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sexta-feira, 29 de junho de 2012

URCA lança edital para inscrições de propostas artísticas do III Palco Sonoro da URCA/BNB, na ExpoCrato 2012


A Reitora da Universidade Regional do Cariri (URCA), Professor Otonite Cortez, nomeou Comissão do Stand da Instituição, na ExpoCrato 2012. A URCA torna público edital para inscrições de propostas para seleção de espetáculos artísticos, visando a montagem da Programação do III Palco Sonoro da URCA/BNB, que se realizará das 18 horas às 22 horas, no período de 10 a 14 de julho de 2012. O Espaço, desde que foi criado, passou a ser um dos locais mais atrativos do parque durante a festa, aos que buscam apresentações alternativas e de qualidade artística, com ênfase aos artistas da região.  A coordenação geral da comissão estará a cargo de Marlene Menezes de Sousa, e como coordenador de Palco Interativo, o Professor do Departamento de História da URCA, Carlos Rafael Dias.

Veja abaixo edital na íntegra para seleção dos espetáculos artísticos:

EDITAL DE SELEÇÃO DE ESPETÁCULOS ARTÍSTICOS PARA O III PALCO SONORO URCA/BNB

A Comissão do Stand da Universidade Regional do Cariri – URCA, através da Coordenadora Geral, MARLENE MENEZES DE SOUSA e o Coordenador de Palco Interativo, CARLOS RAFAEL DIAS, nomeados pela portaria nº 269/GR, torna público o presente Edital que se destina à inscrição de propostas para seleção de espetáculos artísticos visando a montagem de programação do III PALCO SONORA URCA/BNB, que se realizará entre as 18 e 22 horas do período de 10 a 14 de julho de 2012, no Stand da Universidade Regional do Cariri – URCA, durante a realização da Expocrato 2012, em Crato, Ceará.

As normas, critérios e requisitos necessários à participação no Edital são os seguintes:

1. As propostas de espetáculos deverão se coadunar com a temática central do Palco Sonoro URCA/BNB: As múltiplas formas de interpretar a música de Luiz Gonzaga (Tributo ao Centenário de Nascimento do Rei do Baião).

2. As propostas de espetáculos deverão se inscrever no link do III Palco Sonoro URCA/BNB, localizado no site www.urca.br, ou pessoalmente na Pró-Reitoria de Desenvolvimento Universitário – PRODUN da URCA, localizada na rua Cel. Antonio Luiz, 1161, Pimenta, Crato, Ceará, no de 28/06 a 3/07 de 2012. As inscrições na PRODUN-URCA deverão ser efetivadas no horário das 8 às 12 horas e de 14 as 17 horas. O resultado da seleção será divulgado no dia 6 de julho de 2012, através do site da URCA e por outros meios disponíveis.

3. As propostas deverão conter material de áudio e/ou vídeo com uma amostra do espetáculo, além de uma fotografia e de um release e/ou currículo do evento. Este material deverá ser enviado para o e-mail palcosonoro@gmail.com ou entregue diretamente no endereço especificado no item 2. Os inscritos que enviarem o material por e-mail deverão assegurar-se do seu efetivo envio. Para tanto, devem checar o recebimento de um e-mail da Coordenação do Palco Sonoro URCA/BNB acusando a recepção do material ou manter contato com a referida Coordenação, através do telefone (88)8813.0213 ou (88)3521.2832.

4. As propostas de espetáculos deverão ter a duração de uma hora, sem tolerância para menor ou maior duração.

5. Os espetáculos selecionados, no máximo de 20 serão programados para horário e dia determinados a critério da Coordenação do Palco Sonora URCA/BNB. Não haverá mudança da programação divulgada, salvo conveniência da Coordenação e com consentimento dos responsáveis dos espetáculos alvos dessa mudança.

6. Os espetáculos selecionados e efetivamente realizados, conforme normas, critérios e requisitos constantes deste Edital receberão uma ajuda de custo no valor de R$ 540,00(quinhentos e quarenta reais), já descontados os encargos e taxas de praxe. O pagamento da ajuda de custo será feita de acordo com previsão divulgada pela Fundação de Desenvolvimento Tecnológico do Cariri – FUNDETEC, situada na rua Teófilo Siqueira, 734, Pimenta, Crato, Ceará.

7. No ato de assinatura de contrato de compromisso para realização dos espetáculos, será divulgado e entregue aos responsáveis dos espetáculos o documento NORMAS DO PALCO, que regulamentará todo o procedimento da apresentação dos eventos artísticos.

Crato (CE), 27 de junho de 2012.

MARLENE MENEZES DE SOUZA                            CARLOS RAFAEL DIAS
COORDENADORA GERAL                      COORDENADOR DE PALCO INTERATIVO

Fonte: Assessoria de Comunicação da URCA

"Isonomia" - José Nilton Mariano Saraiva

Atenção “digníssimos e ilustríssimos” senhores políticos ladrões, corruptos, fraudadores, safados, desonestos e por aí vai, que estavam receosos de não mais poderem se candidatar objetivando o pleno exercício da sua “nobre” atividade; saiam da toca, mostrem a cara e recomecem seu estafante trabalho às claras, sem necessidade de subterfúgios, de artimanhas, de desculpas fajutas e, mais importante, sem medo de ser serem importunados daqui pra frente.

Sim, porque por maioria de votos dos seus membros, o nosso egrégio Tribunal Superior Eleitoral-TSE voltou atrás na decisão que houvera tomado dias atrás e decidiu que, com a simples apresentação das contas ao final de cada ano, independentemente de serem fraudadas ou não, vocês, os políticos “CONTAS-SUJAS”, têm o direito garantido de concorrer às eleições para qualquer cargo, já nas próximas eleições e, conseqüentemente, liberados se acham pra continuar roubando e fraudando impunemente, só que agora protegidos com a chancela oficial.

Agora, pra que haja “isonomia” e se evite futuras reclamações de “outras categorias” que se sintam abandonadas e atingidas de forma discriminatória, por qual razão não liberar geral, concedendo tal passaporte pra pedófilos, criminosos, estrupadores e a bandidagem em geral ???

E ainda reclamam e ameaçam quando pessoas honestas têm a coragem de manifestar sua indignação.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

"Pés de barro" - José Nilton Mariano Saraiva

Anos atrás, numa noite de quarta-feira (pós carnaval), em seqüência ao Campeonato Cearense de Futebol, o então imbatível time do Ceará Sporting Club enfrentou, no Estádio Presidente Vargas, a equipe do Calouros do Ar, lanterninha da competição. Final do jogo, para surpresa de todos, o Calouros do Ar aplicou sonoros 3 x 0 no Ceará, numa dessas zebras que pastam em campos de futebol de 200 em 200 anos. É que a farra carnavalesca tinha sido homérica e os jogadores do Ceará literalmente jaziam mortos dentro do uniforme. O detalhe é que todos os gols da partida foram feito por um desconhecido centroavante que entreava no time do Calouros do Ar (Cícero ???). Dia seguinte, lá estava ele nas primeiras páginas dos jornais da capital, enquanto que as emissoras de TV exibiam entrevistas feitas não só com o próprio, mas, também, com o pai, a mãe, a irmã, a avó, a tia, a cunhada, o cachorro, o gato, o papagaio e por aí vai. Foi um verdadeiro auê, autêntico carnaval fora de época na periferia onde residia; perguntaram-lhe sobre a sua origem humilde, a sua rotina diária, onde começara a jogar bola, se tinha namorada e, enfim – suprema glória - se não sonhava com a Seleção Brasileira. Fato é que a pressão foi tanta, a badalação tamanha, que o coitado sentiu-se um privilegiado “enviado dos deuses”. E aí, meteu a cara na cachaça, deixou-se levar pela glória efêmera e, tão rapidamente quanto subiu, submergiu. Nunca mais ninguém ouviu falar daquele “craque”. Tinha pés de barro, o coitado.
A reflexão acima tem tudo a ver com a irresponsável tentativa de endeusamento que a mídia esportiva brasileira promove quando um jogador desconhecido se sobressai num lance fortuito de um jogo de futebol, como o fez o tal do Romarinho, do Corinthians, autor do gol em cima dos argentinos do Boca Juniors. Sim, porque, a rigor, o citado, ao entrar em campo faltando oito minutos para o fim da partida, só pegou na bola uma única vez e fez o gol. Foi o bastante para alguns afoitos integrantes da mídia já o alçarem à condição de futuro jogador da seleção brasileira, jogador-solução pra todos os problemas enfrentados pelo futebol brasileiro e por aí vai.
Juntando-se a isso o espaço dedicado pela mídia e dirigentes bufões a rodados jogadores brasileiros que os profissionais clubes europeus não mais aceitam por conta do envolvimento em drogas pesadas, muita farra e confusões de toda ordem (mas que aqui são paparicados e idolatrados, como o Adriano e o Ronaldo Gaúcho, por exemplo), temos o retrato emblemático da decadência impressionante da seleção brasileira de futebol, outrora temida e admirada por todos e hoje saco de pancadas de qualquer timezinho de quinta categoria.

URCA inscreve propostas de espetáculos artísticos para o Palco Sonoro URCA/BNB


A Universidade Regional do Cariri – URCA abriu inscrição para seleção de espetáculos visando a programação artística do Stand da instituição que será efetivada durante a Expocrato, de 9 a 14 de julho do corrente ano.

O processo de inscrição é normatizado por Edital e regido pelos seguintes critérios:

1. As propostas de espetáculos deverão se coadunar com a temática central do Palco Sonoro URCA/BNB: As múltiplas formas de interpretar a música de Luiz Gonzaga (Tributo ao Centenário de Nascimento do Rei do Baião).

2. As propostas de espetáculos deverão se inscrever no link do III Palco Sonoro URCA/BNB, localizado no site www.urca.br, ou pessoalmente na Pró-Reitoria de Desenvolvimento Universitário – PRODUN da URCA, localizada na rua Cel. Antonio Luiz, 1161, Pimenta, Crato, Ceará, no de 28/06 a 3/07 de 2012. As inscrições na PRODUN-URCA deverão ser efetivadas no horário das 8 às 12 horas e de 14 as 17 horas. O resultado da seleção será divulgado no dia 6 de julho de 2012, através do site da URCA e por outros meios disponíveis.

3. As propostas deverão conter material de áudio e/ou vídeo com uma amostra do espetáculo, além de uma fotografia e de um release e/ou currículo do evento. Este material deverá ser enviado para o e-mail palcosonoro@gmail.com ou entregue diretamente no endereço especificado no item 2. Os inscritos que enviarem o material por e-mail deverão assegurar-se do seu efetivo envio. Para tanto, devem checar o recebimento de um e-mail da Coordenação do Palco Sonoro URCA/BNB acusando a recepção do material ou manter contato com a referida Coordenação, através do telefone (88)8813.0213 ou (88)3521.2832.

4. As propostas de espetáculos deverão ter a duração de uma hora, sem tolerância para menor ou maior duração.

5. Os espetáculos selecionados serão programados para horário e dia determinados pela Coordenação do Palco Sonoro URCA/BNB. Não haverá mudança da programação divulgada, salvo conveniência da Coordenação e com consentimento dos responsáveis dos espetáculos alvos dessa mudança.

6. Os espetáculos selecionados e efetivamente realizados, conforme normas, critérios e requisitos constantes deste Edital receberão uma ajuda de custo no valor de R$ 560,00 (quinhentos e sessenta reais), já descontados os encargos legais. O pagamento da ajuda de custo será feita de acordo com previsão divulgada pela Fundação de Desenvolvimento Tecnológico do Cariri – FUNDETEC, situada na rua Teófilo Siqueira, 734, Pimenta, Crato, Ceará.

7. No ato de assinatura de contrato de compromisso para realização dos espetáculos, será divulgado e entregue aos responsáveis dos espetáculos o documento NORMAS DO PALCO, que regulamentará todo o procedimento da apresentação dos eventos artísticos.

AGENDA CARIRIENSE DE ESPETÁCULOS ARTÍSTICOS – 28/06 a 01/07


Dia 28/06 (Quinta-feira)
Espetáculo Vórtice, com a Allyson Amancio Cia.de Dança e grupo Zabumbeiros Kariris (com coquetel de lançamento do CD com a trilha do espetáculo)
Horário: 20h00
Local: SESC Crato (Rua André Cartaxo)

Cordel no Cariri (60 Anos do Banco do Nordeste), com o poeta  João Bandeira
Local: Largo da Igreja do Rosário (Barbalha - CE).

Dia 29/06 (Sexta-feira)
Tributo a Luiz Gonzaga, com o grupo Zabumbeiros Kariris
Horário: 20h00
Local: SESC Juazeiro (Rua da Matriz, 227)

Rock cordel, com a banda Hostile Inc (Fortaleza)
Horário : 19h30
Local: Centro Cultural BNB Cariri (Rua São Pedro, Juazeiro)

Arraial no centro
19h30: Apresentação da Quadrilha Princesa do Cariri (Crato)
20h30 Apresentação da Quadrilha Arraiá do Patativa (Assaré)
21h30 Show com o Grupo Aluizio do Acordeon (Crato - CE). 60 min.
Local: Largo da RFFSA (Crato)

Dia 30/06 (Sábado)
Música vocal com Juliana Roza (Fortaleza)
Horário: 19h30
Local: Centro Cultural BNB Cariri (Rua São Pedro, Juazeiro)

Dia 01/07 (Domingo)
Show do Al Capone Tá É Bebo
Horário: 17h00
Local: Antigo Skate Park (Vila Alta, Crato)

O "milagre da ressurreição" - José Nilton Mariano Saraiva

Logo que tomou conhecimento pela mídia de que era um dos relacionados pela nossa eficiente Polícia Federal como suspeito de envolvimento no desvio de R$ 3,1 milhões destinados à construção de banheiros na zona rural da sua cidade, o ex-Deputado Estadual e atual Prefeito de Ipu-CE, senhor Sávio Pontes, tomou “doril” e... sumiu.
Passou uma semana “entocado”, ninguém sabe onde (embora em contato direto com o advogado), e por isso foi agraciado pela polícia com o status de “foragido” da Justiça; papo vai papo vem, foi convencido pelo causídico a se entregar a essa mesma Justiça e ficou detido no quartel do Corpo de Bombeiros.
Depois de seis dias privando das mordomias da tal “prisão especial”, descobriram que não tinha curso superior e teria que “descer”pra um presídio comum, onde habita a escória do submundo; aí, antevendo a “barra” que iria enfrentar,  o distinto “sentiu-se mal”, descobriu que era portador de problemas cardíacos e, como tem “bala na agulha” (dinheiro de origem duvidosa) arranjaram pra que ficasse acomodado numa das suítes de um luxuoso hospital particular, aqui em Fortaleza.
Nesse ínterim, seu bem remunerado advogado (pago com dinheiro de origem duvidosa, lembremo-nos) continuou a mexer com os pauzinhos, até conseguir “sensibilizar” (a troco mesmo de que, Excelência ???) o ministro do Superior Tribunal de Justiça, Sebastião Reis Júnior, a conceder-lhe decisão liminar decretando sua soltura imediata, sob a alegativa de que não atrapalharia as investigações e não corria risco de fugir (não custa lembrar que o mesmo já fora considerado “fugitivo” da Justiça, lá atrás).
E aí se deu o "milagre da ressurreição": de pronto, como se tocado por uma varinha mágica de uma fada madrinha magnânima, sua saúde foi restabelecida, a conta do hospital quitada às pressas, de forma que Sua Excelência já se encontra na rua, livre, leve e solto. E aí, por puro sarcasmo ou pra gozar com a cara de todos nós - abestados morais mortais-comuns - já se prepara para reassumir sua cadeira de prefeito de Ipu-CE, ao tempo em que anunciou aos quatro ventos que comparecerá à convenção do partido, no final de semana, objetivando lançar seu nome à reeleição de Prefeito do município (mesmo não tendo explicado ainda onde foi parar a grana dos banheiros).
É em razão de tão suspeitas decisões de determinados Desembargadores dos nossos tribunais superiores que não dá pra deixar de imaginar que alguma generosa “recompensa” lhes é destinada. Agora... como provar ???

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Manuel Bezerra Neto – Educação para transformação da sociedade



Professor, Filosofo, pesquisador marxista, comunista e bom de papo, Manuel Bezerra Neto compreende que a educação deve servir para transformação da sociedade. Preparando o seu segundo livro, Bezerrinha como é carinhosamente conhecido apontar as contradições da educação numa sociedade antagônica como a capitalista.  
     
Alexandre Lucas - Quem é Manuel Bezerra Neto?

Manuel Bezerra Neto – Até recentemente fui  professor assistente do Departamento de Educação  da Universidade Regional do Cariri – URCA. Milito na Educação desde a década de 1970. Iniciei nas minhas atividades na Educação Básica do Estado na área de Ciências Exatas (matemática e física). A partir de 2000 ingressei no Ensino Superior da URCA, na área de Ciências Sociais (Filosofia e Sociologia). Durante esse período estive sempre engajado na luta política como dirigente municipal e estadual no Partido Comunista do Brasil - PCdoB.

Alexandre Lucas – Qual a importância das tendências pedagógicas no âmbito das políticas para a educação?

Manuel Bezerra Neto – É preciso lembrar que as políticas educacionais são estabelecidas sempre em função dos interesses do Estado, bem como dos objetivos mais permanentes da classe dominante. Em decorrência disso é que são levadas em conta aquelas tendências pedagógicas que mais são convenientes e mais se adéquam tanto aos objetivos do Estado, quanto aos interesses que estão postos  em determinadas circunstancias, do ponto de vista, é claro, das classes dominantes. Assim, não vamos alimentar ilusões a respeito da educação escolar, uma vez que seu primeiro papel, sob o estado capitalista é explicitamente funcional, ainda que devemos reconhecer, não obstante, que ela se constitui por natureza, uma atividade contraditória.

Alexandre Lucas - Como você avalia as políticas públicas para Educação no Ceará?

Manuel Bezerra Neto – É muito simples perceber-se que elas ainda continuam orientadas pelas diretrizes de caráter neoliberal. Educação ainda é encarada como despesas para o Estado. Assim, despesa pressupõe retorno compensador, do ponto de vista financeiro, e não um direito universal do individuo. Isso significa conceder a educação enquanto fator de desenvolvimento socioeconômico, segundo a Teoria do Capital Humano porquanto para as classes dominantes investir em educação é estabelecer os meios que devem favorecer apenas o desenvolvimento dos meios de produção capitalistas necessários ao processo de acumulação do capital.

Alexandre Lucas – Qual a contribuição do Marxismo para a compreensão e proposição das tendências pedagógicas de caráter progressista?

Manuel Bezerra Neto – Ainda que Marx não tenha proposto explicita e sistematicamente uma linha pedagógica escolar, no entanto, o programa de Gotha define uma concepção de pedagogia que vai além dos conceitos burgueses de progresso humano, uma vez que ele chama a atenção para a importância e o sentido que uma formação humana fundada na associação indispensável entre educação e trabalho, escola pública gratuita (não necessariamente estatal, mas laica). Ele sempre acreditou que a natureza do homem se forma e se desenvolve tendo como principio a atividade produtiva; isto é, o trabalho como principio pedagógico por excelência. É simples perceber-se isto quando sabemos que as classes burguesas nunca encararam o trabalho como atividade dignificante para o individuo que não precisa trabalhar uma vez que ele vive da exploração da força de trabalho daqueles que não tem a propriedade dos meios de produção. Em síntese, elas nunca imaginaram nem desejaram ver seus filhos frequentando a oficina onde o filho do trabalhador está aprendendo um oficio ou aperfeiçoando suas técnicas de produção de mais-valia.

Alexandre Lucas – Em seu livro “Escola – Pedagogia da Reprodução” você aborda o caráter ideológico da escola capitalista e propõe alternativa?

Manuel Bezerra Neto – Quando dei aquele título ao trabalho não estava, de modo algum, concordando inteiramente com a concepção reprodutivista da escola porque, enquanto, os “reprodutivistas” faziam a crítica exclusiva da pedagogia burguesa como aparelho ideológico por excelência do Estado capitalista, eu procuro mostrar que ao lado da critica é preciso propor uma opção – não dualista, obviamente – pedagógica que possa contemplar sem discriminação os interesses, os valores e as concepções de todos na sociedade, principalmente das classes submetidas ao regime de exploração do capital. Ao mesmo tempo compreendi que era necessário também, junto com a tarefa de propor uma escola universalizada cuidar dos problemas concretos e imediatos da sociedade brasileira do ponto de vista do seu desenvolvimento autônomo, tendo em mira a redução drástica das profundas desigualdades sociais engendradas pelo capitalismo brasileiro, e para os quais só uma concepção pedagógica revolucionária poderia apresentar soluções viáveis para sua superação.

Alexandre Lucas – Você prepara o segundo livro “Educação e Consciência de Classe", Qual a abordagem desse trabalho?

Manuel Bezerra Neto – A questão da consciência de classe não é muito simples de ser abordada. Muitas vezes, corremos o risco de ou vê-la idealisticamente, tendo-se a ilusão de que é algo inevitável para o sujeito, em vista de sua pertinência de classe; que dizer, inevitavelmente, o burguês teria que pensar, enquanto burguês, operário como operário, etc. é uma visão um pouco simplista e reducionista pela qual seria suficiente apenas olhamos a posição de classe, para então apreendemos a consciência dos indivíduos que a integram.

A consciência não pode ser também uma função psicológica que nos ajuda a fazer avaliações “corretas” ou de censura das situações vivenciais nem dos indivíduos nem da própria história uma vez que inevitavelmente  ela, de qualquer modo, não deixa de estar vinculada se não as forças motrizes que põem em movimento povos e classes inteiras, que acaba induzindo uma ação durável capaz de promover grandes transformações históricas.

No campo da educação ainda que a consciência se forme na relação direta com a realidade, mesmo que mediatizada pelo conhecimento não podemos subestimar o papel ideológico desse conhecimento na organização e projeção das condições materiais de existência. Assim, a proposta implícita é, sobretudo demonstrar a relação entre o papel ideológico da educação e o desenvolvimento da consciência do individuo.

Alexandre Lucas – Qual a relação entre educação e prática social?

Manuel Bezerra Neto – A relação é explicita, pois a própria educação constitui-se de uma prática social inerente e indispensável ao conjunto das múltiplas práticas convenientes e adequadas para a configuração de uma dada realidade social. Não podemos imaginar prática educativa dissociada da prática social.     

                          
         
         

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Grande oportunidade - José Nilton Mariano Saraiva

Na tentativa de mostrar que é valentão, brabo, não teme cara feira ou foge à luta, quando cercado por sua cambada de áulicos ele costuma disparar a metralhadora verborrágica em todas as direções, normalmente faltando com o respeito a quem esteja no entorno.
Assim se deu, por exemplo, quando fez uma analogia entre os “MÉDICOS” e o “SAL” nosso de cada dia, já que ambos, no seu entendimento, seriam baratos, brancos, e disponível em qualquer lugar; como não houve qualquer reação por parte da categoria, mais sua fama de valentão se solidificou.
Dias atrás, quando os policiais militares e civis cearenses encetaram uma greve objetivando salários mais dignos, lá vem ele de novo detonando toda a categoria, sem dó nem piedade, ao afirmar que não passavam de “MARGINAIS FARDADOS” e “BANDIDOS” QUE NÃO HONRAVAM A FARDA.
Mas foi aí que quebrou a cara, a “coisa” pegou e o “bicho” despertou: sentindo-se, com toda a razão, moralmente ofendidos, os policiais militares resolveram impetrar uma ação na Justiça objetivando fosse o valentão intimado a prestar esclarecimentos.
Aceita a justa reivindicação da classe ofendida, no princípio do mês de agosto ele terá a oportunidade de ratificar em juízo sua fama de valentão, de macho e de que não teme cara feira ou foge à luta. É só NÃO AFINAR e confirmar/reafirmar com todas as letras, pontos, acentos e vírgulas tudo que disse publicamente e que se acha registrado em áudio e vídeo: que os policiais militares do Ceará não passam de “MARGINAIS FARDADOS” e “BANDIDOS” QUE NÃO HONRAVAM A FARDA.
Só se espera que ele não venha com papo furado, com conversa mole, com a afirmação que a sua fala foi “descontextualizada” e por aí vai. Sim, porque aí está a grande oportunidade que o senhor CIRO GOMES terá pra não decepcionar seus adeptos e ganhar uma ruma de outros simpatizantes.
Particularmente, por conhecer os métodos e reações do referido senhor, não temos a menor sombra de dúvida: ele AFINARÁ.
Alguém duvida ???

domingo, 24 de junho de 2012

Lilian Carvalho é a nova presidenta do Coletivo Camaradas


Num clima de unidade, interação e convicção foi eleita  no último sábado, dia 23,  em assembleia geral realizada na Universidade Regional do Cariri – URCA, a  nova coordenação do Coletivo Camaradas.  

A assembleia elegeu para presidir a organização, a atriz Lilian Carvalho que além de atuar no teatro, é produtora cultural e psicóloga. Ela substitui o artista/educador Alexandre Lucas, um dos fundadores do Coletivo.   Lilian é uma veterana Camarada  que participa do grupo há quatro anos e se sente orgulhosa ao afirmar que participar de um coletivo que consegue discutir arte com posicionamento político.

Lilian acredita que é preciso manter a mesma linha de atuação  e acrescenta que o grupo deverá ampliar as suas ações para outras linguagens artísticas como a música e o teatro. Ela destaca será dado continuidade aos trabalhos de ações conjuntas com os coletivos locais e nacionais e destaca que será feito um esforço para intercâmbios internacionais. A atriz frisa que é necessário criar as condições para que o Coletivo tenha uma sede que possa servir como centro de formação artística e política  tanto para o Coletivo Camaradas como para outros grupos.

Inovação

A assembleia dos Camaradas inovou ao acrescentar na sua direção os cargos de Coordenação  sobre questões de gênero, afrodescendência, cultura e memória.

Outra inovação foi a aprovação do Conselho Consultivo que reúne nomes de personalidades do meio artístico e intelectual brasileiro, dentre eles, o do ex-secretário de Cidadania Cultural do Ministério da Cultura, Célio Turino responsável por conceber o Programa Cultura Viva, o qual possibilitou a criação de quase três mil Pontos de Cultura espalhados em todo o Brasil. Considerado o maior programa de descentralização de recursos públicas para cultura e de empoderamento dos segmentos ligados a cultura e a arte no país.

Projeto em andamento

O Coletivo Camaradas desenvolve os seguintes projetos:
Laboratório de Estudos, Vivências e Experimentos em Arte Contemporânea – Leve Arte Contemporânea que é destinado aos alunos do Ensino Médio da Rede Publica do Crato;
Cordel Engajado  que consiste na distribuição gratuita de cordéis;
Projeto No Terreiro dos Brincantes em parceria com a URCA e a Secretária de Cultura do Crato que produz vídeos sobre grupos da cultura popular da região do Cariri;
E prepara a segunda edição da Mostra Nacional de Vídeos Brincantes que deverá ser realizada em agosto deste ano.    

Nova Coordenação Eleita

Coordenadora Geral - presidenta: Lilian  Carvalho de Araújo
Currículo resumido: Atriz, produtora cultural e psicóloga.
Secretaria geral: Ana Luisa Sombra Vicente
Currículo resumido: Academica do Curso de Pedagogia
Coordenador de Finanças – Tesoureiro  - Ricardo Alves    
Currículo resumido: Ativista do Hip – Hop e acadêmico de Geografia da URCA
Coordenador de Cultura e Memória – Jean Alex
Currículo resumido: Acadêmico de Pedagogia da URCA, músico e educador musical, líder da banda Sol na Macambira
Coordenadora de Comunicação: Leyliane Alves 
Currículo resumido:  Acadêmica de Comunicação Social da UFC
Coordenador de Projetos: Alexandre Lucas  
Currículo resumido:  Pedagogo e artista/educador
Coordenadora sobre questões de gênero – Dayze Carla Vidal da Silva
Currículo resumido:    Acadêmica de Ciências Sociais da URCA
Coordenação sobre questões de Afrodescendência  - Alice Maria Freitas Cortez da Silva 
Currículo resumido: Acadêmica de Ciências Sociais  da URCA  e integrante da UNEGRO
Conselho Fiscal
Jucimar   Rodrigues Lima
Currículo resumido: Estudante secundarista e integrante da banda Cratons
Diego Felipe do Nascimento 
Currículo resumido: Acadêmico de Geografia da URCA
Ivanilson da Silva Felix 
Currículo resumido:  Estudante secundarista

Conselho Consultivo

Jefferson Bob Gonçalves de Lima – Integrante da Nação Hip-Hop Brasil, integrante da Banda Ferreros e Produtor Cultural  - Potengi/CE
José André de Andrade – Ator, poeta e Produtor Cultural   - Juazeiro do Norte/CE  
Nívia Uchôa – Fotografa  e geógrafa – Juazeiro do Norte/CE  
José Cícero da Silva – Pesquisador, poeta  e Produtor Cultural  - Aurora/CE
Luis Parras – Fundador do Programa Nacional de Interferência Ambiental – PIA e do Centro Universitário de Cultura e Arte da UNE – CUCA, integrante do Grupo de Interferência Ambiental – GIA – Salvador/ BA
Mileide Flores -  Presidente da Sociedade Amigos da Biblioteca; Membro do Coletivo de Cultura do PCdoB/Ce; do Colegiado do Sistema Nacional de Cultura; do Fórum de Literatura do Estado do Ceará; da Rede Nordeste do Livro e da Leitura; Diretora da Livraria Feira do Livro – Fortaleza/CE;
Rosemberg  Cariry – Filosofo, pesquisador e cineasta – Fortaleza/CE    
Tales Bedeshi – Artista/educador, integrante do PIA – Belo Horizonte -MG
Célio Turino – Historiador, escritor e ex-secretário da Secretaria de Cidadania Cultural do Ministério da Cultural – São Paulo – SP;
Gabriela Monteiro – Artista visual e integrante do PIA – Rio Janeiro – RJ
Luciana C M Costa – Mestranda em Artes Visuais, integrante do Coletivo Política do Impossível  e o PIA – São Paulo;
Lula Gonzaga – um dos pioneiros em cinema de animação do Brasil – Cineastra – Olinda/PE;
Salete Maria – Professora Universitária, advogada,  pesquisadora sobre gênero e cordelista – Juazeiro do Norte/CE;
Allan Bastos – professor e fotografo – Crato/CE
Cacá Araújo – Dramaturgo, poeta, ator e folclorista – Crato/CE  
Armando Teixeira Leão – Coordenador Executivo da UNEGRO e Mestre de Capoeira Angola
Ulisses Germano Leite Rolim – Professor, poeta e músico;   
Alexandre Santini  - ex-coordenador do Cuca da UNE e integrante do Companhia de Teatro Político  “Tá na Rua” – Rio de Janeiro – RJ
Maria Pinho Gemaque – Mapige – integrante do Coletivo Psicodélico, artista/educadora – Macapá – AP;
Alysson Amancio – Professor, pesquisador e coreografo – Juazeiro do Norte-CE    
Edival Dias – Professor, artista/educador e ator – Juazeiro do Norte/CE    


  


Rio com um barulho desses

Com a morte do velho Venceslau  Kandanga, após as lágrimas pouco sentidas, os filhos se reuniram para fazer o balanço do que interessava: o espólio. Estavam todos contendo uma indisfarçada felicidade. Venceslau vinha de uma ascendência abastada: fazendas, terras, imóveis e dinheiro em espécie eram perceptíveis nos velhos retratos espalhados na parede. O patriarca da família --- Kandic Kandanga --- teria vindo da Armênia, aí pelo início do Século XIX e, de mero vendedor de confecções, terminara por montar um imenso império fabril. Com as gerações e os inventários  que se sucederam,no entanto, os novos ricos foram pouco a pouco dissipando o patrimônio. Riqueza adquirida sem  suor, evapora como ele. Entre uma e outra amante, entre uma e outra excentricidade, entre uma e outra separação judicial, os cobres duramente conquistados por Kandic, esvaíram-se como por encanto.
                                   Aberto o testamento do tetraneto de Kandic, o velho Venceslau, não deu outra. Ficara apenas a casa do patriarca e   um prédio de cinco andares – o Edifício  Rio-- , sito num bairro não muito privilegiado, para ser rateado entre os dez filhos, três viúvas e seis netos de Venceslau.  Iniciou-se, imediatamente, a terceira guerra mundial. Familiares endividados, mantendo, porém,  a importância dos tempos áureos, cada um desejava levar o maior pedaço do último quinhão. Arrastando-se a pendenga, para o gáudio dos advogados, terminaram por ter que vender a casa para cobrir as custas judiciais e, sob risco de ficar a herança para os causídicos e não para os descendentes, entraram por fim num acordo. Resolveram, salomonicamente, dar um apartamento do edifício para cada  herdeiro e, depois de mais de dois anos, por fim, fecharam o inventário do velho Venceslau.
                                   Como estavam todos na maior pindaíba, morando de aluguel, mudaram-se todos para seus apartamentos recém herdados.  No primeiro momento, as coisas andaram bem. Todos se sentiram de alguma maneira felizes com o alívio financeiro. Mas era bem previsível : a bomba estava armada e com estopim faiscante e curto. As desavenças não demoraram. Conflitos relativos às pretensas melhores condições de um ou outro apartamento se tornaram frequentes.  Começaram os atrasos reiterados da taxa de condomínio, por incrível que possa parecer executados pelos mais remediados e não pelos mais pobres. Exatamente atrasavam aqueles que mais consumiam a água e a luz. A conservação do velho prédio estava péssima e já apareciam algumas rachaduras progressivas em algumas paredes.  Eram marcadas reuniões com os moradores,  geralmente inúteis, pois os inadimplentes faltavam. Um belo dia,  o esperado ocorreu: desligaram a luz e cortaram a água do imóvel. Aí a gritaria foi geral. Os pobres reclamavam com razão, pois estavam pagando pela irresponsabilidade dos outros. Os menos lascados empavonavam-se, mantendo aquele ar de importância que herdaram dos seus ascendentes e dizendo enfaticamente : --  é nisso que dá, querer ser simples e vir morar num muquifo desses!
                                   Marcaram uma reunião de emergência, mas ninguém compareceu: simplesmente porque nenhum queria arcar com a vaquinha necessária para sanar o problema. Uns dois meses depois, no escuro e seco como outubro em Picos, no meio da noite, ouviram-se um grande estralo e um pequeno tremor. Todos acordaram apavorados e desceram as escadas num átimo. Em pouco, toda a descendência do velho Venceslau estava de camisola e pijama no meio da rua. Chamada a Defesa Civil, após vistoria, o Edifício  Rio foi condenado: Está prestes a cair, não tem qualquer condição de habitabilidade, disse o Coronel responsável. Providenciadas , de urgência, algumas tendas, à noite,  o Síndico chamou, por fim, mais  uma Reunião de condôminos. Pressionados, por fim, os moradores , já sem teto, resolveram comparecer. As discussões foram longas e demoradas. Depois de umas cinco horas, finalmente, houve consenso. A Ata foi devidamente lavrada : O problema será resolvido pelas futuras gerações dos Kandic, marcaram , então, uma próxima reunião para daqui a vinte anos quando os futuros herdeiros do Edifício Rio, já taludos e em condições de deliberar,  deverão tomar as devidas providências. O convite já foi até redigido e o conclave já tem um nome : Rio + 20.
 
J. Flávio Vieira

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Aos amigos uma breve ausência - José do Vale Pinheiro Feitosa


Aos amigos do Cariricult vou ausentar-me por dois meses. Em setembro nos encontraremos aqui neste mesmo lugar.  

Lupeu Lacerda - O corpo é um equipamento absolutamente artístico


 Poeta e artista visual, atrevido e bem humorado, Lupeu Lacerda é um dos remanescentes da arte no Cariri da década de 80 do século passado, que antes era  fanzineiro e hoje blogueiro.  O escritor que fala de sexo nos seus trabalhos  diz que “exploro a sexualidade em meu trabalho por saber que isso sempre causará estranhamento. As pessoas, por incrível que pareça, ainda tem pudores em ler um texto que vem recheado de palavras como: boceta, pica, cú”.

Alexandre Lucas -  Quem é Lupeu Lacerda?

Lupeu Lacerda - De todas as perguntas que me fazem, essa é sempre a mais escrota de responder... vamos lá: Lupeu é meu apelido. Antigo. Dos tempos de menino. Odiava o apelido, mas ele foi se tornando tão forte que dominou o meu nome: Paulo Luiz Matos de Lacerda. Incorporei-o. Por não haver mais o que fazer. Daí comecei a assinar as coisas que escrevia e desenhava com esse nome Lupeu, o sobrenome é da minha família cariri. Lacerda. E Lupeu Lacerda é um homem do sexo masculino, nascido no ano da graça de 1965 em São Paulo, com 46 anos no costado, criado quando menino em Santana do Cariri, depois em Juazeiro do Norte, que adotou o Crato como cidade do coração, e que depois de morar em um monte de lugares aportou em Juazeiro da Bahia, nos beiços do Rio São Francisco. Aprendiz de escritor, aprendiz de artesão, apaixonado por todas as formas e manifestações artísticas. Pai de duas filhas, escritor de dois livros publicados (Entre o Alho e o Sal / Caos Technicolor), participação em algumas coletâneas, um blog meio desativado chamado “Séquiço Sacro” (mesmo nome do fanzine que inaugurou a era de fanzines no cariri nos anos 80), uma página meia boca na internet www.lupeulacerda.com.br , ainda cheio de sonhos, ainda apaixonado, ainda achando que sempre dará tempo de fazer e mudar alguma coisa.

Alexandre Lucas -  Como se deu seu contato com a arte?

Lupeu Lacerda - Meu contato com a arte se deu através de gigantes! Conheci ainda adolescente algumas pessoas que mudaram o prumo da minha visão de arte: começo com Stênio Diniz, que já barbarizava com uma arte absolutamente “nova” na “velha” mídia da xilogravura. Na casa dele conheci Luis Karimai (um mestre do desenho) e Gilberto Morimitsu (um mestre da fotografia), os japas liam coisas diferentes, olhavam coisas diferentes, gostavam de musicas diferentes. Depois enveredei nos caminhos de Craterdã, e aprendi muito com Luis Carlos Salatiel, Normando, Nicodemos, Carlos Rafael... enfim, tive um aprendizado absolutamente eclético. Lia Dostoievski no sebo de Manel, conversava sobre Carlos Castaneda com Rafael, via os desenhos de Normando, a poesia cristal de Nicodemos, bebia cerveja e sonhos com Stenio e fui assim, aprendendo e as vezes acho que até ensinando (pelo menos uma outra forma de olhar). Ainda hoje é assim. Meu contato com a arte sempre foi e sempre será o contato com as pessoas que me cercam.

Alexandre Lucas -   Fale da sua trajetória:

Lupeu Lacerda - Bom, eu escrevo desde que eu me entendo por coisa, bicho e gente. Mas a coisa de publicar e ser lido vem de meados dos anos 80, com a criação do Séquiço Sacro. Naquela época era foda escrever e ser lido. Bem foda... o único jornal alternativo já era extinto, o “Folha de Pequi”, e partimos pra guerrilha, eu, Uberdan e Gledson. Depois foram incorporados Hamurabi, Sidney e o grande Junior R., rei das colagens perfeitas. Passou-se o tempo, participei de uma coletânea de poesia organizada pelo Stênio Diniz, uma coisa bem bacana, um livro em cartões postais. Não lembro o nome. Participei como vocalista da banda Fator RH/Lerfa Mu (tempo melhor da minha vida).  Em 2006 Sidney Rocha pegou um material meu e transformou em livro, lançado em 2007 pela Kabalah Editora. Em 2009 participei de uma coletânea de contos chamada “tempo bom”, que saiu pela Iluminuras. Este ano estou lançando o “Caos Technicolor”, o que talvez seja meu último esparro poético. Nunca fui um poeta de verdade, essa é a verdade. Sou mais um fotógrafo de palavras. Influencia Beat talvez.

Alexandre Lucas - Como você caracteriza a sua produção literária?

Lupeu Lacerda - Minha produção? Estudo. Muito estudo. Ler pra caralho. Escrever pra caralho. Apagar pra caralho. Sei que tenho coisas a dizer. Mas ainda estou no processo de aprender “como dizer”. Se tiver tempo, ainda quero escrever um puta livro de contos. Ou um romance desses de guardar na estante com respeito e carinho.

Alexandre Lucas – Como ocorre o seu processo criativo?

Lupeu Lacerda - Gosto de escrever à mão. Em cadernos pautados. Usando barras em vez de pontuação, pra não perder a velocidade do pensamento saca? Gosto de escrever de noite, tomando café, depois que a casa se acalma. As vezes começo a escrever com raiva de alguma coisa, as vezes é uma notícia que li, as vezes forço. E me obrigo a escrever pelo menos duas páginas de rabiscos por dia. Passo uns dias e volto pra ler a parada. Daí começo a aproveitar o que é de aproveitar e jogar fora o que não serve. Acredito que cada pessoa que lida com arte tem um processo, eu acho que em todos eles uma coisa é comum: trabalho duro. E inspiração, pra ajudar a engolir o comprimido.

Alexandre Lucas -  A sexualidade é algo notório na sua produção visual e literária. Qual a relação entra arte e sexualidade?

Lupeu Lacerda - O corpo é um equipamento absolutamente artístico. Exploro a sexualidade em meu trabalho por saber que isso sempre causará estranhamento. As pessoas, por incrível que pareça, ainda tem pudores em ler um texto que vem recheado de palavras como: boceta, pica, cú. Mesmo alguns que se dizem “mezzo” modernos acham bonito ver um casal de lésbicas trepando, mas acham nojento um casal de gays. Lembro da Dercy Gonçalves falando que na época dela, toda “artista” era puta. Acredito sempre que arte é liberdade, que sexualidade é liberdade. E tanto uma como outra, são mecanismos lúdicos pra trazer alegria. E a alegria meu amigo, ainda é a prova dos nove. Tem também a influencia do que li, lógico: Miller, Anais Nin, Ginsberg, Sade, Gide, entre tantos outros gigantes que exploraram essa seara. Sexo é criação. Arte é recriação. No fim das contas tudo vai desaguar no mar da arte.

Alexandre Lucas O que é um poeta marginal na contemporaneidade?

Lupeu Lacerda - À margem como antigamente? Nada. Até porque hoje a internet bombardeia com um zilhão de blogs de poesia, contos, micro contos, romances, receitas de bolo, como ser um terrorista em 10 lições, enfim... não acredito que haverá a qualidade dos “anos de ouro” 1970. Existia ali uma “coisa” fazendo a poesia fervilhar. Uma ditadura dos milicos. Dezenas de bons escritores desesperados e desesperançados. Dificuldade de publicar. Acho que a dureza serviu de peneira. Difícil imaginar nessa “contemporaneidade” o surgimento de Ana Cristina Cesar, Chacal, Cacaso, Chico Alvim... existem caras bons? Lógico que sim! Mas são mais difíceis de encontrar, porque hoje, todo mundo anda de jeans. Rsrsrsrsrs.

Alexandre Lucas -  Como você caracteriza seu trabalho?

Lupeu Lacerda - Meu trabalho é o de um aprendiz. Será sempre assim, porque quero que seja assim. Quando escrevo eu entro todo ali. Sou onisciente ali dentro. Onipresente. Talvez seja esse viés que faz com que alguns dos meus amigos achem que existe algo ainda não dito, ou não feito, por mim. Gosto de escrever pra caralho! Me faz bem, me desentala. Então, mesmo sabendo que em literatura provavelmente “tudo” já tenha sido dito, enquanto tiver tesão de fazer isso, vou continuar escrevendo. Persistência? Pode ser. Caracterizaria meu trabalho sim. Catarse também. E dor. Porque escrever dói.

 Alexandre Lucas -  Qual a contribuição social do seus trabalho?

Lupeu Lacerda - Não acredito que a arte, seja ela qual for, tenha esse papel de “salvadora”. As pessoas mudam, “ou não”, de vida a partir de uma leitura de um livro. Como haverá alguns que mudem depois de ter perdido um avião, ou comido uma comida estragada, ou escutado uma música. Artistas são apêndices de uma sociedade que sempre os aturou a uma certa distancia, mas que nunca os engoliu bem de perto. Aqui em Juazeiro da Bahia e Petrolina nós soltamos livros pelas ruas em um projeto intitulado “Livros Andarilhos”, eu espero sinceramente que as pessoas que encontrem esses livros façam bom proveito deles, e que depois de lidos eles sejam de novo largados ad infinitum. As pessoas que lêem podem continuar tristes, amarguradas e infelizes, mas nunca estarão sozinhas em companhia da porra de um livro. Ensinar arte, compartilhar arte, levar a arte pra todos é a vontade maior. Eu nunca faço nada pensando em atingir público A, B, ou C. eu só quero ser lido. O resto vem por inércia. Quem lê, cobra, exige, grita, pede, vota nulo. A contribuição social que quero não só do meu trabalho, mas do de cada pessoa que escreve, é que os livros (todos, de qualquer gênero) deveriam fazer parte do cotidiano das pessoas assim como o sexo, as novelas, as drogas, a música, enfim...

Alexandre Lucas -    Quais os próximos trabalhos?  

Lupeu Lacerda - Estou em ritmo de finalização de meu primeiro livro de contos, que se chamará “o trigésimo segundo dia”. Tem sido uma experiência muito prazerosa, cheia de dúvidas e certezas, de comemorações e desesperos, de delírios de grandeza e certeza de inutilidade. Enfim, uma gestação. Como pai e mãe espero ansioso pelo nascimento, que deve se dar ainda este ano, caso a porra do mundo não acabe. Se o mundo acabar, bom, vou procurar um kardecista. Sai psicografado em algum outro planeta, que essa porra me deu muito trabalho.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

A "argola saltitante" - José Nilton Mariano Saraiva

Basta um click no controle e lá estão elas: simpáticas, normalmente bem afeiçoadas, impecavelmente “produzidas”, sorriso no rosto e dicção perfeita; são as apresentadoras dos telejornais de certa emissora de TV, aqui de Fortaleza.
De princípio um tanto quanto tímidas, aos poucos vão pegando os macetes da profissão e começam a se soltar, findando, em pouco tempo, por nos apresentar um trabalho de boa qualidade (uma delas, recentemente, numa reportagem sobre o circo, se meteu dentro de um daqueles “globo da morte” e ficou ali, estática, enquanto duas possantes motos zanzavam a toda velocidade em torno dela).
Um detalhe, no entanto, as caracteriza (pelo menos parte delas) e não é preciso ser tão observador pra constatar: apesar de todo o treinamento e técnica que adquiriram a fim de se habilitarem a se postar diante das câmaras, que inclui obrigatoriamente até a forma como se deve empunhar um microfone, com a diária exposição midiática o “fenômeno” acontece; não mais que de repente, elas não se seguram ou “esquecem” momentaneamente tudo que aprenderam e fazem questão de orgulhosamente nos mostrar a “argola”, normalmente grossa o suficiente pra ser visualizada a quilômetros de distância, enfiada no dedo anular da mão direita (a que segura o microfone), como se nos dissesse: “aqui, bicho, tô noiva, viu” ??? (recentemente, uma delas chegou a convencer o “chefe” a comparecer ao programa esportivo que apresenta, a fim que o próprio anunciasse ao vivo e a cores que a subordinada estava noiva).
O que impressiona, ainda, é a VELOCIDADE com que a tal “argola” transmuta-se da mão direita pra a mão esquerda da jovem e a “OBRIGATORIEDADE” que elas sentem de – mesmo  destras – empunharem o tal do microfone agora com a mão esquerda, como a nos anunciar: “olha aí, casei, sacou” ???
Mas, como o número de fãs é expressivo e o assédio certamente que idem, de repente lá estão elas no vídeo trocando, até de forma acintosa, o microfone incessantemente de mãos, como se fizessem questão de mostrá-las agora sem nenhuma “argola”, só nos faltando confidenciar: “e aí, cara, tô livre, pode chegar junto”.  E como a vida continua, dentro de pouco tempo a história recomeçará... a “argola” na mão direita, transferência para a mão esquerda e, de repente... tomou doril, a “argola” sumiu.
Ô “argolazinha saltitante”.

domingo, 17 de junho de 2012

Vamo que vamo !

Brasil empata com Japão e Reino Unido em novo índice de riqueza da ONU Maria Denise Galvani Do UOL, no Rio Um novo cálculo apresentado neste domingo (17) pelas Nações Unidas tenta integrar aspectos sociais e ambientais ao crescimento econômico para medir o grau de desenvolvimento sustentável de um país. No primeiro relatório do Índice de Riqueza Inclusiva da ONU, que analisou dados de 20 países, o Brasil ficou em quarto lugar – empatado com a Índia, o Japão e o Reino Unido e na frente de países como Noruega e Estados Unidos. Pontuar melhor no índice de Riqueza Inclusiva significa ter um padrão de crescimento econômico mais sustentável, na visão da ONU. A China foi a primeira colocada, seguida pela Alemanha. “É importante saber o quanto a economia de um país cresceu, mas também como ela cresceu”, disse Pablo Munoz, diretor científico do Relatório de Riqueza Inclusiva 2012. “Este índice alia as variações de estoque no capital econômico, no capital humano e no capital natural que sustentam o crescimento do país”, afirma Pablo Munoz, diretor científico do Relatório de Riqueza Inclusiva 2012. O índice foi criado em parceria pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e a Universidade das Nações Unidas sobre Mudança Ambiental Global (UNU-IHDP) e apresentado durante a Rio+20. A Rio+20 é a Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, que vai até o dia 22 de junho, no Rio. Alternativa ao PIB A substituição do Produto Interno Bruto -- a soma de todas as riquezas produzidas por um país -- por outro indicador de desenvolvimento pode ser uma das contribuições da Rio+20 para a comunidade internacional. "Eu não diria que vamos substituir o PIB como medida de desenvolvimento, já que ele é medido hoje por cerca de cem países, com base em indicadores bastante confiáveis", diz Munoz. "Não sei em quanto tempo isso acontecerá, mas a tendência é que os índices de desenvolvimento evoluam para medir outros aspectos além da produção." A consequência prática dessa mudança de paradigma seria que não só o crescimento do PIB, mas a melhoria de outros indicadores nacionais motivassem as políticas de cada país. O desafio é chegar a um índice que leve em conta as várias dimensões do desenvolvimento sustentável e seja aplicável internacionalmente, passível de ser medido em todos os países. LEIA TAMBÉM Órgãos internacionais discutem metodologia para criar "PIB verde" Desde a Rio 92, quando a revisão do PIB como indicador de desenvolvimento já estava em pauta, surgiram propostas de redefinição do indicador. Poucas, no entanto, foram testadas na prática e adotadas internacionalmente por outros países. A mais conhecida e utilizada das medidas de desenvolvimento alternativas ao PIB é o Índice de Desenvolvimento Humano, medido pela ONU desde 1990. Em 2010, o Índice passou por uma reformulação, a fim de refletir melhor os valores da sociedade com relação a desenvolvimento sustentável. Rio+20 O que é?SustentabilidadeEconomia verdeFora PIBSem protocolosODS A Rio+20 é Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável,  ocorre de 13 a 22 de junho, no Rio de Janeiro. Não é uma reunião para discutir meio ambiente, mas sim como as esferas sociais e ambientais, além da econômica, também devem ser consideradas no desenvolvimento de um país. Para tentar explicar melhor o que é Conferência, a ONG Oxfam fez um diagrama em rosquinha. Ele mostra que a vida humana existe entre um piso e um teto. O piso é a necessidade social de viver, de ter acesso a alimentação, água e conforto. Mas o teto é o quanto o ambiente pode fornecer, sem afetar as gerações futuras.

O PIANISTA - José Nilton Mariano Saraiva

Com a invasão da Polônia pelos nazistas, os judeus poloneses foram segregados no “Gueto de Varsóvia”, onde enfrentaram a fome, o frio, o abandono, a tortura e humilhações de toda ordem, levando-os a um corrosivo processo de aniquilação físico-psíquico-moral. A esperança de que os aliados logo chegassem para por fim àquele diuturno martírio foi paulatinamente arrefecida, ante o sadismo, a carnificina e à seqüência de horrores praticada pelos alemães.
Para que lições fossem extraídas daquele momento dantesco, Roman Polonski, ex “morador” do tal gueto (de onde milagrosamente conseguiu fugir), houve por bem legar à posteridade um “testemunho-reconstitutivo” daquela época, ao produzir o monumental filme “O Pianista” onde, sem fugir dos horrores vivenciados pelos poloneses, centra a narrativa numa tradicional família classe média (pai, mãe, dois irmãos e duas irmãs).
Após a invasão da Polônia pelos alemães, literalmente forçados a tomarem um trem que os levará para uma tal de “higienização” (em verdade, para o campo de extermínio de Treblinka) milhares de polacos, a família Szpilman entre eles, é o próprio retrato da impotência e do desespero.  Wladyslaw Szpilman, um dos irmãos, famoso pianista da Rádio de Varsóvia, no último momento, mesmo à revelia, é posto de lado por um policial polonês amigo de infância. E vê, desesperado, pai e irmãos irem ao encontro da morte. 
E aí aumenta o seu martírio. Sozinho no mundo, desempregado, sem eira e nem beira, sendo obrigado a carregar a “prova” da inferioridade da raça judaica (uma faixa no braço com a Estrela de Davi), Szpilman torna-se um morto-vivo a zanzar entre escombros e cadáveres.  Recolhido ao “Gueto de Varsóvia” e obrigado a trabalhar numa unidade alemã, toma conhecimento e se engaja na formação de um grupo de resistência aos alemães. Antes que sejam descobertos e dizimados, Szpilman, com a ajuda de conterrâneos não judeus consegue fugir do gueto e é “escondido” no mais improvável dos abrigos: um apartamento localizado exatamente no “coração da toca do leão” (em frente a um Hospital alemão e vizinho da sede da Polícia nazista). Da janela, assiste ao impiedoso massacre e à aniquilação do gueto onde habitara. Com a passagem do tempo, finda sendo descoberto por uma vizinha alemã; doente e desnutrido, foge e volta a zanzar pelas ruas.
Mas o destino de Szpilman apronta-lhe uma surpresa: à procura de comida no que sobrou de uma suntuosa mansão, é descoberto pelo solitário capitão alemão Wilm Hosenfeld que, surpreendentemente cordato, lhe interroga amistosamente.  Ao sabê-lo “pianista” profissional, desconfiado coloca-o frente a um piano que, sem nenhum arranhão, escapara das bombas nazistas e pede-lhe que... "toque". E aí, Szilpman, mesmo com sede e faminto, parece entender ser aquele o seu passaporte para a sobrevivência, sua senha para a vida: e extraindo do amâgo da alma uma força descomunal até então desconhecida, sob o olhar abismado do requintado oficial alemão mostra toda a sua maestria e competência no manejo do teclado do nobre instrumento (são exatos quatro minutos - uma eternidade numa projeção cinematográfica - de uma verdadeira aula de como se tocar piano).
Visivelmente sensibilizado, o capitão alemão não só NÃO o denuncia, como o orienta a resistir um pouco mais, a manter-se escondido, já que os russos se encontravam às portas da cidade e os alemães teriam que bater em retirada. Pra eles, alemães, a guerra acabara. Oferece-lhe o próprio casaco para amainar o frio e volta outras vezes trazendo-lhe comida e pondo-o a par do desfecho do confronto.
Com a retomada da Polônia pelo exército russo, Szpilman finalmente sai da toca e quase se dá mal por se achar “embrulhado” no casaco do “amigo” alemão. Feito os esclarecimentos, é reconhecido como um polonês e saudado efusivamente por ter sobrevivido ao extermínio nazista.
Após tudo normalizado, volta à Rádio de Varsóvia e retoma sua verdadeira identidade de... “pianista”. Morreu em Varsóvia em 2000, sem que antes tenha conseguido “PAGAR” uma dívida tanto antiga como eterna: conseguiu que o "amigo" alemão, capitão Wilm Hosenfeld, que lhe salvou a vida, fosse postumamente honrado... pelo poloneses.
Um filmão, filmaço, obra de arte, ou qualquer outra definição que lhe seja mais apropriada.