TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Para não dizer que não falei destes tempos fabris.


No centro a matéria,
ainda coloidal,
a fonte alimentar.


Ao redor, emplumada,
a matéria é
dela mesma.


Enquanto a abelha,
extrai o néctar
no limite oportuno,

na periferia,
a flor é semente,
um quantum de outra flor.

sei,
pensarás nas oportunidades,
do que sobra para a flor.


Assim como,
da produtividade da abelha,
aproveitando o colóide,
antes que se emplume.

Nem um e nem outro.
Apenas falo de abelhas
e flores.

Não se trata da expansão,
de um capitalismo fabril,
envolvendo as ciências,
no consumo até a periferia,
antes que ela se emplume.

Enquanto reprodução da flor,
o mel que sustenta a colméia,
o círculo é suficiente,
para que a flor se torne espaço,
e a abelha uma célula de tempo.

4 comentários:

Carlos Rafael Dias disse...

Inspirado, poeta!
Geléia real pura
Enquanto dura a inspiração
De escrever para ser lida
Em tempos de dura lida

socorro moreira disse...

Sem comentários ! Cem favos por esse poema !

Pachelly Jamacaru disse...

Muito legal ver este outro do Zé, que não nada ao outro de cronista!
Abraço grande ao grande.

José do Vale Pinheiro Feitosa disse...

Seria falsa modéstia dizer que não dormirei, hoje, incensado. Porém o supremo do dia é ter recebido pólens das flores mais sutis do Cariri.