TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

segunda-feira, 21 de julho de 2025

UMA “SINGELA E TERNA” HOMENAGEM AO JAIR – José Nílton Mariano Saraiva

 

“JOSÉ” é um dos poemas mais emblemáticos de Carlos Drummond de Andrade, e foi publicado no livro “Poesias”, no longínquo 1942. Nele, estão retratados o desespero, a solidão, o desamparo e a falta de perspectivas do homem, em um tom de questionamento.

Com “pequenas e suaves” adaptações, tem tudo a ver com o JAIR, dos dias atuais. Vejam, abaixo, como tudo se encaixa ao substituirmos o JOSÉ por JAIR (numa singela e terna homenagem ao próprio).

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JOSÉ (JAIR)

 

E agora, JAIR / A festa acabou / a luz apagou / o povo sumiu / a noite esfriou / e agora, JAIR/ e agora, você ?

 

Você que é sem nome / que zomba dos outros / você que (NÃO) faz versos / que (NÃO) ama / E SÓ protesta / e agora, Jair ?

 

Está sem mulher / está sem discurso / está sem carinho / já não pode beber / já não pode fumar / cuspir já não pode

 

A noite esfriou / o dia não veio / o bonde não veio / o riso não veio / não veio a utopia / e tudo acabou / e tudo fugiu / e tudo mofou / e agora, JAIR / e agora, JAIR ?

 

Sua (RUDE) palavra / seu instante de febre / sua gula e jejum / suas joias roubadas / seu terno de vidro / sua incoerência / seu ódio / e agora ?

 

Com a chave na mão / quer abrir a porta / não existe porta / quer morrer no mar / mas o mar secou / quer ir pra Minas / Minas não há mais / JAIR, e agora ?

 

Se você gritasse / se você gemesse / se você tocasse a valsa vianense / se você dormisse / se você cansasse / se você morresse... / mas você não morre / você é duro, JAIR

 

Sozinho no escuro / qual bicho do mato / sem teogonia / sem parede nua pra se encostar / sem cavalo preto / que fuja a galope (para os “States”)

 

VOCE MARCHA, JAIR, JAIR PRA PAPUDA

VOCE MARCHA, JAIR, JAIR PRA PAPUDA.

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