TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

quinta-feira, 12 de junho de 2025

 

CRÔNICA DE UMA COVARDIA ANUNCIADA (Edward Magro)

Vi apenas um pedaço da oitiva do miliciano genocida. E bastou. Não por distração, tampouco por falta de interesse, mas por respeito aos meus "instintos mais primitivos". Há cenas que, assistidas por tempo demais, comprometem não só o fígado cívico, mas também a flora intestinal da dignidade.

 

Sofro, e não escondo, de uma dupla fragilidade pessoal que muito me limita como espectador do grotesco. A primeira, fisiológica: meu estômago não tolera vermes, sobretudo os rastejantes — essa subcategoria biológica que transita entre a baixeza e o cinismo com espantosa desenvoltura, como é o caso do meliante em "cuestão".

 

A segunda, moral: nutro amplo, geral e irrestrito desprezo por cagões. E não me refiro aqui à frágil condição humana diante do medo legítimo, mas à covardia como método — esse hábito vil de esconder-se atrás de bravatas e fanfarronices, de posar de herói no meio da brodagem enquanto, na vida real, se é apenas um frouxo.

 

Do pouco que assisti, bastou-me a cena do bravo valentão da 5ª série — outrora herói de cercadinhos patrióticos — agora entupido de calmantes, suando mais do que estagiário em entrevista de emprego. Senti pena, sim, mas não dele. Pena de um Brasil que, depois de tudo, ainda oferece crédito moral a um peidorrento dessa magnitude. Um país que tolera esse tipo de bravateiro de fralda emocional precisa urgentemente de um Bolsa-Sanidade.

 

A performance foi exemplar. No pior sentido possível, é claro. O valentão, aquele que prometia resistir à bala e desobedecer a qualquer ordem do STF, portou-se como todo fascista: covarde, mentiroso e, acima de tudo, cagão. Muito cagão. Não há aqui insulto gratuito, mas diagnóstico político. A coragem dos fascistas é sempre performática; a verdade, um risco a ser evitado; a retórica, uma cortina de fumaça produzida, em geral, pelos mesmos gases que propulsionam suas convicções intestinais.

 

E, ainda que breve tenha sido meu tempo diante da tela, vi o suficiente. Suficiente para constatar que o golpista, especialista em montar sua própria forca, lançou-se ao precipício com a corda cuidadosamente enrolada no pescoço. Sua capacidade de autoincriminação foi exuberante, para dizer o mínimo. A mesma toada foi seguida pelos outros três milicos militares e pelo milico civil, todos tão peidorrentos quanto. Cada um deles teve, como exige o devido processo legal, a chance de se defender. Poderiam, com alguma inteligência, um pouco de pudor e respeito à inteligência alheia (e à do juiz), gabaritar o tal standard probatório que os advogados tanto gostam de invocar. Preferiram mentir. Escolheram continuar arrastando uma mentira viscosa e venusiviana, cheia de fantasias exo-esotéricas, coisa de alucino-siderado. A recompensa por tanto empenho virá na forma de uma condenação robusta. E merecida. Pelo grotesco espetáculo que protagonizaram, não há como escaparem das penas máximas.

 

Do ponto de vista estético, foi um dia horroroso para a humanidade. Um desfile de olhos vermelhamente cocainados, orelhas baixas, olhares bovinos, bocas pergoteadas, vozes fracas e trêmulas por excesso de calmantes — típico de quem sempre esbravejou nos bastidores, mas, diante do juiz, se borra como colegial flagrado colando na prova. Curiosamente, porém, para a democracia, foi um dia glorioso. Não pelas respostas — que não foram dadas —, mas porque o próprio teatro-zumbi, por mais grotesco, escancarou a verdade como só o ridículo é capaz de fazer.

 

Há quem diga que o riso é uma forma de resistência. Neste caso, o riso veio acompanhado do asco. Rimos porque não queremos vomitar. Mas não há como não rir, com ironia e desprezo, de quem passou a vida vociferando força e honra para, no momento crucial, se mostrar um rato tremelicante à beira do ralo, em suma, um! peidorrento cagão.

 

O Brasil, nosso querido país de memória curta e estômago de avestruz, talvez se esqueça logo do que viu. Mas seria interessante registrar, em letras miúdas — ainda que aqui, nesse desprezível Facebook — que, naquele dia, cinco peidorrentos sentaram-se diante da nação e confirmaram, com a própria boca, aquilo que os intestinos do poder já sabiam: não há coragem possível em quem vive da mentira. E não há redenção para quem faz da covardia seu suporte existencial.

 

Sim, foi um dia de glória. E o fedor que ficou no ar é apenas o perfume tardio da justiça que se anuncia."

quarta-feira, 11 de junho de 2025

 O ”GATINHO" E SUA “GATOLANDIA DESVAIRADA” – José Nílton Mariano Saraiva


“Nem eu esperava que ia me eleger presidente, tendo em vista quem eu era”. A frase, proferida ontem pela mediocridade de nome Jair Messias Bolsonaro, quando frente a frente com o sério, austero e preparadíssimo Ministro Alexandre de Moraes é, pura e tão somente, o autorreconhecimento do seu despreparo, da sua insignificância, da sua mediocridade, da sua falta de caráter (tanto que jogou a culpa de todo o ocorrido para colegas de farda e tachou de “malucos” todos os que, atendendo ordens dos militares, participaram do quebra-quebra de Brasília no 08 de janeiro). Mas, todos sabemos que não foi bem assim.

Para quem, meses atrás, do alto de um palanque armado em plena Avenida Paulista, gritou a plenos pulmões, sob o aplauso da gatolândia desvairada, que o Ministro não passava de uma “canalha” e que, a partir daquele instante não mais obedeceria ao STF, deve ter sido deprimente vê-lo literalmente “miar” ante o mesmo ministro, (com transmissão ao vivo para todo o Brasil) já que nervoso, trêmulo e balbuciante; assim, por mais de uma oportunidade pediu desculpas pelos excessos cometidos no passado, porque... “era o meu jeito” (não, por favor, nada de compara-lo ao grande Frank Sinatra).

Fato é que, nunca antes na história desse país, assistimos a uma desmoralização pública tão acachapante, tão vergonhosa e tão merecida, renovando nossas esperanças de que a sua condenação está próxima (possivelmente lá pra meados de setembro).

E aí, festa para advogados famosos, que já lambem os beiços e preparam o bote, porquanto sabedores da fortuna (R$ 18 milhões) que o próprio conseguiu, via PIX, dos idiotas componentes da gatolândia desvairada; , irão alegar que, pela idade e devido a problemas de saúde (forjados), o vagabundo deve simplesmente usar tornozeleira e ir para casa desfrutar dos milhões doados por imbecis da sua laia (tai o Collor de Mello, condenado, mas cumprindo pena numa cobertura de tão somente 600 metros, na praia mais famosa de Maceió; a essa altura, a tornozeleira já deve ter sido removida e, assim, na calada da noite, o distinto deve frequentar alguns points privativos de gente cheia da grana).

Portanto, que os integrantes do Supremo Tribunal Federal não caiam nessa, porquanto os crimes cometidos por essa figura horrenda e horrorosa não merecem compaixão; então, deverá ser Papuda ou Bangu o destino futuro desse babaca imprestável, sob pena de uma frustração amazônica tomar de conta de todo o país.

quinta-feira, 5 de junho de 2025

 O “PASSARINHO” VOOU E ALEXANDRE DE MORAES DANÇOU

Certamente que, por não lembrar do velho adágio popular segundo o qual “aos inimigos não se mandam flores, mas, sim, bananas... de dinamite”, (preferencialmente detonadas à distância) é que o diligente ministro Alexandre de Moraes dançou feio e solenemente, e por duas vezes consecutivas, num prazo razoavelmente curto.

Num primeiro momento, quando houve por bem devolver à recorrente provocadora do próprio Supremo Tribunal Federal, Deputada Federal, Carla Zambelli, o seu passaporte, que havia sido apreendido em meio às investigações sobre a invasão dos sistemas eletrônicos do Conselho Nacional de Justiça-CNJ – processo no qual foi condenada no Supremo Tribunal Federal; pressupunha, então, o Ministro, que ela não oferecia risco para a instrução do processo penal". Ledo engano, como se constata agora.

Nos dias recentes, depois que a citada Deputada foi condenada a 10 anos de prisão em razão da sua participação ativa e de arma em punho às vésperas do 08 de janeiro, era perfeitamente previsível que ela não aceitaria passivamente tal decisão e, de alguma forma, tomaria alguma atitude extrema, daí a necessidade de se tomar alguma medida preventiva urgente e drástica, como, por exemplo, a retenção imediata (de novo) do seu passaporte.

Como isso incompreensivelmente não foi feito, só depois de longos 20 dias de condenada o “passarinho voou” pra longe (Itália), e agora, de lá, voltou provocativamente a gorjear, garantindo em suas redes sociais que não mais retornará ao Brasil, devido a uma suposta ditadura do Judiciário (não esqueçamos que, antes, o Deputado Federal Eduardo Bolsonaro fugiu para os Estados Unidos, ao pressentir que também seria enjaulado).

Já por aqui, nesses dias, teremos o depoimento dos “cabeças” do 08 de janeiro e, como as provas são claras, contundentes e cristalinas, a tendência é que sejam condenados, à frente o chefe da gangue golpista, Jair Bolsonaro.

Eis que, um dos generais do exército, amigo do próprio, conhecedor dos meandros e labirintos de Brasília, já teria lhe confidenciado que ele deverá mesmo ser condenado, daí não ser nenhuma surpresa que também ele se mande, clandestinamente, já que lá atrás afirmou com todas as letras que não nasceu pra ser preso.

De uma coisa tenhamos certeza: se alfim de tudo isso Bolsonaro também fugir (a senha já foi dada) e não for pra cadeia, o Supremo Tribunal Federal restará lamentavelmente desmoralizado e o país definitivamente à deriva.

Uma pergunta final: Por que será que os arrogantes bolsonaristas são tão frouxos e fujões, incluindo o próprio ???

 

Post Scriptum:

Circula um vídeo, na Internet, onde a ex deputada Joice Hasselmann, de São Paulo, ex bolsonarista doente, narra de viva voz que, meses atrás, num contato pessoal com a Carla Zambelli, ao ser por ela provocada, teria lhe narrado uma conversa no gabinete presidencial, quando o então presidente lhe inquiriu se era mesmo verdade que ela (Zambelli) era uma prostituta de luxo, na Espanha. Como gosta de prostituta esse Bolsonaro, não ???