TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

domingo, 31 de maio de 2009

SOPA DE LETRAS by LUPIN

Desta vez minha SOPA tem dois temperos:JOHN UPDIKE e ERICA JONG.É isso!

A VERDADE DOS QUE SABEM ESCUTAR E DAQUELES QUE NADA CONSEGUEM VER ALÉM DO INSTINTO

CARLOS CASTANEDA:

“Minhas experiências com meus semelhantes me provaram que muitos poucos entre eles estariam dispostos a escutar; e dentre esses poucos que escutam, um número menor ainda estaria disposto a agir segundo o que escutou; e dentre os que estão dispostos a agir, menos ainda tem suficiente poder pessoal para aproveitar seus atos” (Castaneda, Carlos. Porta para o Inferno, p.206).


TESTEMUNHO QUE DEUS É AMOR
(trechos do livro “Teilhard, Testemunha do Amor”)

Pode o homem fazer o que quiser. Jamais poderá escapar às conseqüências de sua natureza superior que o obrigam, sob pena de desequilíbrio, a situar-se no nível superior do amor consciente. O relativismo sociológico poderia fazer crer que aquele que aceita as injustiças e as desigualdades sociais está no desequilíbrio. Tal não pode ser. As condições biossociológicas são tais que o escravo, situado abaixo do mínimum vital para todas as necessidades e sobretudo as necessidades espirituais do indivíduo, está desequilibrado; o mesmo, porém, se dá com o tirano que se põe acima da condição humana fazendo-se todo-poderoso. Obedecer às leis da amorização está na base da sabedoria social e política, como da inconsciente sabedoria do corpo.
“Sofremos e nos inquietamos verificando que as tentativas modernas de coletivização humana, contrariamente às previsões da teoria e ao que esperávamos, não resultam senão num rebaixamento e numa escravização das consciências...Somente o amor, pela boa razão de que somente ele toma e une os seres pelo fundo de si mesmos, é capaz - como o mostra a experiência cotidiana - de consumar os seres enquanto seres, reunindo-os. A que momento, com efeito, dois amantes atingem a mais completa posse de si mesmos senão naquele momento em que se dizem perdidos um no outro? Realmente o gesto mágico, o gesto tido como contraditório de “personalizar” totalizando, o amor o não realiza a cada instante, no casal, na equipe, ao nosso redor? E o que ele opera assim cotidiamente numa escala reduzida, por que não o haveria de repetir um dia nas dimensões da Terra? A Humanidade; o Espírito da Terra; a Síntese dos indivíduos e dos povos; a Conciliação paradoxal do Elemento e do Todo, da Unidade e da Multidão: para que essas coisas ditas utópicas, e no entanto biologicamente necessárias, tomem corpo no mundo, não bastaria imaginar que nosso poder de amar se desenvolva até abraçar a totalidade do homem e da Terra? ...Um amor universal: não é o único modo completo e final como possamos amar”.
...O homem é homem desde a origem, isto é, no grau superior do amor; mas diferentemente do animal que, obedecendo a seus instintos, tem pouca necessidade de aprender a conhecê-los e realizá-los corretamente. O drama de certa educação técnica está exatamente em minimizar os valores essenciais do coração. Opõem-se ou se justapõem-se a razão superior e o sentimento inferior e se esquece que, no homem, o coração, o amor não são a afetividade elementar inferior irracional, mas a união a um nível superior do racional [intuição] e do afetivo, graças ao cérebro pré-frontal humano, que dá à reflexão sua dimensão completa, da ordem do amor.
...A criação não é o gesto de um artífice humano, mas a dependência metafísica de todo o criado. As leis do aparente materialismo científico não se opõem ao verdadeiro Deus que antes impõem logicamente. São as leis da criação. Aquele que crê em Deus Amor encontra o amor no mundo, mas aquele que encontrou o amor no mundo tem a confirmação científica de que Deus é Amor.
... Assim sendo, o amor é o segredo do mundo e não nos resta mais escolha senão amar ou perecer. Mas não sabemos o que é o amor (pp.34-50).
(CHAUCHARD, Paul - Teilhard, Testemunha de Amor, Cadernos Teilhard 13, s.ed., Petrópolis-RJ, Vozes, 1967, pp.52, Trad.: Frei Eliseu Lopes, O.P.).
Esta charge do Duke foi feita originalmente para o

Manual de civilidade


DO MANUAL DE CIVILIDADE DESTINADO ÀS MENINAS PARA USO NAS ESCOLAS PÚBLICAS E PRIVADAS*
[com ajuda espírita,samples e a partir da herança de Pierre Louys, soprado ao escriba por lindas ninfomaníacas em flor]

Não diga: “Chupe-me todinha”.
Diga: “use a pedagogia da manga”.

Não diga: "Minha buceta.
Diga: "Meu coração."
Não diga: “Quero te dar o cuzinho”.
Diga: “voltei da depilação”.

Não diga: "Estou com vontade de foder.
Diga: "Estou nervosa."
Não diga: "Acabo de gozar como uma louca".
Diga: "Sinto-me um pouco fatigada."
Não diga: “Ninguém me chupa como você”.
Diga: “Eis a língua universal”.
Não diga: "Vou masturbar-me."
Diga: "Vou voltar."

Não diga: “Vamos foder”.
Diga: “Oremos ao senhor”.

Não diga: "Quando eu tiver pentelho no cu".
Diga: "Quando eu for grande."

Não diga: “Precisamos inovar as posições”.
Diga: “Vamos ler o catecismo”.

Não diga: "Eu prefiro a língua ao pau."
Diga: "Só gosto de prazeres delicados."

Não diga: “Não é nada disso que você está pensado”.
Diga: “Se junte a nós e sejamos felizes”.

Não diga: "Entre as refeições só bebo porra."
Diga: "Sigo uma dieta especial."
Não diga: “Mete mais devagarzinho”.
Diga: “Não foi assim que te ensinei”.
Não diga: "Tenho doze consolos em minha gaveta."
Diga: "Nunca me entendio quando estou só."

Não diga: “Beije os meus pés”.
Diga: “Você hoje ainda não rezou por mim”.

Não diga: "Os romances honestos me chateiam."
Diga: "Eu gostaria de ter algo interessante para ler."
Não diga: "Quando se lhe mostra uma pica, ela se zanga."
Diga: "É uma original."

Não diga: "É uma menina que se masturba até quase morrer."
Diga: "É uma sentimental."

Não diga: "É a maior puta da terra."
Diga: "É a melhor menina do mundo."

Não diga: "Ela deixa-se enrabar por todos aqueles que a masturbam."
Diga: "Ela flerta um pouco."

Não diga: "Eu a vi ser fodida pelos dois buracos."
Diga: "É uma eclética."

Não diga: "Ele dá três sem tirar da buceta."
Diga: "Ele tem o caráter muito firme."

Não diga: "Ele gozou em minha garganta e eu na dele."
Diga: "Trocamos algumas impressões."

Não diga: "Seu pau é demasiado grosso para minha boca."
Diga: "Sinto-me bem pequena quando converso com ele."

Não diga: "Ele fode muito bem as menininhas, mas não sabe enrabá-las."
Diga:" É um simplório."

Não diga: “Cadê o gel lubrificante”.
Diga: “Com o carinho de sempre”.

Não diga: “Você é o homem da minha vida”.
Diga: “Você me conforta bem lá dentro”.

Não diga: “Vou chupar o seu pau”.
Diga: “derrama o mingau dos deuses”.

*Do Catecismo de Devoções, Intimidades & Pornografias, ed.do Bispo. Para baixar o livro inteiro de graça é só clicar aqui, ó!

Por Xico Sá.

Ensinamentos de Sathya Sai Baba



Mensagens

“Só há uma casta, a casta da humanidade;
Só há uma linguagem, a linguagem do coração;
Só há uma religião, a religião do amor;
Só há um Deus, e Ele é Onipresente.”
And the word was God, pág. 319

“Amor como pensamento é Verdade.
Amor como ação é Retidão.
Amor como sentimento é Paz.
Amor como compreensão é Não-violência.”
Digest, pág. 196

“Se você deseja Deus, terá que desenvolver a sagrada qualidade do Amor.
Somente através do amor você estará apto a experienciar Deus,
que é o próprio Amor.”
Digest, pág. 195

“Deixe seus pensamentos, palavras e ações serem inundados de amor.
Deixe sua vida ser preenchida com amor.
Nada mais é solicitado para se ter a visão do Divino.
O amor é Deus, vivam em amor.”
www.sathyasai.org.br, discurso divino: "O Poder do Amor"

“Se alguém diz que Deus não existe, responda: ‘Talvez o seu Deus não exista para você, mas o Meu Deus existe para mim. Você não tem o direito de questionar a existência do Meu Deus.’ Você deve argumentar com convicção. Tal argumento irá silenciar a pessoa.”
www.sathyasai.org.br, discurso divino: "Conheça sua Verdadeira Identidade"

“ A verdadeira devoção é a que permite ao seu amor fluir constantemente em direção a Deus, sem esperança de qualquer recompensa.”
Digest – pág. 94

“Devoção é a expressão do amor. A emoção a que chamamos amor emana do Eu Superior (Atma). Amor é sinônimo de Atma.”
Digest – pág. 93

“Define-se Dharma como Ação-Correta, Retidão. Este não é o significado mais apropriado. Dharma, por si só, é a verdade. Assim, o que nasce da Verdade é Dharma. Para o fogo, a capacidade de queimar é Dharma. Quando este não pode queimar, não pode ser fogo: torna-se apenas carvão. O Dharma do açúcar é a sua doçura. Se não há doçura, não pode ser açúcar, mas apenas pó. Assim, se nós não manifestarmos nossa consciência, não seremos Dharma. Devemos, em tudo, seguir nossa consciência. Existem dois tipos de Dharma: um é o Dharma mundano, e o outro é o que se origina da divindade. Seguir a Vontade Divina é o verdadeiro Dharma. Em tudo, a pureza do coração é importante. O primeiro passo é: o que ensinamos aos outros, devemos praticar. Esta é a verdadeira natureza humana. Qual é a razão para que Sathya (Verdade), Dharma (Retidão), Shanti (Paz), Prema (Amor) e Ahimsa (Não-violência) não estejam sendo preservados atualmente? A propagação e a publicidade destes valores está sendo feita, sem que os mesmos estejam sendo praticados.Vocês devem mostrar, pelo falar e pelo exemplo, que o caminho da auto-realização é o que conduz à alegria perfeita. Conseqüentemente, sobre vocês repousa grande responsabilidade: a de demonstrar por sua calma, serenidade, humildade, pureza e virtude, coragem e convicção em todas as circunstâncias, que o caminho por vocês percorrido os tornou pessoas melhores, mais felizes e mais úteis. Pratiquem. Demonstrem.”
Sri Sathya Sai Bal Vikas - Maio/94
Editado pelo S.S.S. Education in Human Values Trust – Bombay
Digest, pág. 95

Obs: a palavra Dharma é geralmente traduzida como retidão, ação correta, dever, mas, de acordo com o contexto, também pode se referir à Lei Eterna ou Ordem Cósmica, à Religião Eterna, à missão do indivíduo no mundo, etc.
“Existem 7 facetas do Dharma (aqui, no sentido de retidão ou ação em harmonia com a Lei Cósmica), assim como existem 7 cores contidas nos raios do sol. A primeira faceta do Dharma é a verdade. A segunda faceta é o bom caráter. A terceira é a conduta correta. A quarta é o controle dos sentidos. A quinta é a penitência ou austeridade. A sexta é a renúncia e a sétima é a não violência. Todas esta facetas foram estabelecidas para a proteção do indivíduo e o bem-estar da sociedade.”
Sai Baba – Digest, pág. 97

“Cuidem, até onde seus meios lhes permitam, de satisfazer as necessidades dos pobres, que são, em realidade, manifestações do Divino. Dividam com eles qualquer alimento que tenham e façam-nos felizes.”
Ensinamentos - pág. 25

“Não deve haver sentimento de comiseração ao prestar serviço. Considere-se como um servo devotado, pronto para fazer qualquer tarefa. As atividades de serviço feitas com este espírito conduzirão à realização Divina através da extinção do ego.”
Lições do Avatar – nº. 8

“O silêncio é a única linguagem do homem realizado. Pratiquem moderação no falar. Isto irá ajudá-los de muitas formas. Isto vai desenvolver Prema (Amor Divino), pois muitos desentendimentos e separações surgem de palavras descuidadas. Quando seus pés escorregam, a ferida pode sarar; mas quando a língua escorrega, a ferida causada no coração de outros durará por toda vida. A língua é responsável por quatro grandes erros: falsidade, escândalo, encontrar faltas nos demais e falar demasiadamente. Todos estes males devem ser exterminados para que exista Shanti (Paz) para o indivíduo, bem como para a sociedade.”
Sathya Sai Speaks. Vol. I – pág. 62

sábado, 30 de maio de 2009

"Conselho"

Guardarás um poema
em teu bolso
com linhas mansas
urdidas com o silêncio
da cúpula da catedral
onde se acumulam preces
e ferrugem nas palavras

De nada servirá
espalhá-lo nas ruas
ele em mil pedaços
como as ruas
não passará de grãos
sob os pés de ligeiros passos
pés de aço que desenham
o caminhar desta cidade

Guarda o poema
antes que olhos de fogo
o queimem
que seja lambido
por uma língua áspera
e cada verso derreta-se
evapore-se
música que se acaba
na tarde que arde
desta ardilosa cidade

Afinal, para que serve um poema?
SISTEMA OPERACIONAL DO CASAMENTO

Prezado Técnico,

Há um ano e meio troquei o programa [Noiva 1.0] pelo [Esposa 1.0]
e verifiquei que o Programa gerou um aplicativo inesperado
chamado [ Bebê.exe ] que ocupa muito espaço no HD.

Por outro lado, o [Esposa1.0] se auto-instala em todos os outros programas
e é carregado automaticamente assim que eu abro qualquer aplicativo.

Aplicativos como [Cerveja_Com_A_Turma 0.3],
[Noite_De_Farra 2.5] ou [Domingo_De_Futebol 2.8],
não funcionam mais, e o sistema trava assim que eu tento carregá-los novamente.

Além disso, de tempos em tempos um executável oculto (vírus) chamado [Sogra 1.0] aparece, encerrando Abruptamente a execução de um comando.

Não consigo desinstalar este programa. Também não consigo diminuir o espaço ocupado pelo [Esposa 1.0] quando estou rodando meus aplicativos preferidos.

Eu gostaria de voltar ao programa que eu usava antes,
o [Noiva 1.0], mas o comando [Uninstall.exe] não funciona adequadamente.

Poderia ajudar-me? Por favor!

Ass: Usuário Arrependido


RESPOSTA:

Prezado Usuário,

Sua queixa é muito comum entre os usuários, mas é devido, na maioria das vezes,
a um erro básico de conceito: muitos usuários migram de qualquer versão
[Noiva 1.0] para [Esposa 1.0] com a falsa idéiade que se trata de um aplicativo de entretenimentoe utilitário.

Entretanto, o [Esposa 1.0] é muito mais do que isso:
é um sistema operacional completo, criado para controlar todo o sistema!

É quase impossível desinstalar [Esposa 1.0] e voltar para uma versão [Noiva 1.0],
porque há aplicativos criados pelo [Esposa 1.0], como o [Filhos.dll], que
não poderiam ser deletados, também ocupam muito espaço, e não rodam sem o [Esposa 1.0].

É impossível desinstalar, deletar ou esvaziar os arquivos dos programas depois de instalados. Você não pode voltar ao [Noiva 1.0] porque [Esposa 1.0] não foi programado para isso.

Alguns usuários tentaram formatar todo o sistema para em seguida instalar a [Noiva Plus] ou o [Esposa 2.0], mas passaram a ter mais problemas do que antes.
Leia os capítulos 'Cuidados Gerais' referente a
' Pensões Alimentícias' e ' Guarda das crianças' do software [CASAMENTO].

Uma das melhores soluções é o comando [DESCULPAR.EXE /flores /presentes /all] assim que aparecer o menor problema ou se travar o programa. Evite o uso excessivo da tecla [ESC] (escapar).
Para melhorar a rentabilidade do [Esposa 1.0], aconselho o uso de
[Flores 5.1], [Férias 3.2] ou [Jóias 3.3]..

Os resultados são bem interessantes!
Mas nunca instale [Secretária_De_Minissaia 3.3], [Antiga_Namorada 2.6] ou [Turma_Do_Chopp 4.6 ], pois não funcionam depois de ter sido instalado o
[Esposa 1.0] e podem causar problemas irreparáveis ao sistema.


Se você tivesse procurado o suporte técnico antes de instalar o [ Esposa1.0] a orientação seria: NÃO INSTALE O [ESPOSA 1.0] sem ter a certeza de que é capaz de usá-lo e cuidá-lo adequadamente como todo excelente software merece!






Saudações,

Emilio Fagner Santos de Santana

(enviaram pra mim, achei divertido)

Coluna CARIRI - por Tarso Araujo

(O POVO, 31 de maio de 2009)
MANTENDO A TRADIÇÃO
Neste domingo, último dia de maio, as cidades caririenses realizam uma das suas mais bonitas tradições católicas: a Coroação de Nossa Senhora. A mais antiga e mais bonita dessas solenidades é realizada na Catedral de Nossa Senhora da Penha, em Crato. Feita à noite, ao ar livre, no adro da velha Sé, conta com a presença de cerca de dez mil fiéis. A tradição de coroar a imagem da Virgem Maria foi introduzida na Cidade de Frei Carlos pelo então vigário Padre Quintino Rodrigues (depois primeiro bispo de Crato) em 1900, há 109 anos, portanto. Outra coroação belíssima é feita na Basílica Menor de Nossa Senhora das Dores, em Juazeiro do Norte.


PALAVRA AUTORIZADA
É de Olga Gomes de Paiva, Chefe da Divisão Técnica do Iphan-Ceará, esta declaração: “A Coroação de Nossa Senhora, na Catedral de Crato, é uma das mais belas celebrações católicas no Ceará! A participação das crianças, com suas famílias, é a constatação do repasse de importante tradição cultural que, sem nenhuma dúvida, representa o fortalecimento dos laços familiares, nos quais se destaca o respeito pela figura materna e o enaltecimento para nós, mães de família. O patrimônio imaterial do Cariri não poderia ser mais bem representado do que nessa solenidade de coroação da Virgem Maria na cidade de Crato!”.


TV CARIRI
Já foi concluído o prédio onde funcionará a TV Cariri, Canal 9. Ele fica localizado na avenida Padre Cícero, em Juazeiro do Norte, a poucos metros da divisa com o município de Crato. A segunda emissora de televisão do Cariri estará no ar, em caráter experimental, dentro de 60 dias. Para quem não sabe, já funciona, desde 2006, outra emissora de televisão em Juazeiro do Norte, a TV Verde Vale, canal 13, afiliada a rede NGT e propriedade do deputado federal Manoel Salviano.

ASSUNÇÃO GONÇALVES
Amanhã, 1º de junho, a juazeirense Maria Assunção Gonçalves chega aos 93 anos de idade. Ela tinha 18 anos quando o Padre Cícero faleceu e hoje é uma das poucas pessoas vivas que conviveu de perto com o sacerdote. Por isso é muito procurada por pesquisadores e repórteres para falar sobre o “Padim”. Educadora, artista plástica, pessoa veraz e fiel, ela foi tema de diversas monografias e trabalhos publicados na academia e instituições culturais. O ponto alto do aniversário da veneranda mestra continua sendo a tradicional “Renovação do Coração de Jesus” - feita em sua residência, com muitos convidados

GENTE QUE FAZ
Elmano Rodrigues Pinheiro - um caririense, nascido em Farias Brito - tem motivos para ser uma pessoa ressentida com o mundo. Na infância, sofreu a dor de ver o pai, Enoch Rodrigues (à época prefeito de Farias Brito), assassinado por sicários. Elmano teve de tomar o rumo do Sudeste para vencer na vida. Deu a volta por cima, superando dificuldades e traumas. Hoje residente em Brasília - onde trabalha na Editora da UNB - é o maior benfeitor das bibliotecas públicas do Cariri, para as quais doou milhares de livros. Na maioria das vezes, ele chega a pagar até os fretes dessas remessas. Criador da Fundação Enoch Rodrigues, Elmano é dessas pessoas que nos fazem acreditar num mundo mais justo e mais digno...

ANOTE: FESTA DO INTERIOR
Hoje é o dia do Pau da Bandeira da Festa de Santo Antônio. Barbalha amanheceu este domingo mais alegre. As ruas principais todas embandeiradas. Também as encostas dos morros - visíveis desde os verdes canaviais que circundam a cidade - foram ornamentadas com bandeirolas coloridas formando caleidoscópios. Um espetáculo de cores em meio a uma multidão que aumenta a cada ano. Depois do meio dia o enorme tronco de madeira - carregado por homens suados e cansados - chegará à Igreja Matriz dando início à trezena de Santo Antônio, uma das expressões mais antigas e ricas da religiosidade e da cultura popular no Cariri....

CURTAS
> Depois de quase dois meses de ausência (incluindo um mês de “dolce far niente” na sua Itália natal), dom Fernando Panico estará de volta ao Cariri na próxima quarta-feira. No dia 29 de junho vindouro ele comemorará 8 anos à frente da diocese de Crato (...)

> Perguntar não ofende: como anda o processo - em curso na 4.ª Superintendência Regional do Iphan, em Fortaleza - para tombamento do acervo de fósseis do Museu de Paleontologia da Urca, de Santana do Cariri? (...)

> As escolas públicas e privadas deveriam organizar visitas dos alunos ao Centro de Pesquisas Paleontológicas da Chapada do Araripe-CPCA (onde existe um pequeno museu de fósseis) localizado em Crato, à Praça da Sé nº. 105. Naquele prédio funcionou o antigo Senado da Câmara da Vila Real de Crato, local do julgamento e condenação à morte (em 1834) do herói monarquista caririense, Joaquim Pinto Madeira (...)

> O deputado federal Manoel Salviano retornou da Alemanha, onde visitou a Achema, maior feira de biotecnologia do mundo. Salviano foi adquirir as máquinas para a nova indústria farmacêutica que pretende implantar em Juazeiro do Norte (...)

> O governador Cid Gomes prometeu três grandes obras para a conurbação Crajubar. Já estão sendo construídas duas: o Hospital Regional (em Juazeiro do Norte) e a Ceasa - Cariri (em Barbalha). Já o Centro de Convenções do Cariri, destinado a Crato, continua na estaca zero (...)

> Antonio Renato Soares de Casimiro (Químico Industrial, Engenheiro Químico, Doutor em Microbiologia de Alimentos, escritor, historiador e memorialista) ou simplesmente Renato Casimiro (juazeirense ufanista e grande figura humana) toma posse no dia 29 de junho na Academia Cearense de Química. Ocupará a cadeira 19, que tem como patrono Paulo Roberto Siqueira Telles.

> Reitor Plácido Cidade Nuvens, da Universidade Regional do Cariri (URCA) esta semana assinou convênio internacional de Pós-graduação, com a Universidade de Ciências Empresariais e Sociais (UCES), representada pelo Secretário de Posgrado, Professor Doutor José Filgueira. A assinatura se deu durante o I Seminário de Criminologia Criminologia do Cariri e II Seminário Temático Especial de Criminologia da Pós-Graduação de Direito Penal e Criminologia.

Dia 30

Hoje é dia 30
Lembrei muito de Geraldo
Hoje é sábado
Lembrei também do passado
Amanhã é domingo
Início da festa do pau da bandeira em Barbalha
Aqui no Crato está calmo
Tudo calmo aqui no Crato

As rãs do Pimenta – por Maria da Gloria Pinheiro Cavalcanti Ordonez.




Por falar nesses cururus, ontem fomos jantar para comemorar os 33 anos de casamento. No cardápio havia rãs. Comentei com meu esposo: isto aí eu já provei, hoje não quero mais! (Tenho pavor desses bichinhos).
Aí me veio a lembrança. No início dos anos 60, por volta dos meus 10 anos de idade, quando o atual Bairro Sossego era um sítio aonde costumávamos fazer pick-nicks, debaixo de um frondoso pé de umbuzeiro; no tempo que nós crianças tomávamos banho na chuva, a meninada toda correndo de casa em casa para descolar a melhor bica possível; quando, ainda, o Pimenta era pouco habitado.
Nosso bom vizinho Sr. Felipe, acompanhado de algum outro vizinho ou de um irmão, em companhia da criançada, seus filhos: Sérgio, Frederico e Adriano e meus irmãos Rubens e Renato, de vez em quando costumavam ir àquele Rio Granjeiro. O local era mais ou menos atrás da casa de Gerson Moreira, na Rua Cícero Araripe. Era uma onda medonha de irem buscar rãs. Bastante curiosa, com a euforia da meninada, embora de longe, observava como na maior simplicidade eles "assassinavam" as rãs, apenas uma espetada na cabeça com uma agulha de costura.
Quando tiravam a pele das rãs, ficava tudo muito parecido com um galetinho. Me divertia vendo fritarem as rãs inteiras, elas pareciam que dançavam se remexiam todas na frigideira. Era tudo uma grande novidade para mim e até ensaiei provar daquela iguaria, queria mostrar garra e muita coragem! A carne muito macia, mais saborosa do que o frango.
Minha tia Anuzia, que já morava em Fortaleza, muito amiga de minha mãe, quando chegava no Crato uma das primeiras coisas que fazia era almoçar lá em casa e passar a tarde inteira conversando para aliviar a saudada da irmã e amiga. A digestão do almoço já era certa, então, meus irmãos e eu resolvemos fritar uma rã com o intuito de fazer uma peraltice com nossa tia. Chegamos com muita delicadeza e atenção oferecendo aquele franguinho muito especial feito com carinho para ela. A tia saboreou, elogiou, digeriu o quanto pôde e assim, resolvemos contar-lhe que a carne era de rã.
Foi um Deus nos acuda com o mal estar de nossa tia. Nossa diversão acabou por ali porque não esperávamos criar tanto desconforto e desespero.

(transcrito de www.blogdosanharol.blogspot.com/)
Brasil
INSTALADA A CPI DO CQC
Dirigida por especialista em escândalos, a CPI da Petrobras já produziu uma certeza: vai custar caro ao contribuinte


UMA EQUIPE BEM EXPERIENTE Renan Calheiros, que comanda o circo,e Romero Jucá, cotado para relator: se o assunto é fraude...

Um dos programas mais divertidos da televisão brasileira, o Custe o que Custar (CQC), vai ganhar um concorrente de peso. Nesta semana, o Senado instalará a CPI da Petrobras, investigação que deveria apurar suspeitas de malfeitorias na administração da maior empresa do país. A CPI, que já tem seus onze integrantes definidos, será dirigida por Renan Calheiros, um colecionador de escândalos especialista na arte de barganhar verbas e cargos por favores a governos. Seu elenco, que vai frequentar o horário nobre da televisão pelos próximos 180 dias, tem bastante experiência na área. Dos onze integrantes da CPI, oito são réus em ações criminais no Supremo Tribunal Federal ou tiveram sua campanha financiada por empresas que fazem negócios com a petrolífera. O favorito ao cargo de relator, o senador peemedebista Romero Jucá, é investigado em dois inquéritos e já foi indiciado por crimes de responsabilidade e corrupção eleitoral. Nas mãos de Calheiros e sua turma, portanto, a CPI da Petrobras tem tudo para se transformar em uma espécie de CQC. A diferença é que o humorístico dirigido por Calheiros, além de não ter nenhuma graça, custará muito caro aos cofres públicos.

A CPI da Petrobras nem começou e já mostrou a que veio. Um de seus integrantes, o senador João Pedro, do PT do Amazonas, sugeriu o roteiro que ele considera ideal: "Acho que temos de ir no passado da Petrobras e investigar coisas como o acidente da plataforma P-36 e os gestores durante o governo Fernando Henrique". Embora as auditorias do Tribunal de Contas da União (TCU) que serviram de base para a criação da CPI tenham identificado superfaturamento milionário (81,5 milhões numa única obra), contratos sem licitação e indícios de fraudes recentes, o petista pretende iniciar a CPI investigando fatos ocorridos há oito anos. A tecnologia de transformar CPIs em campeonatos de delitos é recente e eficaz, quando o objetivo é não apurar nada. Foi adotada na CPI dos Correios, em 2005, e na CPI dos Cartões, no ano passado – e começa a ser reprisada agora. E foi exatamente para garantir que as investigações sejam mantidas sob estrito controle dos interesses oficiais que o governo lançou mão dos valiosos serviços oferecidos por Renan Calheiros, Romero Jucá e outros integrantes do noticiário policial do Congresso. Eles estarão lá, atentos, de prontidão, dispostos, como sempre, a fazer o que for preciso, custe o que custar.
(Fonte: Veja, 3 de junho de 2009)



Desenvolvimento
Enviada PEC da Região Metropolitana do Cariri

Ação visa a descentralizar recursos do Estado e diminuir as desigualdades entre a Capital e o Interior. Governo também ampliará a Região Metropolitana de Fortaleza, incluindo os municípios de Pindoretama e Cascavel

Bruno Sampaio
da Redação


O Palácio Iracema enviou ontem à Assembleia Legislativa uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) propondo a criação da Região Metropolitana do Cariri (RMC). Segundo o líder do Governo na Casa, deputado Nelson Martins (PT), a RMC será composta por nove municípios: Juazeiro do Norte, Crato, Barbalha, Missão Velha, Jardim, Santana do Cariri, Nova Olinda, Farias Brito e Caririaçu.
Além da nova região metropolitana, o Governo ampliará a Região Metropolitana de Fortaleza, incluindo os municípios de Pindoretama e Cascavel. A criação da RMC possibilitará um processo de reorganização e atuação em conjunto das cidades participantes em prol do desenvolvimento local.
Além da nova Região Metropolitana, será criado também o Conselho de Desenvolvimento e Integração da Região Metropolitana do Cariri, composto por vários secretários do Estado e os prefeitos do municípios.
Também está previsto um fundo de desenvolvimento e integração da região, que será composto por recursos do Estado e dos municípios. Segundo Martins, a PEC representa o reconhecimento do desenvolvimento econômico, social e político do Cariri.
“Essa região tem uma economia forte e desenvolvida. Atividades como o turismo religioso e o setor de calçados mostram a força da economia local”, diz o petista. O líder destaca projetos do Governo, na área de infraestrutura no Cariri, com a construção do Hospital Regional de Juazeiro, a Ceasa de Barbalha, o Centro de Convenções do Crato, a ampliação do Aeroporto Orlando Bezerra de Menezes e a rodovia Padre Cícero.
“O Governo quer promover a integração regional sustentável e o crescimento econômico”, afirma Nelson. “O Governo participação direta nesse processo até que os municípios possam ter uma autonomia maior”, completa.
Uma região metropolitana ou área metropolitana é um grande e desenvolvido centro populacional, formado por uma (ou mais) grande cidade central e cidades adjacentes. Geralmente, regiões metropolitanas formam aglomerações urbanas em uma grande área urbanizada (conurbação), a qual faz com que as cidades percam seus limites físicos entre si ou sejam intercaladas com áreas rurais.

(Jornal "O Povo" 30 de maio de 2009)

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Imagens

Conheça seu poço.
O fundo de água barrenta.

Encontre na escuridão
seus peixes luminosos.

Os tremores por falta de oxigênio
logo passam e a nuca se refresca.

Você não sabe ao certo
onde deixou seu amigo imaginário.

Procure na rachadura da parede.
Lá perdera sua primeira moeda.

Faz falta o espaço enorme
do couro cabeludo
à unha morta.

Os milagres ocorrem assim mesmo -
o umbigo enterrado debaixo da bananeira
cuja fertilidade vem da fossa estourada.

Reconheça seu vácuo.
O barulho.
A queda.

O susto no final da vida
é um excelente presságio.

Ontem o suco derramado no jeans
e depois as formigas no rosto -
uma loucura não muito boa.

Blasfemou.
Quantos palavrões.

Patética a sua ira.

Entenda do seu fingimento.
Essa morte verdadeira.

O fundo do poço também é azulado.
Resquícios da plumagem dos canários belgas.

Sei que prefere o dorso da graúna.
Os olhos do corvo.

Seu negócio é esperar
com a luz acesa
a mariposa fujona.

Ela já se foi.

Apenas se abrigava
por pouco tempo
do temporal.

Veja -
a chuva passou.

Não peça no entanto
que as paredes se alegrem.

É muito frio ainda as vísceras do teto
embora as teias de aranha pareçam brasas.

É uma pena não saiba cantar.
Sequer assovios saem do seu ventre.

Lembre-se então da gatinha siamesa
rolando no chão de tanto cio.

Do outro lado do muro
toda espécie de corja.

Quanta maldade.

Bastavam dois minutinhos
e um grunhido prolongado.

Quem sabe em noites de lua
bebês não chorem no telhado.

SINFONIA CÓSMICA - Andreas Kisser, colunista do Yahoo! Brasil



http://br.noticias.yahoo.com/s/29052009/48/entretenimento-sinfonia-cosmica.html

"Eu sempre achei muito interessante a analogia usada pelos cientistas para definir a teoria que promete uma explicação única e completa do universo, uma teoria sobre tudo: a teoria das cordas.
• Leia os outros colunistas
No século XX, a ciência desenvolveu duas teorias que funcionam como pilares da física. A teoria geral da relatividade, criada por Albert Einstein, explica como a gravidade opera em grandes dimensões, em estrelas e galáxias. Por sua vez, a mecânica quântica explica como as leis da física operam no extremo oposto, nas subpartículas atômicas. O sonho de Einstein foi unificar as duas e achar uma única teoria, fundamental, a explicação de tudo.
"De acordo com a teoria, todas aquelas partículas que considerávamos como elementares, como os quarks e os elétrons, são na realidade filamentos unidimensionais vibrantes, a que os físicos deram o nome de cordas. Ao vibrarem as cordas originam as partículas subatômicas juntamente com as suas propriedades. Para cada partícula subatômica do universo, existe um padrão de vibração particular das cordas e são os diferentes padrões de vibração dessas cordas que determinam a natureza de diferentes tipos de subpartículas. O universo sendo composto por um número enorme dessas cordas vibrantes, assemelha-se a uma sinfonia cósmica."
A música sempre teve um papel fundamental na evolução da humanidade, fazendo parte da vida e dos costumes de todas as gerações dos seres humanos. Os registros deixados pela História, mostram a importância da música na religião, na política e no lazer.
Imagine rituais de povos antigos, como os Astecas, sem a música. Os cultos religiosos, seja qual for a crença, sem a música. O cinema, sem a trilha sonora, que é fundamental para exacerbar os sentimentos que a tela mostra. Tudo seria como se estivesse incompleto, morto. A música é viva! Ninguém nos ensina a escutar ou a reconhecer um ritmo, uma melodia, ela faz parte da natureza, ela simplesmente é.
Amor, ódio, frustração, alegria, tristeza, alívio, a música é o sentimento humano, e por isso, a analogia dos cientistas é musical, primeiro pela similaridade do Universo, explicado pela teoria das cordas, com os termos e características musicais, segundo, pela fácil compreensão de qualquer indivíduo, seja qual for o nível cultural, acadêmico ou mental da pessoa, a música é comum à todos.
Acho que ainda não damos a devida atenção e respeito do poder de cura e informação real que a música tem. Creio que se dermos ouvidos ao que ela tem a nos dizer e a nos mostrar, seremos realmente capazes de resolver os grandes enigmas que ainda atormentam a cabeça dos humanos.
Ela nos ensina a ter ritmo, harmonia, organização, disciplina, a unir as pessoas. Através dela nós chegaremos a nos entender e a nos conhecer completamente, o Universo e a nossa função nele, sem preconceitos e histórias alimentadas por nossa fértil imaginação.O caminho direto à verdade".

--------------------------
Meu comentário a respeito dessa teoria:Os avanços da ciência apontam que lá nas profundezas do átomo só existe vibração. E a partir das vibrações sutis é que surgem as partículas, subpartículas, átomos etc. Nossos sentimentos e pensamentos, inclusive, são consequências desse fenômeno vibracional. O cientista e médico americano Richard Gerber lançou um livro onde discute a medicina sob a ótica do mundo vibracional. Desde de 1988, após a minha experiência mística do Amor, venho declarando que tudo vibra e tudo se transforma - vai de um plano cósmico invisível até os planos microcósmicos invisíveis também. O que vemos e conhecemos está no meio entre essas dimensões vibacionais. Em minha dissertação de mestrado mostrei um caminho de descoberta que necessariamente deve passar pela SUTILIZAÇÃO DA SENSIBILIDADE (aperfeiçoamento da sensibilidade humana).O caminho da ciência moderna ocidental é predominantemente dominado pela RACIONALIZAÇÃO.
Em 1994 fui repreendido por um Prof. da UFRJ por ter feito uma analogia entre as 7 notas musicais e as vibrações dos 7 chakras (muito conhecido pelo saber místico oriental). Um dia a verdade virá a tona: SOMOS PRODUTOS DE VIBRAÇÕES CÓSMICAS SUTIS.
RECOMENDAÇÃO DE LEITURA: MEDICINA VIBRACIONAL: A MEDICINA DO FUTURO (Richard Gerber) e MÃOS DE LUZ (Barbara Ann Brennan).

Barbosa de Freitas – “O Castro Alves cearense”

Quando o Prefeito Luíz Ayres de Alencar, construiu a praça Barbosa de Freitas, em 1934, sabia o que estava fazendo ao colocar naquele logradouro público o nome do maior jardinense de todos os tempos.
Barbosa de Freitas viveu apenas 23 anos, passando o maior tempo de sua vida bêbado nos bares de Fortaleza, mas apesar disto, foi considerado pela crítica especializada como o maior e o único poeta condoreiro do Ceará, merecendo estudos de autoridades como o Barão de Studart, Raimundo Girão, Modesto Cabral, entre outros.
Barbosa de Freitas trouxe consigo a marca dos gênios, com a precariedade, a excentricidade e a irresponsabilidade, fazendo versos desde os 16 anos, levando vida dissoluta em um anarquismo romântico que logo o levou à tuberculose.
Vejamos um pouco da vida deste notável vate cognominado de “O Castro Alves cearense”. Antônio Barbosa de Freitas nasceu em Jardim, no Sítio Lameirão, no dia 22 de janeiro de 1860. Era filho natural de Maria Barbosa com o rábula Antônio Nogueira de Carvalho.
Indesejado, foi logo cedo relegado ao desprezo, sendo criado pelos avós, já que o pai não assumiu a sua paternidade. Por esse motivo que depravou-se na bebida.Foi praticamente adotado pelo juíz de Jardim, Dr. Américo Militão de Freitas Guimarães, que lhe deu até o nome da sua família, levando-o consigo quando transferido para Maranguape, matriculando-o no Seminário de Fortaleza, com 13 anos de idade. Deixando o seminário, Barbosa de Freitas trouxe de lá a única base intelectual que o acompanhou na sua meteórica vida de boemia e desregramento em tudo, demonstrando nos seus versos quão proveitosa foi sua curta permanência no Seminário de Fortaleza onde conheceu os clássicos.

“É sobre o dorso deste mar bravio
Que eu peregrino sem futuro e norte
Talvez me abrace a este anjo pálido
Fantasma ou sonho que se chama morte”


Discriminado desde o berço Barbosa de Freitas teve sua curta vida cercada de infortúnio e certamente malsinada pelo complexo da rejeição que procurou esquecer no alcoolismo, mas sua genialidade poética era tal que ainda hoje é objeto de estudos.
Viveu pouco, mas viveu intensamente, fechando os olhos para sempre em um dos leitos da Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza, por hemoptise tuberculosa no dia 24 de janeiro de 1883.
Apesar de sua efêmera vida, mereceu figurar no “Dicionário Bibliográfico Cearense”, do competente e reto Barão de Studart, afora apreciações do renomado crítico professor José Valdo Ribeiro Ramos e do escritor Antônio Sales que jamais se ocuparia de gente sem valor.
Parte dos versos de Barbosa de Freitas foi feito de improviso em lupanares ou mesas de bar, às vezes escritos em papel de embrulho, outras vezes copiados por colegas de bebedeira e o próprio Barão de Studart que o viu escrevendo os versos do livro “Dom Juan Cacique” tendo como mesa uma barrica de bacalhau em um armazém de Fortaleza.Perduláripo, triste, infeliz, apesar de tudo, o grande vate jardinense foi biografado por Otacílo Colares em “Lembrados e Esquecidos” e por Angela Barros Leal em “ A História do Ceará passa por Esta Rua 2”, provando o seu valor e o lugar que ocupa na literatura cearense.

Bem diz Modesto Cabral: “Barbosa de Freitas foi a máxima representação da inteligência poética”. Ouçamo-lo para conferir:

“Amigas, ergamos todos,um bravo que voe ao céu!
Pois que nas asas da pátria
A caridade se ergueu.
Sim, que aos pobres desvalidos
Filhos dos homens caídos
Da erupção no furor
Rosas fecundas perdidas
São neste instante colhidas
pela mão de um protetor.


Mais um retalho de poesia de Barbosa de Freitas

Manda o destino que me aparte e cedo
destes primores que te dera Deus
É tarde, é tarde! Meus amigos parto
Adeus morenas, azulados céus
Adeus ó fontes, meus floridos prados
Ai borboleta do meu Cariri
Ai minha mãe querida, a minha doce estrela
Modesta tenda, Jardim onde nasci.


(colaboração enviada por Jurandir Tavares Neves)

Endêmico

Relatório confirma abuso de milhares de crianças por parte da Igreja Católica da Irlanda

Publicada em 20/05/2009 às 23h46m
O Globo
Agências internacionais

RIO - Cerca de 12 mil meninos e meninas de escolas e orfanatos sofreram abusos sexuais de padres e freiras da Igreja Católica da Irlanda. Segundo uma investigação iniciada em 2000 e publicada nesta quarta-feira em Dublin, o governo fez pouco para impedir as violações, que ocorreram entre as décadas de 1930 e 1990.
O juiz da Suprema Corte, Sean Ryan, afirmou que o resultado conta com 2.600 páginas, organizadas pela Comissão para a Investigação de Abusos a Crianças com base em testemunhos de milhares de ex-alunos e funcionários das cerca de 250 instituições dirigidas pela Igreja. Quase todas elas foram fechadas nos anos 80 e 90. No entanto, houve casos de abusos, em menor escala, registrados até o ano 2000. Há relatos de crimes até mesmo em hospitais para crianças com necessidades especiais.
" As meninas eram golpeadas em todas as partes do corpo com objetos desenvolvidos para provocar o máximo de dor "
Mais de 30 mil crianças acusadas de roubo, abandono de escola e filhas de mães solteiras foram enviadas para a sombria rede de escolas técnicas, reformatórios, asilos e orfanatos católicos por cerca de 60 anos.
"As escolas eram administradas de forma severa, impondo uma disciplina opressiva e não razoável às crianças e funcionários", diz o relatório.
O relatório concluiu que os líderes da Igreja sabiam sobre os crimes - inclusive sobre os abusos sexuais de meninos, cometidos por padres e funcionários -, mas acobertaram de forma sistemática a prática. Ainda assim, o documento não aponta responsabilidades nem recomenda abertura de processos.
Os abusos sexuais eram "endêmicos" dentro das instituições para rapazes, dirigidas principalmente pela ordem dos Irmãos de Cristo. As meninas eram orientadas principalmente pela ordem das Irmãs da Misericórdia, que as humilhavam e as faziam se sentir desprezíveis.
A Igreja Católica tentou repetidamente impedir a publicação do relatório elaborado por uma comissão independente irlandesa, que ouviu os depoimentos de milhares de pessoas, atualmente com idades entre 50 e 70 anos.
"Em algumas escolas os rituais aconteciam rotineiramente. As meninas eram golpeadas em todas as partes do corpo com objetos desenvolvidos para provocar o máximo de dor", informa o relatório.
Há muito tempo as vítimas do sistema exigem que suas experiências sejam documentadas e publicadas para que as crianças irlandesas não voltem a padecer com os mesmos sofrimentos.
No entanto, a maioria dos líderes das ordens religiosas nega as denúncias, afirmando que as declarações são exageradas e mentirosas.
O relatório propõe 21 formas de o governo se redimir dos erros cometidos no passado, incluindo a construção de um memorial, um serviço de acompanhamento psicológico para as vítimas, muitas já aos 50 anos, e a melhoria dos serviços de proteção à criança na Irlanda.
No mês que vem será divulgado um outro relatório sobre supostos abusos de padres católicos em paróquias perto de Dublin, capital da Irlanda.

Raimundão e a Exposição


O ex-prefeito de Juazeiro do Norte, Raimundo Macedo, esteve no Parque Pedro Felício Cavalcante acompanhando os preparativos iniciais com vistas à realização de mais uma Exposição Centro Nordestina de Animais e Produtos Derivados de Crato. Ele manteve contatos com o Promotor de Justiça e coordenador de eventos do parque, Francisco Leitão Moura (foto) e ouviu do mesmo uma exposição otimista em relação a ExpoCrato deste ano em termos de participação popular e número de animais. Raimundão conversou ainda com o gerente do escritório regional da Ematerce, Adonias Sobreira, que, segundo ele, vem desenvolvendo um notável trabalho à frente do órgão. Soube das novidades do evento para este ano em termos de novas tecnologias e manejo para a pecuária e destacou a importância da exposição no incremento do setor agropecuário regional. Por oportuno, adiantou que uma das revistas que circulam durante a ExpoCrato dedicará uma página inteira na divulgação da moderna UTI Neonatal do Hospital São Lucas construída na sua gestão.
Postado por Tarso Araújo

Deputado retoma busca de assinaturas para 3º mandato


29 de maio de 2009 • 12h17 •

Keila Santana
Direto de Brasília

O deputado Jackson Barreto (PMDB-SE) não se deixou abalar pelas críticas que recebeu, até do próprio partido, nem pela derrota com o arquivamento da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do terceiro mandato. Barreto vai retomar na próxima semana a busca por assinaturas de apoio à apresentação da PEC que autoriza duas reeleições para prefeitos, governadores e presidente da República.
A intenção de Barreto é permitir o terceiro mandato para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O deputado diz que não vai pedir, desta vez, as assinaturas dos parlamentares do DEM e do PSDB, responsáveis pela devolução da PEC ao retirarem os nomes da lista de apoio.
Para uma PEC começar a tramitar na Câmara, são necessárias 171 assinaturas de apoio. A Secretaria Geral da Mesa arquivou o anteprojeto depois de confirmar as rubricas de 166 deputados, depois que 17 parlamentares do DEM e do PSDB desistiram de apoiar a PEC.
Para valer para as eleições de 2010, a PEC terá de ser aprovada pela Câmara e pelo Senado até setembro, quando termina o prazo para mudanças na legislação eleitoral referentes à próxima disputa eleitoral.
A verificação das assinaturas é o primeiro passo para a tramitação de uma PEC. Depois de protocolada, precisa passar por análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que dá um parecer pela admissibilidade ou não do tema e, se aceita, é criada uma comissão especial que vai discutir o mérito.
Após votação na comissão especial, a PEC segue para o plenário, quando terá que ser votada em dois turnos, com aprovação mínima de 308 deputados.


Terra Magazine

Os verdadeiros inimigos do Crato – por Pedro Esmeraldo


Após a trama de algum cratense querer esvaziar nossa cidade, retirando daqui para outra localidade o Parque de Exposição, ficamos matutando por muito tempo, que alguns dos nossos algozes são os próprios filhos do Crato, morando em outro município cujo desejo é ver a cidade de marcha ré, desprezando-a, deixando-a cair no vazio. Não podemos tolerar jamais essa constante perseguição em cima do Crato, que há muito vem lutando, enfrentando desafio, sofrendo abalos econômicos, causados pelas artimanhas desses verdugos, que sempre vêm insinuando a alta cúpula governamental a fim de esgotar a nossa cidade, retirando todos os benefícios que conseguimos, ao longo dos anos.
Para nós, isto é uma infâmia, um desrespeito ao povo que luta há anos para ter um comportamento digno de desenvolvimento e trabalho, satisfazendo os anseios que sempre sonhamos em qualificar com tecnologia avantajada e brilhante, favorecendo um emprego que vem com todo ardor melhorar a qualidade de vida do cratense, principalmente, aquele que queira trabalhar com muita honra e contentamento.
A maioria dos cratenses, principalmente aqueles que amam o Crato, ficou indignada com esse jovem político, filho desta terra querer tapar o sol com a peneira, toldando a nossa paciência que mantivemos com muita seriedade e trabalho.
Em outra vez, falando da inveja de outros municípios em quererem abarcar, somente para si, todos os melhoramentos existentes desta cidade.
Por que meu Deus? Eles não têm as mesmas iniciativas que o Crato tem? Por que não criam planos de ação e possam progredir sem prejudicar outros municípios? Até quando vamos suportar esse estado de apadrinhamento político de outros municípios, que querem crescer à custa do chapéu alheio e não deixam os outros progredir “dignamente?” Não podemos mais aceitar as figuras desses algozes que são perseguidores e intolerantes.
Não podemos aceitar transformação do Crato em uma cidade dormitório. Temos de reagir e gritar com brados bem altos, elevando o nosso espírito para acompanharmos um progresso moderno e convivermos com muita habilidade, com esses desafios que ora estamos enfrentando. Desejamos ser destemidos e corajosos, livrando-nos dessas mágoas provenientes desses carrascos cruéis que por enquanto nos atormentam, deixando-nos apavorados, inconformados.
Agora, vibramos entusiasticamente sem esmorecer, tentando segurar um pouquinho que nos resta e se for possível a recuperar as partes perdidas que nos levaram. Agora diremos aos inimigos do Crato – esses filhos ingratos que não querem bem a seu berço natal – afastem-se de nossa cidade, deixem-nos em paz e se for pra fazer o mal, façam o favor de não pisar mais aqui, pois só nos vêm causar repulsa e deixar-nos entristecidos.
Queremos viver tranqüilos, amando a cidade, trabalhando pelo bem de nossa terra.
Temos como idéia reconquistar a paz, a harmonia e ver a cidade avançar sem recuar. Todos de braços dados, trabalhando pelo Brasil pelo Crato e Cariri.

Crato, 28/05/2009

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Prisma



Os brasileiros quando assistem de cadeira de balanço à invasão do Iraque , ao extermínio dos afegãos, às lutas fratricidas do continente africano ou aos conflitos envolvendo Israel e árabes, no Oriente Médio deviam ao menos perceber que a briga lhes diz respeito. De alguma maneira estão sendo dizimados irmãos nossos, nestas pelejas internacionais. Não, não falo aqui biblicamente, invocando o nome de Adão, nosso pretenso ascendente comum. Os mouros têm uma profunda influência na cultura brasileira estudada por um dos maiores gênios da raça, o potiguar Luiz da Câmara Cascudo. O tempero árabe-sarraceno esteve fortemente presente no caldeirão étnico quando da cocção gradativa da identidade pátria. Somos um país único , fruto da fabulosa miscigenação de um número incontável de raças e culturas e carregamos conosco a fagulha da esperança. Ensinamos a todos a possibilidade de união dos povos, sem barreiras, sem preconceitos e que é possível sim semear a tolerância e conviver pacificamente com a diferença. No Brasil, não existe purismo, não há arianos. Qualquer um de nós , se formos revolver o passado, não chegamos à terceira geração sem que nos deparemos com nossos ascendentes na Taba, na Senzala, na Sinagoga ou na Mesquita. Nossas veias não transportam sangue azul ou negro; o prisma da nossa colonização fez o milagre da refração e cá estamos todos multicoloridos , enchendo de brilho a aquarela do nosso país. Neste aspecto, o Brasil é, estrategicamente, a nação do futuro.
No que tange à nossa influência moura ela é simplesmente enorme. Não bastasse a presença dos árabes por aqui, eles estiveram na península Ibérica durante oitocentos anos, de 661 dC até quarenta anos antes do descobrimento do Brasil. Além de tudo, influenciaram sobremaneira a Cultura Afro, um dos pedestais mais fortes da nossa etnia. As tintas árabes tingiram nossa cultura bem mais que os judeus, os ingleses, os franceses, os holandeses e os japoneses. O gênio de Luiz Câmara, em seus mais de 150 livros, deu um cascudo na maior parte dos pesquisadores do Sudeste e deve-se a ele o descobrimento do Brasil árabe-sarraceno. No Nordeste, então, esta influência tem tintas fortíssimas. O cuscuz, o arroz doce são iguarias que deles herdamos. O hábito de comer no chão limpo, tão freqüente por aqui ,também é influência moura. Beber água depois da refeição e não durante. Os panos que as mulheres gostam de usar na cabeça e os turbantes que usam sobre os penteados. Mulher andar a cavalo ou de moto de lado e não escanchada. Fazer renda, usar leques, guarda-sóis, véus no rosto, uso de tintas nas sobrancelhas e brilho nos olhos são herança dos nossos irmãos mouros. A alpercata de rabicho é tipicamente árabe , assim como o próprio nome alpercata. O fascínio pelos doces parece também ter forte origem sarracena. Apanhar de chinela da mãe não era uma verdadeira desonra? Igualzinho a se jogar sapato no Bush ! O aboio dos nossos vaqueiros , segundo Câmara, também de lá veio, bem como o pandeiro e o tamborim que adornam nossas escolas de samba. As histórias e festas populares nordestinas estão povoadas da cultura islâmica: as Cavalhadas, o Reisado, A Chegança, o Cordel , Duelos de Espadas, os nossos Contos Infantis. “Bão-Balaão, Senhor Capitão/ Em terra de mouros , morreu seu irmão...”Há historiadores que lembram, inclusive, a semelhança entre o Afeganistão e Canudos de Antonio Conselheiro ou das hordas iraquianas com as imagens Glauberianas em “Deus e o Diabo na Terra do Sol”. Seriam uma espécie de Afegani-sertão ? – Chegam a perguntar. Basta dar uma olhadinha em uma foto de Canudos, de Flávio de Barros, para se ficar em dúvida: não foi clicada num campo de refugiados árabe?
Existe um outro traço tão freqüente no cotidiano brasileiro de profundas raízes arábicas. O fatalismo é uma delas. “Quando a gente nasce, tudo já está determinado !” Só se falta completar com o Maktub: Estava Escrito! Nossa relação com o divino, também. Vejam os pára-choques de caminhão, o outdoor do pobre. “Deus sempre ajuda” “Dirigido por mim, guiado por Deus””Deus proteja esse carro” “Deus me Guia” . Pois não é lá no Alcorão que se lê: Allah-U-Akbar, ou seja, Deus é grande? Uma das razões de sermos um povo muito supersticioso, devemos também a eles. Tememos o trovão, o relâmpago, o gato preto, as sextas-feiras, a lua nova, o lobisomem, o vôo da coruja... Acreditamos ainda nos sonhos como orientador para o jogo do bicho. Semana passada, observei várias frases em carros aqui em Crato e percebi claramente o temor que temos com a inveja , o “Olho Gordo”. “Não me inveje, trabalhe!” “Falar de mim é fácil, difícil é ser eu” “A sua inveja faz a minha fama””A Tua inveja é minha felicidade” “Com as pedras que me atiras construirei meu castelo” “Deus te dê em dobro o que me desejas”. Pois bem, lembrei o velho Cascudo. Rogar praga a torto e a direito, imprecação, maldição é uma outra herança árabe. Praga de mãe, então, é pior do que bomba atômica. Lembram da praga materna na história do Lobisomem ? E do genial poema “Rogando Praga” do nosso Patativa?
Assim, amigos, não custa recordar que cada míssil que explode no Afeganistão de alguma maneira atinge Canudos; cada bomba que explode no Iraque bombardeia também o Caldeirão; o embate fratricida entre islâmicos e israelenses fere de morte os brasileiros. Você pode até fechar os olhos e concluir que nada tem a ver com isso. Cansado de mourejar, resolve deitar-se num sofazinho baixo e amplo, cruza as pernas e prefere ficar “na sombra e água fresca”. Tudo bem, mas não esqueça que tanto o verbo mourejar, quanto o sofazinho, o cruzado de pernas e a visão paradisíaca da sombra e da água fresca você deve à fabulosa cultura que agora mais uma vez está sendo bombardeada.




J. Flávio Vieira

Corrente De Aço Cirúrgico

Quando bem magro não mais precisar de bermuda
deitado com o ventilador abanando as assaduras
então consumado o grande sonho.

Não há trégua entre desejo e mendicância.

A voz que ouço entrecortada do céu da boca
ao inferno do intestino
tenho suspeita -

talvez se trate de um louco
ou de um monge jardineiro.

Da janela que nunca abri
suponho lírios e girassóis
a agasalharem-se
sob uma lua
como hoje.

Baixei a cabeça
feito um verme noiado.

E aos meus pés
nem retalhos de chita
nem nódoas de tamarindo.

Estamos sós seu moço
com a pressão do crânio
lá em cima.

NAS ONDAS DO RÁDIO!


Pode até parecer retrógrado ou cafona mas gosto de ouvir rádio. Não é FM, não! Não suporto a voz pasteurizada dos seus locutores que parecem clones uns dos outros. Eu gosto mesmo é de AM e Ondas Curtas. Passo a noite com o rádio ligado tresloucadamente viajando: outros estados, outros países, outras línguas sem sair do meu quarto. Prefiro o meu rádinho de pilhas com 12 faixas de ondas a qualquer computador com internet e o escambau. No meu quarto, apago a luz e ligo o rádio. Muitas vezes adormeço e a estação sai de sintonia e fica aquela "chiadeira"no mundo que acorda quem está mais por perto. A reclamação no dia seguinte é grande!
Pois bem, nos anos 80 produzimos e apresentamos (Eu, Bola e Carlos Rafael ) pela Radio Araripe do Crato, o programa "TERRAE BRASÍLIS", num formato bem ousado com Rádio Teatro, reportagens absurdas, música e poesia ao vivo, etc. e tal. Depois, produzimos juntos o primeiro programa sindical veiculado em rádio no país: o "HORA BANCÁRIA", com a apoio do Sindicato dos Bancários do Cariri.
Agora, a partir de amanhã. dia 29 de maio, às 14:oo h, vamos estrear o "CARIRI ENCANTADO", com a nossa musicalidade contemporânea, a nossa literatura (poesia e prosa), cinema, artes plásticas. entrevistas, enfim, uma agenda cultural de qualidade e por ai vai. Quer dizer, também, que vamos tirar do CaririCult o módulo literário do programa! Então, estaremos a partir de amanhã nas ondas do rádio!
Vale dizer que o programa tem o apoio Cultural do CCBNB-Cariri em parceria com a Radio Educadora do Cariri. A OCA- Officinas de Cultura e Artes e CaririCult entram como produtores.
Será apenas uma hora de programa que espero faça uma grande diferença no fazer radio por aqui!
NOTA:
No programa de estréia vão estar:
MÚSICA: Abidoral Jamacaru, Tiago Araripe, Zé Nilton, Nacacunda, Leninha (do Juazeiro), Marlui Miranda, Zabumbeiros, Os Penitentes do Sitio Cabeceiras de Barbalha, Myrlla Muniz, Rivortril, Villa Lobos, dentre outros!
LITERATURA: Zé Flávio Vieira, Socorro Moreira, Geraldo Urano, Caio Fernando Abreu , etc.
ENTREVISTA: Jackson (BOLA) Bantim, sobre a realização do seu filme curta-metragem
"As Sete Almas Santas Vaqueiras", que foi lançado no último dia 17/05.

Élan

A poesia também é uma coisa mesquinha da vida.
Exceto quando se engasga o eunuco
com a saliva dos cânticos.

Quando escrevo poemas me somem os testículos.
Morro de medo do meu Senhor.
Sua sombra brilha e entra pelas frestas da janela.

Toma-me da mão o cachimbo de alumínio.
Grita aos meus ouvidos -
"Emagreça os tornozelos!"

As asas somente coladas nos tendões rígidos.

A poesia também é uma coisa enfadonha da vida.
Exceto quando Saci se embriaga
e quebra tudo na caverna da Cuca.

O caldeirão virado,
as relíquias de barro espatifadas.
E a bruxa perplexa sem abrir a bocarra.

"É muita coragem, neguinho,
é muita doidice..."

Pensa - completamente apaixonada.

O burro selvagem e o burro doméstico – por Pedro Esmeraldo



Desta vez, vamos fazer uma narração (semelhança) na qual se encerra uma ficção moral e mitológica. Falaremos da fábula do grego Esopo, referindo-se a história de dois animais, um fato que devia ser observado, com atenção no meio das camadas populares e políticas. Trata-se da narração de fatos críticos envolvendo um burro selvagem e um burro doméstico.
Um burro selvagem, observando o comportamento do burro doméstico, aproximou-se e o felicitou pelo seu belo porte e pela fartura de alimento, do qual gozava com farta regalia.
Um dia, pela manhã, ao alvorecer, encontrou, casualmente, o burro doméstico conduzindo um enorme fardo, sendo ainda fustigado constantemente pelo asneiro. Ao ver isso o burro selvagem exclamou:
– Olá amigo, não tenho mais inveja da tua felicidade, pois vejo que tua abundância está acompanhada de grande sofrimento. Não sou masoquista para sofrer, inutilmente, a fim de melhorar de vida.
Falaremos, agora, do comportamento político da cidade de Crato. Os nossos cidadãos políticos permanecem alheios aos problemas sérios, deixando-os para resolvê-los posteriormente, à custa de dificuldades e sofrimentos. Alguns deles, não executam de bom grado a sua missão. Por exemplo, vivem sempre se comportando de maneira passiva, deixando tudo ir embora da cidade, sem esboçar nenhuma reação. Deixam a cidade à deriva, não enxergam um palmo diante de seu nariz.
Falamos dos descasos e da apatia dos políticos que começaram a dominar o Crato no início dos anos 80, os quais ainda permanecem, por trás dos bastidores, querendo exercer a sua missão de político sem vislumbrar o caminho certo do desenvolvimento.
Lembramos a todos que esses cidadãos-políticos ainda nos entristecem, pois andam querendo entrar no céu à força, sem se incomodar com o pensamento evolutivo do desenvolvimento da cidade. Seria bem melhor que se aposentassem e dessem lugar aos jovens de ampla visão, já que estes últimos seriam mais eficientes e enfrentariam o desafio árduo e digno de respeito.
Falou-se, ultimamente, em retirar a ExpoCrato, do atual local onde ele funciona, no Parque de Exposição. Isto nos deixou meio confusos e Alertamos ao povo que se evite a adoção dessa medida intempestiva e ardilosa de levar a ExpoCrato para outra localidade. Dizem que quem tem olhos fundos começam a chorar cedo. Não seria isto mais um pretexto para esvaziar o Crato?
Observamos que essas medidas governamentais são pretextos de desacelerar e desprezar o crescimento desta Cidade. Temos como afirmar que os inimigos do Crato (de modo especial os próprios os filhos de Crato) vivem a construir planos e idéias eivados de desprezo e que geram intranqüilidade.
Gostaríamos de obter uma resposta do Senhor Prefeito quanto a essa sugestão. O governador do Estado tem dinheiro para construir outro parque para a ExpoCrato? Se tem porque não reforma o atual parque dotando-o de novos melhoramentos? É esta a opinião unânime de quem vive em Crato. Esta resposta, aguardamo-la com muita ansiedade. Que Senhor governador a dê ao povo cratense, explicando o motivo de querer esvaziar esta cidade. Pedimos ainda, a união do povo, pois o povo unido jamais será vencido.
Apelamos a todos indistintamente. Deixemos de ser masoquistas. Não suportamos mais esse rosário de desprezo e lamentação. Partimos para a luta, e com trabalho e coragem sairemos vencedores.
Consideramos a Exposição Centro Nordestina de Animais e Produtos Derivados a menina dos olhos do Crato. Não mexam com o Crato. Respeitem o Crato, pois esta cidade não é bugre podre para ver dilacerado o seu crescimento equilibrado.

Crato 25/05/2009

REVIGORANDO À MEMÓRIA!

As privatizações fraudulentas das Telecomunicações

• Superfaturamentos, envio de dinheiro para paraísos fiscais, privatizações financiadas com dinheiro público e promíscuas relações envolvendo o governo federal e a iniciativa privada. Essa é a síntese da privatização da Telebras.O escândalo da espionagem da Kroll não é o primeiro e, provavelmente, não será o último relacionado ao processo de privatização das Telecomunicações do país. Conhecida como a maior privatização já realizada, foi também uma enorme fonte de maracutaias.O sistema Telebras foi vendido em 1998, por R$ 22 bilhões a diversas empresas, a maioria estrangeira, a um valor muito abaixo das primeiras estimativas feitas pelo governo FHC, que chegavam a R$ 35 bilhões. Preparando-se para vendê-la, o governo FHC, nos dois anos anteriores à privatização, investiu cerca de R$ 21 bilhões em infra-estrutura no setor de Telecomunicações. Durante a venda, o governo “emprestou”, através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), mais R$ 8 bilhões do dinheiro público para empresas privadas poderem “comprar” a Telebrás, tendo, portanto, um enorme prejuízo.A explicação para isso é simples: acossado pela fuga de capitais de banqueiros e especuladores na crise de 1998, o governo via na venda da Telebras uma oportunidade para captar dólares e adiar a crise do Real até as eleições daquele ano e garantir sua reeleição.Os escândalosSemanas depois da privatização, a mídia do país revelava gravações em que o então ministro tucano das Telecomunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros e o presidente do BNDES, André Lara Resende, conversavam com lobistas e revelavam informações privilegiadas para grupos que participavam do negócio. Nessas gravações, o governo do PSDB privilegiava o grupo Opportunity na compra da Tele Norte-Leste. O próprio FHC, na época, pressionou o Fundo de Pensão do Banco do Brasil – Previ – a se associar ao consórcio liderado pelo banco Opportunity de seu amigo Daniel Dantas.Da divisão da Telebras surgiram 12 empresas, sendo 8 de telefonia celular, que estabeleceram o mando e o desmando do monopólio privado no setor. A tal “universalização” das Telecomunicações, propagada por FHC, revelou-se uma farsa. Durante a privatização da Telebras, o governo autorizou que todos os contratos de concessão fossem corrigidos pelo IGP-M, ou seja, permitindo às empresas impor reajustes muito acima da inflação. O resultado é que as tarifas subiram cerca de 512%, desde a privatização até julho de 2003. Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), mais de 49 milhões de linhas telefônicas estão ociosas, porque muitas pessoas não conseguem pagar mais as contas telefônicas.
Fonte: JORNAL OPINIÃO SOCIALISTA.
Edição nº 185 De 05 a 11 de agosto de 2004

Os “trambiqueiros” - por Pedro Henrique Chaves Antero

(transcrito de "O Povo", 28-05-2009)
Uma entrevista do ex-deputado Roberto Jefferson, presidente do PTB, revelando que o PT pagava um “mensalão” a partidos da base aliada, originou, a partir de meados de 2005, uma enxurrada de denúncias de corrupção contra membros do governo e dirigentes do partido. Nem mesmo o presidente da República e seu chefe de gabinete, Gilberto Carvalho, ficaram livres das suspeitas de que conheciam de perto os escândalos.

Esses fatos constituíram, sem dúvida, o maior trambique da República nos últimos tempos. Nessa mesma época Frei Beto escrevia o livro “a mosca azul”, em que mostrava seu desencanto com a nova ética petista.

E não venha dizer o presidente Lula que não conhece os trambiqueiros do Brasil. Seu discurso na Turquia, acusando os empresários brasileiros de “trambiqueiros” – sem distinção entre eles e sem o respeito devido a uma categoria que lidera o desenvolvimento nacional – foi mais um ato de demagogia barata. Seu intuito foi certamente o de agradar milhões de empregados, companheiros do velho torneiro mecânico.

O presidente Lula parece não ter tomado consciência de que hoje é um líder político, chefe de nação, e não mais um líder sindical. A ele deve ser levado o exemplo de George Washington, um simples representante de sua colônia natal, Virginia. À época, entretanto, da Guerra Revolucionária americana, em 1775, ele apresentou-se ao Congresso Continental para oferecer seus serviços ao país, sem distinção de pessoas e de grupos. Sem Washington não teria havido o exército continental; e sem o exército continental os Estados Unidos não teriam existido.

Uma das funções do chefe de Estado é manter a unidade de um povo e de seu território. Lula não pode continuar com o seu discurso de sindicalista em porta de fábrica. Esse tempo para ele já passou, devendo agora trabalhar para todos brasileiros, reconhecendo em cada grupo a sua função e a sua importância. Empresários não são necessariamente trambiqueiros, como nenhuma outra categoria profissional merece esse infeliz elogio.

Pedro Henrique Chaves Antero
Professor de Ciências Políticas
.



quarta-feira, 27 de maio de 2009

Frio no Ventre

Cansa-me a eternidade da comunhão.
Dos laços.

A ventania se faz agora
dentro dos meus olhos.

Todas as lágrimas soluços.
Todos os suspiros flatulência.

Causa-me desgosto o peso dos objetos.
A memória refeita da sobra.

Meus dedos não cresceram tanto
mas envelheceram -
em cada falange
as faces do velho índio.

Quanto mais longínqua a lembrança
inebriante o tombo.

A ventania se faz neste instante
dentro do que penso minha alma.

Como se sentem culpadas as paredes:
silenciosas banham-se da chuva.

Mesmo que pareçam frias e distantes -
amam os insetos.

CIÊNCIA E REALIDADE - HUXLEY

"Nenhum relato do quadro científico do universo e sua história poderia ser completo, a menos que contivesse um lembrete do fato, freqüentemente esquecido pelos próprios cientistas, que tal quadro nem sequer exige ser inteligível. Do mundo em que realmente vivemos, do mundo que os nossos sentidos nos fornecem, das nossas intuições de beleza e bondade, nossas emoções e nossos impulsos, nossas disposições e nossos sentimentos, o homem de ciência abstrai um particular, simplificado universo de coisas, possuindo aquelas qualidades que se convencionou chamar de "primárias". E o faz arbitrariamente, porque acontece que é conveniente: como os seus métodos não lhe permitem tratar com a imensa complexidade da realidade, seleciona do todo da experiência somente aqueles elementos que podem ser pesados, medidos, numerados, que se prestam de alguma forma a um tratamento matemático. Pelo uso dessa técnica de simplificação e abstração, o cientista tem conseguido um apreciável grau de entendimento e domínio do ambiente físico. O sucesso foi intoxicante e, com uma falta de lógica que, dentro das circunstâncias, foi sem dúvida desculpável, muitos cientistas e filósofos vieram imaginar que esta proveitosa abstração da realidade era a própria realidade. A realidade, como é verdadeiramente experimentada, contém intuições de valor e significância, contém amor, beleza, êxtase místico, indícios de divindade. A ciência não possuiu e até agora não possui instrumentos intelectuais com os quais possa tratar desses aspectos da realidade" (HUXLEY,1975,pp.251-252).

HOMEM E NATUREZA - NASR

NASR, SEYYED HOSSEIN - O Homem e a Natureza, ("Espírito e Matéria"), Rio de Janeiro, Zahar, 1977, pp.139, trad.: Raul Bezerra Pedreira Filho, Man and Nature, Londres, George Allen & Unwin, 1968.

"A natureza é, no todo, mais rica que o conhecimento a que a física chega através de seus métodos quantitativos e que são seletivos tanto em seus dados quanto na interpretação destes. A física é uma ciência da natureza limitada pelas próprias seleções que faz da realidade externa, bem semelhante ao ictiólogo que usa uma pequena rede de pesca, exemplo que Eddington tornou bem conhecido. Igualmente, o próprio fato de suas conclusões se basearem em experimentos implica que sua validade mantém-se apenas dentro das condições destes experimentos. A física então, como as outras ciências da natureza, é uma ciência específica das coisas, legítima dentro de suas próprias suposições e limitações, mas não é a única ciência válida do mundo natural. A física nos dá um certo conhecimento do mundo físico, mas não todo o conhecimento de que se necessita, especialmente na medida em que diz respeito à relação integral entre homem e natureza. As próprias qualidades, formas e harmonias que a física deixa de lado devido a seu ponto de vista quantitativo, muito longe de serem acidentais ou desprezíveis, são os aspectos mais estreitamente ligados à raiz ontológica das coisas. É por isso que a aplicação de uma ciência que despreza estes elementos provoca desequilíbrio e gera desordem e feiúra, especialmente num mundo onde não existem outras ciências da natureza e não há sabedoria ou sapientia que possa colocar as ciências quantitativas da natureza em seus devidos lugares no esquema total do conhecimento.
Devido à ausência desta ciência total esquece-se também que os fenômenos participam de muitos níveis cósmicos e sua realidade não se esgota num único nível de existência, o último de todos, o material. [...] Por esta razão não há uma única ciência da natureza, mas sim diferentes quadros e visões do mundo, cada um válido até o ponto em que pode descrever um denominado aspecto da realidade cósmica. Não é verdadeiro dizer-se que o sol é apenas gás incandescente, embora isto seja um aspecto da realidade. É também tão verdadeiro quanto dizer-se que o Sol é o símbolo do princípio inteligente do Universo, sendo que este elemento é um aspecto de sua realidade ontológica tanto quanto as características físicas descobertas pela astronomia moderna" (NASR,1977,p.120).

SOBRE HOMENS E RATOS DE GAVETA

Esta postagem é uma homenagem ao Maurício Tavares pela feita anteriormente com texto de Luiz Felipe Pondé.

Uma ação possível num blog é avançar nas diversas postagens feitas. Por isso tentarei um pequeno avanço sobre texto de Luiz Felipe Pondé com o título “Sobre ratos e homens” que tem por base um ensaio do filósofo inglês Michael Oakeshott. E tomo a tarefa pela importância que tem o texto de Pondé em termos de visão da política e da sociedade. Onde se encontra o “lócus” do texto?

Primeiro uma idéia sobre “lócus” em pensamento. O pensamento não pode se resumir a uma determinada localização, ele vem do indivíduo (de certa forma é negado no texto) histórico que é, portanto, uma interação coletiva do presente e do passado recente. Por isso mesmo é que o conservadorismo de Michael Oakeshott não se deita inteiro sobre Pondé, já que este nos brinda com termos de sua época aqui no Brasil Uma época histórica que vive simultaneamente o fim do patrimonialismo familiar, político e econômico, junto com a emergência social de grandes massas da população. O texto centra-se numa feroz crítica ao que Pondé chama de homem massa. Uma característica deste pensamento brasileiro é certo horror ao povinho ignorante que toma as areias de sua praia.

Por isso são típicas deste pensamento frases do tipo “Agora venceram pelo voto e marcam a democracia de hoje”. Quem venceu pelo voto são os “idiotas” e estes são: “aqueles que têm sua vida medida pelas estratégias de sucesso e pelo amor opressivo do medíocre (aquilo que é massificado?)”. E eles são, em termos de política, a “maioria absoluta”. Só para chegar ao paroxismo deste reacionarismo estruturado no momento histórico é a frase: “Aí a própria elite intelectual (talvez com face de rato) virou proletária, em busca de carreiras, somando seus pontos, escrevendo artigos para não serem lidos, somando suas mesquinharias, anulando a inteligência em nome do acúmulo”.

Não vamos ao cerne da própria dificuldade conceitual do texto. Vamos a outro aspecto, aquele que mostra a necessidade deste pensamento de reagir à emergência de novas classes sociais. Pondé usa a palavra “proletário” num contexto completamente distinto do próprio conceito, na verdade quis criticar a pobreza intelectual das universidades, mas como tem horror a proletário troca uma coisa pela outra. Aqui o termo proletário se despe de sua natureza substantiva e passa a adjetivar. Isso quer dizer que toma uma parte pelo todo. É estranho o modo como Pondé aponta a seta para as massas emergentes como se essa pudesse ter estratégia de sucesso no mundo capitalista assimétrico.

Não vou a tanto, mas a necessidade de “disciplinar” a pequena burguesia e o horror aos proletários foi uma marca substancial do fascismo. Vejam que Pondé não enxerga nada da história dos séculos XIX e XX, as grandes lutas trabalhistas, as grandes lutas políticas. Mas não podia, pois ele é um típico Nihilista do século XXI. Um Nihilismo de mesa, regada a alguma substância e a prazeres fugazes do sabor protegido por uma vidraça com ar condicionado. Mesmo quando parece sustentar-se sobre Oakeshott isso é de passagem, o velho conservador inglês era um típico recém convertido ao liberalismo político. Como todos os conservadores da primeira metade do século XX na Inglaterra (principalmente o líder Churchill) que lutaram contra a emergência social e as conquistas políticas dos trabalhadores, mas depois tiveram que lutar contra o nazismo no coração da Europa e sofrer as bombas sobre Londres.

Não li o ensaido de Oakeshott citado por Pondé, mas li este texto com cuidado. Para mim, até prova em contrário, Pondé apenas usa o conservador por identidade filosófica, mas a verdadeira face dele se encontra no niilismo russo do século XIX, nem no niilismo filosófico de Nietzsche. Vejamos esta frase: “A verdade é que o homem massa sempre fala em nome da liberdade, da autonomia, mas ele as detesta, porque teme o inferno que é a alma”. Ao negar toda a evolução da individualidade desde o Renascimento e todas as formas políticas com esta se organizou e se libertou de uma era, fica clara a sua filiação doutrinaria política e filosófica ao partido russo do século XIX, com uma “crítica pessimista, individualista e naturalista da organização social.

Retornemos ao texto de Pondé e vejamos sobre a camada da dura crítica dos ratos e idiotas, que ali se encontra o célebre aniquilamento do passado e do presente em termos de valores sociais, culturais e políticos realizados, pois há no texto a busca de alores por se realizar, ainda em realização. É no futuro irrealizado, como dizia Bakunin, “a negação do que existe...em benefício do futuro que ainda não existe”. E o que não existe para Pondé na essência é uma espiritualidade radical em autonomia e liberdade, uma alma além deste corpo que respira, tem sede e fome. E, claro, forma excrementos.



Dom Newton Holanda Gurgel completa 30 anos de episcopado
Neste dia 27 de maio, Dom Newton Holanda Gurgel – Bispo Emérito de Crato – completa 30 anos de episcopado. Dom Newton foi nomeado Bispo Titular de Gummi de Bizacena e Auxiliar da Diocese de Crato, no dia 28 de abril de 1979, no primeiro ano do pontificado do hoje Servo de Deus e, àquela época, o Papa João Paulo II. Foi sagrado bispo em Roma – na Basílica de São Pedro – pelas mãos do mesmo Pontífice que o nomeou, Sua Santidade João Paulo II, no dia 27 de maio de 1979.
Para comemorar tão grata efeméride haverá nesta quarta-feira, às 17:00h, na Sé Catedral de Nossa Senhora da Penha do Crato, uma Missa Solene concelebrada, presidida por Dom Newton Holanda Gurgel.
Dados sobre Dom Newton Holanda Gurgel

Nasceu no dia 1º de novembro de 1923, na cidade de Acopiara, Ceará. Foi batizado no dia 7 de dezembro do mesmo ano, na Igreja-Matriz de sua cidade natal. Foi admitido como aluno do Seminário São José de Crato no dia 13 de março de 1937. Em 1944 foi matriculado no Seminário de Fortaleza, de onde se transferiu em 1946 para o Seminário de João Pessoa - Paraíba para cursar Filosofia.
Foi ordenado sacerdote por Dom Francisco de Assis Pires, segundo bispo de Crato, em 17 de dezembro de 1949, na cidade de Milagres.
Na sua vida sacerdotal, Dom Newton Holanda Gurgel exerceu as seguintes funções: Vigário Ecônomo de Icó; Vigário Cooperador de Iguatu; Prefeito de Disciplina, Diretor Espiritual e Reitor do Seminário São José de Crato; Vigário Cooperador da Paróquia de Nossa Senhora das Dores de Juazeiro do Norte (hoje Basílica Menor) e Pároco de Campos Sales, aonde recebeu a nomeação para Bispo Auxiliar de Crato.
Com a renúncia de Dom Vicente de Paulo Araújo Matos, Dom Newton foi nomeado quarto Bispo Diocesano de Crato, função que assumiu oficialmente em 9 de janeiro de 1994 e na qual permaneceu até 29 de junho de 2001, quando passou o governo da Igreja Particular de Crato para o atual Bispo, Dom Fernando Panico.
Durante essa longa trajetória, Dom Newton Holanda Gurgel sempre deu sobejas provas de disponibilidade e desejo de servir à Igreja, fundamentos da espiritualidade inspiradas em Jesus Cristo e na intercessão de Maria, a Mãe de Jesus e, por isso, Mãe dos Apóstolos.
Tudo resumido no lema episcopal que escolheu: “Certa Bonum Certamen” (Sustenta o Bom Combate).
Texto e postagem de Armando Lopes Rafael

terça-feira, 26 de maio de 2009

Julius Fucik

Julius Fucik é um militante comunista. Nascido em 1903, na cidade de Praga, na atual República Tcheca, com 18 anos entrou para o Partido Comunista. 

Quando as tropas de Hitler invadiram a Tchecoslováquia, entrou para as fileiras armadas da Resistência Comunista, então clandestina. 

Fui um grande combatente. Em 1942, foi capturado e enviado para uma prisão da GESTAPO, em Pankrác. Sofreu a tortura nazista.  No cárcere, escreveu um livro secretamente. Quando as tropas do Exército Vermelho libertaram os prisioneiros dos campos de concentração, foram encontrados os manuscritos. 

Não houve tempo de libertar Julius Fucik. Ele foi executado na cidade de Berlim, no dia 08 de setembro de 1945. Mas seu registro escrito no cárcere nao se perdeu. Se tornou um livro que tem o título "Reportagem sob a Forca". 

Um livro que quando é lido pelos que lutam por uma sociedade justa e fraterna, aí sim, esses entendemos  o verdadeiro significado da palavra liberdade e da palavra esperança. 

Em 1950, assim falou Pablo Neruda, no II Congresso dos Defensores da Paz: "Vivemos na época que amanhã se chamará a época de Fucik, época do heroísmo simples... Em Fucik há o sentido não só de um cantor da liberdade mas de um construtor da liberdade e da paz..."      

Aconselho todos a lerem o relato de Julius Fucik, Reportagem sob a Forca. E aí entenderão o significado do que é ser comunista. 

Deixo aqui um trecho, digitado por mim, diretamente do livro: 

"Capítulo V 

FIGURAS E FIGURINHAS I 

Só peço uma coisa: que os que sobreviverem a esta época não esqueçam. Não esqueçam nem os bons nem os maus. Reúnam pacientemente os testemunhos dos que caíram por si e por vós. Um dia o hoje pertencerá ao passado e falar-se-á de uma grande época e dos heróis anônimos que fizeram história. Gostaria que toda gente soubesse que não houve heróis anônimos. Eram pessoas que tinham o seu nome, o seu rosto, os seus desejos e as suas esperanças, e a dor do último deles não foi menor do que a dor do primeiro, cujo nome perdura. Gostaria que todos eles estivessem juntos de nós, como membros de nossa família, como nós próprios. 
    Foram exterminadas gerações inteiras de heróis. Amem ao menos alguns deles, como se fossem um filho ou uma filha, e sintam-se orgulhosos dele como de um grande homem que viveu para o futuro. Cada um dos que serviram fielmente o futuro e caíram para o tornarem mais belo é uma figura esculpida em pedra. E cada um daqueles que, com o pó do passado, quiseram construir um dique para deter a revolução não é mais do que uma figurinha de madeira, ainda que tenha os braços carregados de galões dourados. Mas é necessário ver também as figurinhas vivas na sua infância, na sua imbecilidade, na sua crueldade e no seu ridículo, porque é um material que nos servirá para o futuro. 
Eu só posso contribuir com o material que corresponde à declaração de uma testemunha. É limitado e sem espaço no tempo, tal como pude vê-lo na minha pequena frente de luta. Mas contém traços de uma verdadeira imagem da vida: os traços dos grandes e dos pequenos, das figuras e das figurinhas." 


De tudo o que já escrevi nos blogs da vida, este tópico, sem dúvida, foi o que mais emocionou. Julius Fucik nunca será esquecido bem como todos os outros que assim como ele, lutaram pelo justo, pelo bom e pelo melhor. 

Termino com o trecho final do livro de Fucik: 

"Também minha obra se aproxima do fim. Não posso descrevê-lo. Não o conheço. Já não é uma obra. É a vida. 
E na vida não há espectadores. 
A cortina sobe. 
Homens: amei-vos. Estai vigilantes!  
09-VI-1943" 
Julius Fucik