” mercenários) literalmente “comemorou” a morte de um dos voluntários que houvera se submetido à vacina chinesa contra o vírus (em razão de informações falsas fornecidas por um seu capacho colocado na presidência da Anvisa) e em face da sua briga política com outra mediocridade, o governador de São Paulo, João Dória.

Foram desmoralizados (ele e a Anvisa) publicamente pelo presidente do Instituto Butantã (que produz a vacina aqui no Brasil) e pela própria Polícia Civil, que constataram ter o óbito ocorrido em razão de suicídio, e não por nenhuma reação adversa da vacina.

Alfim, uma última asneira: resolveu “declarar guerra” (de público) aos Estados Unidos, ao afirmar, numa reunião com empresários e políticos, que se o imbróglio com o novo presidente americano não fosse resolvido com muita saliva (diplomacia), a pólvora seria usada (será que ele sabe que a pólvora é originária da China ???).

Definitivamente, trata-se de um psicopata.

terça-feira, 10 de novembro de 2020

O DESPREZÍVEL "EXTERMINADOR" DO FUTURO DE UMA NAÇÃO - José Nilton Mariano Saraiva

 Ao assumir o governo, uma das primeiras atitudes do “estadista” Luiz Inácio Lula da Silva foi enviar à China o seu experiente e capacitado Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, com a missão ingente de mostrar aos dirigentes daquele país que o Brasil possuía, sim, um portfólio de produtos capazes de suprir com sobras a carência dos orientais (petróleo, alimentos, grãos, carnes e por aí vai) e, para tanto, tinha interesse em estabelecer uma via de mão dupla, de interesses recíprocos, entre os dois países.

Bingo. Não deu outra. Desde então, essa que atualmente é uma das maiores potências econômicas e territoriais do mundo (área de 9,6 milhões de quilômetros quadrados e com um contingente populacional de aproximadamente 1,4 bilhão de pessoas) a China firmou-se como o maior importador de produtos brasileiros, com perspectivas robustas e crescentes de exponencial crescimento.

É que, situada numa área pedregosa (imprópria para a agricultura e a pecuária e, portanto, incapaz de alimentar seus habitantes, que representam um quinto da população mundial) bem como com uma produção deficitária de petróleo (alavancador potencial de plantas industriais de todo tipo, lá hoje encravadas), ainda assim os “carentes” orientais são, hoje, os parceiros preferenciais com que sonham governos de “todo o mundo”, independentemente de ideologias.

Aliás, de “todo o mundo”, vírgula, porquanto, ao assumir e sentar no trono, o idiota que está presidente do Brasil (partidário de primeira hora da jurássica e babaquara tese de que “comunistas comem criancinhas” e precisam ser evitados), resolveu romper com a China definitivamente, e sentar no colo dos mercenários yankees (norte-americanos) comandados por Tramp.

Nada conseguiu e agora, que Tramp foi despachado pra casa e seu substituto (Biden) incrivelmente não é reconhecido pelo governo brasileiro por meras questões ideológicas (e os gringos estão pouco ligando pra isso), certamente que ficará difícil para o Brasil conseguir continuar como partícipe ativo do comércio internacional (como o foi à época do ex-presidente Lula da Silva), porquanto todas as pontes foram sumariamente dinamitadas pelo atual e irresponsável inquilino do Palácio do Planalto.

Além do que (e pra complicar/piorar ainda mais a situação), França, Alemanha, Inglaterra e outros países do mundo se insurgem contra o descaso do governo brasileiro ante a leniência com os pavorosos crimes ambientais perpetrados atualmente por aqui, com reflexos em todo o globo (vide os “intermináveis e inapagáveis” incêndios na Amazônia e Pantanal), assim como questionam a inexistência de uma política de direitos humanos, nunca levada a sério pelo atual inquilino de Brasília (que tem como principal ídolo – não custa lembrar - o milico Carlos Alberto Brilhante Ustra, conhecido por comandar com mão de ferro e sem nenhuma sensibilidade o maior antro de barbárie da época da ditadura militar, o temido DOPS).

Fato é que, sob a batuta de um exterminador em potencial (além de analfabeto em termos de relações internacionais), o país que tinha tudo (e mais alguma coisa) para ser em bem pouco tempo uma das maiores potências do mundo, caminha agora, a passos largos e inexoravelmente, para continuar figurando tão somente como o eterno “país do futuro”.

Conclusão: ou achamos um meio legal de interferir de pronto (que tal mandar prender um dos seus filhos numerais – Flávio – já condenado pela justiça ???), ou o “exterminador” de uma nação continuará agindo livremente e sem qualquer pudor.