Entrevista com esse entulho da ditadura militar. De dar nojo, asco, repulsa.
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terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
terça-feira, 28 de setembro de 2010
a certeza na frente, a história na mão
"O problema é que você quer falar com Geraldo Vandré. E Geraldo Vandré não existe mais, foi um pseudônimo que usei até 1968."
É o que diz Geraldo Pedrosa de Araújo Dias, 75 anos no último dia 12, quando o procuram. O mitológico autor de "Pra não dizer que não falei de flores" continua recluso em um pequeno apartamento em São Paulo, arrodeado de livros e um violão.
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segunda-feira, 16 de agosto de 2010
quando eu me chamar saudade
"Foi uma sacanagem a forma que me expulsaram do Itamaraty!", disse o poeta Vinicius de Moraes, lá pelos anos 70, a respeito de sua saída compulsória, definitiva e sumária dos quadros do Ministério das Relações Exteriores na época da ditadura.
Após 26 anos de serviços prestados ao Itamaraty, o poeta foi "aposentado" pelo regime militar em 1968, já como resultado da promulgação do AI-5. O general-presidente de plantão, Costa e Silva, exigia o desligamento do serviço público de "bêbados, boêmios e homossexuais". Brincalhão, Vinicius disse "eu sou o bêbado". O ministro Magalhães Pinto foi curto e grosso: "demita esse vagabundo!".
Com a exoneração o poeta ficou muito magoado e deprimido. Extravasou seus sentimentos na poesia e na música. Na língua nagô a expressão "na tonga da milonga do kabuletê", gravada em 1970 em parceria com Toquinho, significa algo como "vão todos à merda!" Curto e diplomático.
Hoje, em Brasília, o poeta será promovido pelo chanceler Celso Amorim à condição de Embaixador do Brasil, com a presença de parentes e amigos, como a cantora Miúcha.
Em algum cantinho em bom lugar, o nosso eterno poetinha deve estar curtindo, com seu uisquinho, essa tardia reparação, embora ele nunca tenha deixado de ser o que lhe tomaram, pois dizia-se "eu, o capitão do mato, Vinicius de Moraes, poeta e diplomata."
A benção, meu mestre!
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sexta-feira, 23 de abril de 2010
terça-feira, 6 de abril de 2010
Traição por dinheiro
"Em entrevista ao programa Dossiê Globonews, exibida no sábado (3), o general Leônidas Pires Gonçalves, ex-chefe do DOI-Codi do Exército no Rio de Janeiro (1974-1977), admitiu que o regime militar pagou 150 mil cruzeiros para que Manoel Jover Telles traísse o PCdoB e se aliasse à repressão. As informações obtidas a partir do suborno foram encaminhadas ao II Exército, de São Paulo, que pôs em operação a Chacina da Lapa — na qual três dirigentes nacionais do PCdoB foram fuzilados."
Por André Cintra
"O depoimento de Leônidas, mais de 33 anos depois da chacina, não só desmonta a versão “oficial” do regime — como também detalha como Jover Telles, o “Rui”, se vendeu aos militares. É a primeira vez que um membro do Exército confirma, publicamente, a verdade sobre a Chacina da Lapa.
O general assumiu ter autorizado — ele próprio — o suborno ao traidor do PCdoB. “A ideia foi minha. Fui adido militar na Colômbia. Aprendi que lá eles compravam todos os subversivos com dinheiro”, declarou o milico à Globonews, sem citar o nome de Jover Telles.
Segundo Leônidas, o traidor foi preso em meados de 1976 e se vendeu à ditadura, informando quando haveria a próxima reunião do Comitê Central (CC) do PCdoB. “Deu o dia e a hora por 150 mil, entregues à filha dele, em Porto Alegre”, relatou o general na entrevista. Já era público que o regime prometeu também emprego a Telles e à sua filha na fábrica de armas Amadeo Rossi, no Rio Grande do Sul.
A reunião do CC ocorreu de 11 a 15 de dezembro de 1976, numa casa situada na Rua Pio XI, 767, no bairro paulistano da Lapa. Ao final do encontro, o DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna) entrou em ação.
Já na madrugada para a manhã de 16 de dezembro, uma quinta-feira, o regime assassinou de cara dois dirigentes comunistas que permaneciam na casa — Ângelo Arroyo e Pedro Pomar. Contra Pomar, desarmado, foram disparados cerca de 50 tiros certeiros. João Baptista Drummond morreu horas depois, depois de ser preso e violentado pelo regime. Outros quatro dirigentes — Aldo Arantes, Elza Monnerat, Haroldo Lima e Wladimir Pomar — também foram levados à prisão e à tortura.
Uma investigação levada a cabo pela direção do partido, anos depois do massacre, já havia apontado a colaboração de Jover Telles. Relatório aprovado no 6º Congresso do PCdoB, em 1983, responsabilizou o traidor pela chacina e ratificou sua expulsão definitiva das fileiras do partido.
Em seus diários secretos sobre o regime militar, um agente do Centro de Informações do Exército conhecido como Carioca também confirmou que Jover Telles serviu à ditadura. A revelação está no livro Sem Vestígios — Revelações de um Agente Secreto da Ditadura Militar Brasileira (Geração Editorial, 2008).
Segundo Carioca, Jover Telles prestou depoimento ao regime em 8 de dezembro de 1976, tecendo críticas coléricas ao PCdoB e informando o ponto na Rua Pio XI e a data da reunião. O veículo que transportava Jover Telles para a casa foi seguido por outros 35 carros.
A Chacina da Lapa, por sua crueldade, surpreendeu até mesmo integrantes do regime que defendiam a “distensão” anunciada em 1974 pelo general-presidente Ernesto Geisel. Fazia 11 meses que o II Exército não registrava uma única morte de “subversivo” — a última havia sido a do metalúrgico Manuel Fiel Filho, sob tortura, em 17 de janeiro de 1976. O terrorismo de Estado, no entanto, estava vivo."
Fonte: Portal Vermelho
Fonte: Portal Vermelho
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
O plano para derrubar Salvador Allende.
Que os golpistas de plantão, serviçais do imperialismo norte-americano, sempre serviram de linha auxiliar da reação, do capitalismo mais grosseiro e que agiam de forma truculenta e covarde, todos nós sabemos. Mas a cada dia que um arquivo do governo norte-americano é colocado em público, fica mais claro para todos.
E leia essa matéria de Bernardo Joffily para o Portal Vermelho.
"O presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon (1913-1994) e o general de turno na ditadura brasileira, Emílio Garrastazu Médici (1905-1985) conspiraram juntos na Casa Branca em dezembro de 1971 pela derrubada do socialismo em Cuba e no Chile de Allende. O relato do encontro está num arquivo secreto da Casa Branca agora desclassificado. O comportamento de Garrastazu adapta-se perfeitamente ao qualificativo: capacho do imperialismo americano.
A reunião ocorreu no Salão Oval da Casa Branca, às 10h de 9 de dezembro de 1971. Do lado brasileiro, só Médici estava presente, deixando o Itamaraty de fora. Sem falar inglês, precisou da ajuda do general Vernon Walters. Agente da CIA (em breve seria nomeado seu vice-diretor), Walters fora adido militar americano no Brasil durante o golpe de 1964, falava bem o português e transitava facilmente nos círculos da direita militar brasileira.
Médici, sabujo, bajulador e servil
O relato Top Secret da conversa está agora – em inglês – no site americano The National Security Archive. Segundo o arquivo, Nixon perguntou a Médici se o exército chileno seria capaz de derrubar Allende. Médici disse que "achava que sim" e deixou claro "que o Brasil estava trabalhando para este fim".
Na parte pública dessa visita de Garrastazu a Washington, ficou famosa uma frase de Nixon: “Para onde o Brasil se inclinar, a América do Sul se inclinará". Agora, a transcrição das atas do encontro reservado no Salão Oval da Casa Branca deixa explícito qual era o sentido verdadeiro do comentário.
Vistos quase quatro décadas mais tarde, os arquivos evidenciam o quanto mudou o Brasil e a América Latina. Naquela época, como fica claro na conversação, era uma reserva direta dos EUA, merecendo integralmente o rótulo de quintal do imperialismo americano.
Ainda hoje há no vizinho do Norte quem assim pense, colaborando com os golpistas hondurenhos ou planejando bases militares na Colômbia. Mas é difícil acreditar que haja espaço para uma repetição do comportamento sabujo, bajulador e servil exibido pelo general Emílio Garrastazu Médici conforme a transcrição. O relato torna-se ainda mais repugnante quando se recorda que dentro do Brasil vivia-se em plena escalada das torturas e assassinatos de opositores da ditadura.
Conspiração para derrubar Fidel
Conforme o documento, Nixon começa por esclarecer que os movimentos de seu governo em relação à União Soviética e à china "absolutamente não significam" que "também haverá mudança em nossa política para com Cuba". O relatório descreve:
"O presidente [Nixon] repetiu que não haveria mudança em nossa atitude para com Cuba enquanto Castro estivesse no comando e continuasse a tentar exportar a subversão. O preidente Médici disse que estava muito contente de ouvir isso e que isso coincidia exatamente com a posição brasileira."
Depois de discutirem maneiras de barrar o reingresso de Cuba na OEA (Organização dos Estados Americanos) – uma posição que veio abaixo em 2009 –, Nixon e Médici concordam em estabelecer "meios de comunicar-se diretamente, fora dos canais diplomáticos normais". O ditador brasileiro indicou como seu canal privado de contato o chanceler Gibson Barbosa. Em seguida, voltou ao tema cubano.
"O presidente Médici disse então que havia grande número de exilados cubanos nas Américas em geral; ele acreditava que existiam então um milhão de cubanos nos Estados Unidos. Esses homens alegavam que tinham forças e condições de derrubar o regime de Castro. Surge a pergunta: deveríamos ajudá-los ou não? O presidente [Nixon] ponderou a questão e disse achar que devíamos, desde que não os levássemos a fazer algo que não pudéssemos apoiar, e desde que a nossa mão não aparecesse. O presidente Médici concordou, dizendo que em nenhuma circunstância uma assistência que déssemos deveria ser visível. Caso houvesse alguma coisa em que o Brasil pudesse ajudar, seria de se apreciar que obtivéssemos essas opiniões através do canal privado."
O "trabalho" da ditadura brasileira no Chile
A conversa trata também das relações do Brasil com o Peru, a Bolívia, as ditaduras do Paraguai e da Argentina (esta, uma relação "de general para general", segundo Garrastazu). Entra em pauta então a questão do Chile, que vivia então a experiência do governo Salvador Allende, eleito no ano anterior por uma coligação socialista-comunista. Veja o trecho:
"O presidente [Nixon] perguntou então ao presidente Médici sua opinião sobre como se desenvolveria a situação no Chile. O presidente Médici disse que Allende seria derrubado pelas mesmíssimas razões pelas quais [o presidente brasileiro João] Goulart fora derrubado no Brasil. O presidente [Nixon] então operguntou se o presidente Médici pensava que as forças armadas chilenas seriam capazes de derrubar Allende. O presidente Médici respondeu que acreditava que eram, agregando que o Brasil estava intercambiando muitos oficiais com os chilenos, e deixou claro que o Brasil estava trabalhando para este fim. O presidente [Nixon] disse que era muito importante que o Brasil e os Estados Unidos trabalhassem muito intimamente nesse campo. Se os brasileiros sentirem que há algo que possamos fazer para sermos úteis nessa área, gostaríamos que o presidente Médici nos fizesse saber. Caso fosse preciso dinheiro, ou outra ajuda discreta, estaríamos dispostos a fornecê-la Isso deveria ser conduzido com a mais elevada reserva. Mas deveríamos tentar, evitar novos Allendes e Castros e tentar, onde possível, reverter essas tendências. O presidente Médici disse que estava contente em ver que as posições brasileiras e americanas eram tão próximas".
terça-feira, 31 de março de 2009
1964: O golpe do 1º de abril.
No dia 1º de abril de 1964 os militares efetivaram um golpe elaborado pela direita brasileira, com apoio do governo norte-americano.
Eis o editorial do Jornal "O Globo", do dia 2 de abril de 1964:
"Vive a Nação dias gloriosos. Porque souberam unir-se todos os patriotas, independentemente de vinculações políticas, simpatias ou opinião sobre problemas isolados, para salvar o que é essencial: a democracia, a lei e a ordem. Graças à decisão e ao heroísmo das Forças Armadas, que obedientes a seus chefes demonstraram a falta de visão dos que tentavam destruir a hierarquia e a disciplina, o Brasil livrou-se do Governo irresponsável, que insistia em arrastá-lo para rumos contrários à sua vocação e tradições.
Como dizíamos, no editorial de anteontem, a legalidade não poderia ser a garantia da subversão, a escora dos agitadores, o anteparo da desordem. Em nome da legalidade, não seria legítimo admitir o assassínio das instituições, como se vinha fazendo, diante da Nação horrorizada.
Agora, o Congresso dará o remédio constitucional à situação existente, para que o País continue sua marcha em direção a seu grande destino, sem que os direitos individuais sejam afetados, sem que as liberdades públicas desapareçam, sem que o poder do Estado volte a ser usado em favor da desordem, da indisciplina e de tudo aquilo que nos estava a levar à anarquia e ao comunismo.
Poderemos, desde hoje, encarar o futuro confiantemente, certos, enfim, de que todos os nossos problemas terão soluções, pois os negócios públicos não mais serão geridos com má-fé, demagogia e insensatez.
Salvos da comunização que celeremente se preparava, os brasileiros devem agradecer aos bravos militares, que os protegeram de seus inimigos. Devemos felicitar-nos porque as Forças Armadas, fiéis ao dispositivo constitucional que as obriga a defender a Pátria e a garantir os poderes constitucionais, a lei e a ordem, não confundiram a sua relevante missão com a servil obediência ao Chefe de apenas um daqueles poderes, o Executivo.
As Forças Armadas, diz o Art. 176 da Carta Magna, "são instituições permanentes, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade do Presidente da República E DENTRO DOS LIMITES DA LEI."
No momento em que o Sr. João Goulart ignorou a hierarquia e desprezou a disciplina de um dos ramos das Forças Armadas, a Marinha de Guerra, saiu dos limites da lei, perdendo, conseqüentemente, o direito a ser considerado como um símbolo da legalidade, assim como as condições indispensáveis à Chefia da Nação e ao Comando das corporações militares. Sua presença e suas palavras na reunião realizada no Automóvel Clube, vincularam-no, definitivamente, aos adversários da democracia e da lei.
Atendendo aos anseios nacionais, de paz, tranqüilidade e progresso, impossibilitados, nos últimos tempos, pela ação subversiva orientada pelo Palácio do Planalto, as Forças Armadas chamaram a si a tarefa de restaurar a Nação na integridade de seus direitos, livrando-os do amargo fim que lhe estava reservado pelos vermelhos que haviam envolvido o Executivo Federal.
Este não foi um movimento partidário. Dele participaram todos os setores conscientes da vida política brasileira, pois a ninguém escapava o significado das manobras presidenciais. Aliaram-se os mais ilustres líderes políticos, os mais respeitados Governadores, com o mesmo intuito redentor que animou as Forças Armadas. Era a sorte da democracia no Brasil que estava em jogo.
A esses líderes civis devemos, igualmente, externar a gratidão de nosso povo. Mas, por isto que nacional, na mais ampla acepção da palavra, o movimento vitorioso não pertence a ninguém. É da Pátria, do Povo e do Regime. Não foi contra qualquer reivindicação popular, contra qualquer idéia que, enquadrada dentro dos princípios constitucionais, objetive o bem do povo e o progresso do País.
Se os banidos, para intrigarem os brasileiros com seus líderes e com os chefes militares, afirmarem o contrário, estarão mentindo, estarão, como sempre, procurando engodar as massas trabalhadoras, que não lhes devem dar ouvidos. Confiamos em que o Congresso votará, rapidamente, as medidas reclamadas para que se inicie no Brasil uma época de justiça e harmonia social. Mais uma vez, o povo brasileiro foi socorrido pela Providência Divina, que lhe permitiu superar a grave crise, sem maiores sofrimentos e luto.Sejamos dignos de tão grande favor."
Eis o editorial do Jornal "O Globo", do dia 2 de abril de 1964:
"Vive a Nação dias gloriosos. Porque souberam unir-se todos os patriotas, independentemente de vinculações políticas, simpatias ou opinião sobre problemas isolados, para salvar o que é essencial: a democracia, a lei e a ordem. Graças à decisão e ao heroísmo das Forças Armadas, que obedientes a seus chefes demonstraram a falta de visão dos que tentavam destruir a hierarquia e a disciplina, o Brasil livrou-se do Governo irresponsável, que insistia em arrastá-lo para rumos contrários à sua vocação e tradições.
Como dizíamos, no editorial de anteontem, a legalidade não poderia ser a garantia da subversão, a escora dos agitadores, o anteparo da desordem. Em nome da legalidade, não seria legítimo admitir o assassínio das instituições, como se vinha fazendo, diante da Nação horrorizada.
Agora, o Congresso dará o remédio constitucional à situação existente, para que o País continue sua marcha em direção a seu grande destino, sem que os direitos individuais sejam afetados, sem que as liberdades públicas desapareçam, sem que o poder do Estado volte a ser usado em favor da desordem, da indisciplina e de tudo aquilo que nos estava a levar à anarquia e ao comunismo.
Poderemos, desde hoje, encarar o futuro confiantemente, certos, enfim, de que todos os nossos problemas terão soluções, pois os negócios públicos não mais serão geridos com má-fé, demagogia e insensatez.
Salvos da comunização que celeremente se preparava, os brasileiros devem agradecer aos bravos militares, que os protegeram de seus inimigos. Devemos felicitar-nos porque as Forças Armadas, fiéis ao dispositivo constitucional que as obriga a defender a Pátria e a garantir os poderes constitucionais, a lei e a ordem, não confundiram a sua relevante missão com a servil obediência ao Chefe de apenas um daqueles poderes, o Executivo.
As Forças Armadas, diz o Art. 176 da Carta Magna, "são instituições permanentes, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade do Presidente da República E DENTRO DOS LIMITES DA LEI."
No momento em que o Sr. João Goulart ignorou a hierarquia e desprezou a disciplina de um dos ramos das Forças Armadas, a Marinha de Guerra, saiu dos limites da lei, perdendo, conseqüentemente, o direito a ser considerado como um símbolo da legalidade, assim como as condições indispensáveis à Chefia da Nação e ao Comando das corporações militares. Sua presença e suas palavras na reunião realizada no Automóvel Clube, vincularam-no, definitivamente, aos adversários da democracia e da lei.
Atendendo aos anseios nacionais, de paz, tranqüilidade e progresso, impossibilitados, nos últimos tempos, pela ação subversiva orientada pelo Palácio do Planalto, as Forças Armadas chamaram a si a tarefa de restaurar a Nação na integridade de seus direitos, livrando-os do amargo fim que lhe estava reservado pelos vermelhos que haviam envolvido o Executivo Federal.
Este não foi um movimento partidário. Dele participaram todos os setores conscientes da vida política brasileira, pois a ninguém escapava o significado das manobras presidenciais. Aliaram-se os mais ilustres líderes políticos, os mais respeitados Governadores, com o mesmo intuito redentor que animou as Forças Armadas. Era a sorte da democracia no Brasil que estava em jogo.
A esses líderes civis devemos, igualmente, externar a gratidão de nosso povo. Mas, por isto que nacional, na mais ampla acepção da palavra, o movimento vitorioso não pertence a ninguém. É da Pátria, do Povo e do Regime. Não foi contra qualquer reivindicação popular, contra qualquer idéia que, enquadrada dentro dos princípios constitucionais, objetive o bem do povo e o progresso do País.
Se os banidos, para intrigarem os brasileiros com seus líderes e com os chefes militares, afirmarem o contrário, estarão mentindo, estarão, como sempre, procurando engodar as massas trabalhadoras, que não lhes devem dar ouvidos. Confiamos em que o Congresso votará, rapidamente, as medidas reclamadas para que se inicie no Brasil uma época de justiça e harmonia social. Mais uma vez, o povo brasileiro foi socorrido pela Providência Divina, que lhe permitiu superar a grave crise, sem maiores sofrimentos e luto.Sejamos dignos de tão grande favor."
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