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Arte, Cultura e Idéias em Movimento
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ATÉ QUE ENFIM (UFA !!!) – José Nílton Mariano Saraiva
Até que enfim (ufa !!!) conseguimos concluir a leitura das 884 (oitocentos e oitenta e quatro páginas) do Relatório da Polícia Federal, tratando sobre a tentativa de Golpe de Estado engendrada por Jair Messias Bolsonaro e seu séquito de “generais(zinhos) de estimação”.
Minucioso e detalhista, ali se encontram todas as provas necessárias à prisão da cambada de milicos insurgentes (Jair Messias Bolsonaro, Braga Neto, Augusto Heleno, Cesar Cid, Alexandre Ramagem, Mário Fernandes e por aí vai).
Vejam abaixo alguns detalhes do Relatório:
Página 359 de 884: Ao ler o referido documento, o General FREIRE GOMES confirmou que o conteúdo da minuta de Decreto apreendida na residência do ex-ministro da Justiça ANDERSON TORRES era o mesmo das minutas apresentadas nas reuniões no palácio da Alvorada pelo Presidente da República JAIR BOLSONARO e no ministério da Defesa, pelo General Paulo Sérgio, no dia 14/12/2022.
Página 370 de 884 - QUE em uma das reuniões dos Comandantes das Forças com o então Presidente da República, após o segundo turno das eleições, depois de o Presidente da República, JAIR BOLSONARO, aventar a hipótese de atentar contra o regime democrático, por meio de algum instituto previsto na Constituição (GLO ou Estado de Defesa ou Estado de Sítio), o então Comandante do Exército, General FREIRE GOMES, afirmou que caso tentasse tal ato teria que prender o Presidente da República;
PAGINA 425 DE 884 - Nesse contexto, a investigação, com base nas medidas cautelares probatórias deferidas pelo juízo, avançou em identificar que a organização criminosa planejou e executou ações clandestinas para prender/matar o ministro ALEXANDRE DE MORAES. A ação final foi realizada no dia 15 de dezembro de 2022, data em que a consumação do golpe de Estado ficou mais próxima de se concretizar. Além disso, o planejamento operacional previu o assassinato do então presidente da República eleito LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA, por envenenamento, e do vice-presidente eleito, GERALDO ALCKIMIN, com a finalidade de extinguir a chapa vencedora das eleições presidenciais de 2022.
Página 845 de 884 - Na manhã seguinte - 07 de dezembro de 2022-, após ter realizado pessoalmente ajustes na minuta do decreto presidencial, JAIR BOLSONARO convocou os Comandantes das Forças Militares no Palácio da Alvorada para apresentar o documento e pressionar as Forças Armadas a aderirem ao plano de abolição do Estado Democrático de Direito. Os comandantes do Exército e da Aeronáutica se posicionaram contrários a aderirem a qualquer plano que impedisse a posse do governo legitimamente eleito. Já o comandante da Marinha, ALMIRANTE GARNIER, colocou-se à disposição para cumprimento das ordens. Diante da recusa dos então comandantes do Exército e da Aeronáutica em aderirem ao intento golpista, o então presidente JAIR BOLSONARO, no dia 09 de dezembro de 2022, reuniu-se com o General ESTEVAM THEÓPHILO, comandante do COTER, que aceitou executar as ações a cargo do Exército e capitanear as tropas terrestres, caso o então presidente JAIR BOLSONARO assinasse o Decreto.
PAGINA 880 DE 884 - As ações descritas no documento denominado “PUNHAL VERDE AMARELO” evidenciam que os investigados estavam dispostos a ir além da simples detenção do ministro. Os métodos que seriam empregados na ação clandestina demonstram que o resultado morte era quase inevitável e aceito pelos criminosos. Ademais, o planejamento ainda acresceu de forma direta a previsão de ações para assassinar o presidente LULA por envenenamento e o vice-presidente GERALDO ALCKMIN para extinguir a chapa vencedora.
PAGINA 881 DE 884 - No entanto, apesar de todas as pressões realizadas, o general FREIRE GOMES e a maioria do Alto Comando do Exército mantiveram a posição institucional, não aderindo ao golpe de Estado. Tal fato não gerou confiança suficiente para o grupo criminoso avançar na consumação do ato final e, por isso, o então presidente da República JAIR BOLSONARO, apesar de estar com o decreto pronto, não o assinou.
Noite de Núpcias - (para o Tio Dinô, in memoriam)
Dr. Demóstenes Ribeiro (*)
Sertão, oh meu eterno sertão, quanto mais a gente se afasta, mais eu estou com você. E comigo, Batista e Dasdores, lá nos anos cinquenta, lembro como se fosse hoje e eles nunca sairão de mim.
Na serra da mãozinha, eram posseiros felizes do coronel João Renato, até chegar mais uma seca trazendo sofrimento e aflição. Quando essa chegou, Dasdores se alistou numa frente de serviço e Batista foi pro Maranhão.
Órfão de pai, deixou a mãe e a irmã, e certamente ganharia dinheiro nas plantações de arroz. Venceu a malária, mas a saudade o trouxe de volta. A seca findou e ele, forte e solitário, recomeçou a vida de posseiro trabalhando como um leão.
Um dia a sua mãe faleceu e ele se tornou um solteirão convicto, vivendo pro trabalho e pra Zezinha, a irmã deficiente mental. Ela nunca aprendeu a ler nem a escrever. Passava os dias brincando com bonecas de pano, rezando e pensando no céu.
E Dasdores, também solteira, era uma mulher diferente. Sem mãe desde a infância, vivia sozinha com o pai paralítico e que morreu tempos depois. Muito alta, tinha um gênio forte e braços musculosos. Parecia pouco feminina quando montava a cavalo.
Naquela época, foi a única mulher da região a usar calça comprida e, passada a seca e sem a frente de serviço, dedicou-se com afinco à plantação de milho, mandioca e feijão. Também criava porcos e ovelhas. Tudo de meia com o coronel João Renato.
Embora morando próximos desde a infância, Dasdores e Batista eram estranhos um ao outro, a vida inteira quase não se falaram. Mas, quando veio o cultivo do algodão, percebendo interesses comuns, eles aos poucos se aproximaram. Entre julho e setembro, dividiam burros e jumentos no transporte do “ouro branco” até a usina de beneficiamento na cidade.
E assim, melhorando de vida, entre eles surgiu um ar diferente. As suas palavras tímidas agora se acompanhavam de um brilho inusitado no olhar. Aos quarenta anos usaram anel de noivado e até o padre ficou surpreso quando decidiram se casar.
Aconteceu num final de tarde de setembro e o mundo estava feliz. Foram padrinhos os casais João Renato e Jesualdo – um irmão do coronel. O noivo, de sapato novo, vestia calça de brim azul e camisa manga comprida, bem branca como o algodão. Dasdores de rosa e cetim, jamais pareceu tão mulher. E Zezinha, em chita estampada, rindo muito, trazia nas mãos um buquê de flor de algodão.
Depois de café e bolo, na noite enluarada a rural wilis do coronel os levou de volta. Na casa de reboco, estavam na parede gravuras do Coração de Jesus e de São João. Após algum tempo, todos foram dormir e apagou-se o lampião petromax.
Quase meia noite, após mil rangidos e tentativas na cama patente e no colchão de junco, Dasdores desesperou-se e falou: “ home bote na doida !” Então, detrás da porta, subitamente surgiu um vulto e ouviu-se um grito na escuridão: “em mim, não, em mim não Era Zezinha, que saiu correndo pelo terreiro afora.
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(*) Dr. Demóstenes Ribeiro é médico cardiologista, natural de Missão Velha e atualmente radicado em Fortaleza-CE
BOLSONARO, O "MAGNÂNIMO" - José Nílton Mariano Saraiva
Nos mostrou, por exemplo (e para todo o mundo) que na cúpula do Exército brasileiro (generais, tenentes-coronéis e por aí vai) existem adeptos fervorosos, intransigentes e radicais do contundente e letal “modus operandi” miliciano, porquanto, pra se manter no poder, CAPAZES DE MATAR OU MANDAR MATAR os que lhe fazem oposição.
E, como tem o presidente da Rússia, Vladimir Putin, como referência, exemplo e ídolo, envenenamento ou bala de fuzil são as opções preferenciais.
Sem choro nem vela.
O PLANO, HORROROSAMENTE MACABRO, DE BOLSONARO E SEUS GENERAIS/ZINHOS DE ESTIMAÇÃO – José Nílton Mariano Saraiva
Em
2021, durante um ato golpista na Avenida Paulista, o então desprezível presidente
Jair Bolsonaro afirmou, com convicção: "Quero dizer a vocês que qualquer
decisão do senhor Alexandre de Moraes, esse presidente não mais cumprirá. A
paciência do nosso povo já se esgotou; ele tem tempo ainda de pedir o seu boné
e ir cuidar da sua vida. Ele, para nós, não existe mais".
Ante
o exposto, teoricamente não deveria constituir-se surpresa nenhuma o
contundente e minucioso documento, da Polícia Federal (agora de conhecimento
público), onde o mundo todo toma conhecimento da trama macabra e diabólica arquitetada
dentro do Palácio do Planalto (sede do governo) e na casa do general Braga
Netto (Ministro da Defesa, Chefe da Casa Civil e posteriormente vice-presidente),
visando ASSASSINAR o Presidente da República recém-eleito, Lula da Silva, seu
vice, Geraldo Alkmin e o Ministro do Supremo Tribunal Federal (então acumulando
a função de Presidente do Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes.
É
que, após fracassadas tentativas de “melar” a eleição (usando nosso dinheiro e
um arsenal de irregularidades/ilegalidades) e agora, descontentes com a decisão
soberana e democrática da maioria do povo brasileiro de trazer de volta à Presidência
da República, Lula da Silva, uma súcia de generais, tenentes coronéis e outros
graduados das Forças Armadas decidiram simplesmente ELIMINÁ-LO FISICAMENTE,
visando tomarem o poder, na marra.
Assim
é que, sob o comando de Bolsonaro (um dos envolvidos confirma isso, ao afirmar
que o próprio sugerira que a operação se realizasse até 31 de dezembro, e há um
vídeo sobre), o plano previa importar o método corriqueiro e macabro utilizado
por Vladimir Putin, lá na Rússia, onde os adversários são eliminados sumariamente
por “envenenamento”, além da opção de armamento pesado, se necessário.
A
minúcia dos detalhes nos mostra, por exemplo, que, estrategicamente colocados no
trajeto percorrido diariamente pelo Ministro Alexandre de Morais, e comunicando-se
entre si, cada um deles estaria pronto pra entrar em ação, incontinenti,
visando eliminá-lo.
Particularmente,
entendemos que o grande erro de Alexandre de Moraes foi não prender Bolsonaro
quando este desembarcou aqui, após 90 dias nos Estados Unidos, para onde
houvera fugido covardemente depois de tramar e insuflar seu rebanho para fazer
o que fizeram em 08 de janeiro.
No
mais, é chegada a hora de acabar com essa babaquice de “prisão domiciliar com o
uso de tornozeleira eletrônica” já que não existe e nunca existiu respeito
sobre; além do que, e o próprio Mauro Cid quando foi preso pela primeira vez
usou de tal expediente, não tem essa de ficar com “peninha” do delinquente choroso
porque saudoso das filhas e/ou por não se adaptar ao “rango” da prisão.
Alfim,
não é possível que após tão sérias denúncias da Polícia Federal, Bolsonaro e
seus generais/zinhos de estimação continuem impunes, em razão da alta
periculosidade que representam. É prisão de segurança máxima, sem
tergiversações.
TRAIDORES DA PÁTRIA (editorial
do jornal o Estado de São Paulo, de 20.11.24)
É de indignar todos os democratas deste país, sejam quais forem as
identidades político-ideológicas que possam distingui-los, a revelação de que
autoridades do governo de Jair Bolsonaro e militares das Forças Especiais do
Exército, além de um policial federal, TERIAM CONSPIRADO PARA ASSASSINAR,
NO FIM DE 2022, O ENTÃO PRESIDENTE ELEITO LULA DA SILVA, O VICE, GERALDO
ALCKMIN, E O MINISTRO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF) ALEXANDRE DE MORAES,
QUE À ÉPOCA ACUMULAVA O CARGO DE PRESIDENTE DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL
(TSE).
Como se sabe, na manhã de ontem a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação
Contragolpe, que culminou na prisão do general reformado Mário Fernandes,
ex-secretário executivo da Secretaria-Geral da Presidência (2020) e atualmente
assessor do deputado Eduardo Pazuello (PL-RJ). Além de Fernandes, outros três
militares com formação em Forças Especiais, conhecidos no Exército como “kids
pretos”, foram presos por suspeita de elaborar o plano homicida com vistas “à
abolição violenta do Estado Democrático de Direito”: Rafael Martins de
Oliveira, Rodrigo Bezerra de Azevedo e Hélio Ferreira Lima. O quinto envolvido
diretamente na trama, também preso, é o policial federal Wladimir Matos Soares.
A tentativa de golpe de Estado urdida pelos inconformados com a democracia, uma
súcia de civis e militares, da ativa e da reserva, TODOS DO ENTORNO DE
BOLSONARO, já era execrável por tudo o que se sabia a respeito da sedição até
agora. Por meio da desqualificação do processo eleitoral, entre outras artimanhas,
pretendia-se evitar a eleição de Lula da Silva como presidente da República.
Malfadado esse desiderato, partiu-se, então, para o impedimento da posse. A
rigor, o que a Operação Contragolpe fez foi mostrar ao País, com impressionante
riqueza de detalhes, até onde esses golpistas pretendiam chegar com seu furor
delitivo para manter Bolsonaro no poder, em afronta à vontade popular
legitimamente consagrada pelas urnas em 2022.
Chamado no ninho golpista de “Punhal Verde e Amarelo”, como se patriota fosse,
o plano dos militares liderados, do ponto de vista operacional, pelo general
Mário Fernandes, ex-comandante de Operações Especiais do Exército (2018-2020),
consistia, pasme o leitor, em envenenar Lula, “considerando a vulnerabilidade
de seu atual estado de saúde e sua frequência a hospitais”. Alckmin, segundo
consta, também seria envenenado. Já para matar Alexandre de Moraes, os
golpistas pretendiam detonar explosivos durante uma cerimônia pública. Eis a
dimensão da infâmia.
AINDA SEGUNDO A PF, AO MENOS UMA REUNIÃO PARA ARQUITETAR O TRIPLO HOMICÍDIO
TERIA SIDO REALIZADA NA RESIDENCIA DO GENERAL WALTER BRAGA NETTO, então
ministro da Defesa e candidato a vice na chapa de Bolsonaro pela reeleição.
ESTE JORNAL APUROU QUE A PF NÃO TEM DÚVIDAS SOBRE O “ENVOLVIMENTO DIRETO” DE
BRAGA NETTO NESSA TRAMA MAIS DO QUE ANTIDEMOCÁTICA, MACABRA.
Em um ofício de 221 páginas endereçado ao gabinete do ministro Alexandre de
Moraes, relator do Inquérito 4.874, que investiga no âmbito do STF a ação das
chamadas “milícias digitais antidemocráticas”, a PF detalhou como os militares
sediciosos monitoraram os passos de Lula, Alckmin e do próprio Moraes para
decidir como e quando agir. Resta claro que o País esteve muito próximo de ser
tragado por uma convulsão política e social inaudita em sua história recente. E
é lícito inferir que as consequências mais nefastas dessa extrema violência
política, gravíssima por sua mera cogitação, só não se materializaram porque o
Alto Comando do Exército não endossou a estupidez.
Mas que ninguém se deixe enganar. Se felizmente a intentona não foi adiante, o
simples fato de frutificar entre os mais bem treinados militares do Exército
esse ímpeto golpista em nada tranquiliza a Nação. O PAÍS SÓ ESTARÁ EM PAZ
QUANDO, UM POR UM, TODOS OS TRAIDORES DA CONSTITUIÇÃO, QUE, COMO DISSE ULYSSES
GUIMARÃES, TAMBÉM SÃO TRAIDORES DA PÁTRIA, FOREM JULGADOS POR SEUS CRIMES SOB A
ÉGIDE DO MESMO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO CONTRA O QUAL SE INSURGIRAM.
Abaixo, um bom artigo "internetiano".
POR QUE AS MÚSICAS QUE OUVIMOS NA JUVENTUDE MARCAM NOSSA VIDA ???
Se você gosta de “Drop It Like It’s Hot” do Snoop
Dogg, “Dance, Dance” do Fall Out Boy e “Hollaback Girl” da Gwen Stefani tanto
quanto eu, é provável que tenhamos nascido na mesma época.
Quando ouço essas músicas agora, sou atingido por ondas de nostalgia —
primeiros amores, as tribulações do ensino médio e os altos e baixos de morar
com meus pais.
Embora eu tenha começado a apreciar artistas mais jovens como Doja Cat,
Lil Nas X e Sabrina Carpenter nos últimos anos, as
músicas da década de 2000 ocupam um lugar especial na minha cabeça e coração.
Uma colega mais jovem recentemente me disse que “a música de 2008 a 2016
era de primeira linha”. Ela disse que amava Meghan Trainor, One Direction e Kesha durante esse período —
artistas que foram a trilha sonora de seus anos de desenvolvimento cruciais.
Ao ver outras gerações de amantes da música dizerem que a música era
muito melhor quando eram mais jovens, fiquei me perguntando por quê. Não
podemos estar todos certos — ou talvez sim? Conversei com especialistas em como
a música influencia nossos cérebros para descobrir.
“Não é que a música era melhor quando (nós) éramos mais jovens; é que a
música suscita emoções muito, muito fortes”, disse Rita Aiello, psicóloga da
música da Universidade de Nova York, que examina como as pessoas processam a
música e como a música e as memórias se moldam mutuamente.
Aiello lembra “Yesterday” dos Beatles e “People” de Barbra Streisand como
duas de suas músicas favoritas da juventude. “A música é um gatilho
extremamente poderoso para lembrar o que aconteceu antes em nossas vidas”, ela
disse.
Mas por que a música tem tanto poder?
“A música é episódica”, disse Robert Cutietta, professor de música da
Universidade do Sul da Califórnia. “Se você olha para uma obra de arte ou algo
assim, você pode olhar para ela e sair. A música é ao longo do tempo. Há uma
parte do nosso cérebro chamada memória episódica — é praí que ela vai.”
Faz sentido. A preferência de uma pessoa por música popular atinge o
pico por volta dos 23 anos, de acordo com um estudo de 1989 publicado no Journal of Consumer Research,
com uma atualização publicada em 2013 na revista Musicae Scientiae relatando
a idade de 19 anos. Uma republicação de 2022 do último estudo no Marketing Letters: A Journal of Research in Marketing descobriu
que a preferência musical de uma pessoa atinge o pico aos 17 anos.
“Isso faz parte da sua identidade”, disse Cutietta. “Durante esses anos,
estamos desenvolvendo muito do que somos e nos apegamos à música.”
Cutietta, que nasceu em 1953, citou o trabalho dos Beatles e do maestro
Leonard Bernstein como alguns de seus favoritos. Esses artistas ajudaram a
moldar seus gostos musicais quando adolescente.
Esse apego à sua identidade pode ser o motivo pelo qual você se sente
menos conectado à música contemporânea à medida que envelhece.
As emoções ligadas à música em idades impressionáveis ajudam a formar
um vínculo ao longo da vida, com sentimentos felizes e tristes se entrelaçando
— até mesmo se complementando — ao ouvir uma música.
“Se estávamos tristes (ouvindo uma música) há 20 anos, vamos ficar
tristes hoje, mas com uma distância dessa tristeza. Há um sentimento diferente
de enriquecimento na experiência”, disse Aiello, observando que “tristeza pode
ser a abertura da alegria”.
Isso também pode explicar por que ouvir algo que você gostava de um
período anterior e mais difícil de sua vida pode trazer uma sensação de catarse
ao ouvi-lo agora, ela disse.
E se você considera os anos 1970 e 1980 o santo graal da “música real”,
mesmo que todas as décadas contenham músicas boas e ruins?
Pode ser porque você está se lembrando dos artistas, músicas e álbuns
que foram significativos para você e esquecendo aqueles que não foram. “Existem
circunstâncias que tornaram certas músicas particularmente significativas para
você e as memórias dessas circunstâncias voltarão quando você ouvir as
músicas”, disse Aiello.
Essas músicas significativas ainda ressoam em você, disse Cutietta,
eclipsando as esquecíveis.
“Toda época tem músicas horríveis que se tornaram grandes sucessos”,
disse Cutietta. “Eles ainda estão em algum lugar da nossa memória, mas
escolhemos não trazê-los à tona. Naturalmente, vamos escolher as músicas que
gostamos.”
Tenho certeza de que os jovens de hoje saudarão o início dos anos 2020
como uma ótima época para a música, dizendo que os artistas de outras épocas não
têm nada a ver com os da época deles.
Mas, muito provavelmente, eles estarão pensando em como os artistas que
amavam moldaram seu eu mais jovem e esquecendo as músicas que não importavam.
ESSE TAL “NEPOTISMO CRUZADO” – José Nílton Mariano Saraiva
No decorrer da campanha eleitoral que está por ser concluída visando a escolha
do futuro prefeito de Fortaleza, algumas denúncias bem que mereciam ser melhor
esclarecidas, pelo seu relevo, a fim que a população não confundisse gato por lebre,
na hora do voto.
Uma dessas denúncias, pela contundência ímpar que se reveste, foi feita,
via telinha e em horário nobre, pelo postulante à vaga de prefeito de
Fortaleza, o teoricamente austero Capitão Wagner (qualquer dúvida o vídeo respectivo
está disponível na Internet).
Segundo relata ali o Capitão, no gabinete do Deputado André Fernandes, à
época estava lotada a senhora Maria do Socorro Lima Moreira, esposa do vereador
Inspetor Alberto, recebendo a “ninharia” de R$ 18.000,00 mensais.
Em sentido inverso (espécie de compensação ou o famoso toma-lá-dá-cá), no
gabinete do vereador Inspetor Alberto “ESTAVAM” lotados, à época, a
esposa, a mãe, a irmã e o cunhado do Deputado André Fernandes (aqui não se
declinou a remuneração de cada um e se enfatizou com realce o tempo do verbo: “estavam”).
Por qual razão não mais estão ???
Segundo garantiu o Capitão Wagner, não se trata de uma denúncia qualquer,
tanto que o Ministério Público está investigando o caso.
Alfim, o Capitão Wagner peremptoriamente afirma que... “esse discurso do
André Fernandes de ser contra o sistema, contra a mamata e contra a corrupção, não
corresponde com de fato com o que ele faz no seu dia-a-dia”; e conclui: “veja o
que é a velha política fantasiada de novidade; é isso o que representa o candidato
André Fernandes” (percebam as aspas).
Por uma dessas “peripécias” do destino, como não conseguiu os votos
necessários para viabilizar-se ao segundo turno, o Capitão Wagner meteu os pés
pelas mãos, atrapalhou-se todo e findou por, incompreensivelmente, apoiar o
postulante André Fernandes, na batalha final contra o candidato Evandro Leitão.
Não custa lembrar que, segundo o Dicionário Houaiss (página 2190) a
palavra peripécia designa o... “momento de uma narrativa que altera o curso dos
acontecimentos, geralmente de maneira inesperada, e modifica a situação e o
modo de agir dos personagens”.
Cabe então, perguntar: a troco de que o Capitão Wagner se aliou àquele
que ele denunciou com tamanha convicção e ênfase, se para a posteridade temos o
vídeo onde ele narrou o tal “NEPOTISMO CRUZADO” ??? (uma nódoa
inapagável no seu currículo).
UM SIMPLÓRIO QUESTIONAMENTO -
José Nílton Mariano Saraiva
Concretamente, a desfaçatez de
uma pessoa pode ser medida ou avaliada pela sua falta de recato, pela sua insolência,
pela sua indiferença à moralidade e por não manifestar nenhum constrangimento
em mentir despudoradamente para o público. Em suma, pela falta de respeito ou
consideração pelos outros.
E aqui permitimo-nos situar o
último debate entre os prefeituráveis de Fortaleza, quando o candidato André
Fernandes, ao ser questionado pelo opositor Evandro Leitão se era verdadeira a
notícia corrente de que já teria convidado a Capitã Cloroquina para cuidar da saúde
do povo de Fortaleza.
Na oportunidade e, encarando a
câmara, de pronto ele negou enfaticamente, além de assegurar que o seu
presumível secretariado ainda não tinha sido montado, que um colegiado teria
tal incumbência e que, portanto, ninguém houvera sido convidado.
Como não é crível (diríamos convictamente
que até impossível) que uma pessoa de 26 anos (André Fernandes) seja portadora
da terrível doença conhecida por “Mal do Alzheimer”, o que o vídeo que todos
tomamos conhecimento, dia seguinte, pela TV, causou estupefação generalizada,
deixando-nos literalmente de queixo caído.
É que ali, ao vivo e a cores para
todo o mundo (afinal a Internet tá aí pra isso mesmo), André Fernandes aparece
junto à Capitã Cloroquina (médica Mayra Pinheiro), apresentando-a como a pessoa
que irá cuidar da saúde do fortalezense num seu futuro governo. Em seguida, passa-lhe
então a palavra e ela não titubeia em afirmar, peremptoriamente, que houvera
sido convidada, sim, pelo futuro prefeito e que já aceitara o desafio (é bom
não olvidar que a médica pediatra Mayra Pinheiro foi uma das envolvidas na
tragédia ocorrida em Manaus durante a pandemia, ao prescrever e obrigar,
inclusive para crianças, o uso do medicamento cloroquina, não recomendado pela
Organização Mundial de Saúde-OMS e por cientistas de todo o mundo).
O simplório questionamento,
que não quer calar é: quem é mesmo o candidato André Fernandes ??? Aquele que no
dia anterior negou de maneira incisiva e contundente, para milhões de
telespectadores, não ter convidado a Capitã Cloroquina para o seu secretariado,
quando questionado pelo oponente Evandro Leitão ???
Ou seria aquele que, de
sorriso largo e aberto, e aparentando felicidade extrema, literalmente desdisse
o que disse no debate e, portanto, mentira, sim, para a população ???
Alfim, um pequeno lembrete: no
dicionário, aprendemos que: “DESFAÇATEZ é um substantivo que se refere à
falta de vergonha, descaramento ou ousadia desmedida diante de uma situação em
que seria esperado algum recato ou modéstia. É frequentemente usado para
descrever atitudes insolentes ou comportamentos que demonstram uma indiferença
deliberada às normas sociais ou à moralidade”.
Portanto, aqui não caberia a
perspectiva de um possível Alzheimer para justificar tal desencontro, mas, caberia
sim, a tentativa de usar meios ilícitos para ludibriar seus próprios adeptos. O
que poderia ser rotulado de covardia.
****************************************
Post Scriptum:
O Alzheimer é uma doença
neurodegenerativa progressiva que afeta o cérebro, causando deterioração das
funções cognitivas, como a memória, o raciocínio, a linguagem e a capacidade de
realizar tarefas cotidianas. A DOENÇA DE ALZHEIMER É MAIS COMUM EM PESSOAS
IDOSAS. E É ABSOLUTAMENTE IMPOSSÍVEL DE ACOMETER JOVENS, COMO O ANDRÉ FERNANDES.
DA “VERDADE FACTUAL” NÃO SE FOGE - José Nílton Mariano
Saraiva
A Internet (de domínio
público) não perdoa. Dias atrás, foi veiculado um vídeo de teor eminentemente
escatológico, onde o agora candidato à prefeitura de Fortaleza, André Fernandes,
ainda na adolescência mostrava aos seus adeptos, pormenorizadamente e de forma
didática, como proceder para “depilar” sua parte baixa, traseira (glútea).
Imediatamente, lá no
sul/sudeste do país, os conceituados jornalistas José Roberto de Toledo e
Kennedy Alencar, vinculados a jornais e sites de projeção nacional, cognominaram
aquele momento, no site da UOL, como... “raspa cu” (tal vídeo também se acha
disponível na Internet).
No mesmo vídeo, essa mesma
figura (André Fernandes) mostra sua porção maldosa e extremamente
preconceituosa para com as mulheres, em geral, ao “apunhalar” com incontida e
desmedida fúria um pedaço de papelão, sem que antes alerte que aquela simplória
peça na realidade representaria uma pretensa namorada.
Mais adiante, ainda no
mesmo vídeo, tal figura atinge o clímax, quando aspira, rapidamente e com uma
ânsia incontida, uma fileira de um pó branco não identificado, mas que
supostamente somos tentados a acreditar tratar-se de algo de teor alucinógeno.
Posteriormente,
confrontado com a “verdade factual”, a figura em questão não negou sua veracidade,
mas simplesmente limitou-se a afirmar que o tal pó branco que profundamente
aspirou, se tratava, na realidade, de sal, puro sal (algo difícil de acreditar,
porquanto qualquer pitada de sal provoca no ser humano o aumento geométrico da
pressão arterial, podendo até levar a óbito imediato). E ele está aí, vivinho
da silva (e mentindo muito).
Aqui, um adendo: a
expressão “verdade factual” é usada para cognominar... “algo que é verificável
e baseado em fatos objetivos, ou seja, informações que podem ser confirmadas
por meio de evidências concretas ou observação”.
Essas verdades (no caso específico um vídeo com imagem e
som) não dependem de opiniões pessoais, crenças ou interpretações subjetivas,
mas de realidades que podem ser constatadas independentemente das percepções
individuais.
No mais, se alguém tem alguma dúvida o vídeo está
disponível na Internet; confiram e formem seu “juízo de valor” sobre referida
figura.