TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

terça-feira, 3 de junho de 2008

Interblogs: Renata Cordeiro

Vi o filme Across The Universe muito recentemente, e ainda estou com o gostinho bom na boca da lembrança. Intencionava escrever sobre ele, mas relutava devido à grande responsabilidade que é escrever sobre algo genial que merece igualmente algo genial.
Eis que, navegando pelos meus blogs afins, precisamente pelos Sonhos Caririenses, de Emerson Monteiro, leio um recado deixado por Renata Cordeiro. E acessando o seu blog, http://wwwrenatacordeiro.blogspot.com/, surpreendi-me com a qualidade e a atualidade que de lá emergem. Melhor ainda foi ler essa excelente e não menos genial crítica sobre esse filme genial que é Across The Universe.
Como não sou egoísta, quero dividir esse prazer com os leitores do Cariricult. (Carlos Rafael: http://www.tudo-fel.blogspot.com/)


Dica: No Crato, este filme pode ser locado no Center Games (Rua "pianista" Ida Bilhar, próxima à Praça da Sé)


CLIP de ACROSS THE UNIVERSE ou A REVOLUÇÃO, filme revisado por RENATA M. P. CORDEIRO 2008




Across the Universe ou a Revolução Filme norte-americano de Julie Taymor ­– 2007
Com Jim Sturgess e Evan Wood nos papéis principais

Foi há quarenta anos, mas as pessoas não se esquecem e não se cansam. Nem das canções dos Beatles, nem das passeatas pela Paz em Washington. Neste começo do século XXI, Across the Universe, musical idealista baseado nas canções de John Lennon e Paul McCartney (algumas de George Harrison) é produzido, por exemplo, em meio ao olhar retrospectivo de Todd Haynes sobre a trajetória estrelar de Bob Dylan.
Numa trama que se sustenta, Julie Taymor (diretora de Frida) quis pintar um afresco psicodélico que contasse todas as esperanças e, depois, todas as decepções que tiveram em cinco anos apenas – de Rubber Soul a Let It Be ­– toda uma geração.Para encarná-los, descobrimos, trabalhando nos canteiros-navais de Liverpool, Jude (Jim Sturgess), que logo embarca para os Estados Unidos. Aí, ele conhece Lucy (Evan Rachael Woods), cujo noivo foi lutar na Guerra do Vietnã.
Essas primeiras seqüências apelam às mais antigas canções dos Beatles, e as generalizações amorosas das letras das músicas (It Won´t Long, I Want Hold Your Hand) se curvam admiravelmente às leis do musical. O filme aproveita a ocasião para afirmar o seu encanto ingênuo e sensual. São os próprios atores que cantam, sem exceções, e a inexperiência deles, enquadrada pela produção musical mais do que experiente de T-Bone Burnett, dá aos títulos escutados, ou até mesmo ouvidos milhares de vezes, um novo frescor.
Passada a descoberta mútua de ambos os apaixonados, o filme alterna seqüências íntimas e grandes planos, mesclando a história do século e as grandes canções dos Beatles, a começar pela exageradamente reformista Revolution. Nesse jogo, Julie Taymor tem grande inventividade. Os bombardeamentos, porém, ao fundo de Strawberry Fields ou as manifestações ao ritmo de Helter Skelter acabam sendo nada mais do que uma colagem frenética de tomadas que expandem a ascensão da exaltação revolucionária e o brutal despertar frente à realidade do poder e do dinheiro.
Para aproveitar bem esse filme, é preciso deixar-se levar pela música (além do cast, há Joe Cocker e Bono) e pelas explosões visuais na tela. Em tempos menos rigorosos, se recomendaria aos mais tímidos o uso de adjuvantes psicotrópicos, mas como dissemos no começo, isso foi há quarenta anos.

Para quem não viu o filme no telão, já saiu o DVD internacional, com opção de legendas e dublagem em português. Se o DVD nacional já saiu, eu não sei.
Vale conferir também a trilha sonora com 16 canções dos Beatles, interpretadas pelos atores, inclusive Hey Jude e Lucy in the Sky with Diamonds, em referência aos nomes dos protagonistas.

Um comentário:

socorro moreira disse...

Acabei de assistir Across The Universe . Tô passada ! Ontem havia assistido Piaf . Dose dupla, no absorvimento de dores , prazeres e canções . Uma verdadeira catarse , vivenciei .
Chega de saudade !
Corri para o presente . Quero ver minhas auroras , meus amigos , me inteirar do que está acontecendo no Planeta , e contribuir , pelo menos com uma centelha de otismo , amor e paz !
Me enquadrei perfeitamente na minha geração : Paz e Amor . Ela frutificou-se , num romantismo triste , saudosista ...Nem sempre feliz !
Vc não acha que deveriam canonizar Edith Piaf ?
Vou usá-la como intermediária de graças , diante de Sta Terezinha de Lisieux .
Isso não é conversa pra cá ... Mas , como a gente nunca se encontra ...Foi!