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quarta-feira, 30 de junho de 2021

"LADROAGEM" COMPROVADA - José Nilton Mariano Saraiva

“LADROAGEM” COMPROVADA - José Nilton Mariano Saraiva


400.000.000 (doses de vacina) x U$ 1,00 = U$ 400.000.000,00;
U$ 400.000.000,00 x R$ 5,00 = R$ 2.000.000.000,00.

Observem que nos números acima existem duas espécies de moeda envolvidas: a americana “dólar” e o nosso fragilizado “real”.

Ou, para ser mais didático: se numa operação comercial você consegue “receber por fora” U$ 1,00 (um dólar) em cima de uma das 400.000.000 (quatrocentas milhões) de doses da vacina, embolsará U$ 400.000.000 (quatrocentos milhões de dólares) que, convertidos para o “Real”, ao câmbio da época, representaria uma significativa “propina” de R$ 2.000.000.000,00 (dois bilhões de reais).

Em qualquer país sério do mundo tal operação levaria os “beneficiários” de citada arquitetura direto para a cadeia, por tratar-se da materialização de uma imoral e superlativa propina.

Ainda mais, se levarmos em conta que tal operação seria feita com um certo “intermediário”, que a fabricante da vacina peremptoriamente diz não reconhecer (ou seja, pagaríamos e jamais receberíamos).

Por aqui, no entanto, como a "maracutaia" foi descoberta antes de se fechar o negócio, os idiotas que a engendraram estufam o peito com a desculpa fajuta que, como não houve pagamento nenhum, não houve crime. Ou seja, SOMOS TODOS UNS OTÁRIOS.

Agora, imaginem se não houvesse corrupção nesse governo genocida de milicianos.

quarta-feira, 23 de junho de 2021

"NEGACIONISMO" EM ALTA - José Nilton Mariano Saraiva

 “NEGACIONISMO” EM ALTA – José Nilton Mariano Saraiva

Faça o que eu FALO; não faça o que eu FAÇO.

Essa, a essência que se pode extrair da mensagem transmitida ao povo de Manaus pela pediatra cearense Mayra Pinheiro, uma das assessoras comissionadas do Ministério da Saúde, por ocasião do caos instaurado naquela cidade por conta do rastro fúnebre deixado pelo CORONAVÍRUS, que resultou nas dantescas cenas que assistimos, com pessoas morrendo sem poder respirar face à grave crise da falta de oxigênio naquela cidade, provocada pela doença.

Defensora abusada e intransigente de primeira hora de um tal “tratamento precoce” e do uso da cloroquina no trato do coronavírus (uma bandeira do Bozo, seu chefe, daí sua ascensão meteórica no governo federal), na ocasião a doutora foi transferida com todo o seu staff de Brasília para Manaus (sem data de retorno), com o objetivo precípuo de “evangelizar” sua população no tocante aos supostos benefícios propiciados pelo uso de uma droga comprovadamente ineficaz a tal mister, conforme diagnóstico da Organização Mundial da Saúde e cientistas de todo o mundo.

Para tanto, a doutora chegou a disponibilizar (no mês de janeiro/21), um certo “aplicativo” (TrateCov) desenvolvido por sua equipe no Ministério da Saúde (sob sua coordenação), cujo objetivo seria auxiliar médicos no diagnóstico da Covid 19 (mais tarde, quando do depoimento na CPI, covardemente tratou de tirar o braço da seringa, ao creditar tal aplicativo aos técnicos da sua equipe, como se não fosse a responsável pela sua liberação).

No entanto, tão logo lançado, tal programa foi duramente criticado por médicos e até por programadores que, ao analisarem o código do programa descobriram que bastava atingir uma certa pontuação, baseada em sintomas genéricos, para que o aplicativo recomendasse invariavelmente a utilização do coquetel cloroquina,
hidroxicloroquina, ivermectina e azitromicina, como solução. Ou seja, uma farsa grotesca, empulhação pura, mero jogo de cartas marcadas (ficou conhecido como o “kit-covid”).

A repercussão foi tão negativa que o Conselho Federal de Medicina não teve outra alternativa a não ser pedir a retirada imediata do TrateCov do ar. E assim foi feito, sem choro nem vela ou ranger de dentes, e sem maiores contestações.

Ironicamente, o “prego no caixão” do kit-covid a própria doutora Mayra Pinheiro tratou de fincar, sem nenhum constrangimento, ao disponibilizar o delicado braço para tomar a vacina e, não, utilizar-se do receituário (fajuta) que houvera prescrito para os pobres de Manaus.

Fato é que, o silêncio sepulcral da nossa corrupta mídia sobre tão surpreendente gesto, de certa forma esconde a mensagem íntima que a doutora Mayra Pinheiro convenientemente esqueceu de transmitir às pobres e desvalidas “cobaias” de Manaus: faça o que eu FALO; não faça o que eu FAÇO.

quarta-feira, 16 de junho de 2021

"IMUNIZADA", SIM SENHOR - José Nilton Mariano Saraiva

 “IMUNIZADA”, SIM SENHOR - José Nilton Mariano Saraiva


A “capitã”, traiu o “capitão”, assim, sem mais nem menos ??? Mas, como, se até ontem eram almas gêmeas, carne e unha, professavam o mesmo ideário, a mesma ideologia, o mesmo modus operandi mafioso, a mesma idiossincrasia ???

Afinal, não foi a “capitã” que, a mando do “capitão”, formou uma tropa de choque (todos ganhando diárias suculentas) e deslocou-se de Brasília até Manaus, no auge da crise de falta de oxigênio, para, como médica de confiança do “capitão”, prescrever e propagar a cloroquina como solução definitiva para combater o coronavírus ???

Não foi a “capitã” e sua equipe que criaram um certo aplicativo para combater a pandemia e cujo resultado final era, sempre e sempre, a recomendação expressa do uso da cloroquina no combate ao corona ???

É estranho, pois, que agora a “capitã cloroquina”, defensora intransigente do uso de tal medicamento como tratamento precoce da Covid, nos apareça sorridente exibindo o cartão de vacinação, comprobatório de que está imunizada .

Será que o “capitão” não considerará isso uma insubordinação e finde por penalizar a “capitã” ??? Afinal, se ELE tomou a cloroquina (conforme afirmou), ELA também teria a obrigação de fazê-lo (até por solidariedade).

Mas, e se a vacina que a “capitã” recebeu tiver sido a chinesa, como explicar isso ao distinto público, já que o “capitão” não aceita nada produzido por “comunistas” ???

Com a palavra a “doutora cloroquina” (Mayra Pinheiro).

terça-feira, 15 de junho de 2021

O "PARQUE DO COCÓ" (II) - José Nilton Mariano Saraiva

 

O “PARQUE DO COCÓ” (II) – José Nilton Mariano Saraiva


Apesar de ser uma das poucas áreas verdes dessa autentica e verticalizada “selva de pedra” em que se transformou a cidade de Fortaleza e, consequentemente, diretamente responsável pela série de benefícios daí advindos, o “Parque do Cocó” sempre foi tratado como um filho bastardo pelos detentores do capital, assim como pelas autoridades constituídas (Governo do Estado e Prefeitura de Fortaleza).


Assim, espelhando-se no mau exemplo dado pelo proprietário do Shopping Iguatemi que, lá atrás, quando ainda não existia essa preocupação toda com o meio ambiente, erigiu o seu “brinquedinho” de gerar rendimentos em pleno coração do Cocó, desvirginando-o e prostituindo-o, sem preocupar-se com o crime que estava cometendo, até recentemente inescrupulosos empresários da iniciativa privada (segmento imobiliário), brandindo documentos jurássicos e sem nenhuma preocupação com os malefícios daí decorrentes, volta e meia ameaçaram erguer torres de apartamento naquela área nobre, de olho no lucro decorrente.


O poder público, de sua parte, jamais ficou atrás, cujo exemplo mais emblemático foi a construção da Av. Sebastião de Abreu, aqui em Fortaleza, que comporta amplas calçadas (em ambos os lados), largo canteiro central, além das pistas de rolamento (fluxo e contrafluxo) com cerca de quatro faixas de tráfego cada, daí sua largura total ficar entre 60/80 metros, dividindo o parque em dois, norte e sul.


À época, pra “tirar a suja”, hipocritamente decidiu-se que referida avenida não seria asfaltada, mas, tão somente calçada com paralelepípedo, a fim de evitar a “agressão ao meio ambiente”, como se a própria construção da imponente avenida não representasse uma permanente e incurável cicatriz.


Fato é que, dia a dia e paulatinamente, a área do “Parque do Cocó” foi sendo “comida pelas beiradas”, pondo em risco sua própria existência, daí a explosão de descontentamento que eclodiu anos atrás, quando o então Governo do Estado (Cid Gomes) anunciou a intenção de construir uma “ponte do tipo estaiada” sobre o Rio Cocó, além de um mirante em suas proximidades, bem como seus acessos rodoviários. Os equipamentos deveriam ser construídos mediante uma Parceria Público Privada (PPP) e orçados em R$ 298,6 milhões.

Na ocasião, o argumento apresentado foi o de que a “ponte estaiada” e acessos contribuiriam para desafogar o fluxo de veículos nas avenidas Sebastião de Abreu, alimentada principalmente pelas avenidas Antônio Sales, Padre Antônio Tomás e Santos Dumont em direção à avenida Washington Soares.


A “ponte estaiada”, projetada para ter 850 metros de cumprimento, seria implantada entre o bairro Cidade 2.000 e o Centro de Eventos do Ceará (CEC), sendo suportada por dois mastros distantes 500 metros um do outro, de forma a intervir o mínimo possível na área de preservação do rio.


Teria dois trechos de acesso em laje de concreto, sendo do lado Sul com 250 metros de extensão e do lado norte 100 metros; “trecho estaiado” – seguro por cabos - com 500 metros, sendo o vão central de 250 metros e dois adjacentes com 125 metros; quatro faixas de 3,60 metros de largura; quatro faixas de segurança e barreiras de concreto lateral e central; dois mastros com 64 metros de altura. Para facilitar o acesso, uma avenida que contornaria a Cidade 2.000.


Além da ponte,
teríamos um Complexo de Cultura e Lazer, e o Mirante de Fortaleza, com estrutura em forma de torre, possibilitando uma visão panorâmica de Fortaleza e vista do Rio Cocó, com cerca de 100 metros de altura.

Mas, como a coisa foi feita de maneira um tanto quanto truculenta, abrupta e grotesca, sem qualquer discussão ou apresentação de alternativas outras à sociedade (atitude típica dos Ferreira Gomes), ambientalistas, arquitetos, políticos, parte da população e a própria academia apelaram para o Ministério Público Federal, que, sensível aos argumentos apresentados, proibiu, pelo menos temporariamente, que a obra prosseguisse (mas que o projeto existe, existe).


O incrível de tudo isso é que, embora tenha sido criado há 32 anos (1989), via decreto governamental 20.253, que definiu áreas a serem desapropriadas, o “Parque do Cocó” só foi oficializado em 2017 (uma das reivindicações dos ecologistas/ambientalistas).


O novo projeto vai adequar a área como unidade de conservação de proteção integral segundo o sistema nacional (snuc), indicando que O PARQUE DEVE SER DE POSSE E DOMÍNIO PÚBLICO. A medida prevê o controle e a preservação do que é considerado o pulmão verde de Fortaleza e dá maior embasamento à atuação da gestão ambiental, policial e de fiscalização e monitoramento da área.


A nova regulamentação foi viabilizada a partir de acordo entre o Governo Estadual e Secretaria do Patrimônio da União (SPU), responsável pelas áreas que foram anexadas, que a partir de agora passam ser gerenciadas pelo Estado, que também recebeu terras que antes pertenciam à Prefeitura de Fortaleza. Com o ato, o parque cearense vai supera, em tamanho, o Parque Ibirapuera, de São Paulo, e o Central Park, de Nova Iorque.

segunda-feira, 7 de junho de 2021

O "DIN-DIN" FALOU MAIS ALTO - José Nilton Mariano Saraiva

 O “DIN-DIN” FALOU MAIS ALTO – José Nílton Mariano Saraiva

No pre jogo de cartas marcadas, eles até que nos enganaram por um breve e fugaz momento. Afinal, ante a grave crise sanitária que o país atravessa, seria temerário aceitar participar emergencialmente de um torneio futebolístico sem nenhuma expressão (Copa América) em pleno apogeu da pandemia que nos assola, além de se constituir falta de respeito para com o sofrimento do povo e das 470.000 famílias com mortos já contabilizados (atentemos que, antes, a Argentina e a Colômbia se recusaram terminantemente em sediar tal torneio, embora em situação pandêmica menos dramática que a nossa).
Assim, quando um dos “pseudos” líderes dos jogadores (Casemiro, espécie de Dunga II) veio a público informar que o grupo estava “fechado” e determinado a não disputar tal Copa, a empatia foi instantânea; sim (mentalmente deliramos), finalmente entre os jogadores de futebol tínhamos homens de caráter, de personalidade e com vergonha na cara, capazes de se recusar a participar de uma palhaçada bancada pelo governo brasileiro por mero interesse eleitoreiro.
Mas, como o “DIN-DIN” falou mais alto (e disso os jogadores e o governo brasileiro entendem muito bem), viraram a casaca vapt-vupt, sem mais nem menos, esquecendo o que houvera sido dito e, principalmente, o aspecto moral da questão, voltando a ser o que realmente são: uns mercenários desqualificados.
Agora, entrarão em campo antecipadamente desmoralizados pelo ato vil praticado, sem que antes passivamente se subordinem a doutrinação que lhes põem frases prontas e na ponta da língua para justificar que a abrupta mudança de posição se deu... “em nome da pátria” ou com o intuito de... “amenizar o sofrimento do sofrido povo brasileiro”.
Após, independentemente do resultado, voltarão às suas origens (países europeus) com as contas bancárias generosamente abastecidas e, possivelmente com os respectivos passaportes já carimbados rumo à Copa do Mundo de 2022.
Nisso tudo, há algo preocupante: como em tais ambientes os acordos normalmente são firmados no longo prazo, será que contempla o voto em Bolsonaro (deles e da família) na próxima eleição ???
De uma coisa tenhamos certeza: o “DIN-DIN” falou mais alto (são uns mercenários calhordas).
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ESSES JAPONESES... VÔTE !!! - José Nilton Mariano Saraiva

 ESSES JAPONESES….. VÔTE !!! - José Nilton Mariano Saraiva

Uma antiga lenda reza que, quando os nipônicos (japoneses) começaram a despontar como candidato a potência mundial, os americanos, enciumados, só pra “zonar” ou mostrar que eram os tais, fabricaram e enviaram de presente ao governo japonês um certo parafuso, cuja característica maior era ser da espessura de um fio de cabelo, não pixaim (mesmo sem se saber pra que diabos serviria ou qual a sua utilidade prática); na realidade, apenas pra mostrar “quem era quem”, em termos tecnológicos, assustá-los de alguma forma.

Não mais que uma semana depois, receberam de volta o mesmíssimo parafuso, só que “ligeiramente modificado”: agora, havia, em seu interior, uma rosca (mesmo sem se saber o que ali enroscar ou pra que enroscar). Era a senha do que viria pela frente. A partir de então, o Japão notabilizou-se pela sofisticação do seu parque tecnológico e, principalmente, pela miniaturização dos seus inventos: são tantas coisas pequeninas, bonitinhas e, ao mesmo tempo, grandiosas e imprescindíveis.

O destaque, evidentemente, vai para os robôs, essas máquinas maravilhosas, inteligentes, eficientes e que substituem o homem com larga vantagem, já que, além de não cansarem, custam razoavelmente barato, são de uma precisão milimétrica, versáteis e tem largo e diversificado uso, destacando-se na indústria automobilística.

Agora, no entanto, os japoneses extrapolaram, foram além, muito além do imaginável, ao investirem nos “robôs humanoides”, que teriam o poder de interação com o ser humano. A gigante Toyota, por exemplo, fez o lançamento oficial de “robôs enfermeiros” que, graças à sua aparência física e inteligência, serão capazes de ajudar os idosos em algumas de suas tarefas. Mas - questiona-se - e se forem “robôs enfermeiras”, poderiam satisfazer os desejos sexuais de certos senhores idosos ou até menos idosos ???

Na verdade, em caráter experimental, “as robôs” que se prestam a atividade sexual já existem, no Japão. Produzidas desde 2003, pela Universidade de Osaka, as “Actroids” têm pele de silicone, respiram, piscam, expressam surpresa e raiva e sua inteligência artificial lhes permite responder às perguntas (fáceis) feitas pelos curiosos. Algumas, ao toque no seio, gemem, murmuram frases no ouvido do parceiro e tal. Outras, até, praticam a felação.

De uma outra fornada, e já agora idealizada por um cientista solitário, nasceu “Aiko” (amada em japonês), que se prestaria a usar a Internet, ler jornais, fazer relatórios e poderia colaborar com os serviços de segurança, já que capaz de detectar, em um aeroporto, 250 fisionomias por segundo, além de informar, com absoluta precisão, a que horas e de que portão partirá um determinado avião. Só que, ao formatá-la, ele se descuidou, de forma que programas pornográficos da Internet influenciaram o sistema de “Aiko” e, por tabela, seu vocabulário é um tanto quanto liberal: fala sobre sexo como uma desbocada prostituta de um cabaré qualquer.

O problema é que já se fala na perspectiva de se convocar o “cientista ermitão” para prestar esclarecimentos à “justiça do futuro”, já que sobre ele paira a suspeita de “abusar sexualmente” da sua parceira, pra todos os efeitos ainda uma “robô adolescente”. E os robôs, acreditem, têm direitos. Pelo menos é o que pensa o escritor Isaac Asimov.

E agora, José ???

sexta-feira, 4 de junho de 2021

"NISE YAMAGUCHI E A ILUSÃO DO CONHECIMENTO" (Felipe Machado)

Nise Yamaguchi e a ilusão do conhecimento (Felipe Machado)

04/06/21 - 11h25 - Atualizado em 04/06/21 - 11h27

Há muitos problemas no Brasil, mas certamente a ignorância é um dos mais prejudiciais à coletividade. Quando pensamos em alguém ignorante, geralmente associamos o adjetivo a um indivíduo com educação precária ou alguém que não teve a oportunidade de frequentar uma boa escola. Sim, ser um País com onze milhões de analfabetos, cerca de 6,6% da população, também é problema enorme.

Qualquer analista internacional acharia absurdo um dado como esse em pleno século 21, mas há um bom tempo desistimos de ser levados a sério por qualquer analista internacional. Nosso maior problema no momento, no entanto, é outro. Como afirmou o historiador Daniel J. Boorstin, estudioso da influência da mídia no comportamento social, “o maior inimigo do conhecimento não é a ignorância, é a ilusão do conhecimento”.

Quem viu o depoimento de Nise Yamaguchi na terça-feira (1) à CPI da Covid poderá compreender a dimensão do estrago que a tal ilusão do conhecimento pode causar não apenas à ignorante em questão, mas a todo um povo. Nise (recuso-me a chamá-la de doutora em respeito aos médicos de verdade) acreditou que seu conhecimento sobre medicina era suficiente para se autodeclarar especialista em infectologia. Não era. Ela não entende nada de infectologia, como seu depoimento comprovou.

Sejamos justos: no início da pandemia, a cloroquina, ivermectina e várias outras substâncias aleatórias trouxeram esperanças no tratamento contra a Covid-19. Era uma doença nova, e qualquer tentativa de encontrar uma maneira de socorrer as pessoas era legítima. O problema é que a ciência tem como característica a comprovação científica (desculpe-me pela obviedade), ou seja, basicamente qualquer coisa pode ser testada, mas há coisas que funcionam, e outras que não tem qualquer consequência. Um paciente que toma água todo dia e sobrevive a um câncer pode até acreditar que a razão da cura foi a água, mas será fácil constatar que moléculas de H2O não tiveram nenhuma implicação no caso. É a mesma coisa com a opinião de Nise no combate ao coronavírus: ela acreditou em si mesma. Baseada em quê? Em sua própria ignorância.

Só isso explica uma suposta médica citar em uma comissão parlamentar um estudo descontinuado em dezembro de 2020. Só para lembrar, estamos em junho de 2021. Onde estava Nise nos últimos seis meses? Em coma? Dormindo? Numa ilha deserta? Será que ninguém lhe contou que o estudo da Fundação Henry Ford em que ela se baseou para influenciar toda a política pública de saúde do Brasil no último ano era tão inútil que foi abandonado? Ao ser indagada pelo senador Alessandro Vieira, Nise confessou sua ignorância: “essa informação eu não tinha”, disse ela, à CPI. Vieira pediu, então, que ela mostrasse QUALQUER estudo que confirmasse a eficácia da cloroquina. Nise revirou seus papeis e não encontrou nada. Ou seja: a realidade não compactua com Nise.

Nas redes sociais, os bolsonaristas ficaram em polvorosa alegando que os senadores foram desrespeitosos com Nise Yamaguchi. Não consigo entender o que se passa na cabeça dessas pessoas: acham aceitável uma médica enganar as pessoas receitando um remédio que levou milhares à morte mas não acham correto uma comissão de senadores expor que ela é uma charlatã negacionista.

A ignorância é mesmo um dos maiores problemas do Brasil.




quinta-feira, 3 de junho de 2021

"LUANA ARAÚJO" x "CAPITÃ CLOROQUINA" - José Nilton Mariano Saraiva

 “LUANA ARAÚJO” x “CAPITÃ CLOROQUINA” - José Nilton Mariano Saraiva

Depois de fracassar na sua tentativa de chegar ao Senado Federal, mesmo com o apoio do então poderoso padrinho Tasso Jereissati (ainda assim obteve 882.019 mil votos, entre os quais 8.747 no Crato), a médica pediatra cearense Mayra Pinheiro arranjou uma “boquinha” em Brasília e foi nomeada pelo então ministro Luiz Mandetta para um cargo comissionado no Ministério da Saúde (possivelmente por indicação do “gabinete do ódio”), já que bolsonarista de primeira hora.
Conhecida por sua intransigente defesa da cloroquina no combate ao uso da Covic 19, do tratamento precoce, da tese da imunização do rebanho, e por não ligar nem um pouco para o distanciamento social (bandeiras do “chefe”), logo foi apelidada de “capitã cloroquina”.
Inimiga de primeira hora do PT, Lula da Silva e Dilma Rousseff e seus seguidores, há diversas gravações e documentos onde a “capitã cloroquina” promove o “kit covid” e uma em que ataca os próprios colegas e acusa a Fiocruz de ser um QG de esquerdismo e de “políticas LGBTI” na Saúde, de ter “um pênis” em sua entrada e financiar a ida de médicos e pesquisadores a Brasília para “andarem nus e fazerem cocô em crucifixos”.
Também participou de deseducadas e barulhentas manifestações contra os médicos cubanos que, contratados pelo Governo Federal para irem servir em áreas remotas do Brasil, não aceitas pelos médicos brasileiros (cerca de 800 localidades), se prestavam a isso.
Chamada a depor como testemunha na CPI da Covid, “amarelou” vergonhosamente ao apelar ao Supremo Tribunal Federal para que lhe concedesse uma habeas corpus desobrigando-a de ser responder às muitas perguntas que decerto lhe seriam feitas; não só conseguiu, assim como teve o direito de se fazer acompanhar por um advogado.
Como se previa, enrolou, gaguejou, embromou e só respondeu às perguntas que lhe eram convenientes, fugindo do essencial, além de negar a informação dada pelo próprio ministro de que fora ela responsável por um certo aplicativo, de resultados direcionados e únicos (tanto que quando descoberta a fraude logo foi retirado do ar). O ministro, pois, seria o responsável.
Em 2008, ao participar do processo seletivo para professora de Neonatologia da Universidade de Fortaleza (Unifor), foi desclassificada ainda na primeira fase, por incluir no seu “Currículo Lattes”, como se fosse de sua autoria, um artigo de uma colega médica (covardemente, culpou um seu servidor, que teria cometido um banal e simplório “erro de digitação”).
É bom recordar tudo isso, no momento em que a médica Luana Araújo, que assumira uma secretaria no mesmo Ministério da Saúde e teve seu nome vetado pelo tal “gabinete do ódio”, ao ser “convidada” pela CPI da Covid para dissertar sobre, nos mostrou com conhecimento, competência, segurança e simplicidade ímpares, “diferenças abissais” entre ela e a “capitã cloroquina”, a saber:
01) “A nossa vida seria mais fácil e feliz se isso (cloroquina) funcionasse; infelizmente, não tem (eficácia)" (sobre eficácia do tratamento precoce); 02) “É como se estivéssemos discutindo de que borda da Terra plana vamos pular; não tem lógica" (sobre o tratamento precoce); 03) "Imunidade de rebanho natural, dentro do Sars-CoV-2 e da doença covid-19, é impossível de ser atingida, não é uma estratégia inteligente" (sobre a tese de imunidade após contaminação em massa); 04) "Pleiteei autonomia, não insubordinação" (sobre possível entrada na Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à covid-19 do Ministério da Saúde). 05) "O ministro me chamou e disse que lamentavelmente meu nome não foi aprovado" (sobre sua dispensa após dez dias de trabalho); 06) "Não temos opinião, mas evidências, e elas são claríssimas, transparentes. Somos a favor de uma terapia precoce que exista. Quando ela não existe, não pode se tornar uma política de saúde pública" (sobre a eficácia do tratamento precoce); 07) "Quando disse, há um ano atrás, que estávamos na vanguarda da estupidez mundial, eu, infelizmente, ainda mantenho isso em vários aspectos" (sobre insistência no debate do tratamento precoce); 08) "Não é porque se mata coronavírus no micro-ondas que vamos pedir para paciente entrar no forno" (sobre eficácia do tratamento precoce); 09) "Deve estar faltando informação de qualidade, porque quando se tem a informação, não é um comportamento que a gente espera que aconteça. A mim, me dói" (sobre comportamento do presidente Jair Bolsonaro no enfrentamento à pandemia); 10) "É assim (com a vacinação) que a gente atinge uma imunidade de rebanho. Não posso imputar sofrimento e morte a uma população com uma imunidade de rebanho" (ainda sobre a tese de imunidade por contaminação); 11) "Autonomia médica faz parte da nossa prática, mas não é licença para experimentação" (sobre a defesa de autonomia médica para prescrição de medicamentos, ainda que estes não tenham comprovação de eficácia); 12) "Ciência não tem lado. Ou ela é bem feita ou mal feita". (13) Copa América no Brasil) é um risco desnecessário para se assumir neste momento" (sobre decisão do governo federal de sediar a competição);
Como se vê, uma aula de ciência.