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domingo, 20 de julho de 2025

 A “FALHA” DA TORNEZELEIRA ELETRONICA – José Nílton Mariano Saraiva


Se analisarmos bem, a colocação de uma tornozeleira eletrônica em qualquer bandido, muito embora tenha uma finalidade nobre (barrar-lhe a ação delituosa futura) peca por um detalhe crucial: embora obrigue que o meliante se recolha das 07 horas da noite às 07 horas da manhã, deixa-o livre pra delinquir durante as 12 horas seguintes (das 07 da manhã às 07 da noite, caracterizando o famoso regime 12 x 12).

Por uma razão simplória e que a bandidagem já sabe de cór e salteado, tanto que não está nem aí: não há, no Brasil, por parte das autoridades/órgãos responsáveis, número suficiente de fiscais que detectem e acompanhem, pari-passu, os premiados com “tornozeleiras” (tantos são eles).

Quem não lembra, por exemplo, do Pedro Barusco, então Diretor da Petrobras que, flagrado em ilícitos de monta, foi obrigado a usar a tornozeleira eletrônica, o que, a priori, o denunciava como um “fora-da-lei”. E, no entanto, à época ele circulava no “point” mais famoso do Rio de Janeiro, praia de Ipanema, de bermudão e sem camisa, mostrando desafiadoramente a dita-cuja, e sorvendo tranquilamente seu “scott” favorito (whisky) sem que jamais tivesse sido importunado por alguma autoridade.

Particularmente, já tivemos como vizinho um vagabundo desses, que, não satisfeito em mostrar a “honraria” recebida, promovia, dentro de casa, bacanais concorridos, onde muitos portavam a “coisa”, inclusive a própria irmã (fizemos a denúncia, mas o máximo que conseguimos foi que o proprietário do imóvel rescindisse o contrato de locação).

O acima exposto, é só pra dizer que o íntegro, honesto e preparado Ministro Alexandre de Moraes “pisou na bola”, foi muito benevolente, muito burocrático, muito magnânimo e, diríamos com todo o respeito, até muito relapso, em simplesmente mandar Jair Bolsonaro para uma espécie de suave “prisão domiciliar”, com proibição de sair de casa das 07 da noite às 07 da manhã, tendo o resto do dia livre pra circular, já que com a tornozeleira eletrônica.

E aí, não dá pra desconfiar, devido à alta periculosidade do próprio, que, com tanto tempo livre, ele simplesmente “esqueça” a tornozeleira (lembremo-nos do déficit de fiscais, ou mesmo do descarte da própria) e então, reunido com a sua quadrilha, tendo em vista a iminente prisão, preparem um plano de fuga que teria o Paraguai como destino primeiro (ou outros países fronteiriços), via terrestre e, de lá, num jatinho particular, financiado pelo partido, os Estados Unidos, mesmo sem passaporte (ou um falsificado, já que foram capazes de falsificar até o cartão de de vacina).

Senão, após o “passarinho voar”, não caberá lembrar ou lamentar que nunca imaginariam que ele fosse capaz de.

Como, com bandido não deve haver tergiversação ou condescendência, prisão preventiva, até o julgamento, é o que se impõe.

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