OS ESPAÇOS PÚBLICOS DO CARIRI

Ninguém, individualmente, tem tanto para dizer que possa dizer algo diferente nas imensas possibilidades que existe de se criar blogs. Isso para dizer que me entendo como devedor dos meus conterrâneos do Cariri. Se alguém convocar-me para dizer algo em qualquer blog da região, sentirei honra de lá postar. Claro que, dada a abertura desta postagem, tenho lá minhas limitações que é a mesma de todos os indivíduos. Não temos o dom da ubiquidade. O que pretendo dizer com essa abertura?

Dizer que no meu entender o Cariricult e o Blog do Crato se tornaram uma espaço público, especialmente do Crato, falta muito de Juazeiro e Barbalha, de outras cidades, mas são, ambos, seguramente um espaço público. Ou melhor dizendo, um coletivo de pessoas que pensa, age e se define de modo próprio, que estão juntas trocando idéias e por isso falo em espaço público. Talvez devesse dizer coletivo, talvez dizer um coletivo com mediação, mas seguramente um coletivo. Aliás este é o problema de todo o blog: não deixar cair a grande possibilidade do debate em mero bate boca e troca furibunda de acusações, raivas, ódios e intolerâncias. Não é por nada não, a temperatura do debate até esquenta, mas tudo deve ter um termo em que a idéia é o que interessa. Como sabemos as idéias conduzem emoções, mas não se reduzem a mera pressão de fazer o outro calar-se.

Por isso acho duas coisas: não devemos nos dispersar em blogs individuais ou em subgrupos, é sempre importante que tenhamos um local mais público para os grandes debates que a nossa geração deve aos jovens e aos demais desta linda região brasileira. Mais precisamente nada contra os blogs individuais ou subgrupos, é tanto que escrevo para vários, mas tenho em conta que é preciso não abandonar os grandes espaços públicos já conquistados pelo esforço de pessoas mais diferentes entre si. No meu entender o futuro poderá ser muito melhor e, assim compreendendo, é preciso que mais ensaios sobre a realidade sejam realizados, escritos e debatidos.

Existe um segredo nisso tudo. Não é fácil, neste mundo fragmentado, encontrar ilhas que representem tanta dispersão. Quando as encontramos, não devemos abandoná-las, lá permanecer, reforçando a natureza desta ilha que tende a representar, em última análise, o continente da humanidade. Admito que se a ilha tem dificuldade de representação, falta-lhe temas essenciais, que até se abram outros blogs ou sessões em novos formatos, mas que não se abandone a possibilidade de manter o encontrado o espaço em que podemos narrar a grande marcha da história humana.