- O que você estava fazendo no momento dos ataques às Torres Gêmeas?
Eu estava em casa, lendo "Orson Welles no Ceará", de Firmino Holanda. Minha mulher me ligou dizendo apavorada "liga a tv!". Deixei Orson Welles nos mares bravios alencarinos, continuando o ainda inacabado "It's all true",marcado por uma tragédia nas filmagens: a morte de Jacaré, líder político dos jangadeiros, no início dos anos 40.
Deixei de lado o cidadão Kane e fui ao seu país, acompanhar ao vivo outra tragédia que mudaria definitivamente o século XX para este em que estamos vivendo sob o domínio do medo, sob a incontrolável ganância de quem detém o poder em seus botões, tempo de partidos, de homens partidos, como diria Drummond.
Meu filho tinha quatro anos e me agarrei a ele como quem se abraça à esperança, como quem suplica a paz. Ele assistia às torres caindo com o mesmo interesse que assistia aos desenhos dos super-heróis americanos. Não entendia bem o meu pavor e eu entendi bem a sua inocência.
Um comentário:
É inadmissível guerras e mais guerras. Violência, desamor. Vejam que essas palavras são grandes. Causam tanta dor.
Por que não a PAZ?
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