BRASIL – A BOLA DA VEZ ??? - José Nilton Mariano Saraiva
Não se constitui nenhum
segredo que os Estados Unidos da América já há um certo tempo passam por sérias
dificuldades no tocante a fontes energéticas, principalmente em razão da
utilização desmedida do petróleo lá extraído.
Mas que, mesmo e apesar
de, ao longo do tempo, enfrentar um corrosivo, desgastante e avassalador
processo de decadência econômico-produtiva, se nos apresenta (ainda) como a
maior potência do mundo em termos técnico-científico-bélico, embora a China,
Rússia e Japão já “funguem” em seu cangote de forma ostensiva e ameaçadora, de
um certo tempo até aqui.
Mas, como a “fonte” que sustenta esse suposto poderio
americano - suas reservas petrolíferas - rapidamente se exaurem em função da
“farra” e mau uso (seu consumo interno sempre se manteve nas alturas), sem que
se lhes apresentem condições de diminuí-lo ou haja qualquer outra fonte
alternativa no médio prazo, há, sim, a possibilidade iminente de um “stop” da
atividade produtiva do próprio país, dentro de certa brevidade.
Portanto, pra que se mantenha a máquina em funcionamento,
há uma imperiosa necessidade e um premente desafio de buscar, encontrar,
extrair e até “ROUBAR” petróleo, onde houver petróleo abundante e em excesso
(leia-se Oriente Médio, preferencialmente, dentre outros), senão o país mais
poderoso do mundo inexoravelmente irá à lona, restará nocauteado.
Para consecução de tal mister, uma das mais eficientes
armas utilizadas até aqui tem sido a distorção de informações (tal qual a
utilizada pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial), propagadas por uma mídia
corrupta, amestrada e dócil, que tem papel preponderante na fixação do uso de
certos métodos heterodoxos de “convencimento”, objetivando sejam atropelados ou
aniquilados aqueles que se lhes postarem à frente, ou, até, os que ousem
contestá-los ou confrontá-los (desde quando, por exemplo, os americanos
respeitam fóruns coletivos internacionais tipo a OTAN, ONU, G-8, G-20, BRICS e
tal, quando resolvem que têm de intervir mundo afora ???).
Assim, nada mais conveniente e apropriado (pra eles,
americanos) que, hipocritamente, se autoproclamarem e tentarem difundir e
manter o galardão de “XERIFES” do mundo, defensores da raça humana e dos bons
costumes, protetores dos desvalidos, última reserva moral do planeta, solução
para todos os males dos terráqueos e por aí vai, mesmo que a sua belicista
prática diária se contraponha à teoria.
Necessário, para tanto, a provocação e manutenção
infindável de um “conflitozinho” básico com um país periférico qualquer, mesmo
que a milhares e milhares de quilômetros (contanto que abarrotado de petróleo)
a fim de que, quando a coisa apertar e se tornar necessário, possam
descredenciá-lo, jogá-lo às feras, pô-lo contra o resto do mundo, invadi-lo e,
assim, tomar de conta das suas portentosas reservas minerais.
Afinal, quem não lembra do ocorrido no longínquo Iraque,
anos atrás, quando os "gringos", sob o fajuto e inconsistente
argumento da existência de letais armas químicas com potencial de destruir a
própria humanidade, acionaram sua mortífera e poderosa força bélica com o
objetivo único e exclusivo de apoderar-se do petróleo iraquiano, como realmente
aconteceu (desde o começo desconfiava-se, e posteriormente se comprovou
tratar-se de uma deslavada mentira o argumento das armas químicas).
Para tanto, na oportunidade, e sem nenhum escrúpulo,
anunciaram e difundiram além mares a intenção de caçar, julgar e assassinar em
tempo recorde o ditador-presidente Saddam Hussein. O que foi feito de pronto e
sem maiores tergiversações (na forca e com transmissão ao vivo e a cores para
todo o planeta). Uma descarada “interferência indevida” em assuntos internos de
uma nação independente ???
Fato é que, como à época não houve maiores protestos ou
reações, hoje os “xerifes” do mundo já tomaram de conta também das infindáveis
jazidas petrolíferas do vizinho Irã, mesmo que para tanto tivessem que provocar
mais uma carnificina num país distante; para tanto, e provocativamente, nada
como assassinar covardemente (via mísseis) uma das figuras mais queridas dos
iranianos, o general Qasem Soleimani, segundo nome na hierarquia daquele país,
sob o argumento de que ele estaria a se preparar para assassinar americanos por
todo o mundo (embora nenhuma evidência haja, sobre).
Fato é que, agora, que está comandado por um desqualificado
e perigoso belicista de primeira hora, além de um potencial sonegador de
impostos (Trump), a bola da vez é o nosso Brasil, porquanto, além de já ser um
país que produz o próprio petróleo, oriundo do pre-sal, uma nova descoberta de
jazidas petrolíferas superlativas (no litoral do Amapá), atrai a atenção de
todo o mundo.
O inusitado, aqui, é que tão abjeta figura (Trump) conta
com o apoio aberto, covarde e injustificável de um tosco e desequilibrado
ex-presidente da república brasileiro (aquele que bate continência para a
bandeira americana) que, já condenado pela Justiça brasileira por tentativa de
golpe de estado, agora clama pela intervenção americana num país livre e
soberano, sob o pífio argumento de irregularidades na eleição da qual saiu
derrotado (na realidade, objetiva fugir da prisão iminente, sem se preocupar
com o destino do país). Como tá demorando essa prisão...
De outra parte, nascido
em berço de ouro e com o nome tomado emprestado de um personagem da Disney (Pato Donald), Donald Tramp sempre
foi uma figura arrogante, prepotente e explosiva, e fez a própria fortuna
atuando no suspeito ramo imobiliário americano. Foi um exímio sonegador de
impostos durante anos e anos, mas sempre deu um jeito de fugir das raias da
justiça.
Mais recentemente, ao também
perder a eleição presidencial, instigou e sugeriu que seu rebanho atentasse
contra o Estado Democrático de Direito e depredasse as instalações do Congresso
Americano. O que foi feito, para espanto do mundo todo (e ele, que ficou de
flozô, assistindo tudo de camarote, nenhuma punição sofreu).
Só que, ao “tomar corda”
e pegar carona na barca furada de uma figura mafiosa e desprezível, que hoje o
mundo todo reconhece como um golpista desqualificado (Bolsonaro) Tramp esquece
que o Brasil não tem qualquer similitude com o Iraque e o Iran, e que um atentado
ou tentativa de invasão contra um governo democraticamente eleito repercutirá
profunda e negativamente para seu próprio país.
Alfim, uma simplória pergunta: se são tão valentes e
protetores da humanidade, por qual razão não se metem com a China e a Rússia,
que se acham assentadas e também “lambuzadas” num mar de petróleo ??? Será que
o arsenais nucleares chinês e russo os assusta tanto ???
Ou temem um outro 11 de setembro ???
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Post Scriptum:
Não esqueçamos que foi Bolsonaro,
em 2019, que assinou o acordo que ainda hoje permite
o uso comercial da Base de Alcântara (MA) pelos Estados Unidos, durante sua
visita a Washington (aliás, não há um prazo final para a retirada de lá dos “yanques” e nenhum brasileiro pode
acessá-la);
Foi também no governo Bolsonaro que se deu a
abertura do setor de petróleo e gás, com a realização de leilões e a intenção de
privatizar a estatal Pre-Sal Petróleo. No entanto, logo que assumiu, em
02.01.23, o Presidente Lula da Silva determinou a revogação do andamento das privatizações
de oito estatais, incluindo também a própria Petrobras.
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